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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre
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Descrição
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Planta poligonal, composta, sendo o corpo original em L, a que se articulam outros dois corpos retangulares, formando um quadrado com pátio interior, junto ao braço mais curto do L. Paredes rebocadas e pintadas de amarelo, percorridas por soco de cantaria, cunhais de cantaria separam os vários panos de fachada. Cobertura em telhados a duas, três e quatro águas. Apresenta duas frentes de rua: a fachada nascente, na Rua de Santa Apolónia, mais extensa, em dois pisos com três, seis e cinco vãos em panos de muro enquadrados por pilastras. No primeiro registo, portas secundárias e janelas retangulares de peito; no segundo registo, separado do inferior por friso calcário, janelas retangulares de sacada com gradeamento em varas de ferro forjado. A fachada é rematada por cornija saliente suportando beirado simples. A fachada nordeste, na Travessa do Recolhimento de Lázaro Leitão, separada da anterior por cunhal, é constituída por dois pisos, marcados por três vãos e sotão com janela de trapeira, sendo o vão central do piso térreo, mais largo e com emolduramento calcário mais elaborado, a porta principal: acesso, no interior, a um átrio de planta elíptica truncada, ligada por degraus e compartimento intermédio a uma sala oval onde se inicia a escada principal, em lanço único reto, conducente ao piso nobre. Este ocupa o braço poente do conjunto, tem planta quadrangular com dois corpos destacados nos extremos da fachada poente, que dá diretamente sobre o plano do jardim através de cinco arcos envidraçados. INTERIOR: de destacar a existência de uma sala dos frescos, decorada com pinturas de motivos campestres, o salão de música ou salão nobre, a capela com baptistério.
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Acessos
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Rua de Santa Apolónia, n.º 12 - 24; Travessa do Recolhimento de Lázaro Leitão, n.º 1; Calçada dos Barbadinhos, n.º 2 - 4, Rua do Alviela. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,719289, long.: -9,118349 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 67/97, DR, 1.ª série-B, n.º 301 de 31dezembro 1997 / ZEP, Portaria n.º 106/99, DR, 2.º Série, n.º 31 de 06 fevereiro 1999 *1 |
Enquadramento
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Urbano, destacado, isolado formando gaveto. Articula a noroeste com amplo jardim murado e integra a zona de Santa Apolónia, cuja malha urbana, irregular, evidencia ainda a passagem de uma ocupação rural a urbana, marcada e organizada pela presença de objetos arquitectónicos excepcionais, tanto de carácter religioso - mosteiro de Santos-o-Novo (v. IPA.00007074) -, como residencial, de que é exemplo, articulando-se com o Palácio Van-Zeller (v. IPA.00011510), de que foi parte integrante e, nas proximidades de outros palácios como o Veloso (v. IPA.00011511), o do Conde Barão de Alvito (v. IPA.00011512), Coimbra (v. IPA.00010482). |
Descrição Complementar
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No cunhal, ao nível do piso nobre, a pedra de armas dos Pereiras, Farias e Almeidas (família Palha). |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Educativa: faculdade / instituto superior |
Propriedade
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Pública: municipal / Privada: pessoa singular (jardins) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 16 / 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTOS: Frederico George (1992-1994); Quirino da Fonseca (1994). |
Cronologia
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Séc. 16 (conjetural) - terá sido edificada, no local, uma primeira quinta de recreio; 18, segundo quartel - foi seu proprietário D. Luís de Meneses, senhor de Pancas e de Ponte da Barca, foreiro das Comendadeiras de Santos-o-Novo, que aqui operou grandes transformação, sobretudo no seu corpo poente, onde instalou a Sala de Fresco, cdecorada com bucólicas pinturas murais; 1815, junho - descendentes da família Meneses levam à praça o palácio e jardins; 1816 - colocado de novo em venda; 1820 - colocação do edifício à venda, tendo sido arrematado pela família Palha, residente em zona próxima, e que colocou as suas armas no cunhal de esquina que separa as duas frentes do palácio viradas para a Rua de Santa Apolónia e para a Travessa do Recolhimento de Lázaro Leitão; 1983 - o edifício pertencia à família Van Zeller; 1968 - palácio é adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa à família Van Zeller, seus últimos proprietários, para efeito de demolição (alargamento da Rua de Santa Apolónia); 1981 - 1985 - Despachos de fevereiro e de setembro, do ministro da Cultura, classificando o imóvel como Imóvel de Interesse Público; 1990 projeto de candidatura a fundos comunitários para recuperação do imóvel; 1992 - início das obras de recuperação, conforme projeto de Frederico George (1915-1994); 1994, Fevereiro - falecimento de Frederico George durante o processo de reconstrução, ficando alguns pormenores por ultimar, da autoria do arquitecto da Câmara Municipal de Lisboa, Quirino da Fonseca; 2009 - projeto de alienação do edifício por parte da autarquia lisboeta com o objetivo de o transformar em Hotel de Charme, o que foi chumbado pela Comissão Municipal de Habitação, tendo-se decidido reformular o projecto para utilização do imóvel; 2010, 14 fevereiro - portaria retificativa da fixação da Zona Especial de Proteção, passando a incluir o nome da estação Elevatória dos Barbadinhos, n.º 1176/2010, DR, 2.ª Série, n.º 248; 2010, 18 outubro - o edifício vai a hasta pública, para transformação em unidade hoteleira; 2013 - a Companhia Olga Roriz instala-se no edifício.
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Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria pobre (fundações), alvenaria mista (paredes exteriores), argamassa de cimento e areia (emboço e reboco), tabique (paredes interiores), estuque com ripado madeira (tectos), pedra calcária (molduras, cunhais, elementos decorativos), betão armado (estrutura cobertura, laje pavimentos), madeira (revestimento pavimentos caixilhos, portas balaustrada escada), vidraço e granito (pavimento logradouro), betão e betonilha (pavimento estacionamento e rampas), ferro forjado, alumínio termolacado, telha de canudo (beirado), telha de aba a canudo. |
Bibliografia
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ALMEIDA, D. Fernando de, (coord. de), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Lisboa - Tomo II, Lisboa, 1975; CASTILHO, Júlio de, Lisboa Antiga. Bairros Orientais, Vol. 1, 2ª ed., Lisboa, 1935; GASPAR, Jorge, VALIS. Valorização de Lisboa, Lisboa, 1992; PIRES, Mª Emília, MOREIRA, Sónia, Os Sistemas Construtivos do Palácio Pancas-Palha, texto policopiado (Mestrado Universidade Évora), Évora, 1996. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/Arquivo Pessoal de Frederico George |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; CML: Arquivo de Obras, pº nº 12.046; IPPAR: pº nº 81/3 (2) |
Intervenção Realizada
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CML: 1993 / 1994 - recuperação para adaptação a novas funções (projecto do arquitecto Frederico George) |
Observações
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*1 - "Palácio Palha (conjunto), também denominado Palácio Van-Zeller ou Palácio Pancas, constituído pelo corpo nascente, pelo corpo Poente e respectivos jardins, na Rua de Santa Apolónia, 12 a 24, na Rua do Recolhimento de Lázaro Leitão, 1, na Calçada dos Barbadinhos, 2 a 4, e na Rua do Alviela". |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1994 |
Actualização
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Paula Tereno 2017 |
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