Ponte Ferroviária e Rodoviária do Pocinho
| IPA.00024173 |
Portugal, Bragança, Torre de Moncorvo, Açoreira |
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Arquitectura de comunicações e transportes, do século 20. Ponte metálica de vigas do tipo treliça, de viga composta (dupla warren), mista. Apresenta vigas contínuas de rótula múltipla, em pórtico, de vão rectangular, ligados por vigas do tipo treliça, com dois tabuleiros planos sobrepostos, o inferior para circulação rodoviária, servindo a estrada real nº 9 que ligava Celorico a Miranda, com passeios laterais exteriores, e o superior para circulação ferroviária, integrado na linha do Sabor. Formada por cinco tramos, assenta em quatro pilares, três de planta subcircular e um tronco-piramidal, e dois pegões-encontro quadrangulares, tendo nos ângulos ou nas faces laterais silharia fendida rusticada, terminados em cornija. |
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Número IPA Antigo: PT010914170210 |
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Registo visualizado 903 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Transportes Ponte / Viaduto Ponte mista Tipo viga
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Descrição
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Ponte de duplo tabuleiro plano, sobreposto, o inferior para circulação rodoviária, com a largura de cerca de 4,20 m., e o superior para circulação ferroviária. É constituída por uma viga contígua formando cinco tramos, desiguais, sendo dois centrais de maiores dimensões, com armação de dois pórticos terminais, de vão rectangular, ligados por vigas mestras e solidarizados por vigas perpendiculares e tirantes aplicados na diagonal, formando xadrez de losangos. Assentam em quatro pilares de cantaria, três de planta subcircular, e um tronco-piramidal, tendo nos ângulos ou nas faces laterais silharia fendida rusticada, terminados em cornija tipo toro; a amarração do tabuleiro às margens é efectuada por dois pegões encontro, cegos; o da margem S. e o pilar quadrangular têm integrados parte de um outro subcircular, ambos com as mesmas características. Como o pilar e os pilares encontro têm de dar passagem à via ordinária, elevam-se sobre eles e acima dos estribos, paredes laterais que servem de encontro aos pequenos tabuleiros para a passagem da linha-férrea, servindo simultaneamente de guarda à mesma; a parede do lado direito no pilar encontro S., possui um entrecorte, de aparelho rusticado, para facilitar a circulação. O tabuleiro inferior é constituído por estrutura em perfis metálicos, revestidos com placas metálicas, onde assenta camada de regularização em betonilha, sobreposta por paralelos de madeira com revestimento superficial betuminoso; O acesso a este tabuleiro efectua-se por um duplo L em relação ao eixo da ponte a partir da estrada que acompanha lateralmente a rampa de circulação ferroviária. Lateralmente, possuiu passeios de ambos os lados, exteriores às vigas principais e contornando os pilares encontro, apoiados em consolas metálicas dispostas a ritmo regular e decoradas com vários montantes na diagonal; têm pavimento em betonilha armada e esquartelada e são protegidos por guardas metálicas, formadas por hastes verticais e círculos nos extremos inferior e superior, sob o rodamão. O tabuleiro superior situa-se ao nível do banzo superior das vigas e é constituído pelas carlingas, interligadas por vigas em losango, e por duas longarinas, onde assentam as travessas dos carris de uma única via, estreita, de 1m. de bitola; à excepção da zona central da linha, que possui grande parte das túlipas de madeira à vista, o tabuleiro superior é revestido a chapas metálicas em xadrez e possui guarda metálica, formando largos rectângulos em duas fiadas sobrepostas. |
Acessos
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EN 102, Km 68,729, IP2. WGS84: 41º08'04.19''N., 7º07'12.02''O. (2010) |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, isolado, lançado sobre o rio Douro, e construído sobre um terreno rochoso e muito acidentado. A E. da ponte foi construída a barragem do Pocinho, concluída em 1982, sobre a qual segue a estrada EN 102. A cerca de 500 m para O., na margem esquerda, ergue-se a estação ferroviária do Pocinho (v. PT010914170215). Enquadram-no campos com oliveiras e amendoiras. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Transportes: ponte |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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EMPRESA: Empresa Industrial Portuguesa (1903 / 1909). |
Cronologia
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1886 - aprovação da construção do ramal da Estrada Real nº 9, entre Celorico da Beira e Miranda do Douro; 1887 - inauguração da abertura da exploração pública dos troços ferroviários entre o Tua e o Pocinho; 1902, Novembro - adjudicação da construção ponte do Pocinho; as obras foram adjudicadas à Empresa Industrial Portuguesa; 1903 - início da construção da ponte, contemplando o projecto inicial apenas quatro tramos; Novembro - publicação em Diário do Governo da decisão de construir o tabuleiro metálico da ponte na chamada "via larga", embora a linha fosse construída para via reduzida; a cantaria de granito utilizada na obra veio das pedreiras da Ferradosa, exploradas pela empresa construtora; 1904 / 1938, entre - construção da linha do Sabor, pelo Estado; 1906 - projecto de um tramo suplementar na ponte; 1909, 4 Julho - inauguração oficial da ponte; 1988, 18 Outubro - encerramento da linha do caminho de ferro; a partir dessa data, a empresa Douro Azul pretende proceder à reabilitação da ponte; 1981 - encerramento do serviço de passageiros na linha; 1989 - encerramento da linha ao serviço de comboios; 2009 - os municípios de Torre de Moncorvo e de Vila Nova de Foz Côa decidem pedir a classificação da ponte, não só devido ao seu valor patrimonial, como também ao interesse em ligar a ecopista do Sabor à linha do Douro. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural misto. |
Materiais
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Estrutura de aço macio; cantaria de granito; pavimento em betonilha, madeira, camada betuminosa e chapas metálicas; alvenaria hidráulica de cimento portland e granito nas fundações; guardas em ferro. |
Bibliografia
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MARTINS, Maria do Rosário França, TORRES, Maria Teresa Pinheiro, FREIRE, Paula Cristina Martins, Pontes Metálicas Rodoviárias, s.l., 1998; FERREIRA, Tiago A. M., O Caminho de Ferro na Região do Douro e o Turismo, s.l., 1999; Correio de Tabuaço, 1 Março 2004; BATISTA, Teresa, Ponte do Pocinho em vias de classificação, Nordeste. Semanário Regional de Informação, 6 Junho 2009 |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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A ponte integra-se na linha do Sabor, que tem início na estação do Pocinho, construída na margem esquerda do Douro, atravessa o rio na ponte metálica, desenvolvendo-se depois em rampa quase permanente ao longo de 12 Km até Moncorvo; seguia para Carvalhal, Felgar, Mós, Fonte do Prado e Carviçais; no resto do percurso e antes de chegar a Duas Igrejas, os locais mais importantes eram Freixo de Espada à Cinta, Lagoaça e Mogadouro. A extensão total da linha entre Pocinho e Duas Igrejas era de 106 km. Ao contrário das linhas do Tua, Corgo e Tâmega, o traçado da linha do Sabor segue sempre afastado do rio. Contrariamente à linha do Douro que tem bitola de via larga (1,668m), todas as linhas afluentes foram construídas com bitola de via estreita, isto é, 1m. Os vãos dos tramos da ponte têm as seguintes extensões: 48 m + 60 m + 60 m + 48 m + 42 m (do tramo suplementar). O município de Torre de Moncorvo tem uma eco-pista construída na linha do comboio entre Moncorvo e Carvalhal e preparando então o concurso para a última fase, até ao Pocinho. |
Autor e Data
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Paula Noé 2010 |
Actualização
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