Ermida de Nossa Senhora dos Prazeres
| IPA.00035087 |
Portugal, Ilha de Santa Maria (Açores), Vila do Porto, Santo Espírito |
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Capela provavelmente construída no séc. 18, substituindo uma outra seiscentista, de linhas exteriores sóbrias, com planta retangular simples, interiormente com iluminação axial. Fachadas com os elementos estruturais e decorativos sublinhados a cinzento, de sabor popular, a principal terminada em empena, coroada por pináculos sobre os pilares dos cunhais e cruz sobre painel com Alminhas, da segunda metade do séc. 18, e rasgada por portal de verga reta e janela retilínea. No interior possui altar com frontal de azulejos, da transição do barroco para o rococó. |
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Registo visualizado 686 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta retangular simples, com sacristia e instalações sanitárias retangulares adossadas à fachada lateral esquerda. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na capela, rematada em beirada simples, e de uma na sacristia. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com faixa, pilastras, cornija, molduras dos vãos e pináculos pintados de cinzento, com as juntas de branco. Fachada principal, virada a NE., e terminada em empena, com cornija, coroada por cruz latina de cantaria, de braços quadrangulares, tendo no acrotério painel de azulejos, azuis e brancos, com Alminhas; os pilares dos cunhais são coroados por pináculos piramidais. É rasgada por portal de verga reta e, superiormente, por janela retangular. À esquerda e recuado da frontaria, surge o corpo adossado, terminado em meia empena, rasgada por porta de verga reta, moldurada. No INTERIOR, o altar tem frontal revestido a azulejos, azuis e brancos e apontamentos a amarelo, marcando sanefa e sebastos e no pano grande cartela recortada com representação da Virgem coroada, com o Menino. |
Acessos
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Santo Espírito; Lugar da Maia; ER 1-2. WGS84 (graus decimais) lat.: 36,943257; long.: -25,015161 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, no interior da povoação de pescadores, flanqueado por construções, a da esquerda mais avançada e a da direita no mesmo alinhamento. Implanta-se numa plataforma sobrelevada ao arruamento, formando adro frontal, precedido por escadas centrais, delimitado por muro, que lateralmente é bastante alto e percorrido por bailéu. O adro e as escadas têm pavimento de lajes, com as juntas pintadas de branco, tal como o bailéu. A fachada principal surge virada ao mar e como pano de fundo da capela e da povoação, a encosta é marcada por curros, que protegem a vinha das intempéries. |
Descrição Complementar
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No muro de sustentação do adro existe lápide de mármore com a seguinte inscrição: "ERMIDA / DE / NOSSA SENHORA DOS PRAZERES / ... / FOI CONSTRUÍDA EM 1685 E REMODELADA / EM 1997 A EXPENSAS DE UM GRUPO / DE EMIGRANTES DOS E. U. A. E DO CANADÁ". No acrotério da cruz da empena, existe painel de azulejos com representação de Alminhas, com a inscrição "P.N. A.M.". |
Utilização Inicial
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Religiosa: ermida |
Utilização Actual
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Religiosa: ermida |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Angra) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1685 - construção da primitiva ermida dedicada a Nossa Senhora dos Prazeres, virada ao mar e cercada de vinhas, por Manuel de Sousa Falcão e sua esposa, Cristina *1; séc. 18, 2ª metade - época provável da colocação do painel com Alminhas no acrotério da cruz da frontaria; 1770 - 1780 - data provável da feitura e colocação do frontal de altar em azulejos. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura rebocada e caiada; soco, pilares dos cunhais, pináculos, cornija e molduras dos vãos em cantaria pintada; cruz da empena em cantaria aparente; portas de madeira; vidros simples; painéis de azulejos com apontamentos policromos; lápide de mármore; cobertura de telha de meia-cana tradicional. |
Bibliografia
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CARVALHO, Manuel Chaves - Igrejas e Ermidas de Santa Maria, em Verso. Vila do Porto (Açores): Câmara Municipal de Vila do Porto, 2001; MONTE ALVERNE, Agostinho de (OFM) - Crónicas da Província de S. João Evangelista das Ilhas dos Açores. 2ª ed.. Ponta Delgada (Açores): Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1986; MONTEREY, Guido de - Santa Maria e São Miguel (Açores): as duas ilhas do oriente. Porto: edição do autor, 1981; SIMÕES, J. M. dos Santos - Azulejaria Portuguesa nos Açores e na Madeira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1963; A Ermida de Nossa Senhora dos Prazeres, (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ermida_de_Nossa_Senhora_dos_Prazeres), [consultado a 30 setembro 2013]. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1997 - obras de recuperação da capela, com ajuda financeira de um grupo de emigrantes nos Estados Unidos da América e do Canadá. |
Observações
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EM ESTUDO. *1 - Segundo a lenda, Domingos Corvêlo, vinhateiro de Diogo Fernandes Faleiro, vigiava as uvas numa furna no lugar do Aveiro, quando chegam por mar um grupo de piratas, que saqueiam a ermida, roubando a imagem do orago, e levam Corvêlo como cativo. Quando a filha chega com o jantar, não encontra o pai e, ao chegar à ermida, encontra-a aberta e despojada, correndo depois à Calheta para dar a notícia. Os piratas mantiveram Corvêlo como prisioneiro, por este se ter recusado a juntar-se ao grupo. Assim, promete à Senhora dos Prazeres adquirir uma nova imagem, caso conseguisse regressar a Santa Maria. Ficando bastante doente, implora aos mouros o seu regresso, a que eles acabaram por aceder, fazendo-o regressar ao lugar de Aveiro. Tendo desembarcado de noite, chega à sua casa na Calheta de madrugada, enquanto era escuro. Pensando tratar-se de um malfeitor, a família sai e agride o desconhecido, que cai por terra. A mulher acaba por reconhecer os gemidos do ferido, que é então recolhido desfalecido e tratado com vinagre quente e cinza de trapos. Depois de acordar, conta à família o que lhe acontecera, bem como a promessa que fizera à Senhora dos Prazeres, que acaba por cumprir, depois de fazer um peditório descalço. |
Autor e Data
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Bruna Valério e Paula Noé 2014 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese de Angra) |
Actualização
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