Igreja Paroquial de Valmaior / Igreja de Santa Eulália
| IPA.00025593 |
Portugal, Aveiro, Albergaria-a-Velha, Albergaria-a-Velha e Valmaior |
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Igreja paroquial construída no séc. 18 e 19, de planta poligonal com nave, capela-mor mais baixa e mais estreita e sacristia e capela lateral adossadas à fachada lateral esquerda com a nave amplamente iluminada por um janelão rectilíneo na fachada principal e por 4 janelões em arco abatido, confrontantes, três na nave e um na capela-mor. Fachada principal rasgada por portal em arco contracurvado, ladeado por pilastras e remate em duplo entablamento. Encimado por fragmentos de frontão curvo ladeando janelão em arco contracurvado e remate em cimalha curva interrompida; remate da fachada em frontão contracurvado. À esquerda, adossada à nave, torre sineira composta de dois registos, sendo rasgada no 1º por duas aberturas de verga recta, de diferentes dimensões, na face S. e no 2º rasgada em todas as faces por ventanas em arco de volta perfeita. Fachadas pintadas, circunscritas por cunhais em forma de pilastras toscanas, na nave e capela-mor e cunhais simples na capela lateral e sacristia, firmados por pináculos, percorridas por embasamento na fachada principal e torre sineira; remates em cornija e beiral, em entablamento na torre sineira e em frontão contracurvado na fachada principal. Fachada lateral esquerda rasgada por quatro janelões confrontantes, três na nave e um na capela-mor e porta travessa na fachada lateral direita. Interior com coro-alto assente em arco de asa de cesto, assente em pilastras, com pias de água benta de bacia circular e acesso pelo lado do Evangelho. Confrontantes, aberturas em arco abatido, a do lado do Evangelho dando acesso ao púlpito e a da Epístola formando nicho, retábulos laterais, semelhantes entre si, abrigados em nichos com moldura em arco de volta perfeita, de talha com fundo pintado de branco e decoração marcada a dourado, da 2ª metade do séc. 18, do barroco joanino e nichos com moldura simples em arco de volta perfeita, de menores dimensões, à altura do arco triunfal na zona do presbitério, o do lado do Evangelho abrigando pia baptismal de bacia circular, assente em coluna e pedestal. No lado do Evangelho, púlpito de bacia rectangular assente em mísula de cantaria, rematada por pendente, com guarda plena de madeira e acesso por porta em arco abatido. No lado da Epístola porta travessa, ladeada por pia de água benta de bacia circular. Retábulos colaterais, abrigados em nicho, diferentes entre si, de talha com fundo pintado de branco e decoração marcada a dourado, o do Evangelho de estrutura maneirista apresentando remate de estrutura barroca e o da Epístola de estrutura maneirista com elementos de transição para o barroco da 1ª metade do séc. 18 e remate idêntico ao do Evangelho. Retábulo-mor de talha com fundo pintado de branco e decoração marcada a dourado, de planta convexa, tem estrutura rocócó com alguns elementos de estrutura neoclássica, nomeadamente a utilização das urnas no remate. Na sacristia, lavabo em cantaria, com pia de bacia semicircular monolítica assente em mísula, encimado por espaldar rematado em cimalha curva interrompida. Igreja que mantém as características primitivas, destacando-se os cunhais em forma de pilastras toscanas na nave e capela-mor, a persistência duma gárgula de canhão na face E. da torre sineira e o portal da fachada principal em arco contracurvado, encimado por janelão em arco contracurvado e remate em cimalha curva interrompida. Pés direitos diferentes adaptando-se ao desnível do terreno. No interior destacam-se as pilastras em que assenta o coro-alto com pias de água benta de bacia circular decorada a gomeados, pia de água benta de bacia de bacia circular lisa, púlpito de bacia rectangular assente em mísula rematada por pendente, com guarda plena e retábulos laterais de estrutura da 2ª metade do séc. 18, do barroco joanino apresentando dois elementos dissonantes nas urnas neoclássicas. Coberturas diferenciadas de madeira, de 40 caixotões na nave e 15 na capela-mor. Na sacristia, lavabo com pia de bacia semicircular monolítica, encimado por espaldar com remate idêntico ao do janelão da fachada principal. |
