Igreja Paroquial de Ribeira Quente / Igreja de São Paulo

IPA.00029935
Portugal, Ilha de São Miguel (Açores), Povoação, Ribeira Quente
 
Igreja paroquial construída no início do séc. 20, em linguagem revivalista, sobre uma ermida seiscentista. Apresenta planta retangular composta por nave e capela-mor, mais baixa e estreita, interiormente com ampla iluminação axial e bilateral, tendo adossado vários anexos. A fachada principal termina em frontão triangular truncado por torre sineira, que se eleva sobre a cobertura, solução pouco frequente nas igrejas açorianas. Percorrida por soco e com cunhais apilastrados, firmados por pináculos, organiza-se em dois registos, demarcados por friso, e por três eixos de vãos, correspondendo no inferior a portais e no superior a janelas, todos em arco sobre pilastras, as das janelas assentes em mísulas. No tímpano surge ainda relógio circular. Nas fachadas laterais da nave, terminadas em platibanda plena, abrem-se janelas em arco.
Número IPA Antigo: PT072104060010
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta retangular composta por nave e capela-mor, mais baixa e estreita, tendo adossado à fachada lateral esquerda e à direita da capela-mor vários corpos. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na igreja e de uma nos corpos adossados. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, a principal virada a sul, de cunhais apilastrados coroados por pináculos piramidais, percorrida por soco de cantaria e terminada em frontão triangular truncado por torre sineira que se eleva sobre a cobertura; o tímpano é rasgado por óculo circular. A torre possui, em cada uma das faces, ventanas em arco de volta perfeita sobre pilastras, albergando sino, e remata em platibanda vazada, coroada por pináculos sobre os cunhais; a estrutura tem cobertura piramidal, em telhado de quatro águas, coroada por cruz latina. A fachada é seccionada por friso em dois registos, abrindo-se no primeiro três portais, em arco de volta perfeita sobre pilastras, que, no segundo, são encimadas por janelas de igual modinatura, com as pilastras sobre mísulas e peitoril inferior. Fachadas laterais com a nave terminada em platibanda plena, definida por frisos, e rasgada por janelas em arco, molduradas.

Acessos

Ribeira Quente, Rua da Alegria. WGS84 (graus decimais) lat.: 37.731929; long.: -25.306072

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, adossado, no interior da povoação. Ergue-se em plataforma sobrelevada e adaptada ao declive do terreno, formando adro, delimitado por balaustrada e acedido frontalmente por escada larga de três degraus, com a fachada principal virada ao oceano. A sudeste, implanta-se escola primária, com seis salas de aula. Na proximidade fica uma pequena baía, com um pequeno areal, a Praia do Fogo, que, devido à existência de nascentes hidrotermais submarinas, tornam a água do mar tépida.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Angra)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1665 - construção da primitiva ermida na freguesia, dotada de 1$200, pagos de três alqueires de vinha, por João de Frias; 1691, 15 janeiro - segundo o licenciado António Pais de Vasconcelos na sua visita, a ermida está em miserável estado, mandando assim que se arrematem os 3 alqueires de vinha, no seu rendimento, para se arranjar a ermida; não se conseguiu arrematar o terreno; séc. 18 - ao longo da centúria, a ermida fica cada vez mais arruinada, até devido à sua implantação perto do mar, que permitia ser assolada pelas tempestades; 1705, 16 novembro - visitação de Francisco Berquó Delrio; 1747, 09 junho - Pedro Ferreira de Medeiros, visitando a ermida diz faltarem casulas, uma branca e uma vermelha, duas bolsas e dois véus, brancos e vermelhos; 1749, 06 setembro - mencionada a criação do curato pelo visitador Caetano Álvares Coelho; 1753, 18 dezembro - o visitador Bernardo Martins de Medeiros diz faltar um relicário, mandando fazer um às custas da confraria do Santíssimo, opas, 4 círios e lanternas; refere ainda a falta de ornamentos de todas as cores, casulas e véus de cálice na sacristia; 1799, antes - construção da segunda ermida, num local perto da primeira, ainda em terreno de aluvião e muito perto do mar, já não tendo os 3 alqueires de vinha, pois o mar tinha tomado o terreno; 15 abril - João Bento Pacheco de Arruda ao visitar a ermida menciona que está feita de novo e em boa proporção; 1831, 24 setembro - autorização para colocar o Santíssimo Sacramento na ermida, pois José Mateus Nogueira e sua mulher, D. Mariana Jacinta, estavam dispostos a dar o sacrário, a Poma, lâmpada e doarem 250$000, para que com o seu juro se compre azeite; 1911 - início da construção da atual igreja; 1916, 29 junho - o Padre Ângelo de Amaral, natural da Lomba do Alcaide, toma posse da paróquia; 1917 - 22 a 24 setembro - conclusão das obras da igreja, com festas e bênção do templo, pelo bispo D. Manuel Damasceno da Costa.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; soco, cunhais, frisos, cornijas, molduras dos vãos, cruzes e pináculos em cantaria aparente; portas de madeira; vidros simples; cobertura de telha.

Bibliografia

CANTO, E. - «Notícia sobre as Igrejas, Ermidas e Altares da Ilha de S. Miguel. In Insulana, Ponta Delgada: Instituto Cultural de Ponta Delgada, Vol. LVI, 2000; COSTA, Carreiro da - História das Igrejas e Ermidas dos Açores. Ponta Delgada: Jornal Açores, 1955; DIAS, Urbano de Mendonça - História das Igrejas, Conventos e Ermidas Micaelenses - II. Vila Franca de Campo: Tipografia "A Crença", 1949; MENDES, Hélder Fonseca (dir.) - Igrejas paroquiais dos Açores. Angra do Heroísmo: Boletim Eclesiástico dos Açores, 2011, p. 97.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO. *1 - Foram oferecidos a esta igreja um retábulo e imagens de Santo Agostinho, Senhor Morto, São João Evangelista, São Bento e Nossa Senhora do Leite, provenientes da Igreja do Convento da Graça, em Ponta Delgada; as imagens foram-se danificando, subsistindo apenas a imagem de Nossa Senhora do Leite.

Autor e Data

João Faria 2014 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese de Angra) / Paula Noé 2015

Actualização

 
 
 
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