Palácio Pimenta / Museu de Lisboa
| IPA.00004040 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Alvalade |
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Arquitectura residencial, barroca. Palácio de planta rectangular, com a fachada posterior a envolver um pátio interno, integrando capela exteriormente indistinta. Fachada principal de execução tardo-barroca, evoluindo em dois pisos, possuindo cornija que se alteia, dando origem às armas de Portugal, encimadas por coroa fachada, marcada por vários panos com duas ordens de pilastras toscanas, rematadas por bustos; os vãos rasgam-se de forma regular, em arco abatido, sendo mais exuberante os do pano central, formando o pórtico de acesso, flanqueado por pilastras em ângulo, criando um portal convexo, sobre as quais surgem mísulas que sustentam a sacada corrida do piso superior, para onde abrem janelas altas e com molduras recortadas, as do pano central encimadas por friso almofadado e cornija. As fachadas laterais possuem amplas mansardas. Interior com acesso por vestíbulo. Exterior de grande sobriedade estrutural, mas com elegantes janelas emolduradas e portal exuberante, ladeado por pilastras em ângulo, criando os típicos portais do final do séc. 18. Na fachada posterior desenvolve-se um amplo pátio, fechado por três alas. Azulejos joaninos de figura avulsa do 2º quartel do séc. 18 na cozinha e azulejos rococó no andar nobre. |
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Número IPA Antigo: PT031106090049 |
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Registo visualizado 3961 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo planta retangular com pátio central
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Descrição
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Planta rectangular composta, desenvolvendo-se o primeiro piso à volta de pátio central, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas formando mansarda nas fachadas laterais e na posterior. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, evoluindo em dois pisos separados por friso, percorridas por embasamento de cantaria e flanqueadas por cunhais de cantaria, estes últimos sobrepujados por urnas e bustos clássicos, rematando em friso e corija, alteada na zona central, dando origem a um escudo e coroa fechada, encimado por busto clássico. Fachada principal virada a E., formado por cinco panos, os extremos sensivelmente recuados, divididos por duas ordens de pilastras toscanas, rasgados de forma regular e simétrica por vãos em arco abatido e molduras recortadas, com pingentes laterais e encimados por botões; possuem caixilharias de madeira pintadas de branco e verde, com vidros simples e protegidas por portadas interiores de madeira pintadas de branco. No piso inferior, surge, ao centro, portal em arco de volta perfeita, sustentado por duas pilastras, que se prolongam em duas arquivoltas com fecho em forma de consola; é protegido por duas folhas de madeira almofadadas, encimadas por bandeira de ferro forjado e vidro; está ladeado por duas pilastras dispostas de forma diagonal, encimadas por enrolamentos, servindo de mísulas à janela de sacada corrida do segundo piso, com bacia recortada e de cantaria, assente em mais quatro mísulas laterais, com guarda em ferro forjado, pintado de verde, formando enrolamentos e linhas sinuosas; para esta abrem duas portas-janelas, intercaladas por dois bustos, um masculino e um feminino, assentes em estípides; no centro da sacada, um mastro da bandeira. O portal inferior é ladeado por duas janelas de peitoril, protegidas por grades. Os panos intermédios possuem três janelas de peitoril no piso inferior, com grades em peito de rola, encimadas por três janelas de sacada, assentes em duas mísulas e com guardas semelhantes à da sacada central, para as quais abre uma porta-janela. Os panos exteriores possuem duas janelas de peitoril no piso inferior e duas de sacada no superior, semelhantes às dos panos intermédios. As fachadas laterais são semelhantes, possuindo quatro janelas de sacada no segundo piso, semelhantes às da fachada principal, encimadas por ampla mansarda, revestida a telha, onde se rasgam duas janelas rectilíneas com molduras simples e caixilharia de guilhotina. Fachada posterior abre para pátio quadrangular, fechado por alas rectilíneas, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas; o corpo principal evolui em dois pisos, rasgados por vãos semelhantes aos das demais fachadas. INTERIOR com vestíbulo calcetado, de onde evolui escadaria imperial, em cantaria de calcário. Possui pátio calcetado para onde davam a capela, cozinha e cavalariça. Cozinha com alto lambril de azulejos de figura avulsa integrando, num painel, uma escrava negra arranjando peixe. As salas da ala S. do 1º piso têm lambril de azulejos (*2) figurativos, com cenas inspiradas "chinoiseries", paisagens ribeirinhas, cenas mitológicas e caçadas. Do pátio parte escada para o andar nobre com lambril de azulejos figurativos azuis e brancos e polícromos, painéis que revestem igualmente os salões. Junto à fachada posterior, desenvolve-se jardim de cerimónias conservando com pequenas alterações o traçado primitivo; nos limites posteriores da mata existe também a construção para o jogo da péla, uma nora, poço e alpendre para alfaias agrícolas. |
Acessos
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Campo Grande, n.º 245 (extremo ocidental). WGS84 (graus decimais) lat.: 38,758452; long.: -9,156664 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 27 396, DG, 1.ª série, n.º 302 de 26 dezembro 1936 *1 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantado num dos extremos do Campo Grande, fronteiro ao Jardim (v. PT031106091148), erguendo-se junto à Segunda Circular de Lisboa, sendo vedado por alto muro, a E. rasgado por dois vãos rectangulares gradeados e portões, e precedido por espaço ajardinado com pano de muro formando meia-laranja. |
Descrição Complementar
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Conhecido anteriormente também como Casa da Quinta da Pimenta / Casa da Madre Paula / Palácio Galvão Mexia / Museu da Cidade de Lisboa.
