Igreja Paroquial de Achadinha / Igreja de Nossa Senhora do Rosário
| IPA.00032460 |
Portugal, Ilha de São Miguel (Açores), Nordeste, Achadinha |
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Igreja paroquial setecentista reformada e alteada na 2ª metade do séc. 19, mantendo a estrutura quinhentista da fundação, de três naves e fachada tripartida. Apresenta planta de três naves e cabeceira tripartida, interiormente com ampla iluminação axial e bilateral. A fachada principal termina em tabela, ladeada de aletas e encimada por espaldar recortado, e tem três panos definidos por pilastras, cada um rasgado por vãos em eixo, composto por portal e janela de volta perfeita entre pilastras, as dos portais com pináculos embebidos, abrindo-se ainda na tabela janela semelhante. Entre os vãos existem motivos vegetalistas em cantaria relevada, típicos da região. Possui torre sineira adossada à direita, atualmente de três registos, marcados na frontaria, e rematada em balaustrada de cantaria, resultante do seu alteamento após as obras de 1882 na igreja. A porta travessa da fachada lateral esquerda e alguns vãos dos anexos possuem uma modinatura muito mais simples, com moldura alta rematada em cornija. |
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Número IPA Antigo: PT072102020005 |
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Registo visualizado 1057 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta poligonal composta por três naves, capela-mor, absidíolos e vários corpos adossados às fachadas laterais e torre sineira no lado direito. Volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas e três águas, rematadas em beirada simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, de cunhais apilastrados e rematadas em frisos e cornijas. Fachada principal virada a oeste, percorrida por soco de cantaria, rematada em tabela retangular horizontal, flanqueada por pilastras toscanas, encimadas por pináculos tipo pera sobre altos plintos paralelepipédicos, contendo janela em de volta perfeita, ladeada por pilastras e tendo inferiormente elementos de cantaria relevados. A estrutura está ladeada por aletas e encimada por espaldar recortado e volutado, contendo inscrição, coroada por cruz latina sobre acrotério. A fachada divide-se em três panos definidos por pilastras toscanas, cada um deles rasgado por duas ordens de vãos. O pano central possui portal, em arco de volta perfeita, flanqueado por pilastras toscanas que sustentam pináculos embebidos, encimado por janelão de igual modinatura, mas cujas pilastras se prolongam até à cornija do remate e assenta em falsas mísulas. Sobre os vãos existem elementos vegetalistas em cantaria relevada. Os panos laterais são semelhantes ao central, estando as janelas encimadas por seguintes em cantaria e existindo entre os vãos motivo vegetalista em cantaria. No lado direito e ligeiramente recuada, dispõe-se a torre sineira, de três registos definidos por frisos e cornijas, os dois inferiores com óculo helicoidal e o último, em três das faces, com ventana de volta perfeita e pano de peito rebocado e pintado; na face posterior, a torre, com apenas dois registos, com acesso individualizado, por porta de verga reta, encimada por janela. A estrutura remata em friso, cornija e balaustrada de cantaria, com pináculos tipo pera nos ângulos. Na fachada lateral direita abrem-se três janelas retilíneas na nave e uma na capela-mor e porta travessa de verga reta, com moldura alta rematada em cornija. O primeiro corpo adossado é rasgado, a oeste, por janela semelhante às da nave e a norte por uma outra mais pequena, mas retilínea e com moldura rematada em cornija. Cada um dos corpos seguintes possui, a norte, janela de verga reta e moldura terminada em cornija, o segundo tendo a oeste portal de igual modinatura. Fachada posterior terminada em empena, abrindo-se na capela-mor janela retangular e na nave um óculo. |
Acessos
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Achadinha, Rua Direita; Rua da Calçada. WGS84 (graus decimais) lat.: 37,855205; long.: -25,281089 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado, no interior da povoação. Ergue-se numa plataforma adaptada ao declive do terreno, sobrelevada ao arruamento de acesso, formando adro, apertado, delimitado por muro e acedido frontalmente por larga escadaria. O passeio que precede a escadaria, em calçada à portuguesa, tem inscrito "N. S. R.". Em frente da igreja desenvolve-se pequeno largo, enquadrado por habitações, possuindo a noroeste recanto delimitado por bancos de pedra, intercalados por floreiras e tendo a meio coreto de planta hexagonal. A porta travessa da fachada lateral esquerda é precedida por escada desenvolvida entre os corpos adossados. |
