Cinema Cinearte
| IPA.00003150 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Estrela |
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Arquitectura cultural, modernista. | |
Número IPA Antigo: PT031106370179 |
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Registo visualizado 1215 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Cultural e recreativo Casa de espetáculos Cine-teatro
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Descrição
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De planta rectangular, o edifício constitui-se num volume único de feição paralelepipédica coberto por terraço. A fachada é dinamizada por um sucessivo recuo do seu plano, da direita para a esquerda, destacando-se a caixa da sala (formada por um embasamento contínuo de cantaria, sobre a qual ressalta um corpo marcado pelos 2 níveis de janelas corridas e rematado por cornija simples e guarda metálica do terraço), a torre semi-circular, iluminante do foyer e zonas de circulação interna (construída em tijolo de vidro em planos verticais adaptados à curva e onde se abre um pano de muro destinado à afixação de telas publicitárias) e o corpo destinado a armazém de materiais e escritórios ao fundo de um pequeno pátio rectangular (em quatro andares acusados por fiadas de janelas corridas e uma superfície envidraçada). O espaço interno é quase completamente ocupado pela sala de espectáculo - ladeada de galerias e composta de plateia, um balcão e um palco pouco profundo e sem caixa. |
Acessos
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Largo de Santos, n.º 2-A - 2-E. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,707171, long.: -9,155249 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR, 1.ª série-B, n.º 56 de 06 março 1996 / ZEP, Portaria nº 512/98, DR n.º 183 de 10 agosto 1998 *1 |
Enquadramento
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Urbano, destacado, adossado, num lote de planta rectangular alongada cujos lados maiores são delimitados por muro de suporte no interior do quarteirão (N) e pela via pública (S), para onde se abre a fachada principal. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Cultural e recreativa: cine-teatro |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: teatro |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Raul Rodrigues Lima (1937); Rui Pimentel (1992-1993). |
Cronologia
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1937, 17 Julho - a Sociedade Administradora de Cinemas Lda. apresenta à Inspecção Geral dos Espectáculos (IGE) o projecto de um cinema, designado El Dorado, a construir na Rua Vasco da Gama, n.º 118-132, na Freguesia de Santos, com o risco do arquitecto Raul Rodrigues Lima (1909-1979): a sala teria uma lotação de 790 lugares, distribuídos por plateia (478) e balcão (312); 1937, 11 Agosto - o Conselho Técnico da IGE aprova o projecto mediante algumas alterações: paredes e tecto deverão ser estucados a liso e não em esponjado; em todas as escadas se determina a aplicação de corrimãos; as instalações sanitárias necessitam ser impermeabilizadas e forradas a azulejos brancos ou a mármore; os vãos da cabina de projecção e de enrolamento deverão ter portas e aros de ferro (Dossier IGAC); 1938, Novembro - após apresentação do projecto com as alterações exigidas, a IGE concede licença para se iniciar a construção do cinema, que regista igualmente mudança de designação, passando a denominar-se Vasco da Gama; 1939 / 1940 - o projecto sofre várias alterações de pormenor; por esta altura é já referenciado na documentação como Cinearte; 1940, Fevereiro - conclusão da obra, sendo solicitada vistoria à IGE; 1940, Março - a licença de exploração é concedida sob a exigência de algumas alterações: limitação da lotação da sala a 967 lugares; colocação de corrimões nos 2 lados de todas as escadas; 1940, 17 Maio - a Sociedade Administradora de Cinemas Lda., empresária do Cinearte, solicita autorização à IGE para instalar um cinema ao ar livre no terraço, integrando uma esplanada com mesas; o projecto é aprovado, limitando-se, no entanto, o número de mesas a 77; 1945 - intervenção na sala, sendo substituídas as cadeiras da plateia para obtenção de espaço entre as filas; a lotação passa de 610 para 588 lugares; 1946, 18 Fevereiro - a Sociedade Administradora de Cinemas Lda., empresária do Cinearte, solicita à IGE autorização para construir um escritório destinado à gerência, aproveitando uma arrecadação que se encontra no piso intermédio, entre o foyer do balcão e o piso da cabina de projecção; segundo a memória descritiva, a criação deste espaço exige: a abertura de três janelas na fachada do edifício sobre o pátio, idênticas às já existentes; construção de paredes divisórias em tijolo, estucadas e pintadas, sendo o pavimento forrado a tacos de madeira de pinho; o acesso ao escritório realiza-se pela escada localizada no extremo O. do edifício; 1948, 18 Julho a 18 Agosto - Cinearte encerra para obras de manutenção; 1972 - a Sociedade Administradora de Cinemas Lda. abandona a exploração do Cinearte, passando a sua gestão para a firma A. Ramos, Lda.; 1973 - a Intercine - Sociedade Intercontinental Cinematográfica, Lda., com sede na mesma morada que a firma A. Ramos Lda., surge como a entidade exploradora do Cinearte; 1973, Julho - encerramento do Cinearte para se procederem a obras de beneficiação no interior; 1973, Outubro - estão concluídas as pinturas interiores, a revisão da instalação eléctrica, incluindo novo tipo de iluminação, os melhoramentos no espaço do auditório e nos espaços de circulação e apoio ao público; 1981, 31 Dezembro - fim da exploração do Cinearte enquanto sala de cinema; 1990 - afectação à companhia de teatro A Barraca; 1992 - 1993 - construção da sala 2 mediante compartimentação da zona do balcão, segundo projecto do arquitecto Rui Pimentel. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma |
Materiais
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Betão armado, alvenaria de tijolo, reboco pintado, cantaria de calcário, ferro fundido, vidro, madeira, estuque pintado, alumínio. |
Bibliografia
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Cinearte, in Revista Oficial do Sindicato Nacional de Arquitectos, n.º 12, 1º Trimestre, 1940; O Novo Cinearte, in A Arquitectura Portuguesa, Cerâmica e Edificações (Reunidas), n.º 61, Abril 1940; Cinearte, in Arquitectura, 4ª Série, nº 144, Dezembro de 1981; AA VV, Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, 1987; ALVES, Maria Paula, INFANTE, Sérgio, Lisboa. Freguesia de Santos-o-Velho, Lisboa, 1992; FERNANDES, José Manuel, Arquitectura Modernista em Portugal (1890 - 1940); Lisboa, 1993; FERNANDES, José Manuel, Cinemas de Portugal, Lisboa, 1995; Arquitectura del Movimiento Moderno. Registro Docomomo Ibérico. 1925-1965, 1996; Arquitectura Moderna Portuguesa. 1920-1970, Lisboa, MC-IPPAR, 2004; |
Documentação Gráfica
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CML: Arquivo de Obras, Proc. n.º 52.631 |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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CML: Arquivo de Obras, Proc. n.º 52631; IGESPAR: IPPAR, Proc. n.º 80/3 (102) |
Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - Zona Especial de Proteção Conjunta do Museu Nacional de Arte Antiga (v. PT031106370084) e edifícios classificados na zona envolvente. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1993 |
Actualização
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