Jardim e miradouro no Largo das Necessidades / Jardim Olavo Bilac

IPA.00025587
Portugal, Lisboa, Lisboa, Estrela
 
Arquitectura recreativa, barroca e novecentista. Jardim de construção recente, de planta irregular, composto por vários canteiros de planta curvilínea e pontuado por bancos de madeira e candeeiros de iluminação. Num dos lados, funciona como miradouro sobre a zona de Alcântara, o rio, a Ponte 25 de Abril e a margem Sul. No centro, possui chafariz barroco, do tipo centralizado, de planta quadrilobada, com tanque de perfil galbado e obelisco central, possuindo quatro pedestais com bicas em forma de carranca. Espaço de lazer que nasceu associado ao Palácio das Necessidades, servindo como miradouro sobre o Rio Tejo, onde foi construído um lago ornamental, barroco, como voto real à Virgem Maria. Possui um tanque quadrilobado, de forma invulgar e obelisco central, encimado por acantos, uma estrela, símbolo mariano, e uma cruz latina, tudo em bronze. Em cada lóbulo, aparecem pedestais ovalados, sobre os quais surgiam as bicas em forma de golfinhos, que vertiam a água para o tanque. No final do séc. 18, deu-se uma reforma no tanque, ampliado e transformadas as bicas, passando a água a sair de bicas em forma de mascarões, inseridos em vieiras, permitindo o abastecimento público na zona, tornando-se, a estrutura, simultaneamente ornamental e funcional. O lago foi envolvido por um jardim, executado no séc. 20.
Número IPA Antigo: PT031106261241
 
Registo visualizado 1996 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Espaço verde  Jardim        

Descrição

Jardim - miradouro, de planta poligonal, criando um rectângulo irregular, composto por cinco canteiros de planta curvilínea, relvados e protegidos por sebes ou elementos em ferro, onde se desenvolvem várias árvores, arbustos e plantas. Entre os canteiros, surgem vários caminhos, pavimentados a lajes de betão, pigmentadas de vermelho, ladeados por calçada com linha de água, onde se dispõem bancos de madeira e, no caminho principal, dois plintos de cantaria, que sustentam urnas do mesmo material, ornadas por carrancas e florões, que contêm vegetação. Este caminho vai dar a um amplo largo circular, onde se dispõem bancos de cantaria calcária, que centram um enorme chafariz. O chafariz é de planta quadrilobada, assente em plataforma de três degraus com o mesmo perfil. É composto por tanque de perfil galbado e, ao centro, possui plinto paralelepipédico, rematado por tabuleiro, onde assenta um obelisco de faces almofadadas, rematado por elemento em bronze, formado por acantos invertidos, uma estrela e uma cruz latina, com as hastes floreadas. No interior do tanque, autro bases ovaladas, sobre as quais surge elemento côncavo, rematado por friso de concheados. Sobre este pedestal, surgem golfinhos laterais, algas e, inserido, numa vieira, uma carranca de onde evolui a bica, em bronze. No lado oposto à entrada no jardim, situa-se o muro do miradouro, em alvenaria e cantaria de calcário, parcialmente rebocada, e capeado a cantaria.

Acessos

Largo das Necessidades

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 8/83, DR, 1.ª série, n.º 19 de 24 janeiro 1983 / ZEP Portaria n.º 552/96, DR, 1.ª série-B, n.º 232 de 07 outubro 1996 *1 / Incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811)

Enquadramento

Urbano, isolado, situado numa zona proeminente de uma das colinas de Lisboa, fronteiro à fachada principal da Igreja do Palácio das Necessidades (v. PT031106260127), separado desta por uma ampla via pública pavimentada a alcatrão. O miradouro apoia-se num muro de cantaria de calcário, que suporta o terreno, abaixo do qual se desenvolve o casario. No lado esquerdo do jardim, a faixa torna-se de menores dimensões, dando origem a uma série de edifícios de rendimento e de serviços.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Recreativa: jardim / Recreativa: miradouro

Utilização Actual

Recreativa: jardim / Recreativa: miradouro

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Caetano Tomás (1747); Reinaldo Manuel dos Santos (1780).

Cronologia

1747 - o lago foi construído como um voto à Virgem, por ordem de D. João V, sem finalidades de abastecimento público, mas funcionou algumas vezes como tal; 1760, Abril - 1761, Maio - construção de três registos e colocação de bomba de bronze no Convento das Necessidades; 1780 - reforma do chafariz das Necessidades, conforme desenho de Reinaldo Manuel dos Santos, que ampliou a taça e colocou a água a jorrar pelas carrancas, quando anteriormente, jorrava para o tanque, através dos golfinhos; reforma da clarabóia antiga que está dentro da cerca do Convento das Necessidades no lado nascente do Jogo da Bola; reforma do aqueduto, desde esta casa de água até ao muro do quintal de Manuel Pereira e a clarabóia que se encontra junto ao dito muro; 1781 - encanamento dos sobejos do chafariz das Necessidades que vão para o tanque dos cavalos do Regimento de Alcântara; 1798 - terminada a obra do aqueduto do chafariz de Nossa Senhora das Necessidades; 1799, 22 Setembro - parte dos sobejos destinavam-se aos mosteiros do Sacramento e Livramento; séc. 20, meados - transformação da zona em jardim e miradouro; 1983, 16 dezembro - Portaria publicada em DR, 2.ª Série, n.º 288 a definir a fixação de uma Zona Especial de Proteção, revogada por nova Portaria de 1996; 1993 - pedido da Junta de Freguesia dos Prazeres para reparar os chafarizes situados no seu perímetro, entre os quais o Chafariz das Necessidades.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma.

Materiais

Chafariz e bancos em cantaria de calcário lioz; remate em bronze; bancos de madeira; muro em alvenaria e cantaria de calcário, capeado a cantaria do mesmo material.

Bibliografia

CHAVES, Luís, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, s.d.; FLORES, Alexandre M. e CANHÃO, Carlos, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, Edições INAPA, 1999.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSARH-010/125-0091/02; CML: Museu da Cidade

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20, anos 90 - limpeza do chafariz.

Observações

*1 - DOF: Conjunto do Palácio das Necessidades, abrangendo todo o edifício conventual, da Ordem de São Filipe de Néri (dos Padres do Oratório), da torre e da capela, os jardins e o respectivo parque, com elementos escultóricos e decorativos, e ainda fachada palaciana, incluindo a fonte monumental, datada de 1748 e situada no largo ajardinado em frente da capela.

Autor e Data

Paula Figueiredo 2007

Actualização

 
 
 
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