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Edifício e estrutura Estrutura Transportes Ponte / Viaduto Ponte pedonal / rodoviária Tipo viga
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Descrição
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Ponte rodoviária em ferro, com 318 metros de comprimento e 8 de largura, composta por seis tramos e por um tabuleiro plano, colocado na parte inferior das vigas, com excepção do tramo de 17.6 m., cujo tabuleiro é colocado superiormente. Em cada tramo, o tabuleiro é suportado por duas vigas principais independentes, espaçadas 6.75 m. de eixo em eixo, contraventadas inferiormente, com excepção do tramo maior que, na parte média, também é contraventado superiormente. As vigas apoiam-se em dois encontros e cinco pilares de alvenaria de xisto revestidos a cantaria de granito, de planta rectangular com os extremos semicirculares a montante e a jusante, encimados superiormente por um paralelepípedo, de que se separam por cornija curva. Cada tramo é constituído por 2 arcos abatidos paralelos, seccionados, sendo o último, junto à margem esquerda, de maiores dimensões. Os arcos encontram-se ligados ao tabuleiro por prumos metálicos verticais e diagonais e, no caso do tramo maior, possuem ainda tirantes horizontais ligando os arcos. |
Acessos
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No antigo traçado da E.N. 108, 50 metros a jusante da actual ponte, na entrada do centro urbano da Régua. Gauss: M=229.5; P=465; Fl. 126 |
Protecção
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Enquadramento
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Urbano, orla ribeirinha, isolado. Ponte sobre o rio Douro, integrada no antigo traçado da E.N. 108, ligando Pêso da Régua e Valdigem, no concelho de Lamego não se encontrando actualmente em utilização. |
Descrição Complementar
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Com excepção do tramo menor onde as vigas principais são do tipo "Pratt", mas sem articulações, em todos os outros ramos, as vigas são do sistema "Schwedler", formadas por dois bonzos que se ligam directamente nas extremidades, trabalhando o banzo horizontal inferior à distenção e o banzo superior poligonal à compressão. Estes dois banzos estão unidos por montantes correspondentes aos vértices do polígono e por diagonais e contra-diagonais, que trabalham à tracção. |
Utilização Inicial
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Transportes: ponte |
Utilização Actual
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Transportes: ponte |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Junta Autónoma das Estradas |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENGENHEIROS: W. Liebe (projecto); Johann Gaspar Harkort; Wilherm Dulhener (direcção das obras). |
Cronologia
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1863 - Rei D. Luís I ordenou ao director das Obras Públicas do Distrito de Vila Real que elaborasse e remetesse ao Ministério o projecto e respectivo orçamento de uma ponte a construir sobre o Douro no sítio da Régua, destinada a ligar as estradas situadas a N. e a S. do rio; 1864, Março - data de um anteprojecto da autoria do Eng. Bento Fortunato M. C. d'Almeida d'Eça, que não chegou a ser executado; 1869, Janeiro - abertura de concurso público para a construção da ponte sobre o Douro próximo da confluência do Varosa, a jusante e do Corgo, a montante; a obra foi adjudicada a Johann Gaspar Harkort, que alterou o projecto na distribuição dos pilares; o Governo comprometeu-se a que o custo da ponte fosse pago com a receita da portagem, nos termos da Lei de 22 Julho 1850, cobrando-a o adjudicatário pelo período de 75 anos; Junho - início da construção sob orientação do engenheiro alemão Wilherm Dulhener, da equipa do Eifel; a estrutura metálica em ferro laminado foi fabricada nas oficinas do adjudicatário, na Prússia; a ponte foi projectada para ter seis vãos iguais, com cerca de 48.40 m. cada, mas como durante os trabalhos de fundação dos pilares, se verificou a descontinuidade e pouca firmeza da rocha do subsolo no local correspondente ao primeiro pilar projectado, situado em pleno talvegue do rio e já depois de encomendado o tabuleiro metálico, optou-se por outra divisão de vãos, a fim de ser transposta com um só tramo a parte mais profunda do rio; 1872 - conclusão da ponte; 1 Dezembro - inauguração da ponte com abertura ao público no mesmo dia; estiveram presentes 15.000 pessoas, tocaram cinco bandas de música e realizou-se uma missa onde se cantou Te Deum; c 1918 - depois da primeira Grande Guerra, a ponte passou a estar a cargo da firma Borges & Irmão; 1925 / 1927 - construção de uma ponte em alvenaria colocada paralelamente a esta, para dar passagem a uma linha de via reduzida da Régua a Lamego; 1928, Agosto - relatório sobre o estado da ponte enviado ao Director-Geral de Estradas menciona que em 1908 a ponte ainda "se encontrava a cargo de quem sabia os cuidados que exige uma obra desta natureza e dela tratava por forma tal que se encontrava em bom estado de conservação à data do mencionado relatório"; posteriormente o pavimento de madeira deteriorando-se a ponto dos passageiros de transportes colectivos se apearem e atravessarem a ponte a pé, retornando depois aos seus lugares; 1949 - desactivação da ponte metálica da Régua; 2012, janeiro - abertura da ponte à circulação pedonal e de bicicletas. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma. |
Materiais
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Estrutura em ferro, pilares em cantaria de granito, tabuleiro em madeira. |
Bibliografia
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DIONÍSIO, Sant'Anna, Guia de Portugal - Trás os Montes e Alto Douro, vol. II - Lamego, Bragança e Miranda, Lisboa, 1988, p. 631; PINTO, Joaquim Caetano, Pontes sobre o Douro, in O Tripeiro, Ano X, nº 6, s.l., Junho 1991, p. 179 - 184; CARDOSO, José Manuel, Régua - Plano de Restauro para a velha ponte, Jornal de Notícias, 15 Dezembro 1998; MARTINS, Maria do Rosário França, TORRES, Maria Teresa Pinheiro e FREIRE, Paula Cristina Martins, Pontes Metálicas Rodoviárias, Lisboa, 1998. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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2012 - conclusão da requalificação da ponte, em parceria entre o Município de Pêso da Régua e a EP - Estradas de Portugal S.A., integrada no programa de regeneração urbana FRENTE DOURO, direccionado para a valorização e desenvolvimento da frente ribeirinha da cidade. |
Observações
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*1 - A ponte faz a ligação entre o concelho de Pêso da Régua ao de Lamego. *2 - Durante a construção, na implantação do primeiro pilar, foi descoberto um rico e longo filão de antimónio ( ainda existente e intacto ), que se estende ao longo do rio Douro, com cerca de 5 Km, até bem perto da Quinta de Bagaúste. O aparecimento deste minério obrigou à mudança de lugar do mesmo pilar. *3 - Os dois tramos metálicos que não foram aplicados na ponte da Régua foram reaproveitados na Ponte da Portela, em Coimbra, construída quase simultaneamente pela mesma empressa. *4 - O pavimento da faixa de rodagem e dos passageiros era, inicialmente, constituído por dois estrados sobrepostos de madeira de carvalho. *5 - A ponte substituiu as chamadas barcas, embarcações que faziam o transporte de pessoas. *6 - A Câmara Municipal de Pêso da Régua está a diligenciar o seu restauro, com reposição do piso, criação de zona pedonal, iluminação total, criação de espaços para colocação de pequenas lojas de artigos tradicionais e regionais, instalação de um bar e restaurante panorâmico. |
Autor e Data
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Ricardo Teixeira e Miguel Rodrigues 1999 / Paula Noé 2002 |
Actualização
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