Convento de São Francisco / Igreja e Convento de Nossa Senhora da Esperança

IPA.00002890
Portugal, Faro, Portimão, Portimão
 
Arquitectura religiosa, manuelina e maneirista. Igreja conventual de nave única, portal manuelino abrigado por nártex, sobre o qual assenta o coro da igreja, semelhante ao Convento de Nossa Senhora do Desterro em Monchique ( v. 0809030002 ). Claustro maneirista de dois pisos. Apesar da descaraterização total, a posição sobranceira ao rio garante vistas privilegiadas sobre a envolvência. A tranquilidade espiritual que ali se respira convida-nos à meditação e à contemplação.
Número IPA Antigo: PT050811030011
 
Registo visualizado 2823 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem de São Francisco - Franciscanos Capuchos

Descrição

Planta composta pelas ruínas da igreja a E. e por anexo a ocupar todo o lado N. Cobertura diferenciada em telhados de 2 águas. Igreja de planta longitudinal de dois rectângulos justapostos corespondentes à nave única e à ábside. Fachada principal orientada rasgada por um arco pleno, que dá acesso a uma galilé, e sobre esta uma pequena janela; no interior da galilé portal em arco polilobado, faltando-lhe o mainel que possuía originalmente, sobreposto pelo brasão de Simão Correia; remate em empena angular. Fachada lateral marcada por dois contrafortes. INTERIOR: na parede O. coro-alto. Anexo de 2 registos, vazado por janelas. Claustro de dois pisos.

Acessos

À saída de Portimão na direcção da Praia da Rocha

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280 de 30 novembro 1993

Enquadramento

Peri-urbano, isolado. Ergue-se num vasto terreno vedado, coberto de vegetação expontânea, junto ao rio Arade.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: pessoas singulares

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1530 - Simão Correia, capitão de Azamor, feito vedor da Infanta D. Beatriz, por D. Manuel, entrega aos Padres Observantes da Província de Portugal umas casas na margem direita do rio entre a vila e a barra, junto à Igreja de Nossa Senhora da Esperança; aí se instalaram os religiosos; 1533 - os religiosos deixarm as casas aos padres da Província do Algarve, porque nesse ano se separou esta província da de Portugal. Por determinação de D. João III, os Padres da província da Piedade deixaram o seu convento de Faro por o de Portimão; demoliram as casas e fizeram novas construções; Simão Correia auxiliou a obra e foi sepultado com seu irmão na 1ª casa do Capítulo do convento; a capela-mor foi mandada construir por Belchior de Mello Cunha e sua mulher D. Brites que ai ficaram sepultados; 1541 - Fundação por Simão Correia no mesmo local onde existia um antigo convento de frades observantes da Província da Piedade; à excepção da igreja todo o edifício é demolido e reedificado por forma a adaptar-se às exigências da rega capucha; 1755 - o terramoto causa danos no edifício, nomeadamente q queda da abóbada da igreja obrigando os frades capuchos a se instalarem provisoriamente na Igreja do Corpo Santo em Portimão; 1834 - dada a extinção das ordens religiosas, sendo o convento abandonado; posteriormente, o convento é vendido em hasta pública, por 4000$000, a José Maria Eugénio de Almeida; serviu como depósito de cortiça e sofreu um incêndio; 1911 - arrendado a João António Júdice Fialho para o serviço da sua indústria piscatória; Séc. 20 - a Câmara Municipal de Portimão tenta por diversas vezes adquiri-lo tendo em vista a sua recuperação; 2003, c. de - a Câmara municipal dá início á elaboração do projecto de requalificação; 2006 - ratificado parcialmente em Conselho de Ministros o plano de urbanização UP5 de Portimão, permitindo que a zxona comprrendida entre a Mariana e as duas pontes seja urbanizada e requalificada contemplando o convento, cujo projecto de adaptação a Hotel de Charme se encontra em fase de aprovação.

Dados Técnicos

Materiais

Cantarias de calcário, alvenaria mista rebocada, madeira, telha.

Bibliografia

FARO, Frei João de, Fragmento Académico. Notícias geraes e particulares da Provincia da Piedade. Da regular observancia de Nº P.S. Francº, s. ed., s.l., 1721; MONFORTE, Frei Manuel de, Chronica da Provincia da Piedade, 2ª edição, ed. Officina de Miguel Manescal da Costa, s.l., 1751, pp. 329 - 332; PALHINHA, Jaime e PISCARRETA, Alberto, Convento de São Francisco e Igreja de Nossa Senhora da Esperança em Portimão - Estudo para a sua Recuperação, s. ed., s.l., s.d.; RAMOS, Manuel Castelo, Um Momento Franciscano. O Convento de Nossa Senhora Esperança em Portimão, Património e Cultura, nº 8, ed., ADIPACNA, Vila Real de Santo António, 1982; VENTURA, Maria da Graça Mateus e MARQUES, Maria da Graça Maia, Portimão, col. Cidades e Vilas de Portugal, nº 15, ed. Presença, Lisboa, 1993, pp. 27 - 34; VIEIRA, Pe, José Gonçalves, Memória Monographica de Villa Nova de Portimão, ed. Typographia Universal, Porto, 1911, pp. 49 - 51; XAVIER, António Mateus, Das Cercas dos Conventos Capuchos (da Província da Piedade), contributo para a definição de uma política de recuperação, relatório de Trabalho de Fim de Curso na Licenciatura em Arquitectura Paisagista pela Universidade de Évora, 1998 (texto policopiado).

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN

Documentação Fotográfica

UE

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSARH; IANTT: Arquivo Histórico do Ministério das Finanças, Autos de Inventário dos Bens Pertencentes aos Extintos Conventos da Ordem de São Francisco da Província da Piedade, 1834, cx. 2262.

Intervenção Realizada

Observações

*1 - Segundo o PDM de Portimão o edifício e o terreno envolvente situam-se na designada Zona do Porto, da jurisdição da JAPBA, não estando definidos quaisquer condicionantes para este local, salvo as adiante referidas; Uma parte do terreno e eventualmente do edifício está abrangido por Domínio Hídrico, pelo que quaisquer intervenções no local estão também sujeitas ao parecer da DRAA. *2 - A área actual da cerca é superior à área original.

Autor e Data

João Neto 1991 / Lina Oliveira 2006

Actualização

 
 
 
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