Chafariz na Rua São Sebastião da Pedreira

IPA.00004025
Portugal, Lisboa, Lisboa, Avenidas Novas
 
Arquitectura infraestrutural, tardo-barroca. Chafariz urbano, implantado numa pequena praça, ligado à distribuição de água a Lisboa, pelas Águas Livres, do tipo caixa de água, de planta rectangular, disposto em dois níveis, ligados por escadas laterais, cada um deles com espaldar individualizado, o inferior mais simples, com panos almofadados dividido por pilastras toscanas onde surgia uma bica que vertia para tanque rectangular, de perfil galbado e bordo saliente. O nível superior tem amplo espaldar, com o chafariz, propriamente dito, ao centro, emoldurado, com a base mais larga, num esquema semelhante aos chafarizes da Buraca (v. PT031106080347) e do Arco do Carvalhão (v. PT031106101287), desenhados ou inspirados em Reinaldo Manuel dos Santos, e rematado por cornija contracurva, com bola no topo, e tendo as armas reais. Tem duas bicas em bolacha, que verte para tanque rectangular, de perfil galbado e com réguas para apoio ao vasilhame. Está ladeado por respiradouros circulares e por duas portas de acesso à caixa de água.
Número IPA Antigo: PT031106501077
 
Registo visualizado 4174 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de elevação, extração e distribuição  Chafariz / Fonte  Chafariz / Fonte  Tipo espaldar

Descrição

Chafariz de planta rectangular simples, em cantaria de calcário lioz, desenvolvendo-se em dois níveis, com escadas laterais de acesso. O nível inferior é composto por um espaldar rectilíneo, composto por embasamento saliente e rematado por platibanda plena almofadada, tripartida por acrotérios, na forma de pilastras toscanas capeadas. Ao centro, surge um orifício correspondente à primitiva bica, que jorra para tanque rectangular, de perfil galbado e bordo saliente, reforçado por gatos de ferro e com o interior côncavo, possuindo escoadouro na base do tanque. À zona superior acede-se por escadas, as do lado esquerdo perpendiculares ao tanque *2 e as do lado direito paralelas, com guarda plena almofadada, com colunas de arranque na forma de pilares capeados. O piso superior, pavimentado a lajeado de calcário é marcado por amplo espaldar rectilíneo, rematado por cornija e platibanda plena, dividida em cinco almofadas, por seu turno, rematada em friso e cornija. O espaldar tem, ao centro, o chafariz propriamente dito, composto por pano saliente e de lados curvos na zona inferior, emoldurado e rematado por cornija contracurva, tendo, no topo, uma bola sobre pequeno pedestal de perfil côncavo. Na zona superior, entrega as armas reais e uma coroa fechada e, na base, duas bicas circulares, que vertem para tanque rectangular, de perfil galbado e bordo chapeado a ferro, com quatro réguas do mesmo material, para apoio do vasilhame. A estrutura é flanqueada por dois óculos circulares, protegidos por grades de ferro pintadas de verde, e por duas portas de verga recta, protegidas por uma folha metálica, de acesso à caixa de água, onde surge um tanque rectangular. Os vãos possuem molduras salientes.

Acessos

Rua de São Sebastião da Pedreira

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 5 DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1

Enquadramento

Urbano, integrado na malha urbana, adossado, no lado esquerdo, a edifício de habitação, do qual uma das alas se prolonga em terraço sobre a arca de água, surgindo, no lado oposto, um pequeno viaduto em betão, que passa sobre a Rua de São Sebastião e permite a ligação da Avenida António Augusto de Aguiar com a Rua Filipe Folque, que lhe passa superiormente. Fronteiro, um pequeno largo, quadrangular, pavimentado a ladrilho cerâmico vermelho e a calçada à portuguesa, criando elementos geométricos (amplos quadrados), tendo, no lado direito, um canteiro elevado, onde se implanta uma árvore. O edifício é de planta em L invertido, com o corpo primitivo rectangular, evoluindo em três pisos, com cobertura em águas furtadas, de volumes articulados e fachadas rebocadas e pintadas de rosa, flanqueadas por cunhais salientes pintados de branco ou por duas ordens de pilastras em cantaria, percorridas por embasamento do mesmo material e rematadas em friso, cornija e beirada simples. É rasgada, no piso inferior, por duas portas, a central em arco abatido e uma de verga recta e janela de peitoril rectilínea, surgindo, no segundo piso e na fachada principal, três janelas de sacada, com bacia de cantaria e guardas vazadas, em ferro forjado, com elementos geométricos pintados de verde; a fachada lateral esquerda, apresenta duas janelas de peitoril rectilíneas. No terceiro piso, surge janela de sacada corrida, que percorre duas fachadas, marcada por papagaios e para onde abrem, em cada fachada, três portas - janelas rectilíneas, todas com molduras de cantaria. As águas-furtadas têm janelas de sacada e de peitoril. A outra ala do L tem janelas rasgadas aleatoriamente, rectilíneas e com molduras de cantaria, possuindo, a partir de uma delas, porta com escadas, de acesso ao terraço que existe sobre a caixa de água. O viaduto encontra-se revestido a cantaria e apresenta as armas da cidade de Lisboa.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Hidráulica: chafariz