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Número IPA Antigo: PT020102080038 |
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Registo visualizado 697 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta retangular composta por nave, capela-mor mais baixa e estreita, com torre sineira, capela lateral e sacristia adossadas à esquerda. Volumes articulados com cobertura diferenciada em telhados de duas águas na nave, capela-mor, capela lateral e sacristia e em falsa cúpula, rebocada e pintada de branco, com cunhais pintados de cinzento, na torre sineira. Fachadas rebocadas e pintadas de branco circunscritas por cunhais em cantaria, em forma de pilastras toscanas, na nave e capela-mor e cunhais simples, pintados de cinzento, na capela lateral e sacristia, firmados por pináculos de remate piramidal, sendo os da nave truncados por ornato oval; percorridas por embasamento em cantaria na fachada principal e torre sineira e pintado de cinzento nas restantes; remates em cornija e beiral, em entablamento na torre sineira, encimado de relógio na face E., e em frontão contracurvado, encimado, em posição centralizada, por cruz trevada, sobre soco, na fachada principal. Fachadas rasgadas por vãos com moldura em cantaria, protegidos por vidro colorido com caixilharia em ferro. Fachada principal orientada, rasgada por portal em arco contracurvado, moldurado, encimado por moldura contracurvada, ladeada de volutas; ladeado por pilastras e remate em duplo entablamento. Encimado por fragmentos de frontão curvo ladeando janelão em arco contracurvado, moldurado, ladeado de orelhões e remate em cimalha curva interrompida. Visível, à esquerda, torre sineira, adossada à nave, composta por dois registos divididos por entablamento; rasgada na face S. do 1º registo por duas aberturas de verga recta de diferentes dimensões e com gárgula de canhão na face E.; segundo registo rasgado por ventanas molduradas, em arco de volta perfeita, assente em cornija. Fachada lateral esquerda, virada a S., rasgada por quatro janelas em capialço, em arco abatido, com moldura em arco contracurvado (três no volume da nave, em capialço, e uma na capela-mor), confrontantes. Visíveis, os volumes da capela lateral e sacristia, o primeiro adossado ao volume da nave e, o segundo, ao volume da capela-mor, com remate em empena; volume da capela lateral, rasgado por porta em arco abatido, com moldura em arco contracurvado apresentando face E. cega e, face O. rasgada por pequena fresta de verga recta; volume da sacristia com faces S. e E. cegas e, face O., rasgada por janela de verga recta. Fachada lateral direita, virada a N., rasgada porta travessa em arco contracurvado, moldurada, no volume da nave. Fachada posterior, com remate em empena com cruz trevada, sobre soco, no vértice, sendo rasgada por óculo polilobado, na empena. Visível o remate em empena da nave, com cruz sobre soco semelhante. INTERIOR com nave rebocada e pintada de branco, percorrida por embasamento em cantaria, com cobertura da nave de madeira dividida por caixotões assentes em cornija e pavimento em madeira, com corredor central e laterais em lajeado de cerâmica, prolongando-se pela coxia. Coro-alto assente em arco de asa de cesto, assente em pilastras decoradas com pendentes, com pias