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Edifício e estrutura Edifício Cultural e recreativo Casa de espetáculos Teatro
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Descrição
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Edifício de planta rectangular irregular, formando uma massa imponente que se destaca na envolvente; distribui-se em três pisos, visíveis exteriormente através de três registos marcados por frisos em estuque; possui cobertura de duas pendentes alteada na parte correspondente ao palco; a fachada principal, virada a S, é constituída por uma área de entrada avançada (formando interiormente uma zona de distribuição), vão de entrada com três portadas, acessível por três degraus em mármore e sobreposto por uma grande janela de sacada, por sua vez encimada por florões e outros elementos decorativos em estuque; cimalha arredondada, com friso inferior interrompido, em massa, e motivos de grinaldas, festões e máscaras enquadrando o escudo da cidade; ainda na frontaria, nos alçados mais recuados destacam-se as janelas de sacada geminadas, dispostas simetricamente ao lado do corpo avançado, e os pequenos óculos do piso superior, também ornamentados com florões em estuque; um corpo mais tardio, de planta rectangular, foi acrescentado ao alçado O, conhecido como Jardim de Inverno, e destinado a sala de exposições e recepções; os alçados laterais e tardoz não possuem características dignas de nota; interiormente, a sala de espectáculos tem a forma de uma ferradura, com dois balcões, plateia, camarotes e frisos e comporta oitocentos lugares sentados; é antecedida por corpo de sala com átrio, foyer do balcão, bastidores e camarins; o tecto é inteiramente preenchido por uma pintura em tela representando o Triunfo e os camarotes são divididos por painéis de pintura a óleo com representações de artistas e dramaturgos contemporâneos; as divisórias entre plateia, balcão, frisas e camarotes são decoradas com motivos em estuque dourado e pintado, salientando-se os florões, grinaldas e máscaras teatrais. |
Acessos
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Avenida 25 de Abril (antiga Rua do Mizurado) |
Protecção
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Categoria: IM - Interesse Municipal, Decreto n.º 67/97, DR, 1.ª série B, n.º 301 de 31 dezembro 1997 / Incluído na Zona Especial de Proteção das Muralhas do Castelo de Estremoz (v. PT040704030008) |
Enquadramento
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Urbano, em zona de expansão E da cidade no princípio do século, marcada por edifícios burgueses de arquitectura modernista e "fin-de-siècle"; de destacar a residência imediatamente a seguir ao Teatro (lado E.), cúbica, denotando influências de Pardal Monteiro, a banda de garagens na rua perpendicular à R. 25 de Abril, claramente modernistas, bem como a residência fronteira ao teatro, (provavelmente contemporânea ou ligeiramente anterior à construção deste) com frisos de azulejo Arte Nova e elementos de arquitectura eclética. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Cultural e recreativa: teatro |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: teatro |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PROJECTO: Ernesto da Maia; CARPINTEIRO E ESTUQUES DECORATIVOS: António Martins Esteves; PINTORES: Benvindo Ceia (pinturas do tecto); Martins Esteves e Manuel Silva Rato (pinturas dos camarotes e outras). |
Cronologia
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1916, 01 maio - inicío da construção do Teatro; 1921, março - conclusão das pinturas do tecto por Benvindo Ceia *1; 1922, julho - conclusão das pinturas do foyer; 25 julho - récita de inauguração com a Peça "Marianela", da companhia Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro; 1940 - inventário dos móveis e utensílios existentes no Teatro Bernardim Ribeiro, efectuado pela Câmara; 1991 - projecto de recuperação da responsabilidade da Câmara com execução da empresa Projectoplano; 1988, maio - Despacho de classificação como Valor Concelhio. |
Dados Técnicos
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Estrutura de paredes portantes, constituída por uma caixa dividida internamente, sendo o peso descarregado em várias divisórias internas e travado por tectos em caixotão de madeira. |
Materiais
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Alvenaria mista de pedra e tijolo rebocada e pintada, cunhais em cantaria de granito; coberturas em travejamento de madeira; proscénio e estrutura de palco em madeira; molduras de vãos e portadas em madeira pintada; escadaria de acesso, alisares de vãos e rodapés exteriores em mármore; coberturas exteriores em telha de canal e cobrideira; pavimentos em soalho encerado; divisórias internas forradas a mármore e madeira; corrimões interiores da parte nova em aço inox; tecto da sala de espectáculos revestido por telas pintadas; estuques nos pormenores decorativos interiores e exteriores; varandas exteriores em ferro pintado. |
Bibliografia
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Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; IPPAR: DRE; CME |
Documentação Administrativa
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IPPAR: DRE; CME, Proposta de classificação; Memória descritiva constante do projecto de execução das Obras de beneficiação (1991). |
Intervenção Realizada
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1960 - projecto de obras de beneficiação e modificação (não executado); CME: 1991 *2 - Demolição parcial do Salão de Festas/Jardim de Inverno e substituição por um corpo de planta rectangular com funções polivalentes; criação de instalações sanitárias; remodelação da rede de electricidade; recuperação de coberturas, limpeza e restauro de pinturas, tratamento da estrutura de madeira do proscénio, recuperação de cadeiras; remodelação da área de ligação entre a sala de espectáculos e o novo espaço polivalente, incluindo bar, lavabos, segundo foyer, tratamento de rebocos exteriores e pintura geral. |
Observações
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*1- Em 1936 o pintor/decorador Benvindo Ceia (de Portalegre) colaborou na decoração do Teatro Politeama, em Lisboa, entre outros edifícios públicos; foi presidente da direcção da Sociedade Nacional de Belas-Artes; *2 - os autores do projecto foram os arquitectos Duarte Nuno Simões e Nuno Simões, cabendo a execução à equipa Projectoplano; optou-se por adoptar uma linguagem claramente contemporânea, suficientemente demarcada da existente e pela adaptação às necessidades funcionais dos espectáculos e actividades actuais, incluindo sala de conferências, equipamento audio-visual, etc.; saliente-se que as obras de remodelação optaram pela adopção de novos esquemas cromáticos para o exterior do edifício: vermelho sangue-de-boi para portadas e caixilharias em vez do anterior verde escuro; destacaram-se os motivos decorativos exteriores em estuque através do uso de cores; foram, na sua maioria, substituídos aquando das obras mais recentes. |
Autor e Data
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Paula Amendoeira 1998 |
Actualização
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