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Francisco António Ferreira Cangalhas (1787, atr.); Reinaldo Manuel dos Santos (1787, atr.).

Cronologia

1787, 21 Novembro - ordem para a construção do chafariz por aviso régio; compra de 3 casas aos Cónegos de São Vicente para a feitura do chafariz (180$000); uma casa a António Manuel Leite Pacheco (116$060); umas casas a Bernardo dos Santos Costa (178$000); casas a Manuel José Guedes de Miranda, Senhor de Murça (119$208); 3 propriedades a diversos (413$970); projecto de Francisco António Ferreira Cangalhas ou de Reinaldo Manuel dos Santos, então arquitecto das Águas Livres; 1789 - 1791 - construção do chafariz, o qual recebia água a partir da Galeria de Santa Ana, a partir do encanamento que saía da Quinta do Malheiros; a obra importou em 12:472$701; 1788, 19 Março - os sobejos foram doados a Manuel José Guedes de Miranda, Senhor de Murça, servindo primeiro um tanque mais baixo para gado; 1791, 8 Setembro - inauguração do chafariz; séc. 20 - construção da escada do lado esquerdo, de acesso ao nível superior.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura em calcário lioz; chapas, grades e réguas de ferro; portas de chapa metálica; cano da bica em bronze.

Bibliografia

FLORES, Alexandre M. e CANHÃO, Carlos, Chafarizes de Lisboa, Lisboa, Edições INAPA, 1999.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20 - limpeza das cantarias e zona envolvente; arranjo do largo, com colocação de pavimento em calçada à portuguesa e plantação de uma espécie arbórea.

Observações

*1 - Por decreto do Ministério da Cultura (dec. nº 5/2002 de 19 de Fevereiro) foi alterado o Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado em 23 de Junho de 1910 que designava o imóvel como "Aqueduto das Águas Livres, compreendendo a Mãe de Água", passando a ter a seguinte redacção: "Aqueduto das Águas Livres, seus aferentes e correlacionados, nas freguesias de Caneças, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Belas, Agualva-Cacém, Queluz, no concelho de Sintra, São Brás, Mina, Brandoa, Falagueira, Reboleira, Venda Nova, Damaia, Buraca, Carnaxide, Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, São Sebastião da Pedreira, Santo Condestável, Prazeres, Santa Isabel, Lapa, Santos-o-Velho, São Mamede, Mercês, Santa Catarina, Encarnação e Pena, municípios de Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras e Lisboa, distrito de Lisboa". *2 - o Decreto de 19 de Fevereiro de 2002, vem alterar a redacção do decreto de 16 de Junho de 1910, publicado em 23 de Junho de 1910 que classificava o "Aqueduto das Águas Livres, compreendendo a Mãe de Água", passando a ter a seguinte DOF: " Aqueduto das Águas Livres, seus aferentes e correlacionados, nas freguesias de Caneças, Almargem do Bispo, Casal de Cambra, Belas, Agualva-Cacém, Queluz, no concelho de Sintra, São Brás, Mina, Brandoa, Falagueira, Reboleira, Venda Nova, Damaia, Buraca, Carnaxide, Benfica, São Domingos de Benfica, Campolide, São Sebastião da Pedreira, Santo Condestável, Prazeres, Santa Isabel, Lapa, Santos-o-Velho, São Mamede, Mercês, Santa Catarina, Encarnação e Pena, municípios de Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras e Lisboa, distrito de Lisboa.", compreendendo, assim, todos os troços, chafarizes e mães de água, relacionados com as obras do Aqueduto das Águas Livres (PT031106100001). *3 - o projecto incluía duas escadas frontais, tendo sido apenas construída a do lado direito e paralela ao espaldar; no séc. 20, foi construída uma frontal, no lado oposto.

Autor e Data

João Machado 2005 / Paula Figueiredo 2007

Actualização

 
 
 
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