de água benta de bacia circular decorada a gomeados, com guarda balaustrada de madeira e acesso pelo lado do Evangelho. Portal principal protegido por guarda-vento de vidro. Cobertura do sub-coro em tecto plano, dividido por caixotões. No sub-coro, no corpo da torre sineira, capela lateral, com acesso protegido por grade de ferro, pintada e rebocada de branco, percorrida por azulejos de padrão policromo azul e amarelo sobre fundo branco formando silhar, com ornamentação fitomórfica formando desenhos geométricos envolvendo símbolos eucarísticos, rematados por friso no mesmo padrão; cobertura em abóbada de berço, pintada e rebocada de branco e pavimento em lajeado de cerâmica. Na nave, confrontantes, aberturas em arco abatido com moldura em arco contracurvado, a do lado do Evangelho, delimitando porta dando acesso ao púlpito e a do lado da Epístola delimitando nicho protegido por vidro; igualmente confrontantes, retábulos laterais, semelhantes entre si, abrigados em nichos com moldura em arco de volta perfeita assente em pilastras, de talha com fundo pintado de branco e decoração marcada a dourado, o do Evangelho dedicado a Nossa Senhora das Dores e o da Epístola a Santa Ana e São Joaquim, e nichos com moldura simples em arco de volta perfeita, de menores dimensões, à altura do arco triunfal (zona do presbitério), o do lado do Evangelho abrigando pia baptismal. No lado do Evangelho, à altura do coro-alto, surge porta de verga recta, com moldura em cantaria com base volutada, de acesso ao exterior e púlpito de bacia rectangular assente em mísula de cantaria com ornamentação em forma de volutas, rematada por pendente, com guarda plena de madeira com fundo pintado de branco e decoração marcada a dourado e acesso por porta em arco abatido, com moldura em arco contracurvado. No lado da Epístola porta de verga recta de acesso ao exterior, ladeada por pia de água benta de bacia circular. Nave percorrida pelos Passos da Via Sacra. Presbitério elevado por dois degraus em pedra mármore. Arco Triunfal*¹ em arco de volta perfeita com moldura em cantaria, assente em pilastras, ladeado por arcos semelhantes, de menores dimensões, abrigando retábulos colaterais de talha com fundo pintado de branco e decoração marcada a dourado, o do Evangelho dedicado a Santo António e o da Epístola à Virgem com o Menino. Capela-mor rebocada e pintada de branco com cobertura de madeira dividida por caixotões assentes em cornija e pavimento em lajeado de cantaria. Sobre supedâneo de dois degraus centrais, retábulo-mor de talha com fundo pintado de branco e decoração marcada a dourado, de planta convexa e três eixos delimitados por colunas compósitas, com anel e ornamentação em festão no terço inferior, assentes em plinto paralelepipédico com as faces almofadadas, apresentando decoração fitomórfica, encimadas por entablamento que suporta urnas. No eixo central, tribuna profunda com trono de exposição de seis degraus encimado por desenho do cálice com a hóstia e fundo pintado a branco apresentando cortinas formando uma boca de cena, delimitado por moldura em arco contracurvado delineada a dourado, com pedra de fecho decorativa ao centro. Nos eixos laterais, painéis com moldura contracurvada a dourado e mísulas com imaginária, encimada por falso baldaquino. Ático rematado por fragmentos de frontão curvo lateralmente e em posição centralizada frontão contracurvado em ressalto, com motivo vegetalista decorativo no vértice; ao centro, um resplendor e delta luminoso. Sobre a mesa de altar em forma de sarcófago surge sacrário em forma de templete incorporado no sotobanco, com porta delimitada por moldura com remate em arco curvo, onde surge o cálice e a hóstia a dourado. Do lado do Evangelho, porta em arco abatido com moldura em arco contracurvado, de acesso à sacristia, pintada e rebocada de branco, percorrida por rodapé em cantaria, com cobertura de madeira e pavimento em lajeado de mosaico; na parede E., incorporado na espessura do muro, lavabo em cantaria, com pia de bacia semicircular monolítica assente em mísula, encimado por espaldar rematado em cimalha curva interrompida. |
