Arco da Rua Augusta

IPA.00027895
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 
Arquitectura comemorativa, neoclássica. Arco triunfal.
Número IPA Antigo: PT031106481531
 
Registo visualizado 3547 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Comemorativo  Arco triunfal    

Descrição

Monumento em cantaria de calcário liós, composto por um amplo arco de volta perfeita. Na face N. o arco assenta sobre seis colunas de fuste liso e capitéis jónico-toscanos, que assentam em plintos paralelepipédicos, duas delas grupadas, e rematam em entablamento toscano. Sobre a cornija, pedestais côncavos, com as estátuas de Viriato e Vasco da Gama, no lado esquerdo, e o Marquês de Pombal e Nuno Álvares Pereira, com guerreiro, no lado oposto. O corpo do arco é ornado por cartela central, concheada e irnada por pluma superior, enquadrando o escudo português encimado por coroa, ladeado por folhas de louro e festões. É ladeado por duas figuras alegóricas, representando os rios Tejo e Douro, na forma de figuras maduras e com barba. Sobre o corpo central, surge uma base que sustenta um conjunto escultórico alegórico, representando a figura feminina da Glória, a coroar os jovens Valor e Génio; tendo na base a inscrição: "VIRTVTIBVS MAIORVM VT SIT OMNIBVS DOCVMENTO P P D". A primeira surge na forma de uma mulher jovem, ladeada por um leão e enquadrada por estandartes militares; o Génio surge na forma de um jovem alado, com livros e palheta na mão esquerda e lira na direita. A face S. assenta em pilastras e, sobre o arco, cartela semelhante à oposta, que enquadra um mostrador de relógio. O intradorso do arco tem cobertura em abóbada de aresta com florão central *1.

Acessos

Praça do Comércio, Rua Augusta

Protecção

Incluído na classificação da Praça do Comércio (v. IPA.00006491) e na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) / Incluído na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128)

Enquadramento

Descrição Complementar

"foi o arquiteto camarário Veríssimo J. da Costa o autor do projeto aprovado pelo governo em 1861 e exposto, em fotografia de maqueta, no ano seguinte, na Academia, e que se baseava, com modificações de índole escultórica, em outro, que Costa Cabral aprovara, sete anos atrás. Arcos festivos nesse ano erguidos nas ruas da cidade, por ocasião do casamento régio, traçados pelos decoradores da Ópera, Cinatti e Rambois, como pelo próprio Veríssimo da Costa, evidenciam o gosto que evoluíra desde os anos 40, num ecletismo de referência parisiense, que presidiu ao desenho final do arco da Rua Augusta, com a sua pesada cabeceira brasonada que anuncia, em latim, que as virtudes dos antepassados devem servir de exemplo a todos: e esses "maiores" escolhidos pela Academia das Ciências, são Viriato, Vasco da Gama, Nuno Álvares Pereira e Pombal, preferido em última análise a Afonso de Albuquerque, num duvidoso jogo iconográfico que Vítor Bastos satisfez medianamente e se perde nas alturas do monumento, tendo mais em aletas, as figuras do Tejo e do Douro. Acima dele, o grupo escultórico principal foi encomendado a Calmels e representas a Glória a coroar o Génio e o Valor sentados. Na sua acumulação de elementos de várias mãos, o arco constitui o exemplo maior de academismo que Lisboa pôde ofereder-se em 1873. Logo criticado como "padrão eterno de mau gosto artístico desta época", ele prejudicaria sem remédio não só o caráter estilístico da praça mas a sua própria definição espacial - que pelos fins do século seria piorada com plantação de árvores ao redor." (FRANÇA)

Utilização Inicial

Comemorativa: arco triunfal

Utilização Actual

Comemorativa: arco triunfal

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DGPC, Decreto-Lei n.º 115/2012, DR, 1.ª série, n.º 102 de 25 maio 2012

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Veríssimo José da Costa; ESCULTORES: Anatole Calmels (séc. 19); Vítor Bastos (séc. 19).

Cronologia

Séc. 18 - elaboração de um projeto não concretizado pelo engenheiro Carlos Mardel; 1861 - aprovado o projeto do arquiteto camarário Veríssimo da Costa; 1862 - exposição da maquete do projeto na Academia de Belas Artes; 1873 - inauguração do monumento que inclui esculturas de Vítor Bastos e de Anatole Calmens; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245; 2009, 24 agosto - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163; 2013, 9 agosto - abertura ao público e inclusão de dois elevadores.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma.

Materiais

Bibliografia

VALENTE, António José da Silva, A estátua equestre de D. José I de Machado de Castro 1775, 2 vols., [dissertação de Mestrado em História da Arte], Lisboa, Universidade Lusíada, 1998.; FRANÇA. J.A., Lisboa, História Física e Moral, Livros Horizonte 2008, pp.595-596.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DRMLisboa

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DRMLisboa

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1 - o arco previsto tinha 100 palmos, com o remate sobre duas das colunas, sobrepujado por uma torre quadrangular com relógio, cujos mostradores surgiam nas quatro faces; era decorada por seis esculturas.

Autor e Data

Paula Figueiredo 2009

Actualização

 
 
 
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