|
Edifício e estrutura Edifício Comercial e turístico Unidade hoteleira Hotel
|
Descrição
|
Conjunto composto por vários edifícios e corpos, de plantas rectangulares. O edifício original (situado na parte E. do conjunto) apresenta uma planta rectangular, desenvolvendo-se em dois pisos, com alpendre a todo o perímetro com tecto em madeira, sendo replicado no piso superior por uma varanda, também a todo o comprimento da sua fachada, sustentada por finos e trabalhados pilares de ferro, que se apresentam como os elementos mais definidores do edifício. Paredes em tijolo aparente. No piso térreo abrem-se ao alpendre mais de uma dezena de portas, possuindo ainda o edifício duas bow windows (janelas semi-circulares projectando-se para fora da fachada do edifício) na fachada principal. No piso superior existência apenas de portas abrindo-se à extensa varanda. Os edifícios novos reproduzem, numa linguagem contemporânea, a estrutura do edifício original, contendo longas varandas sustentadas por pilares, bem como na configuração e cor do telhado (azul clara) e na cor exterior das paredes pintadas em tom alaranjado, próximo ao dos tijolos. INTERIOR: A entrada é feita através de um pequeno átrio pintado em tons de azul, a partir do qual se acede a uma sala por meio de dois arcos entre si separados por duas colunas assentem num plinto. A sala seguinte, em tons de vermelho dá acesso à mais ampla sala do piso térreo, pintada em tons de branco, bem como ao piso superior através de uma escada de madeira com corrimão de ferro. As salas do piso superior, igualmente amplas, remetem o cromatismo das do piso inferior, procurando criar uma sensação de uniformidade decorativa. Nenhuma das salas do edifício apresenta a decoração original por se tratarem actualmente de espaços expositivos. *1 Os tectos de ambos os pisos, pintados de branco, simulam caixotões de madeira. |
Acessos
|
Avenida Samora Machel nº 468, voltado à Praça da Independência, no gaveto com a Rua da Rádio. |
Protecção
|
|
Enquadramento
|
Urbano, isolado, ergue-se num terreno delimitado a NE. pela Praça da Independência, a O. pela Avenida Samora Machel, a N. e NO. pela Rua da Rádio e a SE. pelo Jardim Tunduru. Nas proximidades erguem-se a Casa de Ferro (v. MZ910201000024), o Edifício TAP/ Montepio de Moçambique (v. MZ910201000048), o Teatro Gil Vicente (v. MZ910201000028), o edifício das Telecomunicações de Moçambique (v. MZ910201000035), o Palácio da Rádio (v. MZ910201000026), a Catedral (v. MZ910201000020), o Hotel Rovuma (v. MZ910201000052) e o Edifício do Conselho Municipal (v. MZ910201000029). |
Descrição Complementar
|
Na fachada principal, voltada à Avenida Samora Machel, sob a única janela de dois batentes localiza-se uma pedra com a seguinte inscrição: PEDRA FUNDAMENTAL / AOS 30 DIAS DO MEZ DE JUNHO DE 1898 SUA EXª O Sn / JOÃO DE MASCARENHAS GAIVÃO GOVERNADO DO DISTRICTO DE / LOURENÇO MARQUES ASSENTOU A PEDRA FUNDAMENTAL D'ESTE / CLUB SENDO GOVERNADÔR GERAL E COMMISARIO REGIO DA / PROVINCIA DE MOÇAMBIQUE SUA EXCELLENCIA O MAJOR DO / EXERCITO PORTUGUEZ JOAQUIM MOUSINHO D'ALBUQUERQUE / FORÃO ARCHITECTOS & CONSTRUCTORES / WELLS & INC C.E. M.S.A ROCHELLE & SMITH / LOURENÇO MARQUES DE JOHANNESBURG; Na mesma fachada. sob uma bow window *2 encontra-se uma outra pedra com a seguinte inscrição: LA PRIMIÈRE PIERRE DU CENTRE CULTUREL FRANCO-MOZAMBICAIN / A ÉTÉ POSÉE PAR S. EXC. MONSIEUR MICHEL ROUSSIN, MINISTRE / FRANÇAIS DE LA COOPERATION ET S. EXC MONSIEUR JACINTO SOARES / VELOSO, MINISTRE MOZAMBICAIN DE LA COOPERATION, LE SAMEDI 6 / NOVEMBRE 1993; A PRIMEIRA PEDRA DO CENTRO CULTURAL FRANCO-MOÇAMBICANO / FOI COLOCADA POR S. EXC. O SENHOR JACINTO SOARES VELOSO, / MINISTRO MOÇAMBICANO DA COOPERAÇÃO E POR S. EXC. O SENHOR / MICHEL ROUSSIN, MINISTRO FRANCÊS DA COOPERAÇÃO, SABADO, DIA 6 DE NOVEMBRO DE 1993. |
Utilização Inicial
|
Comercial e turística: hotel |
Utilização Actual
|
Cultural e recreativa: instituto cultural |
Propriedade
|
Privada: Centro Cultural Franco-Moçambicano |
Afectação
|
|
Época Construção
|
Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ARQUITETO: Rochelle & Smith *3 (1898); Wells & Inc (1898); CONSTRUTOR: Rochelle & Smith (1898); Wells & Inc (1898). |
Cronologia
|
1898, 30 Junho - assentamento da primeira pedra do edifício do Hotel Clube; 1993, 6 Novembro - lançamento da primeira pedra dos novos edifícios do Centro Cultural Franco-Moçambicano; 1995, 13 Julho - instalação do Centro Cultural Franco-Moçambicano *4 no edifício do antigo Hotel Clube; 2011, Fevereiro - o edifício faz parte de uma lista de 200 imóveis ("Catálogo dos Edifícios e Espaços Urbanos Propostos para a Classificação") de Maputo que a Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane irá propôr a classificação. |
Dados Técnicos
|
|
Materiais
|
Tijolo; ferro. |
Bibliografia
|
http://ccfmoz.com (website do Centro Cultural Franco-Moçambicano, consultado a 15/07/2011) |
Documentação Gráfica
|
|
Documentação Fotográfica
|
IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
1993 - 1995 - construção dos novos edifícios do Centro-Cultural Franco-Moçambicano. |
Observações
|
*1 - não tendo sido possível aferir a existência / localização do mobiliário original; *2 - a localização desta pedra, colocada quase 100 anos depois da primeira numa posição semelhante, remete claramente para uma semelhança consciente com a primeira; *3 - a companhia Rochelle & Smith (de Joanesburgo) foram em 1902 os construtores do King Edward Hotel, em Port Elizabeth (África do Sul). *4 - O Centro Cultural Franco-Moçambicano é um dos cinco centros culturais franceses a terem um estatuto bi-nacional. O conselho de administração é presidido alternativamente pelo Ministro da Educação e Cultura de Moçambique e pelo Embaixador da França. *5 - da qual é o mais paradigmático exemplo o French Quarter de Nova Orleans, EUA. |
Autor e Data
|
Tiago Lourenço 2011 (projecto FCT PTDC/AURAQI/104964/2008 "Gabinetes Coloniais de Urbanização: Cultura e Prática Arquitectónica") |
Actualização
|
|
|
|