Acessos
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Situado face a um largo, na artéria principal que atravessa a povoação, na Rua da Igreja |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, inserido no núcleo habitacional, situado em terreno desnivelado, em cota superior à via pública, em vasto adro pavimentado, com floreiras e candeeiros de iluminação pública; face à fachada principal e às laterais, vastas escadarias e rampa para deficientes motores, de acesso. No adro, a NE., cruzeiro; sobre plataforma quadrangular de dois degraus, e plinto paralelepipédico com todas as faces molduradas, rematado por cornija, cruz latina, com o terço inferior marcado por curvatura saliente. Junto à fachada lateral direita da capela-mor, o Centro Paroquial (incaracterístico). Rodeado de edifícios de um e dois pisos, alguns deles de arquitectura vernácula e de terrenos de cultivo. A ca. de 50 metros para E., na R. da Igreja, fonte de espaldar (v. PT020102080031). Situado a ca. de dois quilómetros da vila e sede do concelho de Albergaria-a-Velha. |
Descrição Complementar
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CANTARIA: sob o nicho à altura do arco triunfal, do lado do Evangelho, pia baptismal em cantaria, de bacia circular decorada a gomeados assente em coluna canelada e pedestal quadrangular de um degrau; TALHA: retábulos laterais com fundo pintado de branco e decoração marcada a dourado, semelhantes entre si, de planta convexa, de três eixos, o central delimitado por colunas compósitas com anel a dourado no terço inferior, assentes em plinto formando entase com faces molduradas, a frontal apresentando decoração vegetalista, encimadas por fragmentos de frontão semicirculares em forma de voluta onde assentam fogaréus. No eixo central, nicho, com fundo pintado a branco, delimitado por moldura em arco contracurvado delineada a dourado, com pedra de fecho decorativa ao centro, encimada por arco canopial. Nos eixos laterais, painéis com moldura contracurvada a dourado e mísulas com imaginária, encimada por falso baldaquino. Ático composto por espaldar curvo em ressalto rematado por cornija contracurvada e cimalha curva interrompida, com esplendor e delta luminoso ao centro. Retábulos colaterais com fundo pintado de branco e decoração marcada a dourado, de planta recta de um só eixo, diferentes entre si. O do Evangelho, com painel rectangular delimitado por moldura a dourado onde surge mísula com estatuária, enquadrado por pilastras misuladas onde assenta estatuária; encimado por friso, onde surgem querubins, e entablamento em ressalto, suportado por mísulas. Ático em espaldar contracurvado rematado por cimalha curva interrompida com esplendor e delta luminoso ao centro. O da Epístola, com painel rectangular, com fundo decorado por anjos segurando uma coroa, no topo, querubins e raios dourados, com soco onde assenta estatuária; enquadrado por pilastras misuladas onde assentam querubins, assentes em mísulas, colunas salomónicas com pâmpanos assentes em pedestais com relevo na face frontal (no lado do Evangelho, São João Baptista e, no lado da Epístola, São Brás) e orelhas em forma de volutas. Encimado por friso, onde surgem querubins, e entablamento em ressalto, suportado por mísulas, com ático semelhante ao do retábulo colateral do Evangelho. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Aveiro) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: António de Pinho da Fonseca (1769). ENTALHADOR: João Andrade (1809). |
