Moinho de Maré de Corroios / Núcleo do Moinho de Maré de Corroios do Ecomuseu do Seixal
| IPA.00032849 |
Portugal, Setúbal, Seixal, Corroios |
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Arquitetura agrícola, quinhentista e setecentista. Moinho de maré de planta retangular composta por dois corpos, um de dois pisos e o posterior de apenas um, construído no leito do rio sobre embasamento de cantaria, com arcadas onde giram os rodízios horizontais e paralelos às mós, e com fachada principal, terminada em empena, comunicando com um pequeno cais a eixo da construção. O moinho é constituído pelas seguintes partes: caldeira, comporta, edifício de moagem, celeiros, habitação do moleiro e cais para acostagem dos barcos. Os moinhos de maré do concelho do Seixal constituem o mais antigo núcleo ainda existente característico de uma região onde se ergueram muitos moinhos desde o séc. 14, tendo atingido o número de 60 unidades moagem no séc. 16. Constitui o moinho mais antigo subsistente da região, construído no séc. 15 por D. Nuno Álvares Pereira, e apresentando porta com maior cuidado decorativo, tendo sido resultado de uma reforma do séc. 18. O reduzido tempo de trabalho (c. de 4 horas por maré) era compensado pelo elevado número de casais de mós. O moinho de Corroios é dos poucos moinhos de maré, existentes no mundo, que se encontra a funcionar. |
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Número IPA Antigo: PT031510050043 |
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Registo visualizado 1064 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Extração, produção e transformação Moagem
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Descrição
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Planta composta por dois corpos retangulares escalonados, desenvolvidos longitudinalmente, correspondentes à zona de moagem (o posterior) e à zona de armazém e de habitação do moleiro, estas transformadas respetivamente em receção e sala de exposições temporárias. Os corpos desenvolvem-se sobre embasamento de cantaria. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais de cantaria. A fachada principal, virada a O., termina em empena e é rasgada por portal de arco abatido, com moldura terminada em cornija formando ângulo ao centro, e ornada por três círculos concêntricos, sendo encimada por cartela com a inscrição "ANNO DE 1752"; superiormente, abrem-se duas janelas de peitoril, de verga abatida, molduradas e com caixilharia de guilhotina. Fachadas laterais com um primeiro corpo de dois pisos e o posterior de apenas um, ambos terminados em cornija e rasgados por vãos retilíneos ou abatidos, moldurados. Ambas as fachadas apresentam grande número de âncoras de tirantes. Na fachada N., o corpo mais alto é rasgado por porta central entre duas janelas e quatro janelas no piso superior. O embasamento sob o corpo mais baixo apresenta arcaria de oito arcos de volta perfeita que albergam os rodízios. O INTERIOR do corpo mais elevado encontra-se descaracterizado pelas obras de adaptação à atual atividade museológica. No volume posterior, situa-se o sistema de moagem. |
Acessos
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Rua do Rouxinol |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 29/84, DR, 1.ª série, n.º 145 de 25 junho 1984 |
Enquadramento
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Ribeirinho, isolado. Ergue-se no estuário do Tejo, aproveitando a pequena enseada para construção de barragens ou caldeiras, que recebiam a água através de uma comporta, que abria e fechava automaticamente com a força da água. |
Descrição Complementar
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O sistema de moagem do Moinho de Corroios contempla a existência de comportas, que, durante a praia-mar, permite a acumulação de água numa pequena enseada, que, por ação da mesma comporta, fica retida durante a vazante. Tirando partido da maré baixa, abre-se a comporta permitindo que a pressão da água retida acione os rodízios horizontais, sobre os quais encaixam as mós, que, em movimento rotativo, moem o cereal. A velocidade da mó é controlada pelo moleiro, considerando a quantidade de água retida, a qual varia consoante as marés, sendo os mais favoráveis as vulgarmente denominadas vivas. |
Utilização Inicial
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Extração, produção e transformação: moagem |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 15 / 18 / 20 / 21 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Mateus Vicente de Oliveira (1767). |
Cronologia
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1403 - construção do moinho, por ordem de D. Nuno Álvares Pereira, proprietário de quase todos os terrenos banhados pelo braço do Tejo que entra no Seixal; 1403 - finda a construção do moinho, o Condestável doou-o ao Convento do Carmo, da Ordem a que pertencia; 1752 - data inscrita no portal da fachada prncipal; 1755, 1 novembro - terramoto deve ter-lhe provocado alguns danos; 1767 - obras de recuperação, dirigidas pelo arquiteto Mateus Vicente de Oliveira, arquitecto da Casa do Infantado; séc. 20 - é acrescentado um oitavo engenho ao sistema de moagem; 1980 - o moinho é adquirido pela autarquia; 1986 - depois de obras de restauro e da sua integração no Ecomuseu do Seixal, abre ao público o moinho de Corroios. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura de alvenaria rebocada e cantaria; pavimento, teto, porta e caixilharia de madeira; vidros simples; cobertura de telha. |
Bibliografia
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Moinhos de maré - património industrial, Seixal, 1986; NABAIS, António, Moinhos de Maré no concelho do Seixal no Passado e no Presente, in Actas do 2º Encontro Nacional das Associações de Defesa do Património Cultural e Natural, Braga, 1981; Os moinhos de maré da margem Sul do estuário do rio Tejo, Movimento cultural, 3 Dezembro 1986; Seixal valoriza património, Espaço Design, 05/03/2001. |
Documentação Gráfica
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CMS |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, SIPA; CMS |
Documentação Administrativa
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CMS |
Intervenção Realizada
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CMSeixal: 1986 - campanha de obras de restauro no moinho incluindo, consolidação fundações, limpeza da caldeira e arranjo espaços exteriores, adaptando-o a funções museológicas; 2002 / 2003 - obras de recuperação do moinho, nomeadamente da caldeira e cala. |
Observações
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Autor e Data
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Isabel Mendonça 1992 / Teresa Ferreira 2012 |
Actualização
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