Castelo de Alegrete / Castelo e cerca urbana de Alegrete

IPA.00003239
Portugal, Portalegre, Portalegre, Alegrete
 
Castelo de características medievais, nomeadamente a planimetria das muralhas, castelejo e fortificação dos mesmos; alguns elementos de transição como os cubelos. Cerca urbana quase completa, delimitando a povoação medieval primitiva com características urbanas arcaicas: edificações construídas ao longo de um reduzido número de ruas (4), entre as quais a Direita, apresentando uma área considerável de espaços agricultáveis. As fortificações, pela sua localização, e sobretudo o castelo, constituem um miradouro interessante.
Número IPA Antigo: PT041214020010
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo e cerca urbana    

Descrição

PLanta composta por castelo e cerca. CASTELO: planta muito irregular; a Porta da Vila situa-se no tramo N. e a Porta da Traição (também chamada do Sol) no tramo E.; a E. existem ruínas do que poderá ter sido a Torre de Menagem, com cisterna e pavimento de acesso com porta para S. (emparedada); sobre a cisterna existia outro pavimento, conforme se pode observar pelos encaixes da abóbada que o sustentava, ao nível do topo das escadas que partem do pátio; esta torre parece ter estado dividida, de alto a baixo, por parede que partia do pavimento situado sobre a cisterna; a parte O. desta torre parece ter tido um pequeno torreão / varanda a dar para o pátio; na zona S. / SO., o castelo apresenta o que parecem ser os restos de um cubelo de vigia, com uma face plana, para o qual se sobe pelas escadas adossadas ao tramo S. da muralha; o interior do pátio é desnivelado e apresenta afloramentos rochosos. CERCA urbana, partindo do castelo e no sentido dos ponteiros do relógio: dois tramos de muralha, a SO., com a Porta de Santana, cubelo com uma face plana, tramo de muralha O., cubelo, continuação do tramo de muralha anterior, para N., tramo de muralha que inflecte para E. / SE., com a Porta da R. do Forno (feita pela população para dar acesso àquela rua), Porta da Vila entre dois cubelos, continuação do mesmo tramo de muralha, com pequena interrupção inicial, cubelo a E., inflexão da muralha para S. e ligação ao castelo com pequena inflexão na parte terminal para SO..

Acessos

Alegrete. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,236985; long.: -7,324204

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 35 443, DG, 1.ª série, n.º 1 de 02 janeiro 1946 / Incluído na Área Protegida da Serra de São Mamede (v. PT041214020015)

Enquadramento

Periurbano. A cerca urbana, tendo a S. o castelo, delimita a povoação primitiva, no topo de um monte, atingindo os 502,9 m de altitude. A encosta N. serviu o desenvolvimento da vila, aqui designada por Arrabalde e as restantes encostas constituem terrenos agrícolas, plantados de oliveiras, correndo a Ribeira de São Pedro (também chamada do Ninho d'Açor), a O.. A localização das fortificações, no topo do monte, dá-lhe o carácter de miradouro sobre uma vasta paisagem.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: castelo e cerca urbana

Utilização Actual

Cultural e recreativa: auditório

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Junta de Freguesia, auto de cessão de 28 Abril 1941

Época Construção

Séc. 12 (conjectural) / 13 / 14

Arquitecto / Construtor / Autor

ENGENHEIRO MILITAR: Luís Serrão Pimentel (1662).

Cronologia

1160 - Alegrete é conquistada aos Mouros, por D. Afonso Henriques, segundo a tradição; séc. 13 - construção ou reconstrução de fortificações; 1267, 16 de Fevereiro - incorporação definitiva na Coroa portuguesa em consequência da Convenção de Badajoz, celebrada entre D. Afonso III e o seu sogro D. Afonso X de Castela; 1319 - reconstrução das fortificações e atribuição de foral por D. Dinis; séc. 13 - 14 - construção das fortificações; 1384, 8 de Abril - D. Nuno Alvares Pereira visita Alegrete, que defendia o partido português; 1516, 14 de Fevereiro - foral novo de D. Manuel; séc. 17, final - D. João IV recompensa o general Matias de Albuquerque fazendo-o Conde de Alegrete; o Castelo integra a primeira linha de defesa; 1662 - a guarnição de Alegrete é composta por duas companhias de infantaria e comandada por La Costé; segundo a tradição, este governador dissuade D. João de Áustria, que tinha posto cerco à povoação, de a atacar, oferecendo-lhe, por galanteria, dois frascos de vinho, e avisando-o de que o exército português ali aquartelado resistiria até à última gota daquele vinho ali produzido; obras nas muralhas por Luís Serrão Pimentel; 1664, 12 julho - reparações e reabilitações nas fortificações empreendidas pelo Marquês de Marialva; 1687, 19 de Agosto - é criado o marquesado de Alegrete, sendo o 1º marquês, D. Manuel Teles da Silva; 1704 - Alegrete resiste ao cerco de Filipe V; 1801 - estaciona em Alegrete considerável número de tropas devido ao conflito que ficou conhecido por Guerra das Laranjas; 1826 - combates nas proximidades, entre as tropas do Conde de Vila Flor e os realistas; 1855, 26 junho - suprimido o concelho e julgado de Alegrete.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes e estrutura mista

Materiais

Pedra variada, quartzito, cal e areia; alvenaria de pedra disposta à fiada, com argamassa de cal, apresentando, nalguns troços da muralha, elementos xistosos a fazer a cama das fiadas.

Bibliografia

ALMEIDA, João - Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses. Lisboa: 1945 - 1948; CARDOSO, Luís (Padre) - Dicionário Geográfico de Portugal. Lisboa: 1758; GUSMÃO, F. A. Rodrigues - Memória dos Alcaides Mores de Portalegre. Coimbra: 1867; KEIL, Luís - Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Portalegre. Lisboa: 1943; LOBO, Francisco Sousa - A defesa militar do Alentejo. Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, Dezembro 2008, n.º 28, pp. 22-33; SILVA, Aurélio Nunes - Portalegre na História Militar de Portugal. 1950; SOTTO MAYOR, Diogo Pereira - Tratado da Cidade de Portalegre. Elvas: 1919; Vária. Monumentos. Lisboa: Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais / Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, 2007, n.º 27; VITERBO, Sousa - Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, 1904, vol. II.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; Câmara Municipal de Portalegre

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH, DGEMN/DREMS

Intervenção Realizada

DGEMN: 1965 - obras de consolidação; 1977 - obras de consolidação na torre do castelo em virtude de uma derrocada; 1978 - continuação das obras anteriores e demolição de alvenarias que tapavam as abertas e as ameias; 1984 - obras de consolidação nas muralhas e construção de alvenaria de tijolo para isolamento da entrada no castelo; CMP: 2007 - projecto de substituição do palco existente no recinto por um amovível; projecto de construção de uma rampa de acesso à torre e construção de um miradouro sobre a cisterna.

Observações

Não apresenta vestígios de fortificação abaluartada de que há memória ter sido construída.

Autor e Data

Rosário Gordalina 1992 / Domingos Bucho 1998

Actualização

 
 
 
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