Cronologia
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1117 - o topónimo "ualmaior" aparece citado pela 1ª vez na Carta de Couto de Osseola, a mesma em que a Rainha D. Teresa institui uma albergaria no local onde actualmente se situa Albergaria-aVelha; 1220 - referência à existência duma igreja em Valemaior, dedicada a Santa Eulália, nas Inquirições de Afonso II, no Distrito de Aveiro, indicando que metade do padroado era do rei e a outra metade de herdeiros; 1229 - no "Rol das Igrejas do Bispado de Coimbra de Padroado Régio" a Igreja de Valmaior vem referida como padroado régio na totalidade*2; 1282 - em Braga é pronunciada uma sentença a favor do Mosteiro de Pedroso sobre o padroado da Igreja de Santa Eulália de Valmaior; 1300 - o Bispo de Coimbra, D. Pedro, emite uma Carta de Confirmação relativamente à colocação dum padre Martinho na Igreja de Santa Eulália de Valmaior, apresentado pelo rei D. Dinis, questionando se o padroado da referida igreja pertencia ao Mosteiro de Pedroso; 1301 - elaboração de um contrato entre o rei D. Afonso IV, o abade D. Rodrigo Martins e o Convento do Mosteiro de Pedroso sobre o padroado da Igreja de Santa Eulália de Valmaior em que o rei e o Mosteiro de Pedroso chegam a um 1º acordo sobre o padroado; 1331 - o Procurador do Mosteiro de Pedroso, Estêvão Pães, em nome do seu convento, pede ao Bispo de Coimbra, D. Raimundo, "huma appelação" sobre a Igreja de Valmaior; 1363 - colocação dum pároco apresentado pelo Mosteiro de São Pedro de Pedroso em substituição do pároco nomeado pelo rei, que havia falecido; séc. 14 - referenciada nas Igrejas do Arcediagado de Vouga, no Catálogo das Igrejas, Comendas e Mosteiros de Portugal*3; 1485, 14 Fevereiro - sentença sobre o padroado da Igreja de Valmaior, emitida pela Relação da Corte de Braga, sobre o litígio existente entre o Mosteiro de São Pedro de Pedroso e o rei; 29 Março - Carta de confirmação de Aires Gomes de Lemos como Reitor da Igreja de Santa Eulália de Valmaior; séc. 15 / 16 - Valmaior mantém-se como freguesia tendo como anexo o lugar de Albergaria-a-Velha; 1519, 25 Fevereiro - a Igreja de Santa Eulália de Valmaior é anexada ao Convento de Jesus de Aveiro, a quem foram doados os direitos eclesiásticos pelo Mosteiro de Pedroso, por Bula do Papa Leão X e cedências do Mosteiro de Pedroso e do Duque de Aveiro e consentimento do rei D. Manuel I; 21 Outubro - D. Manuel I faz doação do padroado da Igreja de Santa Eulália de Valmaior; 05 Novembro - doação da apresentação da Igreja de Valmaior pelo Mosteiro de Pedroso; 1521, 22 Janeiro - D. Jorge de Lencastre, Duque de Coimbra e de Aveiro, Mestre da Ordem de Avis cede os seus direitos sobre o padroado de Valmaior ao Mosteiro de Jesus de Aveiro; 08 Abril - apresentação do 1º prior de Valmaior pelas freiras do Convento de Jesus de Aveiro; 1574 - a igreja pertence ao padroado real e integra a Diocese de Coimbra; séc. 17 - execução da pia de água benta, em calcário, da porta travessa; 1618 - existência de documentação referindo a Confraria do Santíssimo Sacramento, a de Nossa Senhora do Rosário e a de São Sebastião; 1690, 16 Março - os povos da freguesia de Valmaior apresentam queixa judicial pelo facto da Sacristia e da Capela-mor se encontrarem em ruínas, tendo sido necessário tapar o arco cruzeiro com madeira para os fiéis poderem assistir ao ofício religioso no resto do templo; 1691, 13 Março - as freiras são condenadas, em 1ª instância, a proceder às referidas obras, tendo recorrido da sentença; 1692, 18 Fevereiro - condenadas em 2ª instância tendo sido obrigadas a mandar fazer as obras solicitadas; séc. 17, finais - execução dos retábulos colaterais; 1736 - o Reitor Francisco das