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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro feminino Ordem das Cónegas Regrantes de Santo Agostinho
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Descrição
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Planta irregular, de forma aproximada a um T, composta por vários corpos adossados e justapostos: a N. a Igreja de planta longitudinal de 3 rectangulos justapostos o 1º correspondente ao retro-coro, o 2º, de comprimento um pouco maior, à nave e o último, menor, à ábside; torre sineira quadrangular; adossado a S. da Igreja o Claustro de planta quadrangular, circundado pelas antigas dependências conventuais e outras salas rectangulares; estendendo-se longitudinalmente para S. o corpo dos Dormitórios (actual depósito do Arquivo), rectangular. Massa de volumes articulados, horizontalista. Coberturas exteriores diferenciadas em telhados de 2, 3 e 4 águas e coruchéu piramidal revestido de telhas sobre a torre. Fachada principal: a S., de 3 panos com embasamento nos laterais: à esq., o do Átrio de entrada do convento e igreja, precedido por escada, sendo o 1º piso preenchido por grande arco pleno entre 2 vãos rectangulares e o 2º por 3 janelas de sacada com guardas de ferro; no pano central um arco pleno sobre pilastras encimado a eixo por janela de sacada e um vão curvilíneo recortado apoado numa cornija; no pano da dir. um janelão gradeado encimado por 3 janelas de sacada; remate em beiral sobre cornija. Fachada E.: pano das dependências adossadas a S. da Igreja: antecedido de logradouro murado com portão ladeado por fogaréus; no 1º piso 1 porta entre 2 janelas e no 2º 3 janelas de sacada rectangulares; cabeceira da igreja: lado S. 2 janelas rectangulares gradeadas e remate em cornija sob beiral; fachada posterior: 2 vãos rectangulares entaipados em ambos os registos e remate em empena angular. Fachada N. da Igreja: pano da ábside com 2 janelas rectangulares; pano da nave com 2 arcos plenos entaipados sob 4 janelas rectangulares e pano do retro-coro com 4 janelas em arco pleno no 1º registo e 4 rectangulares no 2º; entre a caixa-murária da igreja e os edifícios do Arquivo Histórico Militar, a N., lança-se uma passagem abobadada de aresta de 2 tramos em arco pleno encimada por passadiço e por um pequeno arco vazado sob frontão recortado revestido de azulejos enxaquetados; sob a passagem abrem-se portas rectangulares para os anexos do A. H. M. e um arco do lado da igreja sobre pilastras, dando para um átrio quadrangular abobadado de aresta sobre um pilar central. Fachada S. da Igreja: parcialmente adossada ao Claustro, sendo visível apenas o registo superior com 3 janelas quadrangulares e o último piso da torre; remate em cornija sob beiral. Fachada O.: pano da igreja com 2 janelas rectangulares encimadas por uma quadrangular, entaipadas, e remate em cornija sob beiral; corpo da torre sineira com uma porta no 1º piso e o último vazado por arcos plenos duplos a N. e S, e simples a O., no interior do qual se mantém o antigo mecanismo do relógio; corpos de 3 anexos adossados e prolongados para O. de altimetrias diferenciadas, de 1 e 2 pisos, com portas e janelas rectangulares e topos rematados em empena angular, a enquadrar um pátio parcialmente murado; pano do corpo dos Dormitórios, prolongado para S.: com 4 pisos na metade esq. e 5 na dir., acompanhando o delive do terreno, separados por frisos e vazados por janelas rectangulares gradeadas, a meio 2 de sacada e as do piso intermédio transversais, havendo no pano extremo dividido por pilastra outra janela de sacada no piso superior; remate em beiral. Fachada S. do corpo dos Dormitórios: com 3 janelas em cada um dos 3 pisos superiores. Fachada E. do corpo dos Dormitórios: pisos e fenestração idêntica à da fachada oposta, havendo ainda uma porta à dir. em arco