Castelo de Evoramonte ou Évora Monte / Castelo e cerca urbana de Evoramonte

IPA.00002720
Portugal, Évora, Estremoz, Évora Monte (Santa Maria)
 
Arquitectura militar e residencial tardo-medieval. Castelo conjugando função de paço senhorial da fase de transição na arquitectura militar. Cerca urbana medieval e da fase de transição. Castelo de planta quadrangular com quatro torreões artilheiros tronco-cilíndricos nos vértices. Cerca urbana de traçado triangular com cubelos circulares medievais a flanquear as portas, e torreões artilheiros de transição com canhoneiras. Integrado no contexto das intervenções feitas nos territórios pertencentes à casa de Bragança na época manuelina, constituindo um exemplo de adaptação à artilharia pirobalística, a par com o Castelo de Vila Viçosa (v. PT040714030002). Apresenta desenho característico dos irmãos Diogo e Francisco de Arruda (Pereira, 1989), tanto em termos da ornamentação manuelina, como nas características da fortificação de transição. Insere-se no quadro dos modelos tardo-medievais e renascentistas do castelo / paço ideal construído a partir de uma fortificação medieval (Paulo Pereira, 1989). Revela algumas afinidades com os bastiões da fortaleza francesa de Salsses (séc. 15 e 16), da torre de menagem de Vincennes (séc. 14) e do castelo de Rambures (séc. 14 e 15). Apresenta uma linha de horizonte de invulgar alcance, sendo o paço visível desde uma grande extensão. Inclui três pisos que diminuem telescopicamente de baixo para cima, e uma robustez de volume que induz uma interpretação simbólica de apropriação senhorial do território. Paço pouco habitado, que terá servido mais de residência de caça do que para a guerra (Espanca, 1962). Os nós representados em baixo relevo nas fachadas do paço apresentam uma configuração igual ao nó apresentado no paço bragantino de Vila Viçosa (Porta dos Nós) e do paço de Évora. Estes, para além de fazerem parte da tipologia decorativa, constituem uma comunicação simbólica de assinatura do poder ducal da Casa da Bragança. A muralha mostra elementos estruturais góticos, contudo, com características da arquitectura militar de transição: espessamento dos muros, introdução de canhoneiras e merlões mais largos, arredondamento das torres defensivas que permitiam o ricochete de projécteis e garantiam maior eficácia do tiro rasante.
Número IPA Antigo: PT040704040002
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo e cerca urbana    

