Núcleo de Arte Rupestre da Canada do Inferno e Rego da Vide
| IPA.00003012 |
Portugal, Guarda, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de Foz Côa |
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Sítio pré e proto-histórico. Arte rupestre paleolítica ao ar livre. Gravuras incisas, abradidas, picotadas, obtidas por raspagem da superfície, ou combinando as várias técnicas, representando motivos essencialmente zoomórficos naturalistas e alguns raros motivos geométricos e abstractos, escalonando-se entre o Gravettense final - Solutrense inicial e o Magdalenense final. Arte rupestre moderna e contemporânea. Gravuras incisas e picotadas representando motivos religiosos, zoomórficos, antropomórficos e inscrições. A Canada do Inferno integra o maior conjunto de painéis gravados do complexo de arte rupestre da bacia do Côa contendo gravuras de todas as épocas de gravação do Paleolítico Superior (Gravettense final ao Magdalense final). A Rocha 1, apresenta toda esta longa estratigrafia figurativa tendo por isso servido aos investigadores, juntamente com a Rocha 3 da Penascosa (v. PT010914020027), a Rocha 2 de Piscos (v. PT010914100032) e a Rocha 1 da Quinta da Barca (v. PT010914040029) para a compreensao da evolução artística da arte rupestre paleolítica do Côa (BAPTISTA, 1999). O capríneo da Rocha 1 do Rego da Vide apresenta a picotagem interna imitando o M ventral com que costumam ser representados os cavalos datáveis do período Magdalenense. |
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Número IPA Antigo: PT010914170034 |
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Registo visualizado 1133 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Sítio Sítio pré e proto-histórico Arte rupestre
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Descrição
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Constituído por nove rochas de xisto, submersas, cujos painéis verticais serviram de suporte a gravuras picotadas. Destaca-se a Rocha 1, a mais importante da estação, que contém uma cabra, um bovídeo e um zoomorfo indeterminado. A cabra apresenta as patas anteriores e posteriores cruzadas, os cascos marcados e uma picotagem interna sugerindo pelagem. As Rochas 2 a 5, bem como a Rocha 8, apresentam gravuras contemporâneas, figurando comboios, barcos e animais, acompanhados nalguns casos de inscrições e datas. Nas restantes rochas foram gravados motivos zoomórficos picotados rudimentares ( ZILHÃO, 1997 ). O núcleo da Canada do Inferno integra o maior número de rochas por estação, trinta e seis, todas elas em xisto e com painéis verticais e sub-verticais, estando hoje na sua maioria submersas. Entre as rochas já estudadas e emersas, destacam-se as Rochas 1, 3, 14 e 15 enquanto entre as submersas se destaca a Rocha 11. Na Rocha 1, as gravuras concentram-se na parte superior do painel sobrepondo-se motivos filiformes e picotados. Sobre um conjunto de motivos filiformes, essencialmente auroques, um dos quais provavelmente com duas cabeças, foram gravados: uma cabra virada para a direita e um auroque virado à esquerda, posteriormente um grande auroque representado na vertical a que se sobrepõe um cavalo virado à direita com a marcação do sexo e com duas cabeças e finalmente foi gravada a última figura, um cavalo virado à direita. Na parte inferior da rocha um zoomorfo de duas cabeças apresenta-se truncado pela fractura da rocha. Na rocha 3 destaca-se um conjunto importante de zoomorfos filiformes sobrepostos: auroques, equídeos e um cervídeo. Na Rocha 11 avulta um conjunto de auroques gravados com traço abradido no sector central do painel. A rocha 14 é uma superfície de grandes dimensões que serviu de suporte à gravação de um variado conjunto de motivos zoomórficos entre os quais dois cavalos obtidos por picotagem e capríneos e cervídeos filiformes. Um dos capríneos, pequeno e de longas hastes, apresenta o interior da cabeça e corpo preenchido por traços moltiplos *2. Foram também aqui representados um peixe, um equídeo obtido pela raspagem da superfície, desta forma rebaixada e preenchida com traço moltiplo, e ainda vnrios sinais. A Rocha 15 apresenta algumas figuras zoomóficas de grandes dimensões nomeadamente dois auroques obtidos por picotagem que se sobrepõem a outros auroques filiformes ( BAPTISTA e GOMES, 1996; BAPTISTA, 1998 ). A Rocha 24 apresenta um grande número de motivos religiosos, cruzes e custódias, acompanhadas de inscrições e datações ( ex. custódia inscrita 1695 ) e motivos antropomórficos de feição moderna e contemporânea ( ZILHÃO, 1997 ). |
Acessos
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A partir da EN 222 (Vila Nova de Foz Côa - Castelo Melhor), caminho em terra batida, com acesso apenas permitido em viaturas do Parque Arqueológico Vale do Côa que organiza visitas guiadas com partida da sede do Parque |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 32/97, DR, 1ª série - B, n.º 150 de 2 de julho de 1997 / Incluído no Conjunto dos núcleos de arte rupestre do Vale do Côa (v. PT010914170042) |
Enquadramento
