Solar de Penaventosa / Casa e Capela de Penaventosa
| IPA.00030970 |
Portugal, Porto, Baião, União das freguesias de Campelo e Ovil |
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Arquitectura residencial, barroca. Solar rural, de planta rectangular, irregular, formando pátio central descoberto, a que se adossam capela com ligação ao edifício através de corpo estreito localizado entre os dois edifícios. Fachadas desenvolvidas em um e dois pisos, adaptadas ao declive do terreno, enquadradas por cunhais apilastrados, sobrepostos por pináculos, percorridas por embasamento e terminadas em friso, cornija e beiral saliente, alteados e ondulados na fachada principal sobre o brasão, rasgadas regularmente por vãos de verga recta com moldura granítica. Fachada principal de dois pisos, destacando-se ao centro escadaria de granito de dois lanços divergentes, que faz a ligação andar nobre, por porta de verga recta com moldura recortada, sobrepujada por brasão da família. Capela adossada a NE., em empena rematada por cruz latina, enquadrada por cunhais apilastrados, coroados por pináculos boleados. É rasgada por portal de verga recta, emoldurado, coroado por cornija, e óculo envolvido por moldura recortada. Na ala NE. apresenta voltado para o patio interior, varanda alpendrada, sobre colunas circulares de granito, e escadaria de comunicação entre o pétio e o andar nobre. No interior desenvolvem-se vários espaços sociais com comunicação entre si, sendo esta uma característica comun aos solares barroscos, sendo o andar nobre dedicado a estes espaços e quartos de dormir e piso térreo destinado a arrumos, cavalariças, cozinha e adega. Capela barroca, de planta longitudinal, de espaço único, iluminada por pequeno vão axial. fachada principal em empena, rasgada por vão de verga recta e pequeno óculo com coldura recortada. Interior com coro-alto em madeira policroma, rasgado na parede lateral esquerda. Retábulo-mor de talha dourada e policromada, de planta recta e três eixos. |
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Número IPA Antigo: PT011302020053 |
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Registo visualizado 826 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo planta quadrangular com pátio central
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Descrição
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Conjunto de edifícios de planta retangular, irregular, interligados, criando pátio central descoberto com fonte decorativa ao centro, coberturas diferenciadas, em telhados de três e quatro águas, tendo junto à fachada lateral direita, interligada por corpo estreito, capela longitudinal, com cobertura em telhado de duas águas. CASA com fachadas rebocadas e pintadas de branco, de dois e um registos, percorridas por embasamento de granito, definidas por pilastras toscanas nos cunhais, coroadas por pináculos piramidais, e terminadas em friso e cornija, sendo esta alteada e ondulada no eixo que define o acesso principal, sobreposta por beiral saliente. Fachada principal virada a SE., rasgada simetricamente por vãos de verga reta, marcada ao centro, por escadaria monumental de dois lanços divergentes, de acesso ao andar nobre, com guardas de granito, recortadas nos arranques, possuindo sob o patamar superior porta de verga reta, ladeada por dois pequenos arbustos. A escada confere à fachada uma divisão de três panos, um central que ocupa toda a largura da escada, e dois laterais, simétricos, rasgados no piso térreo, por porta com moldura recortada e duas janelas com moldura retangular que se estende em forma de mísula até ao piso superior, sustentando as bases das sacadas. No piso superior, de cada lado do portal, abrem-se quatro janelas de verga reta, sendo as centrais de sacada, protegidas por grades de ferro forjado, e as laterais com molduras que se prolongam na zona inferior formando brincos. No pano central abre-se para o patamar da escadaria, porta de verga reta, com moldura recortada, encimada por pedra de armas da família Cabral Campelo. No seguimento da fachada, relativamente recuada, surge corpo estreito, terminado em empena e rasgado por duas frestas retangulares com molduras de granito, que serve de ligação entre o edifício principal e a capela. Fachada lateral direita irregular, de um só piso, adaptada ao desnível do terreno, vencido em alguns pontos por escadarias de granito, rasgada por vãos de verga reta, com molduras de granito, apresentando as janelas prolongamentos, formando brincos. Fachada lateral esquerda dividida em três panos, definidos por pilastras toscanas, apresentando os laterais porta com moldura curva no piso térreo e duas janelas no piso superior, e no pano central, porta e duas janelas no piso térreo e duas janelas de sacada, protegidas por grades de ferro no piso superior. No extremo da fachada, do lado esquerdo, apresenta escadaria de granito, protegida por guardas de ferro entre pilares bojudos encimados por fogaréus, de acesso ao pátio que se desenvolve junto à fachada posterior. Fachada posterior de um só registo, marcada pela presença de um corpo avançado, adossado a N., rasgada por vãos com moldura de granito terminadas em brincos, sendo dois de janela e três de porta, distribuídos simetricamente, intercalados por peanhas de granito para pousar vasos e bancos de granito com espaldar formado por painéis de azulejos decorativos, azuis e amarelos sobre fundo branco, colados na fachada. Na fachada O. do corpo avançado, apresenta duas janelas. Ao centro abre-se pátio interior com fonte central, com comunicação com o piso térreo por portas de verga reta e com o andar nobre por escadaria de braços divergentes que dão para alpendre suportado por colunas circulares de granito, que ocupa toda a frente da ala NO. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, apresentando no piso térreo, várias dependências com comunicação para o exterior, como cozinha, escritório, adega, entre outras. Pelo portal central da fachada principal, acede-se ao andar nobre, com soalho de madeira encerada, lambril, molduras do vãos e tetos também de madeira, com destaque para a sala principal que apresenta teto em masseira, com frisos pintados e motivos florais dourados, tendo ao centro brasão da família, policromo. Esta sala comunica com duas salas laterais e corredores que distribuem as restantes dependências. CAPELA: relativamente recuada, com fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de granito e rematadas por friso, cornija e beiral simples. Fachada principal em empena terminada por cruz latina de granito, enquadrada por cunhais apilastrados, coroados por plintos paralelepipédicos boleados no topo, rasgada por portal de verga reta enquadrado por moldura de granito sobreposta por friso e cornija, seguindo-se óculo com moldura de granito em forma de rosácea. Fachada lateral esquerda adossada e fachada lateral direita rasgada por fresta retangular vertical, com vitral. Fachada posterior cega. INTERIOR: corpo único, com pavimento em lajes de cantaria, sobreposto por passadeira vermelha ao centro, paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por lambril de azulejos de padrão, e teto em caixotões de madeira policroma e dourada. Na parede lateral esquerda abre-se coro-alto, em madeira policroma, com guarda em balaustrada e cortina vermelha de veludo, acedido pelo andar nobre. Na mesma parede rasga-se porta de verga reta, policroma, com moldura de madeira decorada por motivos entrelaçados, sobre falsas pilastras, que comunica com sacristia, estreita, integrada no corpo intermédio, com teto de madeira policroma e e pavimento em tijoleira. Sobre supedâneo de dois degraus, retábulo-mor em talha dourada e policromada, de planta reta e três eixos definidos por pilastras torças, que sustentam entablamento e ático decorado por folhas de acanto. Eixo central ocupado por imagem sobre peanha e laterais com imagens sobre mísulas em folha de acanto. Banco decorado por composições de folhas de acanto, integrando sacrário ao centro. Altar paralelepipédico com frontal seccionado em painéis |
Acessos
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Rua da Penaventosa |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Periurbano, isolado, em posição sobranceira, desenvolve-se em socalcos, desfrutando de umas vistas abrangentes sobre a freguesia e serras que caracterizam a envolvência. No caminho de acesso á quinta encontra-se a Fonte de Santo António (v. PT011302020055). |
Descrição Complementar
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JARDIM formal desenvolvido em socalcos fronteiros à fachada principal, delimitados por muros, interrompidos por balaústres e conversadeiras, e encimados pontualmente por floreiras de granito. Acede-se ao jardim por escadaria monumental que que desenvolve em um e dois lanços, no seguimento da escadaria do edifício principal. Na face principal do patamar apresenta painel de azulejos figurativos, mostrando cenas da vida quotidiana. O jardim é definido por canteiros de buxo, com roseiras e japoneiras, e pontuado por grandes vasos cerâmicos, integrando no seguimento da escadaria, coluna circular, de fuste liso, sobre base quadrangular de dois registos, encimada por grotesco com rosto esculpido. No extremo O., apresenta pérgula assente em oito colunas de fuste circular sobre plintos paralelepipédicos. No pátio junto à fachada principal, fonte de planta circular, sobre base de granito, constituída por estrutura também de granito tapada até meio por murete sobreposto por quatro colunas, duas quadradas e duas circulares, que suportam cobertura também circular, com estrutura de madeira e cobertura de telha cerâmica. Na parede bica carranca enquadrada por motivos fitomórficos e dois losangos sobrepostos por cruz latina e cornija curva. Taça semicircular. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Residencial: casa |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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1570 - Segundo uma lápide existente no pátio interior, a sua construção inicial é anterior a esta data; 1706 - foi reconstruída pelo então proprietário Inácio Pereira Campelo; 1809 - durante as Invasões Francesas o edifício esteve ocupado pelos oficiais franceses; 1758 - o Arcediago António de Magalhães Cabral, pároco da freguesia de Campelo, faz referência à Quinta de Penaventosa e capela, com a invocação da Senhora da Piedade, pertença de Diogo Ferreira Cabral; possuia o mesmo Diogo Ferreira do Amaral uma outra capela, com a invocação à Senhora da Ajuda, no centro da povoação, actuamente desaparecida; 1913 - foi reformada por Alexandre Ferreira Cabral Pais do Amaral; 1927 - António Ferreira Cabral Campelo, pai do actual proprietário, aumentou o edifício dotando-o das alas Norte e Sudeste; data da lápide existente no pátio interior. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de granito rebocada e pintada; cunhais, modinaturas, sacadas, frisos, cornijas, brasão, escadas, pináculos, cruz e embasamento em granito; portas; caixilharias, tectos, pavimentos de madeira; gradeamentos das janelas e portões em ferro forjado, vidros simples; cobertura em telha. |
Bibliografia
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CAPELA, José Viriato, MATOS, Henrique, Borralheiro, Rogério, As Freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758, Memórias História e Património, Braga, 2009. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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2011 - Obras de adaptação da ala SO.. |
Observações
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Autor e Data
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Ana Filipe 2011 |
Actualização
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