Chagas cede o benefício ao Padre João Ferreira Aranha, sem a autorização do Convento de Jesus, indo contra o direito de padroado; 22 Março - é passada ordem para se considerar vaga a igreja e para que esta fosse empossada às freiras de Jesus, conforme sentença do Tribunal Superior Eclesiástico; 01Abril - face à inconformidade dos padres, o Procurador das freiras, Frei Bento Xavier da Cunha, da mesma ordem, desloca-se a Valmaior, acompanhado do Escrivão do Juízo da vila de Aveiro, Manuel Ramos, para informá-los que tinham que cumprir as determinações do Tribunal Superior Eclesiástico; 1739, 26 Junho - é feita uma escritura de compra pelo Real Convento de Jesus "com o Rd.º Reytor de Val Mayor e Juiz da Ig.ª Escrivão della da dita freguezia, pela qual escritura he o Conv.º obrigado a dar para a fabrica nova da igreja dezaceis mil e seis centos reis para os paramentos e mais couzas ness.ªs p.ª Capp.ª mor, sem q. o convento tenha outra mais obrigação alguma"*4; 1742, 22 Abril - o Reitor Francisco das Chagas, pároco de Valmaior e da igreja anexa de Albergaria-a-Velha, através de requerimento dirigido ao Provedor do Concelho de Aveiro, queixa-se da falta de cumprimento das obrigações do Administrador do real Hospital de Albergaria para os que morreram nesse hospital e para com o pároco relativamente ao uso e costume de pagarem 200 reis de sepultura pelo enterramento na igreja e 100 reis no adro; 28 Setembro - o Provedor defere por despacho que todo o pobre que morrer no hospital tem direito a sepultura paga, mortalha e cera para o enterramento e que ao pároco se deve pagar 1 ofício de 3 lições, 300 reis em dinheiro de esmola de 3 missas em altar privilegiado; encontra-se referência à Confraria das Almas; 1754 - o Reitor Francisco das Chagas e o Juiz da Igreja requerem ao rei o lançamento dum tributo no valor dum real em cada quartilho de vinho que fosse vendido na Ouvidoria de Albergaria-a-Velha, com a duração de 10 anos, a aplicar no arranjo da Igreja de Santa Eulália de Valmaior e na reconstrução duma ponte (a velha tendo caído com as cheias do rio Caima); 09 Julho - D. José I, por uma provisão, concede a quantia necessária; 1755 - realização de obras na matriz de Valmaior; 1758 - nas "Memórias Paroquiais", referência à Confraria do Santíssimo Sacramento e à Confraria das Almas, bem como aos estragos causados pelo Terramoto de 1755, a saber, duas rachas na parede N., podendo igualmente ler que "A dita Igreja é muito antiga, e ameassa Ruína por mal segura, tem tres altares um Mor honde está o SS. Sacramento e dois colaterais ao direyto N. Senhora, e ao esquerdo Santa Anna sua May"; a freguesia de Valmaior pela mão do Reitor Francisco das Chagas remete para a Secretaria de Estado um inquérito detalhado sobre a freguesia; 1764 / 1766 - período em que decorrem as obras na igreja; 1767, 09 Setembro - o Arcediago da Sé de Coimbra, Visitador à Igreja de Santa Eulália de Valmaior, ordena à Abadessa do Convento de Jesus de Aveiro, que mande pintar e dourar o retábulo da capela-mor (hoje desaparecido); 1769, 6 Abril - execução da planta das obras efectuadas na Igreja de Santa Eulália de Valmaior, da autoria de António de Pinho da Fonseca; 1774, 12 Abril - é criado, através de decreto, o Bispado de Aveiro, deixando a Paróquia de Santa Eulália de Valmaior, a partir desta data, de pertencer ao Arcediagado de Vouga; 1784, 1 Agosto - bênção da actual igreja; 1792 - um documento refere um agravo que opôs a Prioreza e religiosas do Mosteiro de Jesus de Aveiro ao juiz e eleitos da Igreja de Santa Eulália de Valmaior; séc. 18, finais - execução dos retábulos laterais; 1809 - João Andrade, Mestre Entalhador, natural de Coimbra, encontra-se a trabalhar na Igreja de Santa Eulália; 1835 - a freguesia de Valmaior transita