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Duas pequenas ribeiras tributárias do rio Côa na sua margem esquerda, o Rego da Vide e, 250 m. para montante, a Canada do Inferno. O núcleo de rochas gravadas do Rego da Vide encontra-se submerso grande parte do ano pela influência da albufeira do Pocinho e todo o curso de água, para montante da foz, desapareceu sob a escombreira resultante das obras de desmonte e terraplanagem que preparavam a barragem. As rochas gravadas junto à foz da Canada do Inferno estão também submersas uma vez que a água, sob a influência da albufeira do Pocinho, subiu cerca de 12 metros. Para montante, este curso de água jaz sob uma escombreira resultante da laboração das pedreiras de xisto do Poio. As grandes alterações provocadas pelas obras destinadas à construção da barragem do Côa dominam a paisagem envolvente. Existência de um moinho junto à Estação. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Privada: pessoa singular *3 |
Afectação
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Época Construção
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Paleolítico / Época moderna / Época contemporânea |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Não aplicável |
Cronologia
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Gravettense final - Solutrense inicial - período de gravação dos primeiros motivos designadamente os motivos da 1ª fase da Rocha 1; c. 20 000 BP a 18 000 BP, Solutrense - período de gravação de inúmeros motivos, ( ex. cavalos em bico de pato da 1ª fase da Rocha 14 ); c. 16 000 a 10 000 BP, Magdalenense - período de gravação dos últimos motivos de estilo paleolítico, ( ex. o equídeo de duas cabeças da Rocha 1 ); séc. 17 - 20 - gravação de motivos religiosos, figuras zoomórficas e antropomórficas nalguns casos acompanhadas de inscrições e datações ( ZILHÃO, 1997; CNART, 1999 ); 1990, década - núcleo em grande parte estudado pelo centro Nacional de Arte Rupestre ( BAPTISTA, 1999 ); 2010, 15 novembro - Proposta da DRCNorte para redefinição de alguns núcleos classificados, clarificação dos limites de outros e ampliação da classificação, passando a abranger os oito núcleos em vias de classificação; 2012, 26 setembro - publicação do projeto de decisão relativo à alteração da classificação do conjunto dos Sítios Arqueológicos em Anúncio n.º 1347/2012, DR, 2.ª série, n.º 187. |
Dados Técnicos
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Gravuras obtidas por incisão, picotagem, abrasão, raspagem da superfície ou por combinação das várias técnicas. |
Materiais
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Não aplicável |
Bibliografia
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REBANDA, Nelson, Os trabalhos arqueológicos e o complexo de arte rupestre do Côa, Lisboa, [ 1995 ]; BAPTISTA, António Martinho e GOMES, Mário Varela, Arte rupestre do vale do Côa. Canada do Inferno. Primeiras impressões, Trabalhos de Antropologia e Etnologia, 35( 4 ), Porto, 1995, p.349-385; BAPTISTA, António Martinho e GOMES, Mário Varela, Arte rupestre do vale do Côa. Penascosa ( Fichas interpretativas ), Lisboa, 1996; CARVALHO, António Faustino de; ZILHÃO, João; AUBRY, Thierry, Vale do Côa. Arte Rupestre e Pré-História, Lisboa, 1996; ZILHÃO Joao ( Coord. ), Arte rupestre e pré-história do vale do Côa. Trabalhos de 1995-1996, Lisboa, 1997; BAPTISTA, António Martinho, Arte rupestre do vale do Côa. Penascosa ( Fichas interpretativas ), Lisboa, [ 1998 ]; BAPTISTA, António Martinho, A Arte dos caçadores paleolíticos do vale do Côa, Vila Nova de Foz Côa, 1999 ( no prelo ); CNART ( Centro Nacional de Arte Rupestre ), Inventário da arte rupestre do Vale do Côa, 1999 ( informatizado, não publicado ); COIXÃO, António do Nascimento Sá e TRABULO, António Alberto Rodrigues, Por terras do concelho de Foz Côa - subsídios para a sua história estudo e inventário do seu património, 2.ª ed., Vila Nova de Foz Côa, 1999; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/16004552 [consultado em 2 janeiro 2017]. |
Documentação Gráfica
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CNART |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CNART; Imagens gentilmente cedidas pelo Centro Nacional de Arte Rupestre |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1990, década - sinalizado, e estabelecida guardaria permanente pelo Parque Arqueológico. |
Observações
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*1 - primeiro núcleo com gravuras a ser detectado, a Rocha 1 da Canada do Inferno foi descoberta em 1992 por Nelson Rebanda no contexto do estudo de impacte ambiental que precederia a projectada barragem de aproveitamento hidroeléctrico das águas do Côa. As obras da barragem foram suspensas em 1995 e em Novembro desse ano o projecto foi abandonado. *2 - utilizado como símbolo do Parque Arqueológico Vale do Côa. *3 - terrenos pertença de diversos proprietários, encontrando-se o Parque Arqueológico Vale do Côa em processo negocial em ordem à sua aquisição. |
Autor e Data
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Alexandra Cerveira 1999 |
Actualização
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