Sobre o tanque do lago no jardim da mata: "Neste conjunto de pequenas alterações destacam-se os vários projetos de Carlos Ribeiro para a integração da lapidária que o museu incorporara nos depósitos municipais, escavações arqueológicas ou demolições. Do leque de propostas da sua autoria, apenas se concretizou a colocação das Nereides e Tritões provenientes do repuxo do lago do Passeio Público e da carranca do Chafariz do Loreto". (NASCIMENTO, p. 193, As três Vidas do Palácio Pimenta, Museu de Lisboa, 2024. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 e 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: (atribuído) Manuel da Costa Negreiros (1701-1750), (atribuído em alternativa) Mateus Vicente de Oliveira (1706-1785); Raul Lino (1974), Duarte Nuno Simões (1977), Fezas Vital e João Guimarães (1994), Daniela Ernano (1995); PINTOR de AZULEJOS: Nicolau de Freitas (1744), (atribuído) Valentim de Almeida (c.1746-1750); PINTORES: Oliveira Bernardes, André Gonçalves. |
Cronologia
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Cronologia Prévia: 1720 - o tio de Diogo Sousa Mexia instituí-lhe um Morgado; 1722, 28 fevereiro - Diogo Sousa Mexia casa com Luísa Helena Teresa de Santa Cruz Berger; 1725 - Diogo Sousa Mexia, desembargador, teve a mercê de conselheiro de fazenda, lugar que ocupava o seu pai, Bartolomeu de Sousa Mexia e do qual desistiu a seu favor, com o ordenado de 300 $ reis e quatro moios de trigo e quatro de cevada. Cronologia:1732 -. Diogo Sousa Mexia compra a primeira propriedade no Campo Grande; 1739 - Diogo Sousa Mexia compra a propriedade onde vem a erigir o palácio, a D. Madalena Pereira de Brito, por cerca de 20 mil cruzados. A propriedade vem com dois prazos, num deles o cónego João Vicente instituíra uma capela, noutro uma pequena vinha pertencente aos padres do colégio da Santíssima Trindade de Coimbra; Anos 40 - compra uma pequena quinta que confinava com a sua na zona de Telheiras (por 2 contos e 10 mil reis); 1744-1746 - campanha azulejar pela Grande Oficina de Lisboa, liderada por Bartolomeu Antunes, pintura dos azulejos atribuída a Valentim de Almeida; 1750 - compra duas courelas de vinha por 300 mil reis que estavam misturadas com as suas, nesta data a sua quinta estendia-se do Campo Grande a Telheiras; 1777 - por morte do filho de Diogo Sousa Mexia, Bartolomeu de Sousa Mexia (1723-1777) a Quinta é herdada por um sobrinho deste, Lourenço Anastácio Mexia Galvão (1739-1796); janeiro - Alberto Mayer arrenda a casa por seis anos; 1793, janeiro - instalação no palácio da Fábrica Lefranc & Companhia, produz algodões, lãs e sedas e chapéus de seda, funcionará neste espaço até dezembro de 1831; 1796 - morte de Lourenço Anastácio Mexia Galvão, herda a propriedade o seu primogénito, Rui Galvão de Moura Teles e Albuquerque; 1801, 8 maio - escritura onde os irmãos Lefranc adquirem por três vidas e por 195 mil reis anuais parte do foro da Quinta da Palmeira a Rui Galvão Mexia de Moura Teles e Albuquerque; 1802, 15 abril - morte de Estevão Lefranc ficando o seu irmão José Estevão único proprietário da fábrica; 1810, junho - José Estevão Lefranc compra nova parcela do foro por 50 mil reis anuais reduzindo a 140 mil reis anuais o pagamento a Rui Galvão Mexia pela ocupação da quinta e palácio. Antes destas compras o valor do arrendamento anual era, de 1790 a 1801, de 424 mil réis; 1831, 2 dezembro - morte de José Estevão Lefranc e encerramento da fábrica; 1833, 13 abril - escritura onde o aluguer da propriedade da Quinta da Palmeira transita para Manuel Joaquim Pimenta de Carvalho, transmitida por Mariana Lefranc, irmã e única herdeira de José Estevão Lefranc; 16 abril - deslocação do novo proprietário com o escrivão José Luís Matias à propriedade para oficializar a tomada de posse, onde se realiza a mais completa descrição da Quinta; 1835 - Manuel Joaquim Pimenta de Carvalho compra o foro da Quinta