rebaixado; remate em beiral. Segue-se pequeno corpo saliente, em ângulo recto delimitado por cunhal de cantaria: no pano voltado a S. embasamento e 2 pisos, com 2 janelas gradeadas no 1º e de sacada no 2º; panos voltados a E., com embasamento e separados por ressalto, com 1 janela gradeada no 1º piso e outra de sacada no 2º no pano recuado, e 2 janelas gradeadas no pano avançado, que entronca na fachada principal. INTERIOR: ÁTRIO: duplo, separado por 2 arcos de asa de cesto, e totalmente revestido de azulejos de padrão policromáticos, azúis e amarelos; o 1º tramo é abobadado abrindo-se à esq. uma porta de moldura rectangular de acesso à Portaria; o 2º tramo é descoberto e as alas E., S. e O. elevam-se em 2 pisos separados por beiral, o 1º com 2 janelas de moldura rectangular nas alas laterais e o 2º marcado em redor por fenestração igualmente rectangular; a N. abre-se galilé com arcada serliana apoiada em colunas toscanas, e arcos laterais revestidos de azulejos brancos, coberta com abóbada de 3 berços transversais sobre lintéis; as paredes são revestidas de azulejos de ponta de diamante e a cobertura de azulejos de padrão. No interior da galilé abrem-se lateralmente 2 portas (Sacristia e anexo) e na fachada da igreja um portal em arco polilobado com decoração de rosetas e heráldica sacra, rematado por florões, sobre colunelos com capitéis vegetalistas e bases poligonais; à dir. deste pia de água benta de taça gomada apoiada em mísula vegetalista. IGREJA: retro-coro e nave única separados por pano de parede com porta rectangular, encimado por guarda de madeira dourada e pintada; o retro-coro é iluminado por 4 janelas em arco pleno encimadas por 4 quadrangulares do lado do Evangelho, e 3 do lado da Epístola; a nave possui janelas altas rectangulares, algumas cegas; do lado do Evangelho salienta-se um púlpito rectangular com balcão de madeira dourada com ornatos de talha, sobre mísula pétrea esculpida inferiormente em ponta de diamante, do lado oposto abre-se uma porta em arco pleno; de ambos os lados há a marcação de 2 arcos plenos cegos e outros 2 abertos em capelas pouco profundas, a do Evangelho contendo um sacrário de talha dourada e a que lhe fica defronte com imagem de Cristo Crucificado, junto da porta de acesso à Sacristia; de cada lado das capelas 2 nichos em arco pleno, protegidos por abóbada de concha, abrindo-se sobre vãos cegos com molduras rectangulares e encimados por cartelas rectangulares transversais acantonadas por arruelas; os nichos que ladeiam o arco triunfal, pleno, são idênticos aos anteriores, mas possuem cartelas tanto superior como inferiormente, todas com inscrições alusivas aos antecedentes e fundação do Convento, tudo rematado por cornija sobre a qual se abre um grande vão tripartido arqueado em asa de cesto que encima o arco triunfal; pavimento cimentado onde foram dispostas em fila central 4 tampas de sepultura; cobertura inexistente substituída por pranchas de madeira contraplacada; capela-mor profunda iluminada lateralmente por 2 janelas rectangulares; dos lados do arco triunfal salienta-se o volume do extradorso dos nichos, apoiados em mísulas e revestidos de azulejos enxaquetados verdes e brancos; cobertura em abóbada de berço de caixotões pintada com medalhões envolvendo cabeças de anjo, emblema eucarístico e grutescos; pavimento lajeado de placas calcárias brancas, vermelhas e negras, em composição de zigue-zague. SACRISTIA: contém um nicho onde foi encaixado um lavatório, 2 portas em arco pleno de cada lado, pavimento lajeado e tecto apainelado pintado com grutescos. PORTARIA: revestida de azulejos de padrão azúis e amarelos e com figuração de um cruzeiro sobre a porta de entrada, a E.; na parede S. outra porta rectangular e marcação de um grande arco em asa de cesto, cego e revestido pelos azulejos; a O. a porta para o CLAUSTRO: de 2 pisos o 1º de