dos concelhos de Aveiro, Vouga e Recardães para o de Albergaria-a-Velha; 1854 - é lavrada escritura pública*5 entre a Junta de Paróquia e o construtor João da Silva Vidal, de Albergaria-a-Velha, para a realização de obras na Igreja; 1882, 10 Setembro - o bispado de Aveiro é extinto por decreto, ficando as paróquias situadas a norte do rio Vouga para o Bispado do Porto, entre elas a de Santa Eulália; 1904, 8 Maio - em sessão da Junta de Paróquia é arrematada a obra de douramento da tribuna e do altar-mor da Igreja atribuída ao dourador Julião António Cirne, de Pardilhó, por 250 mil reis; 1905, 17 Dezembro - realização de obras de reparação dos telhados da igreja; 1906, 16 Dezembro - António Marques Pereira recebe a quantia de 6400 reis pelo arranjo efectuado na capela-mor; 1908, 20 Dezembro - é aprovado o arranjo do relógio (proveniente do Convento de Santo António de Serém) bem como a compra de cordas para os sinos, no valor de 1$200; 1922 - desaparecimento do relógio primitivo; séc. 20, anos 30 - execução do actual relógio pelo relojoeiro albergariense Miguel Marques Henriques; 1938 - o bispado de Aveiro é restaurado; 1960 - a Igreja sofre um profundo restauro orçamentado no valor de 140 mil escudos; séc. 20, década de 90 - realização de obras tendo-se escavado o pavimento da igreja (nestas escavações foram observadas estruturas de alvenaria, orientadas longitudinalmente à igreja, servindo de suporte da mesma e tendo como função, muito provavelmente, a drenagem das águas) procedendo-se à sua substituição, bem como à substituição dos tectos de madeira*6 e alteração de alguns altares; 1999 - reabertura ao culto após profundas obras; séc. 20 - restauro da cobertura da nave e da capela-mor. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada; principais elementos arquitectónicos em cantaria (cunhais, pináculos, molduras dos vãos); ferro (caixilharias); madeira (portas; balaustrada; tectos; pavimentos interiores); vidro (janelas; guarda-vento); coberturas exteriores da nave, capela-mor, sacristia e capela lateral em telha; azulejaria no revestimento da capela lateral no interior da igreja (aplicação em silhar). |
Bibliografia
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ALMEIDA, Fortunato, História da Igreja em Portugal, Vol. III e IV, Barcelos, 1971; A.A.V.V., O Domingo Ilustrado, nº8, 1897; Apontamentos de Patrício Theodoro Álvares Ferreira, Arquivo da "Casa do Agro", Albergaria-aVelha; A.J.F.V., Livro das Actas das Sessões da Junta de Parochia de Valle Maior, nº 2, pp. 65v-67, 72v-73, 76v-77 e 85; A.N.T.T., Cartórios Eclesiásticos, Mosteiro de Jesus de Aveiro, Maço 413; A.N.T.T., Mosteiro de Pedroso, M. III, doc.28; A.U.C., Livro nº 1 dos Autos do Tombo das Igrejas de S. João e Vale Maior, D III, 1ª D, E 14, T 5, nº 7, fls.235-236; A.U.C., Livro nº 3 dos Autos do Tombo das Igrejas de S. João e Vale Maior, D III, 1ª D, E 14, T 5, nº 12, fls.222-226v; A.U.C., Pergaminhos Latinos, Gaveta 7-A, Maço único, nº11; A.U.C., Pergaminhos do Século XIV, Gaveta 8, Maço 2, nº 42; A.U.C., Pergaminhos do Século XIV, Gaveta 8, Maço 2, nº 48; A.U.C., Pergaminhos do Século XIV, Mosteiro de São Pedro de Pedroso, Gaveta 8, Maço 3, nº 123; A.U.C., Pergaminhos do Século XIV, Mosteiro de São Pedro de Pedroso, Gaveta 8, Maço 3, nº 186; A.U.C., Pergaminhos do Século XIV, Mosteiro de São Pedro de Pedroso, Gaveta 11-A, Maço 5, nº 158; Pergaminhos do Século XIV, Mosteiro de São Pedro de Pedroso, Gaveta 11-A, Maço 5, nº 159; BAPTISTA, Augusto Soares de Sousa, Cavalarias do Vouga, Arquivo do Distrito de Aveiro, vol.XVI, 1950, pp.175-188; BORRALHA, Conde da, Inquirições de D. Afonso II no Distrito de Aveiro, Arquivo do Distrito de Aveiro, vol.II, 1936, p.287; COSTA, Eduardo Alberto da, "O Terramoto de 1755 no Distrito