Teatro Nacional de D. Maria II / Teatro Nacional de Almeida Garrett
| IPA.00003105 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior |
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Arquitectura cultural e recreativa, neoclássica. Edifício neoclássico de raiz palladiana, caracterizado por superfícies planas rasgadas por vãos simétricos com decorações muito simples. Na fachada central, projecta-se, bruscamente, do centro do edifício, um pórtico hexastilo, em forma de templete. A fachada posterior desenvolve-se num ritmo curioso: 17 vãos nos 2 primeiros pisos, inscritos em arcos plenos. Nos extremos, grupos de 4 pilastras jónicas separam os últimos 3 vãos, valorizando assim as extremidades. Nas fachadas laterais, as arcadas e terraço que avançam da caixa murária fazem recordam uma loggia. |
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Número IPA Antigo: PT031106310043 |
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Registo visualizado 3212 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Cultural e recreativo Casa de espetáculos Teatro
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Descrição
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Planta rectangular. Massa de acentuada horizontalidade de forma quase paralelepipédica e corpos adossados. Cobertura em telhado de 4 águas. 3 pisos, sendo o 1º todo revestido a silharia de junta fendida. Na fachada principal, virada a S., um pórtico central, ressaltado, 6 colunas jónicas, entablamento e frontão triangular, com o tímpano esculpido, representando Apolo e as Musas, coroado por 3 estátuas em acrotério, com Gil Vicente, e nos vértices inferiores por estátuas representando Tália e Melpomena. A fachada desenvolve-se posteriormente com os 2 primeiros pisos rasgados por 17 vãos, inscritos em arcos plenos. Nos extremos, grupos de 4 pilastras jónicas separam os últimos 3 vãos. As janelas do 2º piso possuem guardas de ferro, encimadas por almofadas com baixos relevos esculpidos. Entablamento separa o 2º do 3º piso. Este em ático, é rasgado por lucarnas semicírculares ladeadas por almofadas e cabeças esculpidas. As fachadas laterais, idênticas, são rasgadas por vãos inscritos em arco pleno, têm, ao nível do 1º piso, um corpo saliente de arcadas, cujos vãos estão fechados com vidro, coberto por um terraço com balaustrada, sobre o qual se abrem janelas inscritas em arco pleno que, por sua vez, estão inscritas numa arcaria. Entablamento e 3º piso rasgado por 7 lucarnas semicirculares. A fachada posterior é dividida por 6 pilastras jónicas, abrangidas por uma escadaria, e 3 nas extremidades. Vãos idênticos às das outras fachadas, entablamento e lucarnas no 3º piso. |
Acessos
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Praça D. Pedro IV; Largo de São Domingos; Largo do Regedor; Praça D. João da Câmara |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 16/2012, DR, 1.ª série, n.º 132 de 10 julho 2012 / Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) / Incluído na Zona Geral de Proteção da Avenida da Liberdade (v. IPA.00005972) / Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128) |
Enquadramento
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Urbano. Lado N. da praça, isolado. Uma escadaria e 2 rampas laterais dão acesso ao teatro. Implantação harmómica. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Cultural e recreativa: teatro |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: teatro |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Ministério da Cultura, auto de cessão de 20 Outubro 1977 |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTOS: Feliciano de Sousa Correia (1842-1846); Fortunato Lodi (1842); Gonçalo Sousa Byrne (1989); Giuseppe Cinatti (rem. interiores, c. 1840-1850); José Luigi Cinatti (séc. 19). Luigi Chiari (1836); Valentim José Correia (1842-1846). ESCULTORES: Francisco de Assis Rodrigues (séc. 19, década de 40); ESTUCADORES: Ernesto Rosconi (séc. 19, década de 40); PINTORES: António Manuel da Fonseca (séc. 19, década de 40). |
Cronologia