arcadas plenas, de 7 tramos, sobre colunas toscanas que se elevam sobre murete interrompido a meio de cada ala dando passagem ao terreiro, ajardinado e centrado por tanque quadrangular com fonte circundada em composição geométrica estrelada por bancos de espaldar e floreiras revestidas de azulejos azúis e brancos conjugando várias tipologias (figurativos, albarradas e figura avulsa); o 2º piso é alpendrado sobre colunas apoiadas em parapeito corrido, substituído ao centro de cada ala por varandim de balaústres de pedra. Em ambos os pisos as galerias são revestidas com silhares e rodapés de azulejos de padrão e comunicam com as antigas dependências conventuais, anexos, salas e gabinetes de trabalho (os de E. com revestimentos de azulejos de figura avulsa, enxaquetados, albarradas e de padrão) por portas de moldura rectangular, havendo igualmente janelas quadrangulares e rectangulares abertas nas caixas murárias e 3 vãos cegos transversais a N. e O.; a cobertura do 1º piso é feita com placa de betão e a do 2º com tecto de madeira. No piso térreo, do lado S., abre-se portal em arco de asa de cesto de acesso aos antigos Refeitório (actual Bar, antecedido de Átrio) e Dormitórios, flanqueado por pilastras de caneluras encimadas por entablamento arquitravado com inscrição: GLORIA TIBI TRINITAS, e rematado por cornija. ÁTRIO DOS DORMITÓRIOS: muito amplo (talvez parte do antigo Refeitório) e com um vão em arco pleno à dir. comuninando com ESCADARIA: de acesso ao 2º piso do Claustro, tem no 1º patim 2 janelas de sacada e nos últimos lanças revestimento parietal com silhar de azulejos pombalinos. ANTIGOS DORMITÓRIOS: 5 pisos corridos, sem divisórias, com desnível a meio do 4º piso, compensando a inclinaçãodo terreno, iluminados lateralmente por correnteza de janelas rectangulares e no topo dos pisos superiores por janelas de sacada. |
Acessos
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Largo de Chelas |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 17 954, DG, n.º 34 de 11 Fevereiro 1930 (portal manuelino e galilé da igreja) |
Enquadramento
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Urbano. Integrado no núcleo antigo do Bairro de Chelas. Isolado e destacado, implantado em terreno com ligeiro declive para S., rente à Estrada de Chelas, a E., parcialmente murado a SE. e fachada O. flanqueada por terrenos baldios (antiga cerca do Convento). A N. série de armazéns (dependência do Arquivo Histórico Militar). |
Descrição Complementar
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Portal neo-manuelino, com reaproveitamento de peças de um portal manuelino, em arco polilobado, conjugando cairelado com pequenas pinhas a unir os segmentos, intercalado no extradorso por festonado rematado por 3 grandes florões; a arquivolta única é delimitada por colunelos lisos com capitéis vegetalistas de entrançados de folhagem e bases facetadas, sendo preenchida por rosetas quadrifoliadas e uma pedra de armas no fecho com monograma IHS.INSCRIÇÕES:1. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura; moldura filetada simples (4,5 cm); calcário vermelho; rombos de pequenas dimensões na 1ª e 2ª linhas; Dimensões: 179x81; Campo Epigráfico: 170x72; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: NESTA SEPULTURA ESTÁ O CO(R)PO DA MADRE ISABEL DOS ANJOS FALECEU A 18 DIAS DO MÊS DE MAIO DA ERA DE 1638. 2. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura; moldura filetada simples (5cm); calcário vermelho; apresenta erosões; correcção de letras primeiramente delineadas no suporte por sulcos; Dimensões: 179x78; Campo Epigráfico: 168,5x67,5; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura:AQUI JAZ A MADRE FILIPA DO ESPÍRITO SANTO FALECEU A 16 DE JANEIRO 1617. 3. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura; moldura simples filetada (8cm); calcário vermelho; bom estado de conservação; Dimensões: 209x100,5; Campo Epigráfico:191,5x84; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura:NESTA SEPULTURA ESTÁ O CORPO DE DONA JULIANA DE NORONHA QUE GOVERNOU ESTE MOSTEIRO DEZ ANOS EM TRÊS VEZES QUE FOI PRIORESA DELE FALECEU A 18 DE MAIO NA ERA DE 1639 ANOS. 4. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura; moldura simples filetada (5 cm); calcário vermelho; algumas erosões; separação das palavras por ponto em triângulo invertido ou por estrela de quatro pontas; sulco das letras de maior módulo não foi desbastado na totalidade; Dimensões: 240x98,5; Campo Epigráfico: 229x98; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: NESTA SEPULTURA ESTÁ O CORPO DE DONA MARIA DA SILVA QUE REFORMOU ESTE MOSTEIRO E FOI PRIORESA NELE XXXXII ANOS FALECEU A XXI DE JANEIRO DE MDLXXXVIIII PEDE POR AMOR DE DEUS UMA AVÉ MARIA. 5. Inscrição |
Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro feminino |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial / Cultural e recreativa: arquivo |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Ministério da Defesa Nacional / Igreja afeta ao culto (cedida ao Patriarcado) |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Nicolau de Frias (1589). CARPINTEIRO: Luís Henriques (1597). MESTRE-DE-OBRAS: Vicente Pires (1309). PEDREIROS: Diogo de Torralva (1576); Fernão de Anes (1561-1562, 1576); Fernão Dinis (1589, 1597); Francisco Esteves (1583); Gonçalo de Torralva (1576); Manuel Moreira (1597). |
Cronologia
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Séc. 07 - chegada das relíquias de São Félix, o que motivou a fundação do Mosteiro, cujos vestígios com motivos visigóticos, descobertos em escavações, se encontram no Museu Arqueológico do Carmo; séc. 11 - D. Afonso II de Leão toma Lisboa aos Mouros e entrega ao Mosteiro as relíquias de Santo Adrião e Santa Natália, provenientes da Galiza; 1147 - 1154 - D. Afonso Henriques manda reconstruir o edifício e, após nova sagração, doou-o aos Templários; 1192 - D. Sancho I faz-lhe uma importante doação; 1219 - até este ano existe uma comunidade masculina e outra feminina, a quem o Bispo de Lisboa, D. Soeiro Viegas, faz entrega, posse confirmada por D. Afonso II; 1220 - 1226 - obras de reconstrução; 1290 - está na posse da Ordem de Santo Agostinho; séc. 14 - a comunidade depende do Bispo de Lisboa, que recebe os dízimos; 1309 - é mestre-de-obras Vicente Pires; 1361 - possuem azenhas na Ribeira de Agualva, junto a São Marcos, onde moem o pão; 1364 - a comunidade recebe uma casa com vinha no Lavradio; 1367 - a comunidade é isenta de imposto sobre o trigo trazido das propriedades de Santarém; 1371 - recebem uma vinha o olival em Malapados e uma casa em Lavradio;1376 - a comunidade recebe uma vinha em Lisboa; 1391 - são-lhe doadas duas casas em Santo Estêvão, em Lisboa, um vinha e olival em Malapados e uma vinha em Alperiate; 1395, 15 junho - Constança Afonso, casada com o mercador Lopo Martins recolhe ao Mosteiro e dá a sua quinta em Aldeia Galega e vários bens no Ribatejo; 1396 - escambo de quatro courelas no Calhariz, no termo de Lisboa, por casas na capital; 1397 - a Granja das Donas, em Sintra, pertence à comunidade; 1397-1398 - durante o cerco castelhano, a comunidade refugia-se no Paço; 1398 - são doadas casas em São Vicente, em Lisboa; 1399-1401 - refugiam-se em casas alugadas na Bailia de São Brás; séc. 15 - instituição do cargo de sub-prioresa, que substitui, quando necessário, a prioresa e se torna um cargo vitalício; 1403 - o Mosteiro está em ruínas e o encargo das obras é passado a um foreiro da Quinta de Vialonga, mercador de Lisboa, João da Feira, para reparar paredes, muros e claustro no prazo de oito anos (ANDRADE, p. 43); 1461 - a comunidade explora sal-gema nas suas propriedade de Alhos Vedros e Lavradio; 1464 - doação à comunidade de uma vinha e oliveiras em Malapados, nos Olivais; 1469 - recebem um olival em Queimadas, Olivais; 1470, 05 março - pertencem ao Mosteiro umas casas à Porta da Cruz; séc. 15, final - o cargo de vigária é instituído, substituindo o de sub-prioresa; séc. 16, 1.