da Palmeira, passando de subenfiteuta a enfiteuta; compra a Manuel José Vilar a Quinta de Santo António do Alecrim, a norte do Palácio; compra o prazo da Quinta da Marateca ou Malpique, a sul da propriedade, na estrada que ia do Campo Grande a Telheiras; 1840 - Manuel Joaquim Pimenta Carvalho pede a certidão de posse da Quinta do Arcediago, comprada a Maria Herculana Nobel de Barros, viúva de João Manuel Xavier de Pontes; inicia o processo de domínio direto da Quinta da Figueira, em Telheiras; 1854 - pede o título e posse do domínio direto do foto imposto na Quinta da Palmeira, que pertencia à capela instituída pelo Cónego João Vicente, de que é administrador João de Melo Brito Garcês Palha de Almeida; 1860 - adquire o domínio direto de um foro da Câmara Municipal dos Olivais; c. final desta década provável posse plena dos 40 hectares da sua quinta e denominada agora Quinta do Pimenta (composta por cinco quintas: do Arcediago, dos Arciprestes, do Estanceiro, da Palmeira e de Santo António do Alecrim; 1877 - morte de Manuel Joaquim Pimenta Carvalho; 1889 - morte da viúva Cândida Márcia de Campos, tendo o filho Manuel Joaquim Pimenta herdado a propriedade e iniciado um processo de inventário do património móvel da mesma; 1898 - morte de Manuel Joaquim Pimenta, herdam a propriedade os seus primos direitos; 1900-1901 - os novos proprietários assumem quatro hipotecas sobre a propriedade; 1902 - a propriedade é colocada à venda, não tendo sido realizada é dividida em dois lotes e posta de novo à venda, 22 março - não se tendo conseguido vender os dois lotes volta à praça em 17 talhões; 6 maio - repete-se a venda e é arrematado todo o conjunto por um grupo grande de pessoas que constitui a 13 de dezembro a Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada Bairro Europa, esta sociedade faz um levantamento em planta da Quinta e Palácio; 1903 - a Sociedade Bairro Europa submete à Câmara Municipal de Lisboa um projeto de urbanização, que consistia num conjunto de habitações unifamiliares rodeadas de jardins e árvores, sem o encerramento pelos muros das quintas ali presentes e em articulação com os planos de Ressano Garcia para a expansão das Avenidas Novas. O loteamento previa a manutenção do palácio, quintalão, jardim murado; mata e parte do cultivo dum lote; 1910 - a Câmara Municipal recusa o projeto por ele envolver especulação (transformação de terreno rústico em terreno urbano) e porque a CML pretendia florestar aquela zona; 1911 - Silva Pinto entrega o levantamento da Planta de Lisboa, levantamento executado em 1907, há um espaço aberto no sítio da atual capela, a construção do templo atual é posterior a essa data, sendo provável sido durante as obras que Jorge Lobo d Ávila Graça fez a partir de 1914, quando o adquiriu para habitação própria; 1914, 7 julho - dissolução da Sociedade Bairro Europa; compra do Palácio, com dependências e áreas exteriores, juntamente com a Quinta da Figueira e parcelas a sul pelo casal Jorge Graça (1882-1968) e Honorina Amélia de Morais (1875-1957); 1918 - Jorge Graça obtém autorização para mudar o portão da horta para o lado N; 1914-1916 - campanha de obras de conservação e restauro onde se inclui o restauro do conjunto azulejar; 1919 - limpeza da casa; 1926 - Raul Lino escreve sobre a Quinta depois da visita que faz, motivada por um artigo sobre a mesma, publicado na Revista Ilustração (n.11 em 01-06-1926); 1927 - intimidação para beneficiação; 1929, 5 junho - abertura da nova capela do palácio ao culto; 1930 - substituição do madeiramento do telhado da casa abarracada das traseiras; 1933 - beneficiação; construção de uma divisória a tijolo; 1936, 26 dezembro - classificação como Imóvel de Interesse Público, pelo decreto n.