Quinta e Palácio dos Condes do Vimieiro
| IPA.00003698 |
Portugal, Évora, Arraiolos, Vimieiro |
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Quinta e casa nobre renascentista, maneirista, barroca, neoclássica, cuja estrutura actual enquadra-se nos padrões da arquitectura senhorial regional, com alguns tópicos que a remetem para influências mais urbanizadas, lisboetas. Quinta de Recreio de caracterização estilística renascentista e barroca, contendo jardim, mata e campos agrícolas; as características renascentistas concentram-se essencialmente no pátio da cisterna, na sua disposição e enquadramento. As características barrocas estão patentes nos elementos construídos ricamente ornamentados do como bancos e elemenmtos de águas; é ainda notória a estrutura de buxos característica deste estilo. |
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Número IPA Antigo: PT040702060012 |
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Registo visualizado 1486 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Residencial unifamiliar Quinta Casa abastada
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Descrição
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Planta composta pelo palácio e quinta murada. Palácio de dois corpos, de planta rectangular, de dois pisos, estruturados por eixos longitudinais perpendiculares, orientados respectivamente no sentido E-O e N-S, encontrando-se e unindo-se no topo SO. e encaixando no quadrado o pátio adjacente ao jardim, acabado de delimitar por cerca altaneira. Cobertura diferenciada para os dois corpos, em telhados de quatro águas, de ténue pendendente. A fachada principal, orientada a O., rematada nos cunhais por fortes pilares de silharia granítica, dispõe-se em dois registos; o primeiro é marcado pelo pórtico, de moldura esquadriada de mármore, rematado por arquitrave de profunda moldura, padrão aplicado a todos os vãos da frontaria, flanqueado por alinhamento de portas e janelas de peitoril; o segundo é rasgado por alinhamento de 6 varandas de sacada. As restantes fachadas repetem sensivelmente esta disposição e na fachada O., virada para o jardim, rasga-se no primeiro registo o amplo vão da porta dos carros. Ao jardim dá acesso imponente pórtico de composição apilastrada, rasgado no paramento N. da cerca. No interior, agora em ruínas, imponente fonte obelisco de mármore.A Quinta é limitada por muro com acesso principal por imponente portão barroco, datado de 1770. A ligação do palácio ao exterior tem início no PÁTIO DA CISTERNA, de forma rectangular, limitado por muro alto, sem contacto visual com o resto da quinta. Adossado aos muros, banco corrido com alegretes e no meio do pátio, quatro canteiros de desenho rombóide. Este espaço tem ligação, a S:, ao PEQUENO JARDIM, também murado. O muro a S. apresenta duas janelas cegas com molduras e estuque. O muro, a E., é mais baixo que os outros permitindo avistar o resto da quinta e apresenta alegretes alternados com "caixotões". Junto a portão deste muro, existe tanque de forma oval com repuxo ao centro. Passando o portão, surge ALAMEDA, paralela ao edifício, limitada por muros de suporte onde se inserem alegretes e com acesso, por escadarias dispostas simetricamente, ao POMAR de laranjeiras, que constitui a zona mais baixa da quinta. Aqui se desenvolve um sistema de caleiras que funciona por gravidade devido ao declive suave e tem uma nora de forma circular como elemento base. No alinhamento da escadaria está implantada uma fonte-obelisco, no cruzamento de caminhos de buxo. Este elemento é constituído por taça circular tendo ao centro pedestal de planta quadrada ornamentado com quatro caras que, pela boca, jorrariam água recolhida por taça em forma de concha. Este pedestal assenta numa base de calhaus de basalto que receberiam a água transbordante da concha em efeito de cascata. Sobre o pedestal, pirâmide com 9m de altura, tem pinha no vértice e base quadrangular ornamentada com inscrições latinas nas faces. Grande parte da propriedade apresenta construções recentes de apoio a actividades da Santa Casa da Misericórdia com perca de leitura do traçado original. São estas construções: o Lar, a Lavandaria, o Depósito de gás, o Edifício de serviços administrativos, o Alpendre, o Infantário, o Parque infantil e a Casa da bomba de água. Dos edifícios existentes permanecem as antigas Cocheiras, no limite S., os Anexos, a SE. voltados à R. Por Trás do Jardim e a Casa da Guarda.
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Acessos
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Rua de Avis, nºs 56 a 58, Praça da República |
Protecção
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Em vias de classificação (Homologado como IM - Interesse Municipal, Despacho de 20 agosto 1990 da Subsecretária de Estado da Cultura) |
Enquadramento
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Urbano, a meia encosta, em destaque no meio de casario, na periferia do núcleo urbano consolidado, limitado a O. pela R. de Aviz, com entrada secundária, e a SE. pela R. Por Trás do Jardim, onde fica a entrada principal da Quinta. Em zona de planalto, com declives suaves (máx. 5%), assente sobre formações Hercínico-Orogénicas de quartzo-dioritos de textura prientada (tonalitos). Os solos apresentam boa capacidade de uso. O clima é sub-húmido seco, mesotérmico, com grande défice em água no Verão. A ocupação do solo na envolvente é essencialmente de montado de sobro e azinho. A situação de planalto permite um largo sistema de vistas a partir da Quinta.
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Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: quinta |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Privada: pessoa singular / Privada: Misericórdia (Quinta) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 (conjectural) / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Guilherme Luís Antoine Valleré (fonte obelisco do jardim) |
Cronologia
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Séc. 16, 2º quartel - fundação, de que resta o topo N. do corpo principal; 1580 - morre D. Francisco de Faro e Noronha, 4º Senhor de Vimieiro, 1º donatário da quinta; 1741, 14 de Outubro - morre no Palácio, o bispo eleito de Elvas, D. Fernando de Faro, irmão do 8º Senhor da Vila; 1770 a 1790 - reconstrução e ampliação do Palácio; 1774 - colocação de oblelisco na quinta, dedicado a D. Teresa de Melo Breyner; 1850 (c.) - a quinta é arrendada ao capitão-mor da vila, Nicolau Pereira Lobo; 1890 - a quinta apresenta sinais de abandono; séc. 20 (meados) - demolição do muro de limitação original; 1975 - a quinta pertence ao Eng. Basílio da Mata; 1980 (c.) - a quinta é doada à Santa Casa da Misericódia. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma |
Materiais
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Alvenaria, silharia granítica, cantaria de mármore |
Bibliografia
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ESPANCA, Túlio, Distrito de Évora, Concelho de Évora, in Inventário Artístico de Portugal, VIII, SNBA, 1975; CHUMBO, Natacha Sofia Fernandes, Intervenção na Quinta do Palácio dos Condes de Vimieiro, Trabalho de Fim de Curso de Arquitectura Paisagista, Instituto Superior de Agronomia, Lisboa, 2003. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; Santa Casa da Misericórdia do Vimieiro |
Intervenção Realizada
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Observações
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Edifício com grande valor histórico-cultural, pois nele se sediaram importantes empreendimentos culturais e literários, durante o Séc. 18. Em escandaloso estado de ruína e degradação progressiva, decorrente, entre outras causas, de ocupação imprópria. Da estrutura geral do paço quinhentista pouco resta. |
Autor e Data
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Manuel Branco e Castro Nunes 1994 / Marta Calçada 2002 / Pereira de Lima 2005
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Actualização
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