Central Elevatória da Praia / Museu do Fado e da Guitarra Portuguesa
| IPA.00003107 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior |
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Arquitectura infraestrutural, oitocentista. Estação elevatória de águas. | |
Número IPA Antigo: PT031106360277 |
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Registo visualizado 1942 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Hidráulica de elevação, extração e distribuição Estação elevatória
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Descrição
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De planta sensivelmente rectangular e volumetria escalonada, sendo a cobertura efectuada por telhados a 4 águas. Destinado a uma função específica, trata-se de um edifício com uma arquitectura de carácter funcional. Com pano de muro em reboco pintado e soco em cantaria, apresenta alçado principal a N., e é constituído por 3 corpos separados por pilastras em cantaria: corpo central mais elevado relativamente aos corpos que o ladeiam, exibindo grande arco de volta perfeita em cantaria, vazado ao nível do embasamento por gradeamento em ferro, fixo a colunas no mesmo material; é encimado por ampla janela em vidraça, e rematado superiormente por cimalha. De duplo pé-direito, compõe-se interiormente de um único piso e compartimento, anteriormente destinado a oficina. Nos corpos laterais, idênticos, observa-se abertura a ritmo regular de vãos com emolduramento em cantaria, dos quais se destacam os do piso térreo, que ostentam verga curva. Apresentam neste piso, porta principal a eixo, ladeada por janelas de peito, sendo o conjunto encimado por 3 janelas rectangulares. Os corpos são rematados por platibanda em muro, precedida de cimalha. Comunicantes com o corpo central através do piso térreo, os corpos laterais, compõem-se designadamente, de 2 (a nascente) e 3 andares (a poente): o corpo a E., exibe 4 compartimentos no andar térreo, 2 deles destinados a oficinas. Acede-se ao 1º andar por escada em madeira de lanços rectos, podendo identificar-se neste nível, sensivelmente metade da área compartimentada em 5 espaços distintos, correspondendo a restante área a uma varanda coberta. O corpo a O., de 3 andares, apresenta 1ºandar ao nível do piso térreo do restante edifício. Acede-se ao 2º piso através de escada exterior, de lanço único, localizada no alçado lateral O. Ainda a O., identifica-se a cisterna: de planta rectangular, consiste num único compartimento, ritmado regularmente pela presença de pilastras e arcaria. |
Acessos
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Largo do Chafariz de Dentro, n.º 1. WGS84 (graus decimais): long. 38,711087; lat. -9,12762 |
Protecção
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Em vias de classificação (Homologado como IM - Interesse Municipal, Despacho de 30 setembro 1997 do Ministro da Cultura) *1 / Incluído na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128) e na Zona de Proteção da Capela de Nossa Senhora dos Remédios (v. IPA.00002484) |
Enquadramento
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Urbano, destacado, isolado. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Hidráulica: estação elevatória |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: João Santa-Rita (1995-1998); José Daniel Santa-Rita (1995-1998); ENGENHEIROS: E. Windsor & Fils (1868); Joaquim Nunes de Aguiar (1868) |
Cronologia
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1868 - início da construção da estação elevatória de águas do Largo do Chafariz de Dentro, designada então como Reservatório da Praia, no local onde existira um chafariz, designado de Fora, da Praia ou ainda Novo, para aproveitamento das águas residuais de Alfama, e que bombeava as águas para o depósito da Verónica, na freguesia de São Vicente; o projecto foi da autoria do engenheiro Joaquim Nunes de Aguiar; 16 junho - contrato com os engenheiros de Ruão, E. Windsor & Fils, para o fornecimento das máquinas a vapor para a elevação da água, sendo os desenhos de fundações e de canalizações da autoria do engenheiro Martin de Windsor; julho - início da construção; 1880 - uma vez concluída a obra do Alviela, a estação elevatória passa a funcionar como sistema de apoio de reserva, como complemento à acção da estação dos Barbadinhos, em caso de avaria; 1938, 13 julho - desativação da estação; séc. 20, década 60 - funciona até esta data uma oficina de reparação de contadores e transformado depois em refeitório; década 70 - o edifício permanece devoluto; 1974-1990 - funcionamento no imóvel do Centro de Trabalho do Partido Comunista Português; 1998 - instalação, após recuperação e ampliação do edifício, do Museu do Fado e da Guitarra Portuguesa; 2011 - classificação, pela UNESCO, do Fado como património imaterial da Humanidade. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, betão, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira |
Bibliografia
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AA.VV. - Guia da Arquitetura de Lisboa, 1948-2013. Lisboa: A+A Books, 2013, p. 44; A Água de Lisboa, in Serões, Nº 15, Setembro 1906; CASTILHO, Júlio de, Lisboa Antiga. Bairros Orientais, Vol. I, Lisboa, 1939; CASTILHO, Júlio de, A Ribeira de Lisboa, vol. I e II, 1948; VASCONCELOS, Jorge de, História Antiga e Contemporânea das Águas Termais de Alfama, in Boa União, Dezembro 1983; Aqueduto Alviela - Máquinas Elevatórias a Vapor, Lisboa, s.d.; CLEMENTINO, Amaro, Águas de Alfama -dois milénios de fruição- in Pedra e Cal (Revista do Grémio das Empresas de Conservação e restauro do Patimónio Arquitectónico), Ano V - n.º 18 Abril/Maio/Junho 2003. |
Documentação Gráfica
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CML: Arquivo de Obras, Pº Nº 27.485, GTALFAMA, Processo do Edifício do Recinto da Praia |
Documentação Fotográfica
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Documentação Administrativa
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CML: Arquivo de Obras, Pº Nº 27.485, GTAlfama, Processo do Edifício do Recinto da Praia |
Intervenção Realizada
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1920 - obras de limpeza; 1926 - alargamento do portão de acesso; 1927 - obras de conservação; 1931 - construção de cabina (projecto do Construtor Civil José Alves) e reparações internas; 1932 - reparações internas e externas, substituição de portão e demolição de uma chaminé; 1935 - colocação de um tanque no interior (projecto do Engenheiro João Azevedo Monteiro de Barros); 1941 - reparação de portão e consolidação de pilares; 1942 - reparações em vãos; CMLisboa: 1995-1998 - remodelação e ampliação do edifício para adaptação a nova função (museu do Fado e da Guitarra Portuguesa), da autoria dos arquitetos João e José Daniel Santa-Rita. |
Observações
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*1 - a designação correcta do imóvel é Edifício do Recinto da Praia; (tendo em consideração a campanha de obras em curso e o revestimento do imóvel com andaimes e telas não se efectuaram fotografias) |
Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1998 |
Actualização
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Anouk Costa 2013 |
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