Palácio Cabral / Junta de Freguesia de Santa Catarina

IPA.00003996
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia
 
Arquitectura residencial, barroca e pombalina. Importante espólio azulejar de temática mitológica, nos salões do andar nobre.
Número IPA Antigo: PT031106280068
 
Registo visualizado 2505 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  

Descrição

Edifício de planta irregular, de configuração ortogonal, implantado num terreno em declive. A construção desenvolve-se em três pisos, com ocupação desigual de áreas, traduzindo a adaptação à morfologia do terreno. A fachada principal (S.) organiza-se em cinco módulos desiguais (1-3-3-3-1) divididos por pilastras lisas. No piso térreo, portas e janelas com emolduramento de cantaria, tendo 2 das janelas grades de ferro. No piso 1 (na metade E. ainda é piso térreo) destacam-se as janelas com emolduramento e avental de cantaria. O andar nobre sobressai no conjunto da fachada, pela fiada de janelas de sacada, com emolduramento de verga curva em cantaria e varandins de ferro, acentuando a horizontalidade do edifício, rematado por cornija proeminente et balaustrada cerâmica. INTERIOR: a entrada faz-se por amplo espaço interior - cocheiras - cavalariças - ladeado à direita pela escadaria de acesso ao andar nobre e à esquerda pela escada de acesso à zona de serviços. Destaque para o revestimento de azulejos da escadaria (de acesso ao andar nobre), de composição ornamental, em bicromia - 2 tons de azul em fundo branco -, bem como para os silhares de azulejo de padrão - monocromia - azul de cobalto em fundo branco, que revestem as paredes da escada de acesso à zona de serviços ( 3º quartel do séc.18). No ANDAR NOBRE, três das salas viradas a S. têm silhares de azulejo de composição figurativa, de temática mitológica, e tectos de estuque, apresentando composições de significativa complexidade. Na ala N., a maioria das salas tem silhares de azulejo com motivos de albarradas, em monocromia - azul de cobalto em fundo branco. A capela é totalmente decorada de estuque e azulejo, tendo pinturas assinadas. Destaque também para a cozinha, revestida de azulejo de figura avulsa intercalado com azulejo branco.

Acessos

Largo Dr. António Sousa Macedo, n.º 7 a 7-E (Escola D. Maria)

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 44 075, DG, 1.ª série, n.º 281 de 5 dezembro 1961 / ZEP, Portaria n.º 398/2010, DR, 2.º série, n.º 112 de 11 junho 2010 *1 / Incluído na Zona Especial de Proteção do Liceu de Passos Manuel (v. IPA.00006461) e na Zona Especial de Proteção do Convento dos Paulistas (v. IPA.00005186)

Enquadramento

Urbano, integrado na malha urbana do bairro de Santa Catarina; construído num terreno em declive, adossado a E. ao Convento de São Paulo da Serra da Ossa (v. PT031106280343) (actualmente G.N.R.) e a O. a um edifício de habitação. A fachada princial, a S., acompanha o alinhamento da via pública. Em frente, do outro lado da rua, situa-se o Palácio dos Condes de Mesquitela (v. PT031106280171)