Descrição

CERCA URBANA: perímetro muralhado com planta em forma de triângulo escaleno que contorna toda a vila, seguindo a configuração do morro de Evoramonte. É composta por uma muralha construída em alvenaria de pedra irregular argamassada, integrando quatro torres semicirculares, cinco torreões artilheiros circulares, ameias de corpo largo e adarve que une todas as portas da vila e torres. Em alguns locais, a muralha foi implantada directamente na rocha. Conservam-se quatro portas em arco quebrado. Porta do Freixo, Porta de S. Brás, Porta do Sol ou da Vila, Porta de S. Sebastião - e um postigo. A Porta do Freixo virada para S., no sentido de Évora, é aparentemente a principal, apresentando portal de arco quebrado de moldura granítica sobrepujado por uma lápide dionisina e ladeado por duas torres semicirculares, estando este conjunto flanqueado à esquerda por um torreão artilheiro cilíndrico. A Porta de S. Brás, virada para SE., encontra-se localizada no flanco ocidental, sensivelmente no meio do troço que corre entre os dois bastiões circulares, sendo constituída, no interior, por arco rebaixado, e, no exterior, por arco gótico assente em bases de granito ornamentado. A Porta do Sol ou da Vila, virada para nascente, de onde lhe provém a toponímia, é constituída por vão em arco quebrado e cubelos flanqueantes, sendo de configuração similar à Porta do Freixo. A porta de S. Sebastião, obra do séc. 15, está virada a O. e apresenta arco quebrado amplo, sendo a que se encontra mais próxima do paço. Terá sido alargada para permitir a passagem de animais de carga e apetrechos de guerra (Espanca, 1962). O Postigo, localizado no troço de muralha entre o bastião da Porta de S. Sebastião e o das Portas do Sol, tratava-se de um acesso secundário utilizado para permitir o acesso de pessoas à vila sem ser preciso abrir a porta principal, e encontra-se num local em que a espessura da muralha atinge os dois metros, sendo o local de mais difícil acesso e que seria, por isso, obstruído em períodos de guerra (Espanca, 1962). As quatro torres medievais semicirculares serviam de reforço defensivo às duas entradas que flanqueiam. Os cinco torreões cilíndricos artilheiros, assentes numa base quadrangular, possuem ameias largas no topo e canhoneiras de tijolo, tanto no intervalo dos merlões como no corpo do torreão. PAÇO: implantado na zona N. da vila, no ponto de cota mais elevada, apresenta planta quadrangular com quatro torreões circulares - um em cada ângulo - orientados segundo os quatro pontos cardeais. Cada torre possui três tambores de diâmetro decrescente, de que resulta um volume de forma telescópica. O corpo principal apresenta canhoneiras no remate. Naturalmente, as quatro fachadas organizam-se em cada um dos lados do quadrado, entre duas das torres, com janelas dispostas de modo quase simétrico de molduras dos vãos graníticas. A fachada principal está virada a NE., nela se encontrando uma ampla porta em madeira de perfil quadrangular com ombreiras chanfradas em granito, possivelmente destinada a acesso carral (Pereira, 1989), e duas janelas assimétricas, uma em cada piso. O corpo vertical está dividido em quatro pisos - piso térreo, segundo e terceiro pisos, e terraço -, cada um deles de planta quadrada, com cobertura de seis abóbadas de aresta equivalentes, suportadas por quatro colunas de capitéis lavrados, e acessos aos torreões cobertos por abóbada de berço. As paredes NO. e SO. encontram-se directamente assentes na rocha. O piso térreo é o que apresenta menor pé-direito. Possui, no interior, quatro colunas torsas de secção circular, assentes em bases quadradas decoradas com lóbulos nos ângulos e dupla gola envolvida em motivos de labaredas desde a gola inferior até ao início do fuste. Os capitéis têm três golas delgadas com decoração vegetalista nos dois espaços intermédios, revelando influência manuelina (Espanca, 1962). Sobre as colunas assenta a abóbada abatida com nervuras duplas boleadas. No torreão N. encontra-se uma outra porta com arco de volta perfeita, em ângulo e uma escada em caracol com degraus graníticos, que liga ao terraço. O torreão O. possui também uma escada em caracol de serventia do mesmo material, que liga ao segundo andar. Do lado SO. do piso térreo parte uma chaminé que atravessava os pisos superiores até ao terraço. O segundo piso, possui colunas de secção quadrada com chanfro, base quadrada com lóbulos e gola circular. Os capitéis octogonais irregulares são decorados nas quatro faces maiores com motivos anelares e triângulos invertidos na parte inferior. A cobertura é feita em abóbada semi-circular com nervuras chanfradas em alvenaria. Neste piso, as colunas e abóbadas são idênticas às do primeiro, embora de perfil mais simples, com capitéis de secção octogonal de duas golas, em que a superior é torsa, e entre as quais se encontra uma ornamentação em botões. O terraço possui pavimento de tijoleira e é delineado por merlões chanfrados muito amplos, entre os quais se abrem canhoneiras. No torreão N., sobre a abóbada que cobre o acesso ao terraço, encontra-se um marco geodésico. Os torreões apresentam, no interior, uma planta subrectangular, com paredes espessas, cobertura em abóbada de berço de arcos torais simples e as aberturas em arco pleno correspondentes às canhoneiras*1, conservando encaixes em cantaria para portadas. Todos apresentam frestas e canhoneiras em diferentes níveis da sua superfície. As portas de madeira ripada, desprovida de decoração, com batentes em ferro, e janelas com gradeamento de ferro. Decoração interior eminentemente vegetalista e restrita aos capitéis, bases de coluna e ângulos de vãos. O corpo principal é envolvido por dois cordões que delimitam a separação dos pisos e que se fecham em nós volumosos.

