Escola Comercial e Industrial de Quelimane / Escola Comercial e Industrial D. Francisco Barreto / Escola Industrial e Industrial 1 de Maio
| IPA.00030499 |
Moçambique, Zambézia, Quelimane (M), Quelimane (M) |
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Arquitetura educativa, do séc.20. | |
Número IPA Antigo: MZ911117000002 |
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Edifício e estrutura Edifício Educativo Escola Escola comercial e industrial
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Descrição
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Complexo composto por 8 blocos independentes, dispostos no terreno de forma ritmada, porém desencontrada, em redor de uma extensa galeria retangular (com mais de 100 metros de comprimento e 10 metros de largura), localizando-se 4 blocos à sua esquerda e outros tantos à direita. Não existe uma coerência arquitetónica entre os blocos, apresentando os três primeiros da direita uma planta retangular com dois pisos e uma fachada regular com janelas a toda a fachada à exceção de uma pequena zona junto à galeria coberta, na qual existe um pano cego e brise-soleil (provavelmente a caixa de escada) a toda a altura dos edifícios. Os três edifícios da esquerda apresentam igualmente uma planta retangular, de piso térreo, com uma fachada de configuração próxima à dos blocos de dois pisos, com o ritmo a ser dado pela sequência de janelas. Os dois blocos posteriores são os mais pequenos do conjunto, apresentando um planta quadrangular. Todos os edifícios apresentam coberturas com telhados de duas águas. Não foi possível aferir a totalidade das características do edifício, mas consultando a memória descritiva do projeto inicial, percebe-se que o modelo final acaba por se distanciar do que estaria inicialmente previsto, acabando por se construir um edifício de configuração próxima ao da Escola Industrial e Comercial Neutel de Abreu (Nampula - v. MZ910719000013), contemporâneo do presente edifício. O projeto inicial pressupunha a existência de cinco blocos: um anfiteatro, um ginásio, um edifício para a administração, outro para as aulas e um terceiro para os trabalhos oficinais, os últimos três dispostos "ao longo de uma galeria que serve simultâneamente de circulação e recreio-coberto." A entrada na escola seria providenciada através do bloco administrativo, de dois pisos, seria ocupado pela secretaria, tesouraria, arquivo, gabinete do diretor, gabinete do subdiretor no piso térreo e pelas instalações dos professores, museu e biblioteca no superior. Saindo deste e prosseguindo o percurso através da galeria coberta, entrar-se-ia no bloco das aulas, que deveria ser ocupado no primeiro piso pelas instalações do Ciclo Preparatório (duas salas de aulas normais, um anfiteatro de ciências geográfico-naturais, duas aulas de desenho e sala de trabalho femininos), sendo o segundo ocupado pelo Curso de Formação Feminina (uma aula normal, uma aula de desenho, uma aula de datilografia e uma oficina de trabalhos femininos) e Curso Geral do Comércio (duas aulas normas, uma aula de contabilidade, um escritório comercial, uma aula de datilografia e um anfiteatro), sendo o andar superior reservado para os Cursos de Formação Industrial (duas aulas normais, duas aulas de desenho, um anfiteatro, uma câmara escura e uma sala de ciências naturais). Situados numa zona mais afastada da entrada, no final da galeria coberta, localizavam-se o bloco das oficinas (de piso térreo, sendo composto pelo refeitório, por uma oficina de trabalhos manuais, uma oficina de eletricidade com um anfiteatro anexo, duas oficinas de serralharia e uma de carpintaria) e o ginásio. O bloco mais pequeno seria o do auditório, com capacidade para 190 pessoas, localizando-se próximo do bloco administrativo e do bloco das aulas e cuja entrada se poderia fazer destes dois edifícios. A comunicação dentro dos edifícios era providenciada através das galerias existentes a todo o comprimento das fachadas. O edifício foi concebido para uma estrutura modulada em betão armada. A cobertura das oficinas far-se-ia em fibrocimento sobre estrutura metálica e a do ginásio numa estrutura parabólica, pouco comum nos projetos de construções escolares elaborados pelo Gabinete de Urbanização do Ultramar. |
Acessos
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Avenida 25 de junho |
Protecção
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Enquadramento
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Urbano, isolado, implanta-se num terreno de formato irregular, com cerca de 2ha, junto à Avenida 25 de junho. Nas proximidades localiza-se a Sé Catedral de Quelimane (v.MZ911117000023) e o edifício do Mercado (v. MZ911117000003) |
Descrição Complementar
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À entrada do recinto, na pala de cobertura da galeria coberta, encontra-se a inscrição "ESCOLA INDUSTRIAL E COMERCIAL 1º DE MAIO -QUELIMANE" |
Utilização Inicial
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Educativa: escola comercial e industrial |
Utilização Actual
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Educativa: escola técnica |
Propriedade
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Afectação
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Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Fernando Schiappa de Campos (1958). |
Cronologia
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1958: projecto da autoria do arquitecto Fernando Schiappa de Campos; 1963, maio / junho, entre - inauguração do edifício, contando com a presença o diretor dos Serviços de Instrução de Moçambique (Dr. Oliveira Boléu) e do governador do distrito da Zambézia. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Bibliografia
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AGUIAR, João António; MACHADO, Eurico Gonçalves; Boletim Geral das Colónias, Inauguração da Escola Comercial e Industrial D. Francisco Barreto, em Quelimane, nº 456-457 - Vol. XXXIX, pp.275-277, 1963; CAMPOS, Fernando Schiappa de. Normas para as instalações dos Liceus e Escolas do Ensino profissional nas províncias ultramarinas, Lisboa: Ministério do Ultramar, Gabinete de Urbanização do Ultramar, 1956; FERNANDES, José Manuel. Geração Africana - Arquitectura e Cidades em Angola e Moçambique, 1925-1975, Lisboa: Livros Horizonte, 2002; FERREIRA, André Ferreira, Obras Públicas em Moçambique - Inventário da produção arquitectónica executada entre 1933 e 1961, Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, 2008; MARQUES, Fernando Moreira. Os Liceus do Estado Novo, Lisboa: Edições Educa, 2003; MILHEIRO, Ana Vaz. Edifícios Educacionais nos Trópicos: o trabalho do Gabinete de Urbanização Colonial na Antiga África Portuguesa, in 11th International Docomomo Conference Living in the Urban Modernity, Mexico City, 19 a 27 de Agosto de 2010; MILHEIRO, Ana Vaz; DIAS, Eduardo Costa. Arquitectura em Bissau e os Gabinetes de Urbanização Colonial (1944-1974), in arq.urb, Revista eletrônica de Arquitetura e Urbanismo, No.2, 2009 (http://www.usjt.br/arq.urb/numero_02/artigo_ana.pdf); MILHEIRO, Ana Vaz; FERREIRA, Jorge. Moderno Colonial. Património escolar em Angola construído durante o Estado Novo português, in 3º Seminário Docomomo Norte Nordeste, Morte e Vidas Severinas: Das ressureições e conservações (im)possíveis do património moderno no Norte e Nordeste do Brasil, João Pessoa, 26 a 29 de Maio de 2010; MONIZ, Gonçalo Canto. Arquitectura e Instrução, o projecto moderno do Liceu, 1836-1936, Coimbra: Ed.Arq, 2007. |
Documentação Gráfica
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AHU: MU/DGOPC/DSUH/Caixa69 |
Documentação Fotográfica
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Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Tiago Lourenço 2010 (projeto FCT PTDC/AURAQI/104964/2008 "Gabinetes Coloniais de Urbanização: Cultura e Prática Arquitectónica") |
Actualização
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