Escola Técnica Elementar de Inhambane
| IPA.00030501 |
Moçambique, Ilhambane, Inhambane (M), Inhambane (M) |
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Arquitetura educativa, do séc. 20. | |
Número IPA Antigo: MZ910404000002 |
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Registo visualizado 270 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Educativo Escola Escola comercial e industrial
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Descrição
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Por impossibilidade de deslocação ao local, não foi possível aferir as características do imóvel, porém a memória descritiva do projeto pressupunha a existência de um grande bloco de dois pisos, onde seriam instaladas a administração e as aulas, um anexo destinado às oficinas que se desenvolveria na extremidade do lado direito e um corpo inserido no eixo da entrada do lado norte, onde se situariam os serviços gerais, comuns a alunos e alunas. Para recreio coberto aproveitar-se-iam as galerias do piso térreo e para recreio ao ar livre toda a área destinada à escola que não fosse ocupada pelos edifícios, devendo ser "convenientemente arborizada" toda a área que não fosse dedicada aos campos de jogos. Ficaria logo contemplada a hipótese de expansão do edifício que, assim que concluída, traria ao edifício uma configuração próximo da dos liceus e escolas comerciais e/ou industriais: em altura (pelo aumento de um andar no bloco das aulas) e em superfície (pela construção de um novo bloco paralelo ao bloco de aulas e pela construção de novas unidades oficinais dispostas ao longo da galeria que servisse a oficina de trabalhos manuais inicialmente construída).O edifício foi concebido para uma estrutura modelada em betão armado. As paredes exteriores deveriam ser construídas de alvenaria hidráulica de tijolo a vez e meia ou blocos de cimentos, devendo as paredes de enchimento ser construídas por dois panos de tijolo a meia vez, separados por uma caixa-de-ar, sendo as paredes interiores construídas em alvenaria hidráulica de tijolo furado. Os pavimentos do rés-do-chão deveriam ser formados por um massame hidráulico com o mínimo de 15cms de espessura, sendo a estrutura dos pavimentos superiores em betão armado. Nas salas de aulas e nas galerias optar-se-ia pela aplicação mosaico cerâmico, devendo ser o pavimento do ginásio de soalho e o das oficinas de trabalho a betonilha de cimento. As coberturas em laje de betão armado deveriam ter obrigatoriamente uma inclinação de modo a facilitar a escorrência das águas pluviais, devendo ter um conveniente isolamento térmico. O telhado, deveria ter, pelo mesmo motivo, uma inclinação de 30º. De modo a providenciar uma correta ventilação, pressupunha-se a colocação de uma telha ventiladora a cada 2m2 de telhado. O projeto inicial pressupunha a colocação nas galerias, a uma altura de 1,50m, de lambris de azulejo decorativo, devendo ser aplicado azulejo branco nas instalações sanitárias, cozinha, copa e despensa. Na memória descritiva contemplava-se a possibilidade da escolha de madeira à cor natural para aplicação na caixilharia, embora se admitisse a preferência na opção de caixilharia metálica. As portas dos vestíbulos seriam em ferro e as restantes em madeira (para aplicação na cor natural).A comunicação entre os diferentes pisos deveria ser feita através de duas escadas, uma situada em frente do átrio da entrada e outro no extremo direito do bloco das aulas. Dentro dos mesmos pisos a comunicação seria providenciada através do sistema de galerias abertas (que, a par com "a regular distribuição dos vãos", são tidas na memória descritiva como "os elementos mais característicos dos alçados"). Os serviços administrativos (secretaria, arquivo, gabinete do diretor e gabinete do subdiretor) deveriam ficar situados junto da entrada. No piso térreo do bloco principal, situar-se-iam dois anfiteatros de ciências geográfico-naturais no segundo piso as salas de aulas. No corpo anexo, do lado direito deste bloco, a oficina de trabalhos manuais e no restante corpo, a sala de canto coral, que com capacidade