Acessos

EN 18, Largo do Castelo, VWGS84 (graus decimais) lat. 38,771890 long. -7,715841

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 de junho 1910 / ZEP, DG n.º 170 de 23 de julho 1948

Enquadramento

Urbano. Implantado na vertente O. da Serra d'Ossa, a 474 m de altitude, na cota mais elevada e na zona N. da vila, com horizonte de invulgar alcance e visível numa grande extensão. Encontra-se integrado na vila de Evoramonte, pertencente à antiga rede urbana do ducado de Bragança desde 1461, na época do duque D. Fernando I, neto do condestável Nuno Álvares Pereira. Integra, na zona S., a igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição (v. PT040704040033) e, a SO. do paço, a igreja da Misericórdia (v. PT040704040035). Possui, assim, uma localização privilegiada de controlo visual sobre os núcleos de dominação brigantina, devido à sua relativa proximidade do castelo de Arraiolos (v. PT040702010004) e de Vila Viçosa (v. PT040714030002), pertencentes à mesma casa. Encontra-se a cerca de 30 km do centro histórico de Évora (v. PT040705050070).

Descrição Complementar

INSCRIÇÕES: acima da Porta do Freixo, na parede exterior das muralhas encontra-se uma lápide bipartida em mármore branco de Estremoz com a seguinte inscrição em caracteres góticos unciais: E: M: CCC: XXXX : / IIII : FERIA SEGU / NDO : XVI : DIAS : / DE IANEIRO : FOI : / COMECADO : ESTE : / CASTELO : POR MAN / NDADO : DO MVI : / NOBRE : SENHOR : / DON : DINIS : REI: DE : / PORT : E DO : ALGARVE : / (Era de Cristo de 1306)

Utilização Inicial

Militar: castelo e cerca urbana

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DRC Alentejo, Portaria nº 829/2009, DR, 2ª. Série, nº 163 de 24 de agosto de 2009

Época Construção

Séc. 14 / 16

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS / MESTRES DE OBRA: Diogo de Arruda (atr.) e Francisco de Arruda (atr.)

