Igreja Paroquial de Maia / Igreja do Divino Espírito Santo

IPA.00029934
Portugal, Ilha de São Miguel (Açores), Ribeira Grande, Maia
 
Arquitetura religiosa, setecentista e oitocentista. Igreja paroquial de planta retangular composta por três naves, separadas por arcos de volta perfeita sobre pilares, e cabeceira tripartida.
Número IPA Antigo: PT072105050019
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja  

Descrição

Planta retangular composta por três naves, separadas por arcos de volta perfeita sobre pilares, e cabeceira com capela-mor e absidíolos, tendo adossado torre sineira quadrangular, baptistério e dois anexos. Volumes escalonados com coberturas em telhados de duas águas na igreja e na cabeceira e de três águas no baptistério, sacristia e no anexo, rematadas em beirada simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais apilastrados. Fachada principal percorrida por embasamento decorado por jogos côncavos e convexos, de três panos definidos por pilastras, coroadas por pináculos, e terminada em empena recortada, igualmente de três panos, os laterais com aletas volutados e outros motivos de cantaria relevados e o central criando tabela, rasgada por janela entre pilastras, com elementos fitomórficos relevados inferiores, encimada por cornija sobrepujada por aletas afrontadas, contendo uma coroa com a pomba do Espírito Santo, em relevo, coroadas por cruz latina. Cada um dos panos da fachada é rasgado por portal de verga recta, moldurado, ladeado por pilastras suportando entablamento com pequenas cruzes laterais sobre acrotérios relevados e janelas molduradas encimadas por cornija e pingentes inferiores; entre os portais e as janelas existem elementos decorativos em cantaria relevados. Torre sineira disposta no alinhamento da frontaria, de dois registos separados por friso e cornija, o primeiro rasgado por três janelas rectilíneas sobrepostas, com moldura entre pilastras inferiormente terminadas em pingente e superiormente encimadas por entablamento; no segundo registo, abre-se, em cada uma das faces sineiras, em arcos de volta perfeita; é rematada por friso e cornija, encimada por balaustrada coroada por pináculos nos cunhais. Adossado à fachada lateral esquerda dispõe-se o baptistério, de um piso, rasgado por janela semelhante às da igreja. Fachada lateral esquerda rasgada por porta travessa encimada por friso e cornija, e três janelas; a sacristia é rasgada por porta entre janelas. INTERIOR com naves de cinco tramos, sendo o primeiro ocupado pelo coro-alto, de perfil contracurvado sobre a nave central, onde é suportado por dois pilares. A parede fundeira tem relógio com a data "1884". No sub-coro, do lado do Evangelho, arco dá acesso ao baptistério, com tecto de madeira e retábulo em talha. Naves laterais com retábulos laterais de talha policroma e capelas colaterais, cobertas com abóbadas, albergando também retábulos; a do lado do Evangelho, a Capela do Santíssimo, tem uma porta com gradeamento também em talha. Na nave central existem dois púlpitos laterais, confrontantes, sobre mísula, com guarda e baldaquino em madeira, acedidos por escada pétrea. Capela-mor com paredes e cobertura pintada e albergando retábulo de talha policroma e dourada.

Acessos

Largo da Matriz da Maia

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Na ilha de São Miguel. Urbano, isolado numa plataforma artificial e sobrelevada, formando adro de planta em L, acedido por escadaria desenvolvida frontalmente. Nas imediações ergue-se escola primária de quatro salas.

Descrição Complementar

No extremo da cumeeira, sobre o tardoz do corpo das naves, existe pequeno campanário com um sino.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Angra)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

PEDREIRO: Fernão de Alvares (1537).

Cronologia

1522 - referência à existência antes desta data de uma igreja mais pequena na freguesia; para a sua construção vários habitantes contribuem com esmolas, entre eles, Pêro Rodrigues da Câmara, que oferece um pontifical de damasco; 1526 - 1527 - é "raçoeiro" e tesoureiro da igreja Bastião Gonçalves; 1537 - construção da sua capela; 03 maio - lançamento da despesa a João Tavares, que manda pagar ao pedreiro Fernão de Alvares pela obra da capela; 1555, 18 maio - carta régia faz mercê de 90 alqueires de trigo ao vigário, o padre Vicente Carneiro; 1566 - é vigário nesta data o padre Afonso Senra, o qual renuncia ao cargo; 22 junho - Alvará substituindo o Padre Senra pelo Padre Sebastião Lopes; 1568, 30 julho - carta régia aumenta a côngrua do pároco de 3$000; 1737 - Igreja recebe 78$000 para ornamentos; 1796 - reconstrução da Igreja; 1812, 15 outubro - conclusão das obras na capela do Santíssimo Sacramento e na capela-mor; o cabido da Sé de Angra dá licença ao ouvidor da Ribeira Grande para benzer a igreja; 1825 - conclusão da reconstrução da Igreja; 1884 - data no relógio existente na parede fundeira.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco; embasamento, pilastras, frisos e cornijas, arcos internos, mísulas dos púlpitos e respectivas escadas, pináculos, molduras dos vãos, elementos decorativos relevados e outros em cantaria à vista; púlpitos em madeira; retábulos em talha; coberturas em telha de meia-cana tradicional.

Bibliografia

BRUNO, Jorge A. Paulus (Coord.) - Inventário da Património Imóvel dos Açores. Angra do Heroísmo: Direção Regional da Cultura, 2007, pp. 311-312; CANTO, E. - "Notícia sobre as igrejas, ermidas e altares da ilha de São Miguel". In Insulana. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Pontada Delgada, 2000, n.º LVI, p. 163; COSTA, Carreiro da - História das Igrejas e Ermidas dos Açores. Ponta Delgada: Tipografia Jornal Açores, 1955; COSTA, Susana Goulart - Maia - Onde o mar brinca com a terra. S.l.: Edição: Junta de Freguesia da Maia. 2013; MENDES, Hélder Fonseca (dir.) - Igrejas paroquiais dos Açores. Angra do Heroísmo: Boletim Eclesiástico dos Açores, 2011, p. 93; Igreja do Divino Espírito Santo, (http://www.inventario.iacultura.pt/smiguel/ribeira-grande-fichas/22_335_193.html), [consultado em 17-03-2014).

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Séc. 20, início - restauro do retábulo-mor, com madeira de cedro, adquirida pela Junta de Freguesia da Maia.

Observações

EM ESTUDO. *1 - o topónimo da freguesia tem origem no nome da sua fundadora, uma matrona de nome Inês da Maia, ao que parece oriunda da povoação homónima do norte do continente.

Autor e Data

Paula Noé 2010

Actualização

João Faria 2014 no âmbito da parceria IHRU / Diocese de Angra)
 
 
 
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