º 27396 pelo Ministério da Educação Nacional - Direção Geral do Ensino Superior e das Belas Artes, conhecido pela Casa da Quinta da Pimenta (Madre Paula); 1940 - reparos interiores, nos telhados e canos de esgoto; limpeza exterior; pintura do portão; 1943 - retiro das biqueiras no telhado; 1945 - expropriação de pequenas parcelas pela Companhia de Águas de Lisboa; 1950 - reparações urgentes 1952 - Mário Novais fotografa os jardins do Palácio; 1956, 19 janeiro - reunião de Câmara um vereador municipal propõe a instalação do Museu da Cidade no Castelo de S.Jorge, apenas a grande maquete da cidade foi aí apresentada ao público em 1979; 1957, 17 de novembro, por morte de Honorina, o recheio do palácio foi vendido e disperso num leilão, por parte de Jorge Graça e seus enteados; Mário Novais realiza fotografias do interior; arranjo local exterior da casa; 1959 - expropriação de pequenas parcelas pelo Estado para alinhamento da Segunda Circular, permitiu construir o troço da Segunda Circular entre o aeroporto e Benfica; 1961 - Jorge Graça e restantes herdeiros vendem a Quinta da Figueira à Câmara Municipal de Lisboa; 1962 - o Estado do Brasil faz uma proposta de compra para a instalação da sua embaixada; 16 outubro - os serviços camarários visitam o palácio e fazem a proposta de compra no mesmo dia por 9 mil contos; 7 dezembro - escritura da compra; 8 dezembro - o Diário de Notícias anuncia a aquisição do Palácio Pimenta para instalação do Museu da Cidade; na ultima reunião de Câmara deste ano é aprovado um Plano a executar em 1963: Adaptação do Palácio Pimenta a Museu Municipal, foi decidido na mesma reunião que o Palácio da Mitra se transformaria no Museu Municipal da Cerâmica Olissiponense; 1963, 4 janeiro - informação dos serviços camarários do recheio do edifício; 29 janeiro - Raul Lino assumiu a responsabilidade pelo projeto: o restauro do imóvel, a valorização dos seus jardins e a adaptação a museu; 14 fevereiro - Raul Lino realiza um levantamento da planta e principais alçados; 22 fevereiro - Raul Lino apresenta um relatório preliminar; Julieta Ferrão, conservadora-chefe dos museus municipais tem uma participação no projeto de adaptação até 1968, ano em que Irisalva Moita é convidada a colaborar; substituição da cobertura; 1967 - início das obras nos jardins sob direção de Raul Lino até 1970, ano em que novo presidente da Câmara encomenda a Francisco Keil do Amaral novo projeto; 6 dezembro -o projeto global fica pronto, no entanto a DGEMN não o concretiza. "O conceito de Palácio-Museu haveria, no entanto, de ser parcialmente retomado em fases posteriores do Museu da Cidade. (…) Essa ideia, materializada no Palácio Pimenta em 1982, não era absolutamente original, pois já tinha sido expressa quatro décadas antes, aquando da instalação no Palácio da Mitra (Chicó, 1943:38) "(FERNANDES, 2024, pp.202-203); 1968 - os serviços museológicos municipais são chamados a elaborar um programa de museu; 22 fevereiro - Julieta Ferrão emite parecer positivo sobre o projeto de museu elaborado por Irisalva Moita; construção das Oficinas do Museu; 1969 -construção do viaduto sobre a parte final do Campo Grande; aposentação de Julieta Ferrão; instalação do sistema automático de deteção de alarme de incêndio; c. 1971 - reconstrução da estufa e recolocada no sitio atual, para receber uma coleção de orquídeas que não chegou a concretizar-se; 15 março - Irisalva Moita é nomeada conservadora-chefe dos museus municipais; o recém presidente da Câmara Santos e Castro, depois de encomendar novo estudo a Keil do Amaral entrega o edifício ao Ministério de Educação Nacional; julho - o mesmo presidente decide instalar a orquestra filarmónica de Lisboa e o Orfeão municipal no Palácio; 3 setembro- o mesmo presidente cede ao pedido do Ministro da Educação, Veiga Simão, da instalação provisória do Museu Instrumental do Conservatório Nacional; 1971-1972 - destruição dos estábulos das cavalariças para a sua utilização como sala de ensaios; 1972, 27 outubro - toma posse António Silva Sebastião, novo presidente da edilidade; 