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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo
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Descrição
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Planta poligonal, irregular, definida pelos panos de muralha reforçados por duas torres a N. e a S.. A altura da muralha varia, nos panos exteriores, entre 3 e 5m., e a sua espessura é de 1,5 m. Afloramentos da muralha a O. e vestígios a NO. do que se supõe ter sido a barbacã, não ultrapassando 1m de altura; uma única abertura a NE. que dá acesso ao interior agreste e rochoso (xisto), com cotas superiores às da muralha. As torres são maciças, distintas na forma e incompletas; a torre N. de planta circular, com diâmetro máximo 4,99m, e tendo, a partir do exterior, 9m de altura; a torre a S. de base quase quadrada, 4,98 x 4,40m, com sensivelmente a mesma altura e cota de implantação que a N.. Na praça d'armas, escavações de construções; encostada à muralha, a NO., fica o volume cúbico da cisterna, com porta em arco, abobadada, com interior completamente atulhado. Junto à entrada, placa de pedra evocativa das Comemorações dos Centenários e do restauro então realizado. |
Acessos
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Rua Cerro do Castelo |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 129/77, DR, 1.ª série, n.º 226 de 29 setembro 1977 / ZEP, Portaria n.º 220/2010, DR, 2.ª série n.º 55, de 19 de março 2010 |
Enquadramento
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Rural, isolado, no cabeço mais baixo (88m) de dois cerros (o segundo a S., atinge 93m) em cujas encostas, a E., se reparte a vila velha, contornada pela sinuosa ribeira de Aljezur, navegável no período islâmico A parte nova da vila, oriunda do séc. 18, situa-se na planíce além ribeira. À excepção do núcleo planeado da Igreja Nova, a vila apresenta uma urbanização de traçado mourisco - medieval, com a característica invulgar de todas as suas casas, em geral de pouca altura, se disporem em anfiteatro adaptando-se ao acidentado do terreno, e acompanhando as curvas de nível. O acesso ao imóvel é feito por rampa pedonal disposta a E., dando entrada directa no recinto, à qual conduz a estrada que parte da vila. Ampla vista ao redor, constituindo um excelente miradouro natural. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: castelo |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DRCAlgarve, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009 |
Época Construção
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Séc. 10 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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Época romana - o sítio do castelo terá sido ocupado, sucessiva e ininterruptamente por lusitanos, que dele fizeram um castro, e pelos os romanos que nele tiveram um posto vigia *2; Séc. 7 - 8 - os visigodos terão igualmente utilizado o local como posto de vigia; Séc. 10, início - fundação da vila pelos árabes e reformulação das suas defesas, erguendo dentro e fora dos seus muros outras construções das quais apenas chegou até nós a cisterna do castelo; 1242 ou 1246, 24 de Junho - a tradição situa a conquista de Aljezur pelos cavaleiros de D. Paio Peres Correia; segundo a lenda o castelo foi entregue por uma moura que por amor atraiçoou os seus conterrâneos; a ocupação, todavia, não ocasionou a destruição total ou parcial do castelo, mas terá tido alterações posteriores; 1267 - Tratado de Badajoz, em 16 Fevereiro pela qual o Rei de Castela, Afonso X, manda entregar os Castelos do Algarve a D.Afonso III, entre eles o de Aljezur; 1280 - Foral de D. Dinis a 12 Novembro, em Estremoz; 1297, 01 Dezembro - D. Dinis escamba o Castelo de Aljezur e outras terras pela vila de Almada; 1448 - visitação da Ordem de Santiago à Vila de Aljezur na qual se refere o seu estado de abandono e a proibição de retirar qualquer pedra ou cantaria para outras construções; mencionam-se também directrizes para a reconstrução da muralha em ruína e limpeza da cisterna; 1504, 20 de Agosto - Foral de D.Manuel, em Lisboa, no qual o monarca manda que a vila tenha o titulo de "honrada"; 1755 - o terramoto arruina todas as casas da vila, arrasando as altas, o castelo e da matriz só ficando de pé a tribuna e capela-mor; 1940 - 1941 - aquando das Comemorações dos Centenários, reconstrução parcial das muralhas; 1956, 12 de outubro - Parecer da 1.ª Subsecção da 6.ª Secção da Junta Nacional de Educação relativa á classificação do imóvel; 1956, 13 de outubro - Despacho de homologação do Subsecretário de Estado da Educação Nacional relativo à classificação; 1972, 19 de Setembro - parecer da JNE considera que "a aplicação do castelo a uma unidade hoteleira só será de admitir desde que o volume a construir não prejudique o conjunto interior do monumento"; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1996, 21 de Novembro - anúncio pela CMA de concurso público para a elaboração de Projecto de Reconstrução, Conservação, Consolidação e Utilização do Castelo de Aljezur; 1998, 29 de setembro - apresentação pública na CMA do Estudo Prévio do Projecto de Reconstrução, Conservação, Consolidação e Utilização do Castelo de Aljezur; 2007, 05 de dezembro - proposta de ZEP pela DRCAlgarve; 2008, 01 outubro - Parecer favorável do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P., relativo à ZEP; 2009, 29 novembro - Despacho de homologação da ZEP pela Ministra da Cultura. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Alvenaria de pedra aparelhada e cunhais em cantaria apicoada. |
Bibliografia
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Alguns apontamentos sobre o concelho de Aljezur, 2ª ed., Aljezur, 1986; ALMEIDA, J., Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, III, Lisboa, 1947; ANTUNES, L. P, Visitações da Ordem de Santiago à Vila de Aljezur, (1482 e 1490), Espaço Cultural, nº 2, Aljezur, 1987, p. 51 - 70; CATARINO, Helena Maria Gomes, Castelo de Aljezur, Lisboa, 2001; O Algarve Islâmico: roteiro por Faro, Loulé, Silves e Tavira, Faro, 2002; CORREIA, E., Castelo de Aljezur, Espaço Cultural, nº 2, Aljezur, 1987, p. 11 - 13; IDEM, Lenda da tomada do castelo de Aljezur, Concelho de Aljezur, nº 15, 1987, p. 4; IDEM, Castelo de Aljezur - ocupação e cronologia, Concelho de Aljezur, nº 20, 1988, p. 5; MARQUES, J., Castelos Algarvios da Ordem de Santiago no reinado de D. Afonso III, sep. Caminiana, nº 13, Braga, 1986; PERES, Damião, org., A gloriosa história dos mais belos castelos de Portugal, Barcelos, 1969; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74149 [consultado em 11 agosto 2016]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1940 - 1941 - reconstrução parcial das muralha; 1973 - elaboração de projecto de iluminação exterior a solicitação da CM; CMA: 1976 / 1977 - execução da estrada de acesso ao castelo e parque de estacionamento; 1981 - execução das iluminações; 1985 - obras urgentes de consolidação e recalçamento e tapamento de rombos na muralha. |
Observações
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*1 - a cisterna poderá ser utilizada como posto de informação e divulgação sobre o imóvel; *2 - as escavações realizadas revelam a ocupação do local na Idade do Bronze e na Idade do Ferro e, na Praça d'armas , de estruturas habitacionais e dois silos datáveis dos sécs. 12 - 13. |
Autor e Data
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José Colen 1991 / Rosário Gordalina 2005 |
Actualização
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Margarida Alçada 2005 |
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