Igreja Paroquial de Nogueira / Igreja de Santa Cristina
| IPA.00031451 |
Portugal, Porto, Lousada, União das freguesias de Silvares, Pias, Nogueira e Alvarenga |
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Arquitectura religiosa, setecentista. Igreja paroquial de planta rectangular composta por nave, capela-mor e sacristia adossada à fachada lateral esquerda, com coberturas interiores diferenciadas, em falsas abóbadas de berço abatido, iluminada uniformemente no corpo da nave por janelas rasgadas nas fachadas laterais e unilateralmente na capela-mor. Fachada principal em empena com os vãos rasgados em eixo composto por portal e janela, ambos rectilíneos. Fachadas com cunhais apilastrados, encimados por pináculos piramidais, e rematadas em cornijas, as laterais com portas travessas de verga recta. Interior com coro-alto de feitura recente, baptistério e púlpito no lado do Evangelho. Arco triunfal de volta perfeita com capelas colaterais em ângulo, contendo retábulos de talha pintada, de estilo rococó. Capela-mor com supedânea de cantaria, contendo retábulo-mor de talha neoclássica pintada. |
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Número IPA Antigo: PT011305160057 |
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Registo visualizado 524 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta rectangular composta por nave e capela-mor mais estreita com corpo e campanário adossados à fachada lateral direita, de volumes articulados e escalonados, com coberturas diferenciadas em telhados de uma água no anexo e respectivo alpendre e de duas águas no templo. Fachadas em cantaria de granito aparente, em aparelho pseudo-isódomo, com cunhais apilastrados, firmados por pináculos piramidais e bola, e rematadas por cornija. Fachada principal virada a O., em empena com cruz latina no vértice, rasgada por portal de verga recta com moldura saliente e remate em friso almofadado e cornija, encimado por janela rectilínea e por registo de azulejo, em bicromia, azul e branco, representando o orago. No lado esquerdo do portal uma lápide com a data "1725". No lado direito, campanário de dois registos, o inferior vazado por arco de volta perfeita, de acesso à fachada lateral direita, e o superior com duas sineiras de volta perfeita e molduras salientes, rematando em empena com friso e cornija, encimados por cruz latina no vértice a pináculos cónicos. Fachada lateral esquerda rasgada por porta travessa de verga recta e por três janelas rectilíneas e molduras salientes, duas na nave e uma na capela-mor. A fachada lateral direita tem, no corpo da nave, porta travessa e duas janelas semelhantes às anteriores, surgindo o corpo anexo da sacristia, em empena com cruz no vértice e janela rectilínea, possuindo, na face O., porta de verga recta protegida por alpendre sustentadas por quatro colunas toscanas. Fachada posterior em empena cega com cruz latina sobre plinto galbado no vértice. Sobre este, é possível ver a empena do arco triunfal com cruz latina no vértice. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, com coberturas em falsas abóbadas de berço abatido, pintadas de branco, com estuque decorativo formando apainelados, a da capela-mor com tirantes metálicos, possuindo pavimento em soalho. Coro-alto em betão e madeira, com guarda de madeira torneada e escadas do mesmo material, situadas no lado da Epístola. Portal axial protegido por guarda-vento de madeira e vidro. No lado do Evangelho e no sub-coro, o baptistério, pouco profundo e com arco de volta perfeita assente em pilastras toscanas com o fundo em cantaria de granito aparente, contendo um registo de azulejo, bícromo, azul e branco, representando o "Baptismo de Cristo". Possui pia baptismal com base tronco-cónica percorrida por espira canelada, e taça facetada decorada com caneluras em viés. As portas travessas estão ladeadas por pias de água benta em granito com vão de reservatório e bordos boleados. No lado do Evangelho, a bacia do antigo púlpito, em cantaria de granito, quadrangular e de mísula em cantaria lavrada. Arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras toscanas, encimado por sanefão de talha pintada de branco e dourado, decorado com acantos, concheados, anjos de vulto encarnados e remate em cornija contracurva, de inspiração borromínica. É ladeado por duas capelas retabulares colaterais, dispostas em ângulo e inseridas em dois meios-arcos de volta perfeita; são dedicadas a Nossa Senhora do Rosário e ao Crucificado. Sobre supedâneo de três degraus, retábulo de talha pintada de branco, azul e dourado, de planta recta definida por quatro colunas de inspiração jónica, assentes em base paralelepipédica comum. Ao centro, tribuna de volta perfeita contendo trono expositivo de cinco degraus facetados, surgindo, nos eixos laterais, mísulas para imaginária. Remate central em frontão semicircular, surgindo, sobre os eixos laterais, friso e cornijas, encimados por urnas. Altar paralelepipédico encimado por sacrário em forma de templete, com colunasm remate bolboso fortemente decorado e encimado pelo pelicano, tendo na porta símbolos eucarísticos. Possui ilhargas curvas, que proporcionam uma ilusão de convexidade da estrutura. Em frente ao retábulo, a mesa de altar em cantaria de granito sustentada por pilar central. No lado da Epístola, porta de acesso à sacristia, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, tecto de dois panos, também rebocados e pintados de branco, contendo lavabo em cantaria de granito, com espaldar ladeado por pilastras e remate em cornija, pináculos e cruz. Tem o espaldar ornado por coração, com torneira. |
