Igreja Paroquial da Moita / Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem

IPA.00000426
Portugal, Setúbal, Moita, Moita
 
Arquitectura religiosa maneirista, chã, barroca. Igreja de planta longitudinal maneirista, com despojamento de elementos decorativos, frieza e grande simplicidade de linhas compositivas, e funcionalidade arquitectónica que observamos na ligação umbilical entre a igreja e a sacristia. O portal contém repertório renascentista não depurado no frontão triangular que se lhe sobrepõe. No interior, evidencia-se um barroquismo na profusa riqueza expressiva, na articulação das várias artes: talha, pintura e azulejaria; com utilização do arco de triunfo e altar-mor antecedido por degraus. Tipologia barroca ainda demonstrada no gosto pós-terramoto na talha dourada dos altares e no vasto programa cromático e decorativo dos azulejos.
Número IPA Antigo: PT031506030008
 
Registo visualizado 1430 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal, composta, regular, com nave única, capela-mor e dependência de apoio; coincidência exterior / interior. Volumes articulados com massas dispostas na horizontal; cobertura diferenciada em telhados de 2 águas e cúpula na torre lateral. Fachada principal orientada, com acesso ao portal por escada simples de 2 degraus; constituída por 2 corpos, correspondentes ao corpo da igreja e à torre sineira a S.; o 1º, de pano único, desenvolve-se em 2 registos, definidos por portal emoldurado, encimado por frontão triangular e saliente, que se articula com janelão de 2 folhas, com bandeira circular; remate em empena, com cornija rampante e beiral de subeira simples. A torre destaca-se pelo emolduramento no encontro das 2 paredes e cunhal, ambos em aparelho; o pano é dividido na vertical em 3 panos por cornijas continuadas: o 1º é liso, o 2º ostenta mostrador de relógio esculpido e, no 3º, abre-se o vão sineiro, tudo rematado por terraço onde se desenvolvem pequenos pináculos, nos 4 ângulos; no terraço assenta uma cúpula de planta quadrangular com óculos ovais. Fachada a SO. de dois panos, o da torre, mais recuado, e um segundo rasgado a O. por porta estreita, a que se acede por degraus e a S. por pequeno vão de janela no 1º registo e 2 janelões emoldurados no 2º. Fachada NO. rasgada por 1 porta simples emoldurada e rematada no topo por cornija e beiral; anteriormente, existe 1 pequeno vão cego no topo de uma fachada de corpo recuado, rematada por cornija rampante e beiral coroado por cruz. Fachada E. lisa com abertura exígua. Articulação exterior / interior nivelada. INTERIOR: espaço diferenciado constituido pela nave com capela lateral que abre para aquela através de arcada; à entrada, do lado da Epístola, pequeno baptistério e, assente em duas colunas, o coro-alto com balaustrada de madeira, iluminado por janelão com vitrais modernos; na nave, ao centro e do lado do Evangelho, púlpito de pedra com baldaquino e base. Arco triunfal em asa de cesto, acedendo-se à zona do altar-mor por dois degraus; tectos da capela-mor e da nave de masseira em caixotões com pinturas, sendo as da nave de ornatos leves, enquanto as da capela-mor expressam os símbolos da ladainha da Virgem; o altar lateral em talha dourada; paredes revestidas de painéis de azulejos de padrão azul e branco, relatando cenas da vida da Virgem. Os azulejos do Baptistério *1 são da mesma data, mas a decoração utiliza motivos de figura avulsa.

Acessos

Largo da Igreja; Rua Machado dos Santos

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 74/2012, DR, 1.ª série, n.º 61, de 26 março 2012

Enquadramento

Urbano, destacado, adossado a edificações de dois pisos (um pouco mais baixas) e edificadas com bastante recuo em relação à fachada principal; em harmonia com o ambiente. Serve-lhe de adro o largo em que se integra.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Setúbal)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1631, 22 de Maio - provisão de Filipe III de Portugal autorizando a construção da Ermida, que foi construída a expensas dos moradores da Moita; séc. 17 - construção da torre sineira e púlpito de pedra; 1719 - obras de ampliação com o auxílio monetário dos homens do mar; séc. 18, início - execução da talha dourada dos altares das capelas laterais; Séc. 18, 1ª metade - execução dos painéis de azulejos que revestem as paredes da nave e do Baptistério; séc. 18 - construção do altar-mor e obras de ampliação no edifício; pinturas dos tectos da capela-mor e da nave; 1755 - danificada com o terramoto; 1872 - data assinalada na entrada da igreja em inscrição, o que estará relacionado com uma época de remodelações aí efectuadas; 1985, 18 maio - elaboração de proposta de classificação do imóvel pelo pároco; 1998, 28 julho - proposta de abertura do processo de classificação pela DRLisboa; 2002, 14 fevereiro - despacho de abertura do processo de classificação do Vice-Presidente do IPPAR; 2005, 2 setembro - proposta da DRLisboa para classificação do imóvel como Imóvel de Interesse Público e de estabelecimento de Zona Especial de Proteção; 2006, 31 maio - parecer favorável ao processo de classificação e estabelecimento de Zona Especial de Proteção pelo Conselho Consultivo do IPPAR; 2008, 28 janeiro - despacho de homologação do processo de classificação e definição de Zona Especial de Proteção pela Ministra da Cultura; 2011, 27 junho - Anúncio n.º 8796/2011, DR, 2.ª Série, n.º 121, com a definição da Zona Especial de Proteção do imóvel.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Cantaria, alvenaria de pedra rebocada e caiada, madeira, tijoleira, azulejo, vitral, pintura sobre madeira, telha.

Bibliografia

Caderno Sócio Cultural do Concelho da Moita, Moita, 1996; Igrejas e Capelas da Costa Azul, Setúbal, s.d..

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Secretariado das Novas Igrejas: 1970, década de - obras de reparação e restauro.

Observações

*1 - Aí existia a primeira ermida de Nossa Senhora da Boa Viagem que, com as obras de remodelação, se juntou ao edifício principal.

Autor e Data

Albertina Belo 1996

Actualização

 
 
 
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