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1836 - o governador civil Fernando Larcher tem a ideia da construção de um teatro nacional; 28 Setembro - o governo encarrega Almeida Garrett de organizar um plano; Luigi Chiari faz um risco para o teatro, orçando a obra em 70 mil cruzados; 1838 - nomeação de uma comissão para formar uma companhia teatral, a qual apurou 30:000$000 para a construção; o Conde de Farrobo oferece-se para construir o teatro; 1840 - A. Garrett é nomeado para a comissão de construção do edifício, composta por vários arquitectos da Academia; foi escolhido o terreno onde existiam as ruínas do edifício do Tesouro, anteriormente Palácio dos Estaus, da Inquisição e da Regência; 6 Novembro - Almeida Garrett consegue aprovação de uma lei para a construção do teatro, fornecendo o estado o terreno e os materiais; aquisição do terreno à Câmara por 10:000$000; abertura de concurso para construção do edifício, sendo apresentados 6 projectos, não tendo o júri optado por nenhum; 1842 - é aprovado o projecto de Fortunato Lodi; intervenção do arquitecto Valentim José Correia; Costa Cabral decreta logo a sua construção, tendo Larcher como administrador e fiscalizador da obra até 1844; 25 Abril - Larcher, que substituíra Almeida Garrett, consegue que o Governo apoie a construção, por intermédio de uma transacção com os contratos do tabaco, que deram 40:000$000; escolha o risco de Fortunato Lodi; Novembro - lançamento da primeira pedra; 1842 - 1846 - construção do teatro pelos arquitectos Feliciano de Sousa Correia e o seu filho, Valentim José Correia, que custou 400:000$000; o projecto de decoração é entregue ao escultor Francisco de Assis Rodrigues, ao pintor António Manuel da Fonseca, com os estuques a cargo de Ernesto Rusconi e pano de boca da sala pintado por Giuseppe Cinatti e Achille Rambois; séc. 19, meados - transformação da sala e plano da decoração por José Luigi Cinatti; 1845, 29 Outubro - com o teatro por concluir, realizou-se no local uma representação para comemorar o aniversário de D. Fernando II; 1846, 13 Abril - inauguração do teatro, a comemorar o aniversário da rainha, ocorrido no dia 4 de Abril, mas calhando na Semana Santa, apresentando-se a peça Álvaro Gonçalves o Magriço, ou os Doze de Ingalterra, da autoria de Jacinto Heliodoro Faria Aguiar; 1854 - o Comissário Interino do Governo no Teatro, Sebastião Ribeiro de Sá, dava conhecimento ao Ministério do Reino da necessidade de reparar o tecto degradado pelo efeito das chuvas; 1846 - inauguração com uma peça de Jacinto Heliodoro Loureiro - "Alvaro Gonçalves, o Magriço" ou "Os Doze de Inglaterra"; 1855, 18 Abril - Pedro de Meneses Brito do Rio assume o comissariado; 1855, 23 Junho - o comissário informa o Ministério do Reino que iriam ter início as obras de correcção necessárias; 1855 - durante o Verão, são levadas a cabo uma série de obras de melhoramentos da sala realizados por Giuseppe Cinatti, nomeadamente: suprime-se a 4ª ordem de camarotes, o que levou a um abaixamento do tecto e à elevação do nível da plateia; alterações no palco que avançou até aos segundos camarotes próximos do proscénio, deixando os primeiros sobre a cena; melhorias na acústica, que implicaram a redução da profundidade dos camarotes, mas acrescentaram-se-lhes pequenas antecâmaras; 1894 - sofre uma remodelação sendo a sala de espectáculos decorada e pintada por Columbano; 1910 / 1939 - o teatro muda de nome para Teatro Nacional Almeida Garrett; 1928, 17 setembro - publicação do Decreto de classificação como Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 15 962, DG, 1.ª série, n.º 214; 1964, 02 dezembro - um grande incêndio destruiu todo o seu interior e a cobertura; 1971, janeiro - previsto o término da primeira fase de reconstrução; 1972 - início da segunda fase de reconstrução; 1978 - reabertura do teatro; 1989 - remodelação do teatro pelo arquitecto Gonçalo Sousa Byrne; 1990 - obras de remodelação do interior, para remoção de placas de amianto prejudiciais à saúde. Foram também feitas novas instalações destinadas a livraria e cafetaria; 2003, 29 maio - Despacho do Ministro da Cultura, determinando a reclassificação do imóvel como Monumento Nacional (MN), a qual será integrada em futuro diploma a publicar no Diário da República, data a partir da qual se tornará efectiva; 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Alvenaria, cantaria, vidro, telha |
Bibliografia
