Escola Técnica Elementar de Nampula / Escola Industrial e Comercial Neutel de Abreu / Escola-Instituto Industrial e Comercial 3 de Fevereiro
| IPA.00030502 |
Moçambique, Nampula, Nampula, Nampula |
|
Arquitectura educativa, do séc. 20. | |
Número IPA Antigo: MZ910719000013 |
|
Registo visualizado 249 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Educativo Escola Escola comercial e industrial
|
Descrição
|
Complexo composto por 6 blocos independentes, dispostos no terreno de forma ritmada, porém desencontrada, em redor de uma extensa galeria retangular (com mais de 100 metros de comprimento e 10 metros de largura), localizando-se 3 blocos à sua esquerda e outros tantos à direita. Coberturas de laje de betão armado em todos os corpos do edifício. As fachadas dos dois blocos principais (originalmente com três pisos, tendo sido entretanto acrescentado um quarto) apresenta uma galeria a todo o comprimento de uma das fachadas principais. Não foi possível aferir a totalidade das características do edifício, mas consultando a memória descritiva do projeto inicial, percebe-se que o modelo final acaba por se distanciar do que estaria inicialmente previsto, acabando por se construir um edifício de configuração próxima ao da Escola Industrial e Comercial D. Francisco Barreto (Quelimane, v. MZ911117000002), contemporâneo do presente edifício. O projeto inicial pressupunha a existência de um grande bloco de dois pisos, onde seriam instaladas a administração e as aulas, um anexo destinado às oficinas que se desenvolveria na extremidade do lado direito e um corpo inserido no eixo da entrada do lado norte, onde se situariam os serviços gerais, comuns a alunos e alunas. Ficaria logo contemplada a hipótese de expansão do edifício que, assim que concluída, traria ao edifício uma configuração próximo da dos liceus e escolas comerciais e/ou industriais: em altura (pelo aumento de um andar no bloco das aulas) e em superfície (pelo aumento do bloco de aulas até ficar com a entrada a meio e pela construção de um novo bloco paralelo a este bloco e a inserir na extremidade da galeria que se desenvolveria do lado norte do eixo da entrada e pela construção de novas oficinas dispostas ao longo da galeria que serve a oficina de trabalhos manuais).O edifício foi concebido para uma estrutura modelada em betão armado com reboco hidráulico com pintura a tinta de cimento. As paredes exteriores deveriam ser construídas de alvenaria hidráulica de tijolo a vez e meia ou blocos de cimentos, devendo as paredes de enchimento ser construídos por dois panos de tijolo a meia vez, separados por uma caixa-de-ar, sendo as paredes interiores construídas em alvenaria hidráulica de tijolo furado. Os pavimentos do rés-do-chão deveriam ser formados por um massame hidráulico com o mínimo de 15cms de espessura, sendo a estrutura dos pavimentos superiores em betão armado. As coberturas em laje de betão armado deveriam ter obrigatoriamente uma inclinação de modo a facilitar a escorrência das águas pluviais, devendo ter um conveniente isolamento térmico. O telhado, deveria ter, pelo mesmo motivo, uma inclinação de 30º. De modo a providenciar uma correta ventilação, pressupunha-se a colocação de uma telha ventiladora a cada 2m2 de telhado. Nas salas de aulas e galerias optou-se pela aplicação de mosaico hidráulico ou cerâmico, sendo o pavimento do ginásio de soalho e o das oficinas de trabalho a betonilha de cimento. O projecto inicial pressupunha a colocação, a uma altura de 1,50m, de lambris de azulejo decorativo, com especial destaque para o vestíbulo principal, e azulejo branco nas instalações sanitárias, cozinha, copa e despensa. Na memória descritiva contemplava-se a possibilidade da escolha de madeira à cor natural para aplicação na caixilharia, embora se admitisse a preferência na opção de caixilharia metálica. As portas dos vestíbulos seriam em ferro e as restantes em madeira com ferragens de metal cromado.A comunicação entre os diferentes pisos é feita através de duas escadas, uma situada em frente do átrio da entrada e outro no extremo direito do bloco das aulas. Os serviços administrativos (secretaria, arquivo, gabinete do diretor e gabinete do subdiretor) deveriam ficar situados junto da entrada. No piso térreo do bloco principal, situar-se-iam dois anfiteatros de ciências geográfico-naturais no segundo piso as salas de aulas. No corpo anexo, do lado direito deste bloco, a oficina de trabalhos manuais e no restante corpo, a sala de canto coral, que com capacidade para 100 pessoas poderia também ser reconvertida, sempre que necessário, em sala de conferências. O ginásio (misto) tinha capacidade para 200 pessoas, apresentaria o balão num dos extremos e no outro o palco. O refeitório teria capacidade para 96 pessoas. A biblioteca dever-se-ia localizar no primeiro anda, junto da escada central, situando-se o museu no eixo da entrada do lado norte. O projeto foi elaborado em Lisboa, não existindo, à altura da elaboração do projeto pelos técnicos do Gabinete de Urbanização do Ultramar, um local de implantação definido para o edifício; no entanto, deveria ser "em posição adequada dentro do núcleo urbano, permitindo satisfazer as condições base que orienta[ra]m este projecto - terreno sem desníveis acentuados, orientação do corpo das aulas a Norte ou a Sul [e] possibilidades de ampliação das instalações escolares." |