Descrição Complementar
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No espaldar do remate de fachada principal existe a seguinte inscrição: "N S / DO / ROSÁRIO / 1882". |
Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Angra) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 16 - início do povoamento do local por Fernando Afonso, natural da Serra da Estrela; o Dr. Gaspar Frutuoso, na sua crónica, já refere a existência de um pequeno templo com invocação de Nossa Senhora do Rosário com festa a 8 de setembro; o primeiro vigário é Pêro Vieira; 1522, outubro - aquando do terramoto "subversão de Vila Franca", existem 43 fogos e 123 almas de confissão, 61 delas de comunhão; 1568, 30 julho - Carta Régia eleva a côngrua do vigário de 10$000 para 20$000; 1634 - Achadinha é já paróquia; 1705, 29 setembro - visitando a ermida, o Dr. Francisco Berquó Delrio pede para se marcar falta a quem não aparecesse na missa aos domingos e dias santos e quer que os fregueses, ao serem chamados a rol pelo padre, não fossem desobedientes e não ficassem no adro; ordena ainda que o tesoureiro, ao aparar as hóstias, o faça com limpeza, pois tem sempre as mãos muito sujas; 1743, 29 setembro - o bispo D. Frei Valério do Sacramento ao visitar a ermida acha-a com necessidade de consertos no pavimento, mandando o vigário pedir ao Provedor de Resíduos que faça uma finta pelo povo e pelos senhorios de terras, de maneira a se poder conservar a ermida; o Bispo refere que a ermida não tem torre nem sino, advertindo ao vigário que peça ao rei, para a Fazenda Real fazer a torre, com um sino de três quintais; pouco depois procede-se à construção da torre; 1747, 08 dezembro - o licenciado Pedro Ferreira Medeiros encontra a ermida bem ornada, mas o frontispício está com muita humidade e imperfeito e a porta em muito mau estado; manda por isso que o vigário peça ao Provedor dos Resíduos que finte a população e os senhorios, para que se faça um novo frontispício, guarnecido em cimalha e fundado em "Xapacunho" e uma porta em condições; 1765, 17 julho - o bispo António Caetano da Rocha visita a igreja e encontra-a re-edificada e muito bem arranjada; 1830 - segundo José de Torres, a igreja é re-edificada, mas ainda não tem a torre sineira construída; 1855 - integração do lugar no concelho de Nordeste; 1882 - data inscrita no remate da fachada principal assinalando a sua remodelação e alteamento, com a ajuda de esmolas e um subsídio de 600$000 por parte do Estado, ficando a torre por levantar, sendo ela mais baixa do que a igreja; a igreja fica a medir 19 metros de comprimento e 11,50 de largura; tem a capela do Sagrado Coração de Jesus, antes com o Santíssimo Sacramento e o tabernáculo, e a capela do Senhor Crucificado, com as imagens de São Pedro e Santo António; os altares laterais são de São José, antes com invocação à Senhora do Bom Despacho ou Nossa Senhora do Parto, tem o altar do Menino Jesus de Praga, antes ocupado por Nossa Senhora da Paz e a capela do batistério. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de pedra rebocada e caiada; soco, pilastras, frisos, cornijas, molduras dos vãos, pináculos e cruzes em cantaria aparente; portas de madeira; vidros simples; cobertura de telha. |
Bibliografia
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CANTO, E. - «Notícia sobre as igrejas, ermidas e altares da ilha de São Miguel». In Insulana. Ponta Delgada: Instituto Cultural de Pontada Delgada, 2000, n.º LVI; COSTA, Carreiro da - História das Igrejas e Ermidas dos Açores. Ponta Delgada: Jornal Açores, 1955; DIAS, Urbano de Mendonça - História das Igrejas, Conventos e Ermidas Micaelenses - II. Vila Franca de Campo: Tipografia "A Crença", 1949; MENDES, Hélder Fonseca (dir.) - Igrejas paroquiais dos Açores. Angra do Heroísmo: Boletim Eclesiástico dos Açores, 2011, p. 68. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1648 - reparações da capela-mor e da sacristia. |
Observações
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EM ESTUDO. |
Autor e Data
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João Faria 2014 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese de Angra) / Paula Noé 2015 |
Actualização
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