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A propriedade urbana, 3.ª série, ano LVII, n.º 188, Lisboa, Associação Lisbonense de Proprietários, Janeiro - Fevereiro 1971; A propriedade urbana, 3.ª série, ano LVIII, n.º 195, Lisboa, Associação Lisbonense de Proprietários, Março-Abril 1972; ALMEIDA, Fernando de, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, 1º Tomo, Lisboa, 1973; ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Vol.III, Livro 12, Lisboa, s.d.; BASTOS, Sousa, Lisboa Velha - Sessenta Anos de Recordações ( 1850 a 1910 ), Lisboa, 1947; FRANÇA, José Augusto, A Arte em Portugal no Século XIX, Lisboa, 1990; História da Arte em Portugal, Vol X, Lisboa, 1986; LEAL, Joana da Cunha, Giuseppe Cinatti (1808-1879), Percurso e Obra, (dissertação de mestrado), Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 1996, pp. 159-164; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1953, Lisboa, 1954; PEDREIRINHO, José Manuel, Dicionário de arquitectos activos em Portugal do Séc. I à actualidade, Porto, Edições Afrontamento, 1994; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Cons - trutores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. III. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRELisboa, DGEMN/DRELisboa/DEM, DGEMN/DSARH |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH, DGEMN/DRMLisboa |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1947 / 1952 - diversas obras; 1952 - adaptação de uma cabina no teatro; 1953 - reparação do telhado; montagem de um sistema de comando e regulação da iluminação do palco; 1954 - obras na cabina dos condensadores, no palco, telhado e algeroz; recuperação na sala de espectáculos, palco e camarotes; conservação do forro da plateia; 1955 - obras de reparação no alçapão de ventilação; beneficiação geral; instalação eléctrica dos camarins e corredores dos camarotes; 1956 - arranjo das frisas e camarotes; diversos trabalhos de decoração; 1958 - reparação da caldeira; 1959 - reparação da instalação eléctrica; 1960 - reparação da parte da teia, átrio dos artistas e instalação eléctrica; 1962 - afinação do pano de ferro do teatro, reparação geral do pavimento do palco, pequenos trabalhos de conservação; 1963 - arranjo da teia e telhado; 1964 - enfiamento de uma coluna para o último andar do teatro; reparações na instalação eléctrica e no telhado; 1965 - obras de levantamento do teatro, trabalhos de limpeza e arranjo, projecto de estruturas para a reconstrução (Engº Ferry Borges); 1966 - limpeza e apeamento da parte em ruínas; apeamento de alvenarias, tectos e diversos trabalhos, demolição de alvenaria na zona da plateia; 1967 - reconstrução do teatro, trabalhos de prospecção, projectos de fundações, demolição e escavações no palco e plateia; 1968 - trabalhos de demolição e arranjo; 1969 / 1972 - execução de infra-estruturas resistentes; 1971 - modificação na vedação do estaleiro; 1972 - montagem do equipamento de iluminação e mecânica de cena, instalação eléctrica; 1972 - 1976 - instalação de ar condicionado, ventilação, água e esgotos; 1973 - trabalhos de instalação eléctrica; 1974 / 1975 / 1977 / 1978 / 1983 - mobiliário e decoração; 1975 - trabalhos imprevistos; 1976 - montagem do equipamento de iluminação e mecânica de cena, instalação eléctrica e de ascensores; conservação dos 6 elevadores instalados, reconstrução, limpeza e lubrificação do equipamento mecânico de cena, restauro de pintura e dourados, douramento na escada e antecâmara do camarote presidencial; 1978 - instalação de material de sonorização; 1979 - obras de beneficiação; 1980 - beneficiação na cobertura e subtecto; 1982 - obras de beneficiação; 1983 - beneficiação em pinturas para o isolamento dos revestimentos; 1984 / 1985 - obras de beneficiação nas instalações e tratamentos de esgotos; 1986 - obras de beneficiação, remodelação da instalação de ventilação da sala de cenografia; 1987 - conservação do sistema contra incêndios; 1988 - obras de beneficiação, conservação do sistema contra incêndios, obras na sala de ensaios na zona do subpalco, instalação eléctrica da sala de ensaios - 1ª fase, reparação de cornija. |
Observações
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Autor e Data
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João Silva 1992 |
Actualização
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