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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre
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Descrição
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Edifício de dois pisos e sobreloja, de planta em U, adossado nas traseiras a um socalco. A fachada principal voltada para a R. das Flores e orientada a S. tem oito janelas de sacada no 1º piso, com gradeamentos em ferro forjado, e encimadas por frontões em triângulo abatido. Ao nível do r/c e alinhadas com estas aberturas, cinco janelas ovais e seis portas, demarcando-se duas delas mais largas e encimadas pelas pedras de armas iguais: brasões partidos de Bravo e Ferraz. O beiral do telhado bastante saliente apoia-se em cachorros de granito. No pátio das traseiras existe uma capela de planta centralizada octogonal. Este pátio ao nível do 1º piso da casa é todo em lajeado da granito e é definido por um muro de suporte do terreno no qual se insere um golfinho e uma taça que outrora deve ter sido uma fonte. No espaço interior destaca-se um arco de volta inteira ( actualmente entaipado ) entre os dois portais de entrada. Possui uma ampla escadaria de acesso ao andar nobre constituída por dois lanços laterais e um central. Sobre a guarda das escadas apoiam-se de cada lado três colunas de granito, com bases e capitéis. |
Acessos
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Vitória, Rua das Flores, n.º 21 a 39 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 45/93, DR, 1ª série-B, n.º 280 de 30 novembro 1993 |
Enquadramento
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Urbano. Flanqueado pelas construções que definem a R. das Flores. Harmoniza-se com outros edifícios de características semelhantes inseridos na mesma Rua. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Privada: pessoa colectiva |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1521 - Abertura da Rua das Flores ( então Rua Santa Catarina das Flores ); 1528 - Herdado o terreno por Luís Toledo, sua mulher e seus filhos para construir casa nobre; 1542 - Consta já do tombo do Censual da Mitra do Porto como proprietários de casas na Rua das Flores, "da parte de cima" e "em terrenos que foram da Mitra, um fidalgo de nome Ferraz e outro de Manuel Bravo; séc. 18 - Construção da Capela, introdução de elementos decorativos na fachada e outros ornamentos atribuídos a Nicolau Nasoni; séc. 19, segundo quartel - o proprietário é Domingos de Oliveira Maia; séc. 19, meados - Retirada e transferida a talha da Capela para a Capela da Quinta de Vale Abraão, em Chambres, Lamego pela então proprietária, Maria de Serpa Leitão Pimentel *1. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Paredes de alvenaria de granito rebocadas. Cobertura em estrutura de madeira, revestida a telha de barro. Molduras em granito aparente em todas as aberturas da fachada principal. Caixilharias em madeira e vidros transparentes. Guardas das varandas em ferro forjado pintado. |
Bibliografia
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SOUSA, Francisco de Almeida e ARSÉNIO, Casimiro S., Casas Senhoriais do Porto: A Casa dos Maias, in O Tripeiro, Série Nova - Ano IX / nº 9, Porto, Junho / Julho 1990, pp. 266 - 272. |
Documentação Gráfica
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CMP: 20780 / 92 - O - 53 |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID, SIPA |
Documentação Administrativa
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CMP: 20780 / 92 - O - 53 |
Intervenção Realizada
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1992 - Projecto de Restauro, Remodelação e Ampliação do Solar dos Ferrazes (estudo prévio) da autoria do Arquitecto Duarte de Castro Ataíde Castel-Branco; 1994 - Projecto de Restauro, Remodelação e Ampliação do Solar dos Ferrazes (anteprojecto) da mesma autoria. |
Observações
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*1 Estas datas e pormenores baseiam-se num artigo sobre Casas Senhoriais do Porto, A Casa Dos Maias, elaborado por Francisco de Almeida e Sousa e Casimiro S. Arsénio, publicado na revista O Tripeiro, Série Nova, ano IX / nº 9, Junho / Julho. Segundo este artigo, o imóvel é mais vulgarmente designado pela "Casa dos Maias", porque, apesar da família de Domingos Oliveira Maia ter ocupado a casa por um curto espaço de tempo, terá sido o período burguês que corresponde ao momento áureo da R. das Flores aquele em que viviam diversas famílias de bom estrato social. Segundo Francisco de Almeida e Sousa e Casimiro S. Arsénio, quando se procedeu à abertura da R. de Santa Catarina das Flores quase todo o terreno era ocupado pelas hortas do Bispo. Umas estavam aforadas à própria Mitra, outras ao Cabido. Foi determinado pelo Bispo que cada casa a construir na nova R. fosse marcada nos seus cunhais com o símbolo do seu foro: S. Miguel Arcanjo para os foros do Cabido, e a roda de Navalhas de Santa Catarina para os da Mitra. A Casa dos Ferrazes Bravos já no documento de posse de Luís Toledo referia a marca da roda de Santa Catarina a ser colocada na padieira da porta. Pode apreciar-se esta marca nas duas pilastras de remate da fachada principal. As pedras armoriadas, com escudo em granito de grão fino de contornos ao gosto quinhentista, encaixam em movimentadas linhas de volutas e contravolutas assentando nas duas aberturas da sobreloja ao gosto barroco. |
Autor e Data
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Isabel Sereno 1994 |
Actualização
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