Chafariz da Vila de Sintra / Repuxo Manuelino

IPA.00003175
Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim)
 
Chafariz manuelino enquadrado no grupo dos chafarizes centrais, de alçado esguio e formado essencialmente por uma coluna. Caracteriza-se pela exuberância decorativa naturalista, atingindo mesmo uma certa excentricidade, com torsos enrolados entre si e decorados com elementos floridos, alternando-se numa superfície côncava e convexa. No pátio central do palácio, junto ao tanque que encosta à Sala dos Cisnes, há um monumento com algumas afinidades com este repuxo, nomeadamente na coluna torsa, levando certos autores a designarem-no também por antigo repuxo manuelino.
Número IPA Antigo: PT031111110009
 
Registo visualizado 1117 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de elevação, extração e distribuição  Chafariz / Fonte  Chafariz / Fonte  Tipo centralizado

Descrição

Sobre soco quadrangular, assenta a base oitavada formada por plinto, escócia e toro. Coluna de fuste com torsos enrolados entre si e decoradas com elementos floridos, alternando-se numa superfície côncava e convexa. Capitéis decorados e remate em pinha com carrancas e motivos florais. Na base encontra-se gravado um "B".

Acessos

Jardim da Preta no Paço da Vila de Sintra, sito no Largo Rainha D. Amélia. SWG (graus decimais): lat. 38,797512, long. -9,390994

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 / Incluído na Serra de Sintra (v. IPA.00022840)

Enquadramento

Urbano, isolado. Inserido no perímetro murado do Palácio Nacional de Sintra (IPA.00006135), no centro de um canteiro do Jardim da Preta, superiormente anexo à esquerda da mole edificada do paço, com acesso pelo interior da área mais a sudoeste da construção e por uma escadaria secundária a partir do Largo Rainha D. Amélia.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Hidráulica: chafariz

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 16 - época provável da sua construção; séc. 17 - o escritor António Coelho Vasco, num manuscrito cujo extrato transcreve o visconde Juromenha (JUROMENHA, 1838, pp. 46 - 47) descreve-o como sendo "huma perene fonte de agoas clarissimas e saborosas, feita de finíssimo mármore, e de obra mui singular e perfeita", situado no meio de "hum grande terreiro", fronteiro ao Paço Real, no mesmo texto refere que por este terreiro se acedia a um outro "maior e mais real onde se corrião touros", que antecedia os degraus de ingresso no paço, ou seja, situar-se-ia na atual Praça da República; 1830 - 1837 - Willian Hicking Burnett executa uma coleção de gravuras alusiva às vila e serra de Sintra, da qual faz parte uma gravura em que o repuxo, já sem tanque, se encontra no início do largo que antecede o paço, mais concretamente frente à Torre do Relógio, nas imediações do atual Café Paris; da mesma altura data uma outra gravura, de H. St. G. Tucker, mostra o repuxo no mesmo local da anterior, também sem tanque (PT-AMSNT-DSN-034); 1882 - por ocasião das festas de Nossa Senhora do Cabo Espichel, foi truncado, tendo sido amputado da peça metálica que o encimava e que servia de repuxo; 1883 - 1884 - o conselheiro Nazareth traz tanque rocaille do Palácio Nacional de Queluz (v. IPA.00006108) para se nele meter o repuxo, conforme se pode ver na gravura de Albrecht Haupt, onde este surge frente à porta de armas do palácio (PT-AMSNT-GRV-00023); de acordo com informação recolhida na publicação O Paço de Cintra (SABUGOSA, 1903, p. 169, nota 1), a coluna/repuxo manuelina "brigava por tal forma com o tanque do século XVIII em rocaille, que se mandou retirar de novo o tanque. Hoje tem o terreno em volta ajardinado"; 1897 - numa gravura assinada por R. Costa, a coluna/repuxo surge envolta em terreno ajardinado e com cerca de arame (PT-AMSNT-DSN-031); 1912 - após a implantação da República e a incorporação do palácio no Património do Estado inicia-se a demolição de várias construções anexas a este, sob a orientação do arquiteto Rosendo Carvalheira (1864 - 1919); 1920 - o repuxo é deslocado para o centro do atual Largo Rainha D. Amélia, onde figura dotado de uma bacia sextavada (PT-AMSNT-FTG-000984 e PT-AMSNT-FTG-000987); 1930 - decorrem obras de melhoramentos no terreiro fronte ao palácio; 1935 - já estava no Jardim da Preta, mas sem tanque; 1941 - derrube da coluna devido a ciclones, sendo posteriormente reconstruído.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma.

Materiais

Cantariade calcário.

Bibliografia

AZEVEDO, José Alfredo da Costa - A Vila Velha. Ronda pelo passado. Sintra, 1984; AZEVEDO, José Alfredo da Costa - Velharias de Sintra. Sintra: Câmara Municipal de Sintra, 1980, vol. IV; HAUPT, Albercht - A Arquitectura do Renascimento em Portugal, Lisboa, 1986; JUROMENHA, Visconde - Cintra Pinturesca. Lisboa: Typographia Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis, 1838; MENA JUNIOR, António César - “O Pelourinho de Cintra. Notícia Histórica”. Sep. do Boletim da Real Associação dos Architectos Civis e Archeologos Portugueses, Lisboa, 1905; SABUGOSA, Conde - O Paço de Cintra. Desenhos de Sua Magestade A Rainha A Senhora D. Amélia. Lisboa: Imprensa Nacional, 1903.

Documentação Gráfica

DGPC: PT DGEMN/DSID; CMS: PT AMSNT

Documentação Fotográfica

DGPC: PT DGEMN/DSID; CMS: PT AMSNT

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Célia Morais (Contribuinte externo) 2018 / Paula Tereno 2018

Actualização

 
 
 
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