Cronologia

1800 a.C. - hipotética construção de uma estrutura defensiva que ocupava uma área entre 8 a 10 hectares, correspondente ao povoado de Ebura (Guerreiro, 2011); 84 a.C. - alteração da fortaleza segundo técnicas castrenses (Espanca, 1975); 716 - conquista da suposta fortaleza pelos mouros; 1166 - conquista da fortaleza pelas forças cristãs de Geraldo Geraldes; 1248 - concessão da primeira carta de foral por D. Afonso III, delimitando o termo de Évora-Monte; 1271, 24 de Maio - confirmação do foral, segundo o modelo dos forais de Santarém, ampliação dos privilégios e elevação de Évora-Monte a concelho; 1306, 17 de Janeiro - ordem de D. Dinis para o início da construção de um castelo com torre de menagem e cerca com objectivo defensivo e de incremento populacional (Caeiro, 2005); 1381 - tentativa de assédio por parte dos mercenários ingleses de D. Fernando de Castela; 1385, 20 de Agosto - doação do castelo e da vila ao Condestável Nuno Álvares Pereira, por D. João I, como recompensa pelo seu apoio estratégico na batalha de Aljubarrota; 1422, 4 de Abril - criação do ducado de Bragança; doação da vila e do castelo, feita por Nuno Álvares Pereira ao seu neto D. Fernando, 3º conde de Arraiolos; 1461 - passagem da vila de Evoramonte, e consequentemente, do seu castelo e muralhas, para o ducado de Bragança, por ascensão do conde de Arraiolos, D. Fernando, a duque de Bragança, o que sucedeu devido à morte do seu irmão D. Afonso, herdeiro directo do ducado; 1483 - passagem do castelo para os bens da coroa, em consequência da execução do duque D. Fernando II, acusado de traição; 1495 - subida ao trono de D. Manuel e devolução dos bens à casa de Bragança, entre os quais Evoramonte; 1512 - refúgio de D. Jaime na torre de menagem por receio de castigo ou prisão régia, após ter assassinado a sua esposa no Paço de Vila Viçosa por desconfiança de infidelidade (lenda); retiro de D. Jaime na torre de menagem para chorar a morte da esposa; 1513 - conquista de Azamor e Mazagão pelos portugueses, com papel preponderante do duque D. Jaime I, que poderá ter aí conhecido o trabalho de arquitectura militar dos irmãos Arruda, mestres das obras das fortaleza das praças conquistadas; 1516, 15 de Dezembro - concessão de carta de foral por D. Manuel I; 1525 / 1531- construção dos torreões cilíndricos artilheiros da cerca segundo traça atribuída a Francisco de Arruda (Pereira, 1989); 1531, Fevereiro - terramoto e consequente destruição das muralhas, torre de menagem, bastiões e cubelos da cerca; 1532 - morte do duque D. Jaime e sucessão de D. Teodósio I no ducado, que reparou e terminou a construção dos bastiões cilíndricos da muralha; 1531 - 1535 - obras de reconstrução provavelmente incompletas e construção do presente paço no lugar da antiga torre de menagem, e executadas, até à data da sua morte, por D. Jaime I (1532), duque de Bragança e titular da vila, segundo os padrões da arquitectura militar moderna, com traça de Francisco de Arruda; séc. 16, época manuelina - surgimento da simbologia dos nós em Evoramonte marcando um importante momento da casa ducal de Bragança numa época em que D. Manuel nomeou D. Jaime I herdeiro presuntivo do trono, tendo este passado a ostentar no seu brasão de armas a legenda "Depois de vós, nós" e adaptando o nó como parte da ornamentação heráldica da casa de Bragança; 1663, 13 de Maio - exigência de rendição de Evoramonte, embora sem consequências, por parte de uma pequena força do exército de D. João de Áustria, prestes a assaltar Évora; 1755, 1 de Novembro - terramoto com epicentro ao largo do Cabo de S. Vicente, provocando queda de algumas pedras do paço, também devido ao avançado estado de degradação da estrutura; 1808 - integração de Evoramonte na Junta de Estremoz, em conjunto com Vila Viçosa, Borba, Terena, Veiros, Arraiolos, Vimieiro, Sousel, Avis e Fronteira, na defesa contra as invasões napoleónicas; 1808, 31 de Julho - passagem por Evoramonte da divisão militar de Loison, o Maneta, a caminho de Évora com o intuito de atacar a cidade; 1819, 5 de Novembro - decisão do padre João Baptista da Guerra, nomeado guarda-mor da saúde de Evoramonte, em obstruir todas as portas da vila, à excepção da Porta do Sol, como medida de prevenção do alastramento de uma peste que surgira em Espanha; 1834, 25 de Maio - ocupação de Evoramonte pelo duque de Saldanha, na época das Guerras Liberais, no contexto do cerco às tropas de D. Miguel que se encontravam em Évora, sitiadas pelas forças liberais estabelecidas em Estremoz e Montemor-o-Novo; 1834, 26 de Maio - assinatura da Convenção de Evoramonte (na residência do presidente da câmara José António Saramago); 1836, 6 de Novembro - perda do estatuto concelhio e anexação ao concelho de Vimieiro; 1846, 9 de Novembro - extinção do concelho de Vimieiro e reestabelecimento do concelho de Evoramonte; 1855, 24 de Outubro - extinção do concelho de Evoramonte e integração da vila no concelho de Estremoz; séc. 19 (finais) - colocação do vértice geodésico sobre a cúpula que cobre a porta de acesso ao terraço; 1969 - desabamento de um dos torreões da muralha E.; 1937, 15 de Junho - proposta de entrega do Castelo de Evoramonte por parte do Ministério da Guerra à Direcção Geral da Fazenda Pública, por falta de utilização militar; 1939, 6 de Outubro - proposta de adaptação do paço a museu regional; 1937, 3 de Agosto - proposta de obras de consolidação e reconstrução e sugestão de adaptação a Casa do Povo e residência do guarda; 1946, 2 de Abril - cessão do castelo de Evoramonte à Junta de Freguesia da mesma vila; 1951, 10 de Julho - entrega das chaves do paço ao presidente da Junta de Freguesia de Evoramonte; 1969 - desabamento da barbacã; 1970 - os visitantes do paço eram recebidos pela família residente na denominada Casa da Convenção que detinha a chave; 1973, 7 de Outubro - visita do presidente da república, o almirante Américo Tomás, ao paço e à vila; 1986; 1987 - crítica pública expressa em carta à Direcção Geral dos Monumentos Nacionais e em material periódico por parte dos "Amigos do Castelo de Evoramonte" ao arquitecto Rui Couto, responsável pelo restauro de Evoramonte, devido à utilização de materiais diferentes dos originais e considerados anti-estéticos. Durante algum tempo o paço esteve fechado ao público; 1992, 01 Junho - afectação do imóvel ao Instituto Português do Património Arquitectónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2006, Fevereiro - início comemorações dos 700 anos do Castelo; 2007, 20 Dezembro - afectação do imóvel à Direcção Regional da Cultura do Alentejo, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura do paço em alvenaria de pedra irregular de granito, mármore e xisto da região e argamassa constituída por cal, areia e água: tijoleira no abobadamento de aresta das salas interiores do paço e granito nos vãos de janela e de fresta, colunas torsas e chanfradas e degraus da escada em caracol; vestígios de cal cimentícia cinzenta para revestimento inicial do exterior e cal amarelada, de aplicação recente; portas exteriores e portadas em madeira de castanho e portas interiores em casquinha.