Descrição Complementar

AZULEJO: INTERIOR: ESCADARIA de acesso ao andar nobre: silhares de azulejo de composição ornamental - pássaros, flores, volutas, enrolamentos vegetalistas. Bicromia: 2 tons de azul de cobalto em fundo branco: composição central em azul claro, guarnição em azul escuro. Rodapé: 2 azulejos de altura; policromia: amarelo, azul, verde, pintura esponjada imitando cantaria. 8 azulejos de altura (rodapé incluído). Rococó, 3ºquartel do séc. 18. ESCADA de acesso à zona de serviços: silhares de azulejos de padrão (4 x 4); monocromia: azul de cobalto em fundo branco. Barra: enrolamentos de folhagem. Rodapé: 1 azulejo de altura, azul esponjado. 9 azulejos de altura (rodapé incluído). 3º quartel séc. 18. SALA 1: Silhar de azulejos de composição ornamental: albarradas: jarra de flores em cima de peanha, ladeada por golfinhos. Barra: enrolamentos de folhagem; carrancas nos cantos. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco. 10 azulejos de altura. 1ª metade séc.18. SALA 2: Silhar de azulejos de composição ornamental: albarradas: cesto de flores. Barra: enrolamentos de folhagem; carrancas nos cantos. Rodapé: 1 fiada de azulejos decorados com flor estilizada. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco. 10 azulejos de altura. 1ª metade séc.18. SALA 3: Silhar de azulejos de composição ornamental: albarradas: jarra de flores ladeada por figuras infantis ajoelhadas em cima de peanha. Barra: enrolamentos de folhagem. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco. 9 azulejos de altura. 1ª metade séc.18. SALA 4: Silhar de azulejos de composição ornamental: albarradas: jarra de flores ladeada por golfinhos. Barra: enrolamentos de folhagem. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco. 10 azulejos de altura. 1ªmetade séc. 18. SALA 5: 7 painéis de composição figurativa formando silhar. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco. Temática: Mitologia. Guarnição: motivos ornamentais: folhagem, entrelaces, volutas. 9 azulejos de altura. 3º quartel séc. 18. SALA 6: 3 painéis de composição figurativa formando silhares. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco. Temática: Mitologia. Guarnição: motivos ornamentais: palmetas, folhagem, rosto de perfil com coroa de louros, arco e flechas. 9 azulejos de altura. 3º quartel do séc. 18. SALA 7: 5 painéis de composição figurativa formando silhares. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco. Temática: Mitologia. Guarnição: motivos ornamentais: palmetas, folhagem, entrelaces. Rodapé: 1/2 azulejo de altura, imitando marmoreado. 9,5 azulejos de altura. 3º quartel séc. 18. SALA 9: Silhar de azulejos de composição ornamental: albarradas. Barra: enrolamentos de folhagem. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco. 8 azulejos de altura. SALA 10: Silhar de azulejos de composição ornamental: albarradas. Barra: enrolamentos de folhagem. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco. 8 azulejos de altura. SALA 11 (corredor e sala de acesso à cozinha): silhares de azulejo de figura avulsa: flores e barcos. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco; 3º quartel séc. 18. 8 azulejos de altura. SALA 12 (capela): silhar de azulejo de composição figurativa. Monocromia: azul de cobalto em fundo branco. Temática: os Evangelistas; 3º quartel do séc. 18. SALA 13 (cozinha): totalmente revestida de azulejo de figura avulsa intercalado com azulejo branco. 2ª metade séc.18 (restaurado no início do séc. 20).

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Residencial: casa / Política e administrativa: junta de freguesia / Cultural e recreativa: galeria

Propriedade

Pública: Municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Homero Gonçalves (2001). ESTUCADOR: João Grossi (séc. 18). PINTORES: João Carlos Binhetti; João Pedro Binhetti.

Cronologia

Séc. 18 - o palácio era propriedade da família Figueiredo Cabral, senhores de Belmonte, dos quais passa para a posse da casa dos viscondes de Moçâmedes pelo casamento de Manuel de Almeida e Vasconcelos com D. Francisca de Câmara Meneses, filha de D. Pedro de Figueiredo Cabral; 1755 - danos significativos causados pelo terramoto implicam a reconstrução do palácio; trabalhos em estuque da autoria de João Grossi (1718-1781); séc. 19 - restauro do edifício; 1910 - algumas obras no edifício; 1982 - o Decreto n.º 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 altera a designação da classificação do edifício relativamente ao diploma de classificação, que definia Prédio situado no Largo de Sousa Macedo, n.º 7; 2005, 29 setembro - proposta de fixação de Zona Especial de Proteção pela DRCLVTejo; 2009 - Despacho de homologação da Zona Especial de Proteção pela Ministra da Cultura; 2011, 20 maio - Declaração de retificação ao teor do diploma de fixação de Zona Especial de Proteção, n.º 874/2011, DR, 2.ª Série, n.º 98.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, cantaria de calcário, reboco pintado, ferro forjado, madeira, estuque pintado, azulejos

Bibliografia

ALMEIDA, D. Fernando de, (coord. de), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa - Tomo II, Lisboa, 1975; CALADO, Maria, FERREIRA, Vítor Matias, Lisboa. Freguesia de Santa Catarina (Bairro Alto), Lisboa, 1992; Palácio abriu ao público, in Jornal de Notícias, 15 Maio 2004 ; [a consultar] Mendonça, Isabel, "O Palácio de Fernando de Larre na Calçada do Combro e os seus estuques", in Revista de História da Arte, n.º 11 (2014), pp. 209-223,

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CML: Arquivo de Obras (Pº Nº 5.347)

Intervenção Realizada

1910 - obras gerais de restauro; no átrio (piso térreo) o arco de cantaria de acesso às cocheiras foi tirado e substituído por vigas de ferro. 2000 - obras de reabilitação do piso térreo (átrio) que se encontrava entaipado; o espaço foi transformado em galeria de exposições.

Observações

DOF: Prédio seiscentista, também conhecido por Palácio Cabral. *1 - Zona Especial de Proteção do Bairro Alto e imóveis classificados na área envolvente

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1994 / Paula Correia 2001

Actualização

Anouk Costa 2007
 
 
 
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