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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Palacete
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Descrição
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De planta em L e volumetria constituída por 2 paralelipípedos cobertos por telhados a 2 e a 4 águas, o edifício apresenta-se organizado em torno de um pátio animado pela presença de uma fonte. O alçado virado à estrada SE., delimitado lateralmente por cunhais de cantaria e superiormente por beirado simples, apresenta 2 pisos (3 pisos no extremo devido ao desnível) separados por friso de cantaria, sendo o 1º ritmado pelo rasgamento de 9 janelas de peito rectangulares de emolduramento simples fechadas por malheiro de ferro e o 2º por idêntico número de janelas igualmente de peito mas dotadas de avental *2 e verga encurvada. Este alçado prolonga-se para SO. por um pano de muro encimado por uma pequena ventana sineira e no qual se abre o portão, ladeado por pilastras encimadas por vasos. Os alçados virados para o pátio apresentam no piso térreo aberturas irregulares efectuando-se o acesso ao interior ao nível do andar nobre por meio de porta encimada por motivo decorativo em forma de concha à qual se acede por escada que se desenvolve paralelamente ao plano da fachada. No interior merecem menção: a denominada Sala Alta, ou seja um amplo compartimento no andar nobre, cuja animação se deve à presença de 18 painéis de azulejos azuis e brancos tendo por temática cenas de caça com emolduramentos rococó de concheados. A capela (com o orago de Nª Sª do Carmo), disposta contiguamente ao palácio, possui planta rectangular e cobertura em abóbada rebaixada ostentando pintura ornamental em torno de um medalhão central com as letras AM (Ave Maria) encimadas por coroa. Nos muros laterais reconhece-se um rodapé de azulejos azuis e brancos pombalinos e pinturas a fresco simulando talha cinzenta e dourada, representações de santos, ramos de flores e no muro de topo o retábulo (plano) de madeira pintada e dourada tendo ao centro uma tela alusiva ao orago. |
Acessos
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Rua Cândido dos Reis, n.º 44 - 46. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,798518, long.: -9,450674 |
Protecção
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Em vias de classificação (Homologado como IIP - Imóvel de Interesse Público, Despacho de 15 maio 1981, Despacho agosto 1984) *1 / Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. PT031111050264) |
Enquadramento
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Urbano. A propriedade é atravessada pela estrada, pelo que a ligação entre as 2 partes se efectua por meio de um arco (sobre o qual se eleva um pavilhão) que transpõe a via. |
Descrição Complementar
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Do lado NE. da casa, após um pátio, ergue-se um corpo autónomo, de planta rectangular, em 2 pisos, coberto por telhado a 4 águas *3. O jardim (v. PT031111050124) organiza-se em socalcos, reconhecendo-se uma área de buxo organizada geometricamente nas proximidades de um tanque, uma escadaria monumental e 3 miradouros decorados com pintura a fresco no seu interior. Do lado oposto da estrada, a parte agrícola da quinta, também em socalcos, tem o seu acesso através de um portão gradeado de ferro forjado com pilares de cantaria rematados por bustos. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa |
Utilização Actual
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Residencial: casa / Comercial: espaço de eventos |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1588 - ao espanhol António Roiz de Arouche, músico de Câmara da corte de Filipe III, é outorgada a concessão do direito das águas da Serra de Sintra (então Quinta da Urca e da Costa do Penedo); 1758 - Manuel Francisco de Arouche (neto de António Roiz) vende a propriedade a Bento Dias Pereira Chaves - cavaleiro da Ordem de Cristo, criado particular da casa do rei D. José, fundidor da Casa da Moeda e sargento-mor de Colares - o qual vê a mesma aumentada por doação de 1.200 ha. pela rainha D. Mariana Vitória; 1778 - autorização régia para instituir em morgadio a propriedade, então designada Quinta da Porta, ou dos Fiéis de Deus, ou da Cruz; 1779 - por morte de Bento Dias, o primogénito José Dias Pereira Chaves (n. 1754) entra na posse da propriedade, e empreende campanha de obras na casa e jardins; o segundogénito Sebastião (afilhado do Marquês de Pombal) herda a propriedade e o morgadio por seu irmão falecer sem descendência directa; 1830 - casamento de Maria do Carmo, filha única de Sebastião Dias, com o diplomata napolitano António Mazziotti, passando a propriedade e o morgadio para esta família; 1863 - a quinta apresenta sinais de decadência; séc. 19, final - casamento de Maria do Carmo Mazziotti, herdeira da propriedade, com o médico Dr. Carlos França (1877 - 1926); 1980 - aquisição da quinta aos herdeiros de Maria do Carmo Mazziotti e Carlos França por João Francisco Justino; 1997 - a quinta é adquirida por Susana Maggiolli. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, ferro forjado, madeira pintada e dourada, azulejos, estuque pintado |
Bibliografia
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Novo Guia do Viajante em Lisboa e seus Arredores, Lisboa, 1863; JUROMENHA, Visconde de, Cintra Pinturesca, Lisboa, 1905 (1ª edição 1838); PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, Vol. I, Lisboa, 1924; PEREIRA, Arturo, CARDOSO, Filipa Espírito Santo, CORREIA, Fernando C., Sintra e Suas Quintas, Lisboa, 1983 ; BECKFORD, William, Diário de William Beckford em Portugal e em Espanha, 3ª edição, Lisboa, 1988 (1ª edição 1834); STOOP, Anne De, Quintas e Palácios nos Arredores de Lisboa, Porto, 1986; BINNEY, Marcus, Casas Nobres de Portugal, Lisboa, 1987; AFONSO, Maria Manuel, As Obras na Quinta Mazziotti, in Revista de Imprensa, Nº 16, Dez. 1989; SERRÃO, Vítor, Sintra, Lisboa, 1989 |
Documentação Gráfica
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BMS: Bella Cascata da Quinta do Jozé Dias, 1830, Litografia de Schioppetta |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1989 - obras de conservação e restauro da casa da propriedade; Proprietário: década 90 - obras de recuperação e adaptação á organização de eventos |
Observações
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*1 - DOF:.. integrando casa, capela e construções anexas. *2 - no avental da janela central observa-se uma inscrição alusiva ao Dr. Carlos França. *3 - antiga área de serviços recentemente convertida em zona residencial autónoma. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1995 |
Actualização
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