Escola Comercial e Industrial Freire de Andrade
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Moçambique, Sofala, Beira (M), Beira (M) |
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Arquitectura educativa, do séc. 20. | |
Número IPA Antigo: MZ910901000003 |
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Registo visualizado 266 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Educativo Escola Escola comercial e industrial
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Descrição
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Planta rectangular ligeiramente assimétrica, desenvolvendo-se em dois blocos de três pisos cada, que dispostos de forma paralela, estabelecem ligação entre si por meio de três outros corpos. Esta tipologia de planta permite a existência de dois pátios centrais (tipo claustro), originalmente destinados a recreios separados para alunos e alunas. Coberturas de telha sobre estrutura de madeira na parte central dos dois blocos principais e laje de betão armado nos restantes corpos e galerias. EXTERIOR: A fachada principal, é marcada por largas varandas contínuas, acompanhadas ao nível da cobertura por uma platibanda em betão. Seguindo o modelo comum nas escolas projectadas pelo Gabinete de Urbanização Colonial neste período, procurou-se dar à entrada central um certo toque de monumentalidade, ainda que neste exemplo seja menos acentuado pelo facto de o pórtico não acompanhar toda a altura do edifício, ficando-se antes pelo segundo piso (esta solução é igualmente utilizada na Escola Secundária Francisco Manyanga, antigo Liceu António Enes em Maputo - v. MZ910201000004). Não foi possível aferir as características do imóvel, porém a memória descritiva do projecto pressupunha a concepção do edifício para uma estrutura modelada em betão armado com reboco hidráulico com pintura a tinta de cimento. Todas as paredes exteriores deveriam ser de enchimento, constituídas por dois panos de tijolo a meia vez, separados por uma caixa-de-ar, sendo as paredes interiores constituidas por alvenaria hidráulica de tijolo furado. Os pavimentos do rés-do-chão deveriam ser formados por um massame hidráulico com o mínimo de 15cms de espessura, sendo a estrutura dos pavimentos superiores em betão armado. As coberturas em laje de betão armado deveriam ter obrigatoriamente uma inclinação de modo a facilitar a escorrência das águas pluviais, devendo ter um conveniente isolamento térmico. O telhado, deveria ter, pelo mesmo motivo, uma inclinação de 30º. De modo a providenciar uma correcta ventilação, pressupunha-se a colocação de uma telha ventiladora a cada 4m2 de telhado. Nas salas de aulas e galerias optou-se pela aplicação de mosaico hidráulico ou cerâmico, sendo o pavimento do ginásio de soalho. O projecto inicial pressupunha a colocação, a uma altura de 1,50m, de azulejo decorativo, com especial destaque para o vestíbulo principal, e azulejo branco nas instalações sanitárias, laboratórios, cozinha, copa e despensa. Na memória descritiva contemplava-se a possibilidade da escolha de madeira à cor natural para aplicação na caixilharia, embora se admitisse a preferência na opção de caixilharia metálica. As portas dos vestíbulos seriam em ferro e as restantes em madeira com ferragens de metal cromado. Os serviços administrativos (secretaria, arquivo, cofre forte, gabinete do director e gabinete do sub-director) deveriam ficar situados no piso térreo do bloco principal, do lado direito da entrada. No primeiro bloco, as aulas destinadas ao ciclo preparatório deveriam ocupar o lado direito, sendo o oposto ocupado pela Curso Geral de Comércio; o último piso deveria ser integralmente ocupado pelo curso de formação industrial. Os ginásios encontram-se nos dois corpos de ligação localizados nas extremidades dos edifícios, devendo ser o do lado esquerdo (originalmente destinado às alunas) provido de palco com camarins e um balcão com capacidade para 200 pessoas; O refeitório (originalmente com capacidade para 120 alunos e junto ao qual se deveriam situar as instalações anexas a ele inerentes, como cozinha e copa) deveria ser instalado num corpo saliente situado no eixo central do edifício. No bloco central, localizando-se na zona que delimita os dois pátios de recreio, existe um anfiteatro com capacidade de 220 pessoas. O museu dever-se-ia situar no rés-do-chão, no eixo de entrada, no bloco de separação entre os dois corpos de aulas (por ser zona de passagem obrigatória), localizando-se a biblioteca situa-se no 1º andar, no prolongamento do corpo central. A comunicação entre os diferentes pisos é feita através de duas escadas principais (na zona central do edifício) e por duas secundárias, situadas em cada uma das extremidades do primeiro bloco de aulas. |
Acessos
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Rua Fernão Veloso e Avenida 24 de Julho |
Protecção