para 100 pessoas poderia também ser reconvertida, sempre que necessário, em sala de conferências. O ginásio (misto) tinha capacidade para 200 pessoas, apresentaria o balão num dos extremos e o palco no outro. Localizado na extremidade do lado direito do bloco que se desenvolveria no eixo da entrada, o refeitório teria capacidade para 96 pessoas. A biblioteca dever-se-ia localizar no primeiro andar, junto da escada central, situando-se o museu no eixo da entrada do lado norte.O projeto foi elaborado em Lisboa, não existindo à altura da elaboração do projeto pelos técnicos do Gabinete de Urbanização do Ultramar, um local de implantação definido para o edifício; no entanto, deveria ser "em posição adequada dentro do núcleo urbano, permitindo satisfazer as condições base que orientaram o projecto - terreno sem desníveis acentuados, e orientação do corpo das aulas a Norte ou a Sul, possibilidade de ampliação das instalações escolares." |
Acessos
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Inhambane |
Protecção
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Enquadramento
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Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Educativa: escola comercial e industrial |
Utilização Actual
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Propriedade
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Afectação
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Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Fernando Schiappa de Campos (1956); Lucínio Cruz (1956). ENGENHEIRO: João Pedro Lucas (1957). ENGENHEIRO ELECTROTÉCNICO: João Francisco Duarte Ferreira (1956). |
Cronologia
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1956-1957 - projeto da autoria do Gabinete de Urbanização do Ultramar (arquitectura: Fernando Schiappa de Campos e Lucínio Cruz; estabilidade: João Pedro Lucas; Electricidade: João Francisco Duarte Ferreira); 1963, 10 junho - inauguração do edifício. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Bibliografia
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AGUIAR, João António; MACHADO, Eurico Gonçalves; CAMPOS, Fernando Schiappa de. Normas para as instalações dos Liceus e Escolas do Ensino profissional nas províncias ultramarinas, Lisboa: Ministério do Ultramar, Gabinete de Urbanização do Ultramar, 1956; FERNANDES, José Manuel. Geração Africana - Arquitectura e Cidades em Angola e Moçambique, 1925-1975, Lisboa: Livros Horizonte, 2002; FERREIRA, André Ferreira, Obras Públicas em Moçambique - Inventário da produção arquitectónica executada entre 1933 e 1961, Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, 2008; MARQUES, Fernando Moreira. Os Liceus do Estado Novo, Lisboa: Edições Educa, 2003; MILHEIRO, Ana Vaz. Edifícios Educacionais nos Trópicos: o trabalho do Gabinete de Urbanização Colonial na Antiga África Portuguesa, in 11th International Docomomo Conference Living in the Urban Modernity, Mexico City, 19 a 27 de Agosto de 2010; MILHEIRO, Ana Vaz; DIAS, Eduardo Costa. Arquitectura em Bissau e os Gabinetes de Urbanização Colonial (1944-1974), in arq.urb, Revista eletrônica de Arquitetura e Urbanismo, No.2, 2009 (http://www.usjt.br/arq.urb/numero_02/artigo_ana.pdf); MILHEIRO, Ana Vaz; FERREIRA, Jorge. Moderno Colonial. Património escolar em Angola construído durante o Estado Novo português, in 3º Seminário Docomomo Norte Nordeste, Morte e Vidas Severinas: Das ressureições e conservações (im)possíveis do património moderno no Norte e Nordeste do Brasil, João Pessoa, 26 a 29 de Maio de 2010; MONIZ, Gonçalo Canto. Arquitectura e Instrução, o projecto moderno do Liceu, 1836-1936, Coimbra: Ed.Arq, 2007. |
Documentação Gráfica
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AHU: MU/DGOPC/DSUH/Caixa14 |
Documentação Fotográfica
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Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Tiago Lourenço 2010 (projeto FCT PTDC/AURAQI/104964/2008 "Gabinetes Coloniais de Urbanização: Cultura e Prática Arquitectónica") |
Actualização
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