Acessos
|
Rua dos Continuadores |
Protecção
|
|
Enquadramento
|
Urbano, isolado, implanta-se num quarteirão de planta poligonal, no qual se ergue igualmente a Escola Secundária de Nampula (antigo Liceu Gago Coutinho - v. MZ910719000021). Na proximidade erguem-se o Estádio de Nampula (v. MZ910719000015) e o Museu Nacional de Etnologia - MUSET (v. MZ910719000014) |
Descrição Complementar
|
|
Utilização Inicial
|
Educativa: escola comercial e industrial |
Utilização Actual
|
Educativa: escola técnica |
Propriedade
|
|
Afectação
|
|
Época Construção
|
Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ARQUITECTO: Fernando Schiappa de Campos (1956); Lucínio Cruz (1956). ENGENHEIRO: João Pedro Lucas (1957). ENGENHEIRO ELECTROTÉCNICO: João Francisco Duarte Ferreira (1956). |
Cronologia
|
1955 - data provável da elaboração do projecto inicial; à semelhança de outros projetos de construções escolares da autoria do Gabinete de Urbanização do Ultramar, é possível que o presente projecto ter sido elaborado numa data anterior à das Normas para as Instalações dos Liceus e Escolas do Ensino Profissional nas Províncias Ultramarinas, porém tendo sido adiado a sua conclusão de modo a poder estar em conformidade com estas; 1956, Março - final da redacção das "Normas para as Instalações dos Liceus e Escolas do Ensino Profissional nas Províncias Ultramarinas" da autoria do Gabinete de Urbanização Colonial (João António de Aguiar, Eurico Gonçalves Machado e Fernando Schiappa de Campos), que doravante regularão todos os projectos de Liceus e Escolas Técnicas e Elementares e Escolas Comerciais e/ou Industriais projectadas pelo Gabinete para as Províncias Ultramarinas; 1956-1957 - projecto da autoria do Gabinete de Urbanização do Ultramar (Arquitectura: Fernando Schiappa de Campos e Lucínio Cruz; Estabilidade: João Pedro Lucas; Electricidade: João Francisco Duarte Ferreira); 1956, 22 Maio - aprovação da parte de arquitectura do projecto pela comissão de revisão do projecto (composta pelo engenheiro-civil João Pedro Lucas e pelo condutor de obras públicas de 2ª classe Aurélio Francisco Neves de Ornelas); 2010/2011 - obras de reabilitação e ampliação do imóvel. |
Dados Técnicos
|
|
Materiais
|
|
Bibliografia
|
AGUIAR, João António; MACHADO, Eurico Gonçalves; CAMPOS, Fernando Schiappa de. Normas para as instalações dos Liceus e Escolas do Ensino profissional nas províncias ultramarinas, Lisboa: Ministério do Ultramar, Gabinete de Urbanização do Ultramar, 1956; FERNANDES, José Manuel. Geração Africana - Arquitectura e Cidades em Angola e Moçambique, 1925-1975, Lisboa: Livros Horizonte, 2002; FERREIRA, André Ferreira, Obras Públicas em Moçambique - Inventário da produção arquitectónica executada entre 1933 e 1961, Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, 2008; MARQUES, Fernando Moreira. Os Liceus do Estado Novo, Lisboa: Edições Educa, 2003; MILHEIRO, Ana Vaz. Edifícios Educacionais nos Trópicos: o trabalho do Gabinete de Urbanização Colonial na Antiga África Portuguesa, in 11th International Docomomo Conference Living in the Urban Modernity, Mexico City, 19 a 27 de Agosto de 2010; MILHEIRO, Ana Vaz; DIAS, Eduardo Costa. Arquitectura em Bissau e os Gabinetes de Urbanização Colonial (1944-1974), in arq.urb, Revista eletrônica de Arquitetura e Urbanismo, Nº2, 2009 (http://www.usjt.br/arq.urb/numero_02/artigo_ana.pdf); MILHEIRO, Ana Vaz; FERREIRA, Jorge. Moderno Colonial. Património escolar em Angola construído durante o Estado Novo português, in 3º Seminário Docomomo Norte Nordeste, Morte e Vidas Severinas: Das ressureições e conservações (im)possíveis do património moderno no Norte e Nordeste do Brasil, João Pessoa, 26 a 29 de Maio de 2010; MONIZ, Gonçalo Canto. Arquitectura e Instrução, o projecto moderno do Liceu, 1836-1936, Coimbra: Ed.Arq, 2007. |
Documentação Gráfica
|
AHU: MU/DGOPC/DSUH/Caixa8; AHU: MU/DGOPC/DSUH/Caixa120; |
Documentação Fotográfica
|
|
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
|
Observações
|
|
Autor e Data
|
Tiago Lourenço 2010 (projeto FCT PTDC/AURAQI/104964/2008 "Gabinetes Coloniais de Urbanização: Cultura e Prática Arquitectónica") |
Actualização
|
|
|
|
| |
| |