Quinta da Torrinha / Castelinho
| IPA.00030919 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Alvalade |
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Arquitectura agrícola, oitocentista. Quinta de produção, de que subsistem o edifício principal e dois anexos agrícolas. O edifício residencial é formado por uma casa de estilo eclético, de planta rectangular simples, com coberturas em terraço, formando um corpo torreado no topo, ornada por elementos de características militares, mas com mero carácter decorativo, como as ameias, guaritas, rusticidade dos socos e carácter possante dos pilares que decoram os cunhais. As fachadas apresentam tratamento simétrico, rasgadas por vãos em arco de volta perfeita no piso inferior e em arco apontado, com reminiscências goticizantes no segundo. A fachada principal ostenta alguns elementos de inspiração Arte Nova, como os azulejos que a rematam. Interior com vestíbulo, de onde sai escada de acesso aos vários pisos e com várias dependências decoradas com estuques. |
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Número IPA Antigo: PT031106091715 |
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Registo visualizado 3059 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Agrícola e florestal Quinta
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Descrição
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Edifício *1 de planta rectangular simples, evoluindo em dois pisos e com cobertura homogénea em telhado de quatro águas, sendo em terraço no volume torreado que centra o conjunto e sobre a zona que cobre a zona central do remate da fachada principal. Fachadas percorridas por soco de cantaria rusticado, revestidas a azulejo de padrão bícromo, branco e verde, formando um motivo vegetalista estilizado. Os pisos são definidos por friso de cantaria boleado e o remate apresenta um friso de azulejo polícromo, formando elementos vegetalistas, e uma platibanda de ameias decorativas. Os ângulos são marcados por pilares poligonais embebidos na estrutura, decorados superiormente por botões e rematados em pináculos piramidais. Fachada principal, virada a S., com disposição simétrica, definindo três panos, o central mais elevado, marcado por dois pilares poligonais embebidos na estrutura, semelhantes aos dos cunhais. É rasgado por portal em arco abatido, sustentado por colunas assentes em altos plintos circulares, envolvido por azulejo, formando falsa cartela em bicromia, azul e branca, decorada por meias-figuras híbridas e envolvida por moldura policroma vegetalista. É encimado por sacada de cantaria de perfil recortado, com guarda metálica vazada e pintada de preto, ornado por elementos vegetalistas, para onde abre vão rectilíneo totalmente tapado por caixilharia metálica pintada de branco, criando um falso motivo em arco apontado. No topo, o terraço é protegido por grade metálica pintada de preto, para onde abre, recuada, uma porta janela em arco apontado e com moldura em cantaria. Cada um dos panos laterais, tem no primeiro piso, duas janelas de peitoril em arco de volta perfeita com fechos e impostas salientes e com molduras em cantaria, surgindo, no piso superior, duas janelas em arco abatido e molduras de cantaria, que se prolongam inferiormente, formando falsos brincos. As fachadas laterais são idênticas, rasgadas, no piso inferior, por quatro janelas em arco de volta perfeita e, no superior, por quatro vãos em arco apontado, com características semelhantes aos vãos da fachada principal. Fachada posterior com duas portas de verga recta no piso inferior, protegidas por duas folhas de madeira almofadadas e pintadas de branco e com bandeira, que centram duas janelas de peitoril e uma central de maiores dimensões, todas em arco de volta perfeita. No piso superior, cinco janelas de varandim, com guarda vazada e em arco apontado e com moldura simples em cantaria. No topo, sobre o terraço, surge um pequeno corpo torreado, ostentando nos ângulos guaritas cilíndricas, assentes em mísulas e rematadas por ameias decorativas, assentes em toro e em banda lombarda, sendo rasgadas por frestas. INTERIOR com acesso por um vestíbulo de onde evolui uma enorme escada em caracol, de madeira entalhada, dando acesso aos vários pisos. As dependências, onde se destacam laboratórios, salas de aula, biblioteca e cozinha, cuja função se encontra explícita