de Aveiro", Arquivo do Distrito de Aveiro, vol.XXII, 1956, pp.73-74; Dicionário Enciclopédico das Freguesias, vol. 2, Minhoterra, s.d.; FERREIRA, Delfim Bismarck, Valmaior ao longo dos séculos, Junta de Freguesia de Valmaior, 2005; GASPAR, João Gonçalves, A Diocese de Aveiro - Subsídios para a sua história, Aveiro, Cúria Diocesana de Aveiro, 1964; GONÇALVES, A. Nogueira, Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Aveiro. Zona-Sul, Vol. VI, Lisboa, 1959; MADAHIL, A.G. da Rocha, Milenário de Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro, 1959, Doc.XXIX, p.44; OIDINOT, José Reinaldo, "Apontamentos históricos", O Districto de Aveiro, nº3281; PINHO, A. H. de Albuquerque, "Efemérides de Concelho de Albergaria", Jornal de Albergaria, Ano III, 2ª Série, nº 60, 28 de Setembro de 1995; PINHO, A. H. de Albuquerque, Albergaria-a-Velha. Oito séculos do passado ao futuro, Reviver-Editora, 2002; PINHO, A. H. de Albuquerque, "Efemérides de Concelho de Albergaria", Jornal de Albergaria, 4 de Abril de 1996. |
Documentação Gráfica
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I.A.N.T.T., Cartórios Eclesiásticos, Mosteiro de Jesus de Aveiro, Maço 413: Planta das obras efectuadas na Igreja de Santa Eulália de Valmaior |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1755 - realização de obras na matriz de Valmaior; 1764 / 1766 - período em que decorrem as obras na igreja; 6 de Abril de 1796 - execução da planta das obras efectuadas na Igreja de Santa Eulália de Valmaior, da autoria de António de Pinho da Fonseca; 1854 - é lavrada escritura pública*5 entre a Junta de Paróquia e o construtor João da Silva Vidal, de Albergaria-a-Velha, para a realização de obras na Igreja; 8 de Maio de 1904 - obra de douramento da tribuna e do altar-mor da Igreja atribuída ao dourador Julião António Cirne, de Pardilhó, por 250 mil reis; 17 de Dezembro de 1905 - realização de obras de reparação dos telhados da igreja; 16 de Dezembro de 1906 - António Marques Pereira recebe a quantia de 6400 reis pelo arranjo efectuado na capela-mor; 1960 - a Igreja sofre um profundo restauro orçamentado no valor de 140 mil escudos; séc. 20, década de 90 - realização de obras tendo-se escavado o pavimento da igreja e substituído os tectos de madeira; séc. 20 - restauro da cobertura da nave e da capela-mor. |
Observações
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*1 - Delfim Bismark Ferreira, Ob. Cit., p.253, refere que "o arco cruzeiro apresentava algumas pinturas com motivos vegetalistas, mas com o passar dos anos (...), as mesmas são hoje praticamente imperceptíveis" e que sobre este "podia-se observar, até meados do século XX, um escudo com as armas do Convento de Jesus de Aveiro e alguns ornamentos hoje inexistente"; *2 - A. G. da Rocha Madahil, no "Milenário de Aveiro", Ob. Cit., Doc.XXIX, p.44; *3 - Fortunato Almeida, Ob. Cit., pp.123-124 "Catálogo de todas as Igrejas, Comendas e Mosteiros que havia nos Reinos de Portugal e Algarves, pelos anos de 1320 e 1321, com a lotação de cada uma delas"; *4 - A.U.C., Livro nº 3 da Igreja de S. João e Valmaior, D III, 1.ª D, E 14, T 5, Nº 12, fls.222-226v; *5 - A.D.A., Livro Notarial de Albergaria-a-Velha, Tabelião José Marques Pires, 1854, Escriptura d'Arrematação da compustura da Igreja de Valmaior, e das Capellas de Santo António, São Luís de Villa Nova, e S. Thomé de Rendo, que foi o Arrematante João da Silva Vidal da Villa d'Albergaria-a-aVelha e a Junta de Paroquia da mesma Freguezia de Valmaior; *6 - A. Nogueira Gonçalves, Ob. Cit., p.66, refere a existência de tectos "de apainelados, pintados no último século". |
Autor e Data
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Ana Lemos 2006 |
Actualização
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