Jardim Roque Gameiro
| IPA.00026920 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia |
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Arquitectura recreativa, do séc. 20. Jardim de planta rectangular simples situado no centro de uma praça, formando cinco canteiros, divididos por caminhos pavimentados a alcatrão, rodeado por passeio com pavimento em calçada de calcário. Num dos extremos, surge monumento escultórico, alusivo aos homens do mar, e dois quiosques, um quadrangular, com base rebocada e pintada e zona superior em tijolo burro, com cobertura dupla e rasgado por quatro portas e quatro janelas de iluminação interior. O segundo quiosque é de metal, de planta hexagonal e remate em cúpula hexagonal metálica, assente em friso, com balcão de pedra mármore, possuindo seis janelas de venda, uma delas formando simultaneamente a porta de acesso. As janelas são protegidas por aba corrida a uma água, sustentada por elementos metálicos, em consola. |
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Número IPA Antigo: PT031106491429 |
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Registo visualizado 2678 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Espaço verde Jardim
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Descrição
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Jardim implantado em declive, de planta rectangular simples, rodeado por passeio público, pavimentado a calçada de calcário, possuindo cinco canteiros relvados e com várias árvores, onde se incluem palmeiras, um deles com enorme mamoa, e caminhos pavimentados a alcatrão, com linha de água em calçada. No canteiro central do topo N., situa-se um monumento escultórico, a representar o "Pescador ao leme", em cantaria de calcário, assento em plinto paralelepipédico, sobre pequena plataforma de um degrau, sobre o qual surge uma figura em esforço, sentada, segurando um leme, com a inscrição "AO LEME". No topo SO., surge um quiosque de venda da Carris, de planta rectangular, com os ângulos truncados, tendo embasamento em cimento encarapinhado, encimada por tijolo burro, separados por friso denteado em cerâmica, possuindo cobertura em forma de pagode chinês, criando várias águas, alteada na zona central e uma segunda cobertura de quatro águas, tudo de madeira. Possui porta de verga recta nas quatro faces E. e O., uma delas transformada em bilheteira, com a zona inferior revestida a ladrilho de cerâmica. Nos ângulos, surgem pequenas janelas de perfil angular e, entre elas, aparecem painéis de azulejo policromo, representando figuras femininas com um búzio e a legenda "O BÚZIO", sobre uma onda e a legenda "A ONDA", com uma gaivota e a legenda "A GAIVOTA", numa rocha e a legenda "O ROCHEDO", uma barca e a inscrição "O TOAR" e sobre a areia com a inscrição "A AREIA". Todos estão assinados com "J. PINTO 1916", tendo, na base, as armas de Lisboa. No topo SE., quiosque octogonal, com remate em falsa cupulim oitavado, pintado de verde, com revestimento a fingir escamas de peixe encimado por pináculo pontiagudo e assente em friso estriado. Tem base de alvenaria, rebocada e pintada de azul, sobre o qual surge um friso de metal pintado de verde, formando elementos fitomórficos centrais, sobre o qual assenta o balcão em pedra mármore. Para o balcão abrem as janelas de venda, flanqueadas por pilares com o terço inferior marcado e fustes almofadados, ornado por capitel de acantos, dando origem a um vão em arco abatido encimado por painel ornado por enrolamentos, encontrando-se protegidas por estores de correr, tudo pintado de branco. Encontram-se protegidos por aba corrida metálica, formando seis águas, com o interior seccionado em dois apainelados e sustentada por elementos em ferro, formando enrolamentos e caules de folhagem. |
Acessos
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Cais do Sodré. WGS84: 98º42'20.57''N., 9º08'36.91''O. |
Protecção
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Parcialmente incluído na Zona de Proteção da Estação Ferroviária do Cais do Sodré (v. PT031106490550) |
Enquadramento
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Urbano, isolado, situado no centro de uma Praça, que divide alguns edifícios pertencentes à Administração do Porto de Lisboa, como o Edifício do Relógio (v. PT031106491430), da Estação ferroviária do Cais do Sodré (v. PT031106490550), totalmente rodeado por vias públicas e tendo, no topo N., um estacionamento de automóveis, e a Praça do Cais do Sodré, onde se ergue a estátua ao Duque da Terceira (v. PT031106491428); no topo oposto, situa-se uma ampla via pública e o Rio Tejo. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Recreativa: jardim |
Utilização Actual
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Recreativa: jardim |
Propriedade
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Pública: municipal / Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ESCULTOR: Francisco Santos (1915). PINTOR DE AZULEJOS: J. Pinto (1916). |
Cronologia
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Séc. 18 - o termo quiosque aplica-se aos pavilhões de jardim orientais e aos próprios coretos; 1865 - os franceses adoptaram estas pequenas estruturas para embelezar pontos estratégicos dos "boulevards", onde se vendiam jornais, flores, tabacos e refrescos; 1867, 4 Novembro - primeiro pedido à Câmara Municipal de Lisboa para a introdução de um quiosque em Lisboa, pelo escritor e artista D. Tomás de Melo; 1868, 12 Novembro - o monarca dá autorização e a edilidade também; a Câmara autorizava o seu arquitecto, Domingos Parente da Silva para estudar a sua localização na cidade, considerando os pedidos de D. Tomás de Melo e, entretanto, de José Maria de Porto Miguéis; 1869 - estes elementos começam a generalizar-se em Portugal; 1876, 3 Agosto - Charles Marnay pede à Câmara a introdução de bancos e poltronas de ferro nos Restauradores, que serviriam a construção de dois quiosques e um coreto; 1900 - alguns passam a vender sorvete e, no do Terreiro do Paço, vendia-se peixe frito e azeitonas; séc. 20, início - construção dos quiosques; meados - um dos quiosques serviu de arrecadação; 1916 - pintura dos azulejos de um dos quiosques, pelo pintor J. Pinto; execução da escultura do pescador ao leme, por Francisco Santos; séc. 20, década de 80 - um dos quiosques passa a ser utilizado como ponto de venda da Companhia da Carris de Ferro de Lisboa. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma. |
Materiais
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Quiosques com estrutura em alvenaria de tijolo, rebocada e pintada, de madeira e metal; balcão em mármore; monumento escultórico em cantaria de calcário; revestimento a azulejo; |
Bibliografia
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FERREIRA, Rafael Laborde, VIEIRA, Victor Manuel Lopes, Estatuária de Lisboa, Lisboa, Amigos do Livro, Lda., 1985; CAEIRO, Baltazar Matos, Os Quiosques de Lisboa, Sacavém, Distri Editora, 1986. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: séc. 20, década de 80 - transformação do quiosque em ponto de venda da Carris, com alteração de uma das entradas, transformada em bilheteira; reboco e pintura da base; arranjo da madeira da cobertura. |
Observações
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Autor e Data
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Paula Figueiredo 2008 |
Actualização
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