em placas nas portas, apresentam trabalhos de estuque ornamental nos tectos e paredes. No lado esquerdo, dois edifícios, antigas dependências agrícolas, a do lado direito de dois pisos e com cobertura a quatro águas, e a do lado direito com um piso e cobertura a uma água. O primeiro, em alvenaria rebocada e pintada de bege tem remate em platibanda plena e é rasgado, regularmente por vãos rectilíneos, formando portas e janelas de peitoril, estas protegidas por estores. A fachada lateral direita apresenta um corpo saliente, encimado por varanda com cobertura em chapa metálica e parcialmente tapada por caixilharias de alumínio. O corpo do lado direito apresenta vão em arco abatido com molduras denteadas em tijolo, e alguns vãos rectos, de feitura mais recente. |
Acessos
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Avenida Professor Gama Pinto |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado, fazendo parte integrante da Cidade Universitária, integrado numa das faculdades que a compõem, a SO. do conjunto. Encontra-se rodeado por edifício de feitura mais recente, constituindo a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (v. PT031106091713). Encontra-se envolvido lateral e posteriormente por muro de alvenaria rebocado e pintado de vermelho, tendo, fronteiro, uma estreita alameda sinuosa, pavimentada a calçada, ladeada por canteiros e terminando num pequeno largo, onde se erguem duas palmeiras e vários pinheiros centenários. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Agrícola e florestal: quinta |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Pública: pessoa colectiva |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1892 - apresentação do projecto de construção da casa, na Quinta da Torrinha, pelo seu proprietário, José Simões Ferreira Machado; 1914 - 1916 - remodelação do imóvel pelo seu proprietário Augusto de Albuquerque, com a feitura de revestimentos azulejares e construção dos remates ameados; 1919 - reconhece-se que era necessário adquiri um terreno para a construção de uma nova escola; autorização da concessão de 500 contos para a aquisição do terreno, construção do edifício e aquisição de equipamento; 1920 - aquisição dos terrenos da Quinta da Torrinha pela Escola Superior de Farmácia, num total de 38000m2, por 225 contos; projecto de construção de novos edifícios, conforme projecto de Amílcar da Silva Pinto, tendo-se verificado que o empreendimento seria demasiado dispendioso; a Faculdade instala-se no edifício do Castelinho, que foi sendo sucessivamente adaptado às necessidades, tendo recebido novo equipamento; 1961 - construção de um pavilhão, onde foi instalado o sector da Tecnologia; 1967 - construção de um novo pavilhão, onde se instalou a valência da Biologia; com estas construções, o Castelinho começa a ser lentamente abandonado; 1975 - obras de remodelação no lado N., tendo sido retirada uma estrutura de ferro envidraçada, substituída por uma parede em alvenaria de tijolo; remoção de uma escada em caracol exterior; séc. 20, década 80 - o edifício do Castelinho alberga os serviços de secretaria, biblioteca e um laboratório de investigação. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria, revestida a cantaria ou azulejo industrial; modinaturas, frisos, mísulas em cantaria; guardas em ferro forjado; frisos em azulejo; painéis de estuque; caixilharias e portas de madeira e ferro pintado; janelas com vidros simples e vidros foscos; cobertura em telha. |
Bibliografia
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SILVEIRA, Carlos, et al, "A Quinta da Torrinha e as instalações da Faculdade de Farmácia de Lisboa", in Medicamento, História e Sociedade, ano II, nº 4, Outubro 1986, pp. 37/1-41/5. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSCV-001-0028/0129 |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1966 - restauro da marquise do Castelinho, que sofrera danos por assentamento do terreno. |
Observações
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*1 - esta ficha tem correspondência à ficha de inventário da Universidade de Lisboa (UL): UL_FF_IM001. |
Autor e Data
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Ana Pascoal, Catarina Teixeira (Universidade de Lisboa - UL) e Paula Figueiredo (IHRU) 2011 (no âmbito da parceria IHRU / UL) |
Actualização
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