Igreja Paroquial de São Miguel do Pinheiro / Igreja de São Miguel
| IPA.00004421 |
Portugal, Beja, Mértola, União das freguesias de São Miguel do Pinheiro, São Pedro de Solis e São Sebastião dos Carros |
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Arquitectura religiosa, maneirista, barroca, rococó, popular, vernácula. Igreja paroquial que enfileira num modelo construtivo tardo-medieval de três naves, muito arreigado na tradição arquitectónica do Baixo Alentejo, mas desenvolvido já numa linguagem de pendor classicizante e deveras estilizada, própria do maneirismo regionalmente implantado. Da mesma época é o retábulo lateral da banda da Epístola. Do período barroco datam o retábulo do altar-mor, as pinturas murais do camarim e a própria torre sineira. Os retábulos dos altares colaterais e do altar lateral da banda do Evangelho reflectem já a orientação estilística do derradeiro barroco na sua transição para o rococó, com intrdução de elementos fortemente assimétricos. |
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Número IPA Antigo: PT040209070019 |
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Registo visualizado 365 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta longitudinal escalonada, composta por nave, falso cruzeiro em que se inscreve a capela-mor e camarim, a que se adossam, do lado esquerdo, a sacristia, o baptistério e a torre sineira, esta na fachada principal, e, do lado direito, as dependências anexas. Volumes articulados. Cobertura diferenciada em telhado de duas águas para a nave, o camarim e o baptistério, prolongando-se de modo a cobrir a sacristia e as dependências anexas, e em coruchéu escalonado na torre sineira. Alçado principal orientado a O., de um pano rematado por empena triangular coroada por cruz de cantaria sobre plinto; antecedido por dois degraus e amplo patamar, a que se acede também por dois degraus, abre-se o portal de verga recta adintelada, sobrepujado por pedra de armas com o brasão da Ordem de Santiago de Espada. Tem adossada, à esquerda, a torre sineira, de dois pisos separados por cornija, rasgando-se no segundo piso o olhal em arco de volta perfeita, e rematada por empena curva com pináculos piramidais sobre plintos nos ângulos e coruchéu escalonado encimado por catavento. Do lado esquerdo adossa-se a escada exterior de acesso à torre sineira, murada e com porta de acesso precedida por dois degraus. Alçado lateral S. com o volume da nave, de que são visíveis dois panos definidos por contrafortes escalonados, rasgando-se no segundo o portal lateral, em arco ogival chanfrado de cantaria, precedido por degrau e patamar, à direita do qual se adossa o volume cego do acesso ao púlpito, seguido do volume das dependências anexas, rasgado por porta sobrepujada por janela. Alçado E., correspondente à cabeceira, rematado por empena triangular enquadrada por plintos com pináculos piramidais nos acrotérios e cruz no acrotério central; pequena fresta. Alçado lateral N. com o volume da sacristia, de um pano rasgado por janela, um segmento do volume da nave, de dois panos definidos por contrafortes, e o volume do baptistério rematado por empena triangular, seguido da torre sineira e do seu acesso exterior. INTERIOR: de três naves separadas por arcos de volta perfeita assentes em colunas de cantaria com capitéis estilizados com decoração polícroma, formando cinco tramos. Cobertura em lage inclinada, formando três planos na nave central. Entrada resguardada por guarda-vento de madeira. Do lado da Epístola abre-se o portal lateral, tendo uma pia de água benta *1, à direita de quem entra, em cantaria, seguida pelo púlpito, com balaustrada de madeira e bacia de cantaria, e pela capela lateral, com retábulo de talha dourada e policromada enquadrando pinturas a óleo sobre madeira. Do lado do Evangelho rasga-se um arco de volta perfeita de acesso ao baptistério, resguardado por cancela de madeira, onde se conserva uma pia de água benta, de cantaria, a que se segue capela lateral simétrica à que lhe fica fronteira do outro lado. O quinto tramo forma falso cruzeiro separado por teia de madeira recortada e dois degraus. Do lado do Evangelho abre-se a porta para a sacristia e do lado da Epístola a porta para as dependências anexas. Altares colaterais nos topos das naves secundárias com retábulos de talha dourada e policromada enquadrando nicho central. Altar-mor com retábulo de talha dourada e policromada, com amplo camarim de interior totalmente revestido por pinturas murais, trono e baldaquino; sacrário central. Sacristia com lavabo de cantaria e arcaz com elementos entalhados e dourados e nicho em talha dourada e policromada *2. |
Acessos
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EM 506-1, ao km 2; desvio por caminho alcatroado de acesso ao cemitério público. |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, isolado, em destaque, no cimo de uma colina, com adro parcialmente murado e com cruzeiro de cantaria, tendo adjacente o Cemitério (v. PT040209070025) e nas imediações os Cruzeiros de São Miguel do Pinheiro (v. PT040209070018). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Beja) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 16 - construção e retábulo lateral do lado da Epístola; Séc. 17 - altar-mor e pinturas murais do camarim; Séc. 18 - altares colaterais e lateral do lado do Evangelho, torre sineira, lavabo, arcaz e nicho da sacristia; 1970, década de - furtado o interessante conjunto de pinturas a óleo sobre tela então existente no interior do imóvel; na mesma ocasião desapareceram diversas imagens de madeira policromada e dourada. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista |
Materiais
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Paredes de alvenaria de pedra e cal, rebocadas e caiadas, cobertura em telha lusa, portal, colunas e elementos secundários de cantaria, pavimento de tijoleira, retábulos de talha dourada e policromada, pinturas a óleo sobre madeira, pinturas murais |
Bibliografia
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TORRES, Cláudio e SILVA, Luís Alves da, Mértola. Vila-Museu, Mértola, 1989; BOIÇA, Joaquim F. e BARROS, Maria de Fátima Rombouts de, As Terras, as Serras, os Rios. As Memórias Paroquiais de 1758 do Concelho de Mértola, Mértola, 1996; BOIÇA, Joaquim F., BARROS, Maria de Fátima Rombouts de, e GABRIEL, Celeste, As Comendas de Mértola e Alcaria Ruiva. As Visitações e os Tombos da Ordem de Santiago, 1482 - 1607, Mértola, 1996. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1964 - construção do cruzeiro; 1993 - 1994 - reparações gerais, substituição da cobertura com a inclusão de lage de esteira, electrificação. |
Observações
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*1 - Capitel romano reutilizado como pia de água benta e apoiado em secção de fuste de coluna. |
Autor e Data
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José Falcão e Ricardo Pereira 1997 |
Actualização
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