1973 - Mário Quartín Graça, chefe da repartição de bibliotecas, museus e arquivos informa o novo presidente do estado dos planos para museu municipal do Palácio, este decide pela concretização do plano interrompido pelo anterior presidente; 20 fevereiro - o Presidente da Câmara escreve ao Ministro da Educação indicando a cedência anterior temporária do Palácio Pimenta e oferecendo, sem prazo, o Palácio Cabral na Calçada do Combro, para receber a coleção do Conservatório Nacional; setembro - encerramento do museu do Palácio da Mitra e transferência do seu acervo para o Palácio Pimenta; setembro - projeto de Carlos Ribeiro, desenhador-decorador, para o sótão poder receber os serviços técnicos do museu e uma biblioteca temática; 1974, 29 agosto - informe de Quartín Graça em resposta a pretensão do ISCTE em ficar com o Palácio dá conta de que as obras realizadas pela Câmara no Palácio Cabral terminaram e que os instrumentos do Conservatório podem ser transferidos, de que a Orquestra Filarmónica de Lisboa tinha saído do Palácio a 14 de agosto, e de que este tinha um acervo que não teria outro espaço disponível e apto para o receber; transferência total dos serviços de museus da CML do Palácio Galveias para o Palácio Pimenta; construção da Casa do Guarda; 1975 - projeto museográfico de Irisalva Moita; 1976, 18 e 28 janeiro - retirada do espólio musical do Conservatório Nacional da Música; 1977, 5 março - eleição de novo presidente da Câmara, Aquilino Ribeiro Machado; projeto de arquitetura para organizar o projeto museográfico de Diogo Nuno Simões; agosto - decisão de abrir o Museu faseadamente; 1979 - 1984 - abertura faseada do Museu; 1981 e 1988 - queixas do Museu sobre o atraso na requalificação dos jardins pelos serviços municipais; 1981, 2 março - Câmara Municipal solicita que seja criada uma Zona Especial de Proteção ao imóvel classificado; 1982, 27 dezembro - despacho de concordância do Secretário de Estado da Cultua com a proposta do IPPC de alargamento da classificação em 2 outubro; 1983 - realização da maqueta Estações e Vestígios pré-históricos da cidade de Lisboa pelo maquetista Luís Lambert Brilhante; 1984 - transferência do Gabinete de Estudos Olissiponenses para o Palácio da Rosa; 1984-1985 - inauguração dos sectores a norte; 1985, 18 maio - inauguração do último núcleo do projeto de Museu; 1988 - apresentação ao IPPAR de projeto de construção de edifício no jardim da autoria do arquiteto Duarte Nuno Simões, não realizado; 1994 - conclusão da construção de um pavilhão, posteriormente chamado Pavilhão Preto da autoria dos arquitetos Fezas Vital e João Guimarães, situado no limite noroeste, no final da álea das tílias; 1995, 26 julho - inauguração do Pavilhão Branco, da autoria da arquiteta Daniela Ernano, numa área de implantação de 264,5 m2, composto por dois pisos totalizando cerca de 372m2 de espaço expositivo, situado no limite sul do jardim/mata, e destinado à arte contemporânea; 2007, 14 fevereiro - proposta de definição de Zona Especial de Proteção pela DR Lisboa; 19 março - parecer favorável do Conselho Consultivo do IPPAR; 2008, 28 janeiro - Despacho de homologação da Zona Especial de Proteção pela Ministra da Cultura; 2010 - o Pavilhão Branco é integrado nas Galerias Municipais; 2016 - os vários núcleos do Museu de Lisboa passam a integrar a EGEAC -Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural; 2024, 12 setembro - abertura da nova exposição permanente.. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de calcário, rebocada e pintada; modinaturas, pilastras, cornijas, mísulas, pavimentos em cantaria calcária; portas, pavimentos e portadas de madeira; caixilharias de madeira e vidro simples; decoração interior em azulejo tradicional e estuques; guardas das sacadas em ferro forjado; cobertura de telha. |
Bibliografia