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Enquadramento
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Urbano, isolado, implanta-se num quarteirão em formato quadrangular na zona residencial do Matacuane. Na proximidade erguem-se a Escola Secundária Samora Machel (antigo Liceu Pero de Anaia - v. MZ910901000001), a Escola Dr. Baltazar Rebello de Sousa e a Escola Primária de Matacuane. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Educativa: escola comercial e industrial |
Utilização Actual
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Educativa: escola secundária |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Eurico Pinto Lopes (1956); Fernando Schiappa de Campos (1956). |
Cronologia
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1954, 15 Outubro - a Escola Industrial e Comercial "Freire de Andrade" é criada pelo decreto nº 39850, atribuindo-se-lhe uma frequência provável de 1000 alunos; 1956, Março - final da redacção das "Normas para as Instalações dos Liceus e Escolas do Ensino Profissional nas Províncias Ultramarinas" da autoria do Gabinete de Urbanização Colonial (João António de Aguiar, Eurico Gonçalves Machado e Fernando Schiappa de Campos), que doravante regularão todos os projectos de Liceus e Escolas Técnicas e Elementares e Escolas Comerciais e/ou Industriais projectadas pelo Gabinete para as Províncias Ultramarinas; 1956, 9 Novembro - projecto da autoria dos arquitectos Eurico Pinto Lopes e Fernando Schiappa de Campos (Gabinete de Urbanização do Ultramar). *1 *2; aprovação do projecto pela comissão de revisão do projecto (composta pelo engenheiro-civil Jacques Corte-Real de Landerset e pelo arquitecto Luís Possolo). |
Dados Técnicos
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Materiais
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Cobertura em telha e laje de betão armado. |
Bibliografia
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AGUIAR, João António; MACHADO, Eurico Gonçalves; CAMPOS, Fernando Schiappa de. Normas para as instalações dos Liceus e Escolas do Ensino profissional nas províncias ultramarinas, Lisboa: Ministério do Ultramar, Gabinete de Urbanização do Ultramar, 1956; FERNANDES, José Manuel. Geração Africana - Arquitectura e Cidades em Angola e Moçambique, 1925-1975, Lisboa: Livros Horizonte, 2002; FERREIRA, André Ferreira, Obras Públicas em Moçambique - Inventário da produção arquitectónica executada entre 1933 e 1961, Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, 2008, p.160-167; MARQUES, Fernando Moreira. Os Liceus do Estado Novo, Lisboa: Edições Educa, 2003; MILHEIRO, Ana Vaz. Edifícios Educacionais nos Trópicos: o trabalho do Gabinete de Urbanização Colonial na Antiga África Portuguesa, in 11th International Docomomo Conference Living in the Urban Modernity, Mexico City, 19 a 27 de Agosto de 2010; MILHEIRO, Ana Vaz; DIAS, Eduardo Costa. Arquitectura em Bissau e os Gabinetes de Urbanização Colonial (1944-1974), in arq.urb, Revista eletrônica de Arquitetura e Urbanismo, No.2, 2009 (http://www.usjt.br/arq.urb/numero_02/artigo_ana.pdf); MILHEIRO, Ana Vaz; FERREIRA, Jorge. Moderno Colonial. Património escolar em Angola construído durante o Estado Novo português, in 3º Seminário Docomomo Norte Nordeste, Morte e Vidas Severinas: Das ressureições e conservações (im)possíveis do património moderno no Norte e Nordeste do Brasil, João Pessoa, 26 a 29 de Maio de 2010; MONIZ, Gonçalo Canto. Arquitectura e Instrução, o projecto moderno do Liceu, 1836-1936, Coimbra: Ed.Arq, 2007. |
Documentação Gráfica
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AHU: MU/DGOPC/DSUH/Caixa59 |
Documentação Fotográfica
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Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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*1- Não é de excluir a possibilidade de, à semelhança de outros projectos de construções escolares da autoria do Gabinete de Urbanização do Ultramar, o presente projecto ter sido elaborado em 1955, porém apenas finalizado em Maio de 1956 de modo a poder estar de acordo com as Normas para as Instalações dos Liceus e Escolas do Ensino Profissional nas Províncias Ultramarinas, entretanto elaboradas.*2- Elaborado em Lisboa e não tendo os técnicos do Gabinete de Urbanização do Ultramar ao seu dispor dados concretos sobre o terreno onde se localizaria o edifício projectado, limitaram-se e enviar para Moçambique, ao nível da implantação, apenas "uma planta esquemática da ocupação do terreno com a indicação da orientação a dar ao edifício e uma distribuição possível pelos espaços envolventes dos diferentes campos de jogos." |
Autor e Data
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Tiago Lourenço 2010 (projeto FCT PTDC/AURAQI/104964/2008 "Gabinetes Coloniais de Urbanização: Cultura e Prática Arquitectónica") |
Actualização
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