Torre da Giesteira / Solar da Giesteira / Paço da Giesteira / Torre da Boa Fé

IPA.00034477
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de São Sebastião da Giesteira e Nossa Senhora da Boa Fé
 
Casa-torre medieval, de planta quadrangular, com três pisos abobadados. Integra apontamentos da arte manuelina de influência mudéjar, frequente no Alentejo, tais como coruchéus cónicos e vãos mainelados com arcos em ferradura. Enquadrada no grupo de construções senhoriais que constituem símbolo de apropriação do território (domus-fortis), conjugando a função residencial temporária ou permanente com características formais associadas à arquitectura militar (torre). Faz ainda parte do grupo de construções tardo-góticas que testemunharam a passagem da utilização do paço fortificado para a torre residencial, no decorrer da renovação da importância política do Alentejo durante a 1ª dinastia (Silva, 1989). As suas características arquitectónicas, decorativas e funcionais aproximam-na da Torre do Carvalhal (v. PT040706050026) e da Torre da Camoeira (v. PT040705090077) com as quais tem em comum, entre outros elementos, uma escadaria helicoidal interior rematada por coruchéu cónico visível no remate.
Número IPA Antigo: PT040705010134
 
Registo visualizado 1509 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo torre

Descrição

Torre de planta rectangular (mas quase quadrada) dividida em três registos, coberta por telhado de duas águas, com cornija de meia-cana e merlões chanfrados de remate curvilíneo, incluindo chaminé de ressalto rectangular, alongando-se no remate da fachada S. Na mesma fachada, encontra-se, a nível do segundo piso, um vão de porta mainelado, formando dois arcos em ferradura, mostrando colunelo ornamentado; a nível do terceiro piso, um vão de janela também mainelado, formando dois arcos canopiais duplos, tendo o colunelo do mainel capitel em mármore. Esta fachada está caiada de branco até ao nível do segundo piso. A fachada E. apresenta três vãos de janela de lintel recto, sendo o do piso térreo gradeado e de menores dimensões, tendo um pouco abaixo um orifício quadrangular. A fachada N. apresenta dois vãos de janela de lintel recto nos pisos superiores e um vão de pequenas dimensões e enxalço profundo. A fachada O. não possui aberturas e encontra-se adossada a um dos edifícios anexos até ao nível do segundo piso. No cunhal que une a fachada O. e a fachada N. encontra-se uma torrela cilíndrica projectada para o exterior, rematada por coruchéu cónico de friso simples. Nesta torre insere-se uma escadaria helicoidal que permite o acesso ao 2º registo e ao terraço. Pisos interiores cobertos por abóbadas de nervuras muito rebaixadas. Os edifícios anexos, em parte talvez correspondentes ao antigo paço, articulam-se com a torre, partindo do volume a O. uma escadaria de acesso ao primeiro piso da torre com voluta no arranque no corrimão; ao lado no piso térreo uma arcada tripla em alvenaria rebocada e contrafortes no lado oposto sugerem que os baixos sejam abobadados.

Acessos

EN370, lugar de Nossa Senhora de Boa Fé, Rua das Courelas e seguir por estrada de terra batida. VWGS84 (Graus decimais) lat.: 38,554174; long.: -8,119354

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural. Implanta-se a 324m de altitude, em monte alentejano tradicional, rodeada de terrenos de criação de gado. Situa-se nas imediações da povoação de Nossa Senhora da Boa Fé, ao lado das ruínas de um antigo convento franciscano, capela e vestígios de jardim. Edifícios anexos foram adossados a S. e O., fazendo parte do antigo paço mas sendo de construção posterior. Observa-se um portão de acesso ao recinto.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Privada: pessoas singulares em compropriedade

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 15 - 16 - construção da torre; séc. 17 - existência do solar adossado à torre que, segundo Binney (1987), foi utilizado como convento; 1734 - morte de António de Mira Sobrinho na torre da Giesteira, descendente dos fundadores do solar adossado à torre; séc. 19, finais - o solar pertencia à Condessa de Sarmento; séc. 20 - utilização do edifício adossado como celeiro (Binney, 1987).

Dados Técnicos

Estrutura autónoma

Materiais

Granito

Bibliografia

AZEVEDO, Carlos de - Solares Portugueses. Lisboa: Livros Horizonte, 1969; BARATA, António - Évora e seus arredores. Évora: Typ. Do Notícias de Évora, 1904; BINNEY, Marcus - Casas Nobres de Portugal. Lisboa: Difel, 1987; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Palácios e Solares Portuguezes. Porto: Livraria Lello, s.d.; SILVA, José Custódio Vieira da - O Tardo-Gótico em Portugal - a arquitectura no Alentejo. Lisboa: Livros Horizonte, 1989; Idem, Paços Medievais Portugueses. Lisboa: IPPAR, 1995; Idem, "A Torre ou Casa Forte Medieval". Pontevedra. Museo de Pontevedra, 1999;

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1950 / 1960 - obras gerais de conservação.

Observações

A povoação mais próxima terá sido a de Nossa Senhora da Boa Fé, a cerca de 3km da torre, razão pela qual também seria conhecida como Torre da Boa Fé. Esta povoação terá sido a mais importante das imediações, tendo sido substituída, ao longo do tempo, pela de São Sebastião da Giesteira.

Autor e Data

Margarida Contreiras 2013

Actualização

 
 
 
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