º quartel - campanha de obras manuelina com renovação e ampliação da igreja e do convento, de que o portal e a galilé são o único testemunho; 1551 - o convento tem 48 freiras, 12 noviças e 25 criadas e uma renda de 1.250 cruzados; 1561-1562 - obras pelo pedreiro Fernão de Anes, contemplando a feitura de uma cantareira, rebaixamento do pavimento, abertura de uma janela e feitura de uma nova porta na enfermaria; na cozinha da enfermaria, faz um silhar e dois pequenos arcos com pavimento ladrilhado; feitura do remate da fonte do claustro, cujo tanque foi reaproveitado de uma outra zona, sendo colocado um novo remate em cantaria lavrada; colocação de ladrilho e bicas no tanque; colocação de um pilar de pedra, para assentar o madeiramento da casa da nora, onde fez duas bacias para transporte e retenção da água da mesma; 1562, 16 março - avaliação das obras levadas a cabo por Fernão Anes, pelos pedreiros Gonçalo de Torralva e Francisco Esteves e pelo medidor das obras da cidade, Dinis Carvalho; 1583, 17 agosto - Estêvão Afonso e Luís Gomes procedem às medições das obras feitas por Francisco Esteves no Mosteiro, que constou na feitura da capela-mor, após o derrube da primitiva, e respetiva cobertura abobadada, o portal da sacristia, construção da parede sobre o arco triunfal com os retábulos; verificação dos degraus do altar e respetivo ladrilho, assentamento do azulejo do frontal do altar-mor; mudança de local da Capela do Crucifixo; colocação de azulejo noutro altar e reparação do telhado da igreja; 1589, 08 maio - contrato entre o procurador do Mosteiro, Gaspar de Carvalho, e o pedreiro Fernão Dinis para a construção de dois lanços do claustro novo, com colunas e arcos em ambos os pisos, conforme desenho de Nicolau de Frias; 1597, 02 maio - escritura de quitação de várias obras levadas a cabo no mosteiro por Luís Henriques, nomeadamente o forro do dormitório, por 108$000 e a madeira necessária para a obra, recebendo um total de 506$740; 27 agosto - escritura de quitação das obras levadas a cabo pelos pedreiros Manuel Moreira e Fernão Dinis, constando da feitura de metade do dormitório com seus botaréus e um muro da horta, os telhados com telha mourisca e ladrilhos rosados do dormitório, pelo valor de 606.500 reais, sendo prioresa Joana da Coluna; 1604 - grandes obras de remodelação e ampliação, nomeadamente no claustro, por ação da abadessa, D. Luísa de Noronha; 1706, 21 janeiro - autorização do arcebispo D. Matias de Melo para João Antunes entrar na clausura para verificar a ruína de um muro; 1755, 1 novembro - o conjunto sofreu alguns danos, nomeadamente a igreja, que ficou bastante danificada; 1757 - reconstrução total da igreja, à exceção da fachada, e enriquecida de talha e feitura de uma amplo coro; o Arcebispo D. Miguel de Castro, responsável por algumas das obras realizadas, mandou colocar as relíquias em arcas doadas por D. Isabel Scota, junto à capela do Nascimento, sobre um portal onde é invocada a proteção dos Mártires; 1833 - nesta data, a igreja tem seis capelas, a mor, duas capelas com os meios-corpos de São Félix e outros mártires, tendo pintura maneirista e talha antiga, bem como um arcaz de pau-santo na sacristia; 1834, 08 maio - extinção das ordens religiosas, as quais permanecem no edifício até à morte da última religiosa; 1878, 13 Junho - falecimento da última religiosa professa do Convento, em consequência do que se procede ao Inventário dos bens móveis (objetos de culto e profanos, paramentos, alfaias, imagens, quadros) e imóveis (bens de raiz, foros, títulos de crédito, padrões de juro) do mesmo; 1897 - saem as pupilas que ainda habitavam no Convento; 1880, 30 setembro - por Decreto o edifício é posto provisoriamente à disposição do Ministério da Marinha e Ultramar, para estabelecimento de um colégio filial do de Cernache do Bonjardim (o que já fora anteriormente consignado por Carta de Lei de 12 de Agosto de 1856 e em Projeto de Lei de 1879); 1883, 23 agosto - em conformidade com a lei de 6/6/1882, são concedidos definitivamente aos Reais Colégios de Cernache do Bonjardim o edifício e cerca do convento, para estabelecimento de um colégio filial das Missões Ultramarinas; 1888, 20 dezembro - outro Decreto manda que, em vista de não ter sido dada aplicação legal ao edifício e cerca do Convento, estes voltem à posse da Fazenda Nacional e sejam provisoriamente postos à disposição do Ministério da Guerra, para depósito de material; 1898 - é instalada nas dependências N. do antigo convento uma fábrica de pólvora e munições de guerra; séc. 20, década de 20 - instalação de um recolhimento de viúvas de militares da I Grande Guerra; 1959 - instalação do Arquivo do Ministério do Exército; 1970 - transferência do acervo para o Arquivo Geral do Exército. |
Dados Técnicos
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Estruturas autoportantes. |
Materiais
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Cantarias de calcário branco, vermelho e negro; alvenaria mista rebocada; azulejo; madeira; aglomerado; vidro; telha; ferro; betão. |
Bibliografia
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ANDRADE, Maria Filomena Pimentel de Carvalho - O Mosteiro de Chelas: uma comunidade feminina na Baixa Idade Média. Património e Gestão. Lisboa: s.n., 1993. Texto policopaido. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humana da Universidade de Lisboa; BARBOSA, Inácio de Vilhena, Fragmentos de um Roteiro de Lisboa (Inédito), in Anuário do Arquivo Pitoresco, Vol. VII, Lisboa, 1864; CAEIRO, Baltazar Matos, Os Conventos de Lisboa, Lisboa, 1989; CASTRO, João Baptista de, Mapa de Portugal, Lisboa, 1762 - 63; CONSIGLIERI, Carlos, e OUTROS, Pelas Freguesias de Lisboa. Lisboa Oriental, Lisboa, 1993; CUNHA, D. Rodrigo da, História Eclesiástica da Igreja de Lisboa, Lisboa, 1642; DELGADO, Ralph, A Antiga Freguesia dos Olivais, Lisboa, 1969; FARIA, Manuel Severino de, Memórias do Convento de Chelas, Lisboa, s. d.; LEAL, Augusto S. A. Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1888; MARIA, Nicolau de Santa (Padre), Crónica da Ordem dos Cónegos Regrantes do Patriarca Santo Agostinho, Lisboa, 1668; PEREIRA, Luís Gonzaga - Monumentos Sacros de Lisboa em 1833. Lisboa: Oficinas Gráficas da Biblioteca Nacional, 1927; SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo (dir.), Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, 1994, pp. 272, 273; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vols. II e III. |
Documentação Gráfica
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Arquivo Geral do Exército |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Arquivo Geral do Exército; DGARQ/TT |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1561 / 1562 - conserto da chaminé da enfermaria e pintura desta e da cozinha da enfermaria, pelo pedreiro Fernão de Anes; o mesmo conserta um portal da casa da amassaria e fez novos plintos de pedra para sustentar os pilares de madeira da mesma casa; ladrilhamento dos fornos; conserto dos telhados do claustro e do telhado da varanda sobre a escada que vai para o coro, a qual leva novo reboco; reboco e pintura do convento; 1576, Abril - aparelhamento de pedras por Fernão de Anes e Gonçalo e Diogo de Torralva. |
Observações
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Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1993 / Lina Oliveira e Filipa Avellar 2004 |
Actualização
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