Acessos
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Em Nogueira, junto ao Cemitério. WGS84 (graus decimais) lat.: 41.286046; long.: -8,260621 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, adossado a edifícios paroquiais no lado direito, implantado em zona plano, formando um pequeno adro murado a cantaria de granito aparente com acesso frontal. Está rodeado por edifícios residenciais unifamiliares e, na fachada posterior, ergue-se o Cemitério. No lado direito, um amplo largo pavimentado a alcatrão e a NE., a auto-estrada A11. |
Descrição Complementar
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No friso do portal axial, um conjunto de azulejos bícromos, com a inscrição latina pintada "ECCE TABERNACULUM DEI CUM HOMINIBUS, Appoc XXI, 3". No registo de azulejos sobre a janela, a inscrição: "SANTA CRISTINA NOGUEIRA". Os retábulos colaterais são semelhantes, com os remates dispostos simetricamente, de talha pintada de branco, azul e dourado, cada um deles de planta recta e um eixo definido por duas colunas com capitéis coríntios e fustes com flasas espiras fitomórficas, assentes em plintos galbados embebidos na estrutura, e por duas pilastras. Ao centro, nicho lobulado com o fundo pintado de azul, contendo mísula com imaginária, sendo ladeado por duas mísulas galbadas, encimadas por acanto, formando falso baldaquino. A estrutura remata em frisos, cornijas e meio-espaldar recortado e volutado, o da estrutura do lado esquerdo a enrolar para a direita e o oposto para a esquerda. Na base do nicho, sacrário embutido, ladeado por acantos e com remate em cornija contracurva, tendo, na porta, motivos eucarísticos. Altar em forma de urna com cartela recortada central, envolvida por folhagem. |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1114, 24 Abril - Egas Moniz e Doroteia Pais doam ao Mosteiro de Paço de Sousa os casais que possuem em Nogueira e a parte que detêm do padroado da respectiva igreja; 1258 - nas "Inquirições" refere-se como padroeiros herdadores; 1670, 17 junho - em visitação é referido que as religiosas do Convento de Santa Clara do Porto terão de fazer um retábulo-mor; 1672, 23 junho - o retábulo-mor está a ser construído e o visitador manda que se coloque no mesmo a imagem de Santa Cristina, de vulto; 1673, 05 agosto - o visitador ordena que os fregueses mandem dourar o retábulo do Santo Nome de Deus; 1674, 20 novembro - o visitador ordena às freiras a pintura e douramento do retábulo-mor; 1677, 30 julho - a imagem de Santa Cristina já está no altar; 1706, 10 junho - o visitador manda fazer dois tocheiros para a capela-mor; 1725 - provável construção do actual templo; séc. 18, 2.ª metade - construção dos retábulos colaterais; 1758 - nas Memórias Paroquiais é referido que a paróquia se integra no concelho de Unhão; a igreja dedicada a Santa Cristina tem pároco apresentado pelo Arcebispo de Braga e tem de côngrua 80$000; 1763, 14 julho - o visitador manda que se coloquem novos ou se arranjem os primitivos dosséis dos retábulos colaterais; 1770, 09 maio - as religiosas de Santa Clara do Porto autorizam a feitura de um trono para a Irmandade do Santíssimo colocar no retábulo-mor; séc. 19, início - feitura do retábulo-mor; séc. 20 - construção do coro-alto e do campanário exterior. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de granito aparente e betão, com o interior rebocado e pintado; modinaturas, cunhais, pináculos, cruzes, cornijas, supedâneo, pias de água benta, pia baptismal, bacia do púlpito e lavabo em cantaria de granito; retábulos, guarda do coro, pavimentos de madeira; janelas com vitral; coberturas em telha cerâmica. |
Bibliografia
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BRANDÃO, Domingos de Pinho, Obra de talha dourada, ensamblagem e pintura na cidade e na Diocese do Porto - Documentação, vol. I (séculos XV a XVI), Porto, Diocese do Porto, 1984; CAPELA, José Viriato, MATOS, Henrique e BORRALHEIRO, Rogério, As freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758 - Memórias, História e Património, Braga, Universidade do Minho, 2000; LEAL, Augusto Pinho, Portugal antigo e moderno: Diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico, Lisboa, Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia; 1873-1890, 12 volumes; LOPES, Eduardo Teixeira, Lousada e as suas freguesias na Idade Média, Lousada, Câmara Municipal de Lousada, 2004. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Diocese do Porto e Paula Figueiredo (IHRU) 2011 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese do Porto) |
Actualização
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