Muralhas do Castelo de Tavira / Castelo e cerca urbana de Tavira
| IPA.00002833 |
Portugal, Faro, Tavira, União das freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago) |
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Arquitectura militar, medieval, moderna. Fortaleza abaluartada, de planta irregular, implantada em terreno alto, panos de muralha ameados, portas protegidas por torres ameadas. A torre octogonal, inovação construtiva atribuída ao período almóada, com paralelos com a destruída torre poligonal do Castelo de Silves (v. PT050813070002) e com as suas congéneres ainda existentes em território espanhol como em Badajoz, Sevilha, Jerez de la Frontera, Niebla e Écija (GOMES, 1989). |
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Número IPA Antigo: PT050814060002 |
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Registo visualizado 3504 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo e cerca urbana
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Descrição
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Do antigo Castelo e cinta de muralhas resta apenas um bastião de ângulo que defendia uma porta, alguns panos ameados com seteiras, por entre o casario, e uma das antigas portas denominada Arco da Misericórdia em arco de volta perfeita de cantaria aparelhada. Algumas estruturas são em taipa, revestidas de pedra aparelhada ou rusticada, argamassada. Cunhais de cantaria reforçando alguns ângulos. |
Acessos
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Alto de Santa Maria, Travessa da Fonte, Calçada Dom Paio Peres Correia, Rua da Bela Fria, Rua Detrás dos Muros, Rua António Viegas |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 17/2014, DR, 1.ª série, n.º 94 de 16 maio 2014 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 31 de 06 fevereiro 1960 |
Enquadramento
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Urbano. Os restos do castelo erguem-se no meio do casario na parte velha da cidade, junto da Igreja de Santa Maria ( v. PT050814050001 ). Do alto do castelo, cujo núcleo principal está ajardinado, desfruta-se magnífico panorama sobre a cidade, até ao mar. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: castelo e cerca urbana |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: monumento / Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: municipal (castelo) / Pública: estatal (muralhas) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 13 / 17 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO PAISAGISTA: António Viana Barreto |
Cronologia
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Neolítico - provável época da 1ª fortaleza que teria consistido num castro de povoamento neolítico. Por ela passaram sucessivamente os fenícios, os gregos e os galo-celtas (séc. 04 a.C.) que remodelaram a fortaleza e mudaram o nome da localidade para Talábriga. Vieram sucessivamente os cartagineses os cúnios e os romanos que remodelaram a fortaleza e mudaram o nome para Balsa; 1114 - Os mouros apoderam-se da fortaleza, reedificam-na e chamam-lhe Tabira; 1242 - conquistada para a coroa portuguesa por D. Paio Peres Correia; Séc.13, 1ª metade - D. Sancho II doa Tavira à ordem de Santiago; 1252 - D. Afonso X, o Sábio, conquista Tavira no âmbito das suas pretensões pela posse do Algarve; 1264 - D. Afonso X abandona a fortaleza; 1266 - D. Afonso III concede-lhe foral; 1292 - D. Dinis manda reedificar a fortaleza, acrescentando-lhe a torre de menagem e a cerca com 7 portas: a de Fernão Mendes, a da Mouraria, a do Postigo, a da Feição, a de Vila Fria, a de D. Manuel e a Porta Nova; 1303, 15 de Abril D. Dinis concede aos moradores carta de privilégio;1504, 20 de Agosto - D. Manuel concede-lhe foral novo e eleva-a à categoria de cidade, aumentando-lhe os privilégios; 1640, após - a fortaleza medieval dionisíaca é restaurada logo após a Restauração com obras novas de tipo abaluartado; 1975 - Projecto de Arquitectura Paisagista da envolvente das muralhas e praça adjacente (Praça do Infante), pelo Arquitecto Paisagista António Viana Barreto; 2001, Fevereiro - elaboração da Carta de Risco do exterior da muralha pela DGEMN; 2010, 25 janeiro - Proposta da DRCAlgarve de ampliação da classificação (aos troços de muralha que não foram integrados na classificação inicial); 2010, 11 fevereiro - Despacho de abertura do Diretor do IGESPAR para a ampliação da classificação; 2011, 28 de novembro - Publicado no DR, 2.ª série, n.º 228, o Anúncio nº 17542/2011 relativo à abertura do procedimento de ampliação da classificação dos troços das Muralhas de Tavira que não foram classificadas como Monumento Nacional em 1939, localizados nas freguesias de Santa Maria e de Santiago; 2012, 22 fevereiro - Proposta da DRCAlgarve de ampliação da classificação e da ZEP; 2012, 09 maio - Parecer favorável da SPAA do Conselho Nacional de Cultura à ampliação da classificação e da ZEP; 2012, 27 agosto - Anúncio n.º 13363/2012 publicado no DR, 2.ª série, n.º 165, de projeto de decisão relativo à ampliação da classificação e da ZEP, de forma a incluir troços não integrados na classificação inicial.
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Dados Técnicos
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Estrutura autoportante |
Materiais
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Cantaria, alvenaria, taipa |
Bibliografia
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ALMEIDA, João de, Roteiro dos monumentos militares Portugueses, Vol. 3, Lisboa, 1948; GOMES, Rosa Varela, A Arquitectura militar muçulmana in História das Fortificações Portuguesas no Mundo, org. Rafael Moreira, Lisboa, Alfa, 1989; LOPES, João Baptista da Silva LOPES, Corografia (...) do reino do Algarve, Lisboa, 1841. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS, CR |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS, CR |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DREMS, CR |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1940, reconstrução completa do arco de entrada no castelo em cantaria apicoada; reconstrução completa de muralhas em alvenaria em argamassa hidráulica; 1961 - demolição de blocos de muralha que se desagregaram com a derrocada de 1960 junto ao jardim do castelo e no torreão perto da cerca do quartel da Graça; 1969 - reconstrução do troço de muralhas que serve de suporte à parada do quartel da Graça; construção de alvenaria hidráulica em elevação para construção dos troços que ruiram; 1972 - consolidação de muralhas: apeamento e reconstrução de alguns panos; 1974 - obras de consolidação junto ao quartel da Graça; construção de alvenaria hidráulica em tapamento de rombos; 1975 - construção de alvenaria hidráulica em tapamento de rombos; 1978 - apeamento de alvenarias em mau estado e construção de novas; 1980 - consolidação de alguns troços da muralha; 1981 - assentamento de silhares de cantaria em cunhais da torre do castelo; 1982 - 1985, 1986, 1987, 1989 - consolidação da torre; reconstrução do arco de ligação; execução de alvenaria de taipa em enchimento de panos de muralha; 1990 - reparação do torreão: entaipamento de vãos, execução de alvenaria de pedra para tapamento de rombos; 2000 - obras de consolidação dos muros do troço de muralha junto à R. Detrás dos Muros; Associação Campo Arqueológico de Tavira: 2001 - escavações arqueológicas com o objectivo de determinar o traçado e o período de construção das muralhas; DGEMN: DREMS: 2002 - consolidação troço muralhas perto da Trav. dos Pelames a SO.; 2004 - obras de conservação e valorização no troço correspondente ao Convento da Graça (v. PT050814050018) na R. da Bela Fria e na R. António Viegas. |
Observações
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Autor e Data
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João Neto 1991 |
Actualização
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2001 |
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