Bibliografia

PINA, Maria do Carmo - Évoramonte: A Fortaleza Monografia. Lisboa: 1989 (não consultado); BARROCA, Mário - "Tempos de resistência e inovação: a arquitectura militar portuguesa no reinado de D. Manuel I (1495-1521)". Portugalia. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2003; CAEIRO, Sandra - Évora-Monte: Contributos para preservar a autenticidade da sua imagem, Dissertação de Mestrado em Recuperação do Património Arquitectónico e Paisagístico. Évora: Universidade de Évora, 2005; DÁVILA, Mário Barreto - D. Fernando I, 2º Duque de Bragança: vida e acção política, Dissertação de Mestrado em História Medieval. Lisboa: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2009; ESPANCA, Túlio - "A Cerca e o Castelo de Évora Monte". A Cidade de Évora. Évora: Câmara Municipal 1962, nºs 51 e 52; ESPANCA, Túlio - Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora. Lisboa: Academia Nacional de Belas Artes, 1966; GUERREIRO, Hugo - Evoramonte - um contributo par a sua história e património cultural edificado. Evoramonte: Junta de Freguesia de Evoramonte, 2001; PEREIRA, Paulo - Évoramonte. A fortaleza. Lisboa, Instituto Português do Património Cultural, 1989; RUAS, João - Um Castelo de Histórias. Sete Séculos da História de Evoramonte. Estremoz: Câmara Municipal de Estremoz, 2006; SILVA, José Custódio Vieira - Paços Medievais Portugueses. Lisboa: Instituto Português do Património Arquitectónico, 2002.