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O Museu da Cidade. História, Instalações e significado, Lisboa, s.d; DIAS, Jaime Lopes, O Museu da Cidade de Lisboa, Separata da Revista Municipal, Lisboa, 1943; MECO, José, Azulejaria Portuguesa, Lisboa, 1985; BINNEY, Marcus, Casas Nobres de Portugal, Lisboa, 1987; ALMEIDA, Dir. José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Porto, 1988; SANTANA, Francisco, SUCCENA, Eduardo, Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, 1994; RÊGO, Manuela, Um passeio à volta do Campo Grande, Lisboa, Contexto Editora, Lda., 1996; SERRÃO, Vítor, História da Arte em Portugal - o Barroco, Barcarena, Editorial Presença, 2003.; FERNANDES, Paulo Almeida (coord.), As três Vidas do Palácio Pimenta, Museu de Lisboa, 2024.
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Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRMLisboa |
Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA, DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa; CML: Arquivo do Alto da Eira, pº nº 5.831 |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1918 - Jorge Graça obtém autorização para mudar o portão da horta para o lado N.; 1919 - limpeza da casa; 1927 - intimidação para beneficiação; 1930 - substituição do madeiramento do telhado da casa abarracada das traseiras; 1933 - beneficiação; construção de uma divisória a tijolo; 1940 - reparos interiores, nos telhados e canos de esgoto; limpeza exterior; pintura do portão; 1943 - retiro das biqueiras no telhado; 1950 - reparações urgentes; 1957 - arranjo local exterior da casa; 1963 - substituição da cobertura; CML: 1963 / 1964 - obras de adaptação pela Câmara para instalação do Museu; 1969 - instalação do sistema automático de detecção de alarme de incêndio, pela Câmara. |
Observações
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*1 - DOF: "Edifício no extremo ocidental do Campo 28 de Maio (Campo Grande) / Casa da Quinta da Pimenta / Casa da Madre Paula / Palácio Galvão Mexia, jardim e a meia-laranja fronteira". *2 - a aplicação destes azulejos é posterior à construção do palácio. *3 - 1909, 15 Julho - por proposta do vereador Tomás Cabreira, foi resolvido criar um Museu Municipal Histórico, provisoriamente instalado nos Paços do Concelho, dirigido por uma comissão composta por um vereador, um delegado da Academia de Belas Artes e outro da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e pelo director e um funcionário do Arquivo Municipal; o vereador Ventura Terra alvitrou que se localizasse o Museu no futuro Palácio das Exposições, a construir no Parque Eduardo VII; 1910, 25 Maio - a comissão estava constituída, formada pelo vereador Tomás Cabreira, José Pessanha e Gabriel Pereira, Eduardo Freire de Oliveira e Carlos Ulrico Teixeira de Magalhães; 1911 - é disponibilizado orçamento para a compra de objectos e outras despesas com o Museu; 1921, 26 Maio - a organização do Museu Municipal ficaria a cargo da Associação dos Arqueólogos; 1922, 17 Abril - perante o atraso na instalação do Museu, Afonso Dornelas propõe que se ceda uma parte do Convento do Carmo para a instalaçao do mesmo; 27 Abril - resolução para acautelar lápides e pedras de armas que aparecessem durante obras; 10 Junho - inauguração do Museu da Cidade nas ruínas do Carmo, estando presente o Presidente da República, António José de Almeida; desse Museu constava o levantamento da cidade de Tinoco, um relevo do Passeio Público e da Praça de Touros de Santa Ana, o tinteiro do Visconde de Castilho, fósseis, artefactos romanos, fotografia do Arco da Rua Augusta e do foral de Lisboa; 1931, 19 Março - foi aprovado a instalação de uma colecção de objectos orientais na Câmara, enquanto o edifício do Parque Eduardo VII não estivesse concluído. |
Autor e Data
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Paula Noé 1990 / Paula Figueiredo 2008 / Josina Almeida 2024 |
Actualização
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