Documentação Gráfica

IHRU:SIPA

Documentação Fotográfica

IHRU:SIPA

Documentação Administrativa

IHRU:SIPA

Intervenção Realizada

Ministério da Guerra: 1934, 18 de Outubro - primeiro alerta à DGEMN sobre a necessidade urgente de obras na "torre de menagem" de Evoramonte, por parte da Secretaria da Guerra; DGEMN: 1935, 27 de Fevereiro - aprovação do início de obras de restauro; 1937 - obras de restauro a nível da reconstrução das muralhas O. e S. perto das portas, de dois torreões cilíndricos do paço, abóbadas e ameias, assento do pavimento em tijolo, portas interiores e exteriores, ferragens, janelas e grades, construção de ameias no corpo principal e cubelos, restauro dos torreões e consolidação de paramentos; 1942, 4 de Junho - início das obras de restauro a nível da consolidação geral, assento de degraus de escada em caracol em xisto, abóbadas e pavimento em tijolo; 1942 - demolição do vértice geodésico por risco de ruína da abóbada sobre a qual estava implantado, causando inquietações nos Serviços Cartográficos do Exército; 1943, 1 de Julho: início de obras de restauro com interrupção no dia 16 de Setembro por falta de verbas; 1944, 27 de Junho - continuação das obras de restauro iniciadas no ano anterior, com interrupção a 21 de Outubro por esgotamento de verbas; 1945, 29 de Maio - continuação das mesmas obras de restauro com suspensão dos trabalhos a 13 de Outubro por falta de verbas; 1946, 15 de Julho - início das obras de restauro a nível da reconstrução e consolidação da cintura de muralhas em alvenaria, aplicação de cantaria em degraus, frestas e janelas, consolidação da escada em caracol, construção e consolidação da abóbada em tijolo, elevação de torreões em alvenaria argamassada, adaptação de uma das torres do paço a residência do guarda; 1947: construção e assentamento do pavimento do terraço em ladrilho, construção de paredes de alvenaria argamassada e de cintas de betão para consolidação de paredes e abóbadas; 1948, 24 de Maio - continuação da obra do ano anterior e construção e assentamento do antigo sistema de canalização de aproveitamento das águas da chuva em ligação com a cisterna existente; 1949 - obras de restauro a nível da construção de paredes no 3º e 4º pisos, construção de cantaria em degraus e em vãos de janela do 2º e 3º pisos, frestas e janelas, consolidação de paredes e abóbadas do 4º piso com cintas de betão. Obra suspensa a 17 de Agosto; 1964, 2 de Setembro - aprovação de orçamento para pintura de madeiras, construção de fossa séptica para ligação de esgoto, limpeza de cantarias de granito no paço, instalação de iluminação eléctrica, assentamento de portas e portadas, de materiais sanitários e respectivo sistema de esgotos, de cantaria em granito no pavimento, nas escadas, nos vãos de janelas e nos bancos, reparação das paredes exteriores, construção de abóbada de tijolo e caiação de interiores. Sugestão de criação de um "museu militar e guarda de documentos relacionados com a história da vila no paço de Evoramonte; 1964, 7 de Outubro - a instalação eléctrica no paço encontrava-se concluída; 1969, 28 de Agosto - auto de vistoria e medição da reconstrução urgente do torreão e da secção de muralha vizinha que ruíram, remoção de alvenarias desligadas e a aplicação de alvenaria hidráulica nos panos de muralha; CME: 1970 - remoção de quatro elementos de iluminação pública das quatro torres do paço; DGEMN: 1971, 20 de Setembro - aprovação de orçamento para pintura de madeiras, construção de fossa séptica para ligação de esgoto, limpeza de cantarias de granito do paço, instalação de iluminação eléctrica, assentamento de portas e portadas, de materiais sanitários e respectivo sistema de esgotos, de cantaria em granito no pavimento, nas escadas, nos vãos de janelas e nos bancos, reparação das paredes exteriores, construção de abóbada de tijolo e caiação de interiores; 1971, 31 de Dezembro - auto de vistoria e medição da construção em alvenaria de elevações do muro, abóbadas de nervuras em tijolo, assentamento de cantarias em granito, pavimentos em tijoleira e portadas, reparação de paredes e pintura de madeiras a óleo; 1979, 22 de Outubro - auto de vistoria das obras de reparação do sistema de instalação eléctrica no paço; GNR: 1980, 2 de Maio - colocação de uma antena no paço; DGEMN: 1980 / 1981 - consolidação de muralhas e fechamento de fendas; 1982 / 1983 - instalação sanitária e respectivo sistema de canalização; 1984, 14 de Agosto - auto de consignação de trabalhos de recuperação da muralha do castelo, incluindo reconstruções em alvenaria de secções de muralha, degraus de escada de acesso ao adarve, merlões da zona E., construção de alvenaria de tijolo maciço nas canhoneiras e fechamento de uma fenda na muralha junto a uma igreja; 1984, 19 de Setembro - auto de vistoria e medição de trabalhos de recuperação a nível de um pano de muralha com paramento, degraus e merlões; 1985, 28 de Outubro - início das obras de recuperação a nível do reboco das muralhas adarve e escadas para prevenir infiltrações das águas pluviais, tendo sido terminadas a 19 de Dezembro; 1986 - obras de recuperação do pano de muralha, lavagem de pedras e reparação de escadas, limpeza de paramentos, aplicação de reboco na muralha exterior, reparação de pavimento de tijoleira no terraço do paço, reparação de janelas a fim de evitar infiltrações de águas pluviais, substituição da fechadura da porta de acesso ao terraço, caiação da cúpula e paredes na escada de acesso ao terraço. Finalização das obras de reconstrução e restauro do paço; 1987, 7 de Janeiro: auto de vistoria e medição de trabalhos de recuperação da muralha; 1987 - obras de remodelação da instalação eléctrica.

Observações

*1 Estas aberturas apresentam, por vezes, difícil acesso para manobrar uma peça de artilharia. Cada piso do paço tem, em média, 139 m2 de área útil.

Autor e Data

Margarida Contreiras 2012 / 2013

Actualização

 
 
 
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