Casa do Álamo / Palácio do Álamo / Biblioteca Municipal de Alter do Chão
| IPA.00004570 |
Portugal, Portalegre, Alter do Chão, Alter do Chão |
|
Arquitectura residencial, barroca. Solar urbano de 2 pisos. Múltiplos espaços com funções claramente identificáveis. Decoração setecentista dos tectos do andar nobre (pintura e trabalhos em massa). Possibilidade de observação, no sótão, das técnicas de construção dos tectos. Jardim à portuguesa, adossado à casa, com vários elementos de interesse: casas de utilização agrícola, nora, tanques e sistemas de rega, lagos, espaços de lazer, materiais vivos com espécies interessantes. |
|
Número IPA Antigo: PT041201010006 |
|
Registo visualizado 1879 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo planta retangular
|
Descrição
|
Planta irregular quase rectangular. Volumes articulados, dispondo-se as massas predominantemente na horizontal, em terreno de fraca inclinação. Cobertura do volume principal em telhado de quatro águas. Frontaria virada a S., ladeada por dois cunhais de granito com terminação em pináculos; o cunhal O. apresenta brasão de mármore na esquina com as armas dos Sousas de Arronches; esta fachada é caiada, com soco e cunhais de cantaria de granito, exibindo dois registos de vãos, correspondentes ao piso térreo e ao andar nobre. No piso térreo apresenta, de cada lado do portal da entrada, quatro janelas verticais, de moldura simples de granito, rectangular. O portal da entrada é moldurado a granito, tem verga recta, sobreverga com cornija e, sobre esta, um frontão com volutas até à faixa corrida que divide as fachadas. No andar nobre, uma janela de sacada, central, que prolonga o portal da entrada, com terminação em frontão com enrolamentos, concha central e pequenos pináculos. De cada lado desta janela, quatro janelas de sacada, de moldura rectangular em granito, verga recta e frontões alternadamente curvos e angulares, com gradeamentos em ferro forjado setecentista. A fachada O. apresenta duas janelas de sacada com gradeamentos seiscentistas. O tardoz do edifício e a zona E. são bastante irregulares apresentando ampliações à construção primitiva. O palácio possui três pisos: o térreo, o andar nobre e um terceiro piso sob a cobertura (sótão). O piso térreo tem carácter utilitário. É composto pelo átrio, empedrado, onde funciona o Posto de Turismo Municipal, que dá acesso, para O., a duas saletas vocacionadas para exposições temporárias, a primeira das quais com fogão de sala, estando a segunda bicompartimentada; para N., e de O. para a E.: um pequeno compartimento estreito que dá acesso, para O., a um armazém com potes de barro emparedados com alvenaria; a escadaria de dois lanços com muretes de granito decorados com volutas, com brasão apresentado por dois putti, dando acesso ao andar nobre; um corredor que dá acesso ao pátio empedrado das traseiras e que comunica, para E., com outro armazém dotado de sobrado; para E., a partir da entrada, temos acesso a quatro salas, com sanitários, onde se encontra instalada a Biblioteca Fixa da Fundação Calouste Gulbenkian. A partir do pátio das traseiras temos, para E., um poço junto à porta da cavalariça, que se perfila longitudinalmente para E.; um pequeno átrio a E., a partir do qual se acede a duas saletas, para O., pertencentes ainda ao corpo primitivo do edifício. A NE. apresenta-se uma ampla cozinha exibindo uma enorme lareira com chaminé cónica, que deveria servir de cozinha e de compartimento de descanso para criadagem e trabalhadores agrícolas, embora servisse com certeza para confecções extraordinárias de comida (assados) em ocasiões festivas. O 1º andar apresenta o salão nobre principal a meio do edifício, com pavimento de madeira, pinturas decorativas junto à cimalha e um escudo pintado no tecto, comunicando, para O., com uma sala, três quartos e uma casa de banho. Para E., e no que corresponde ao volume principal do edifício, apresenta-se uma sala com paredes forradas, tecto pintado e decorado com ornamentações rococó, dando acesso, para E e para N., a mais quatro saletas, algumas de passagem, possuindo a maior, a N., uma chaminé. O edifício principal apresenta-se acrescentado para NE., identificando-se, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, a capela, a cozinha do andar nobre, um corredor e uma saleta de comunicação com a sala de jantar que abre para uma varanda que, por sua vez, dá acesso, para N., a sanitários. Sótão com vários compartimentos para arrumos, dois janelões, sobre o telhado, virados para a frontaria, e o extradorso dos tectos artísticos do andar nobre. Jardim à portuguesa, adossado à casa, para O.. |
Acessos
|
Largo Barreto Caldeira e Rua das Amoreiras. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,199371, long.: -7,657698 |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 95/78, DR, 1.ª série, n.º 210 de 12 setembro 1978 *1 |
Enquadramento
|
Urbano, adossado a vários edifícios *1, no largo principal do centro histórico. |
Descrição Complementar
|
Um portal adossado ao cunhal E. da frontaria, dá acesso ao jardim. O portal apresenta dupla moldura de cantaria de granito, encimada por frontão com volutas e pináculos a ladear um brasão. Transposto o portão de ferro forjado, abre-se um espaço considerável que mostra ter sido aproveitado com a dupla função de produção agrícola e de lazer. Possui inúmeras estruturas construídas, tais como uma nora, três tanques - um dos quais adaptado a piscina, com fonte de alto espaldar de terminação redonda, com dois golfinhos de rabos entrelaçados que possuem as bicas -, sistemas de rega, um pequeno lago com repuxo, bancos sob latadas e casas de utilização agrícola. Apresenta muitas árvores adultas, quer decorativas quer de pomar, e arbustos de buxo aparelhados que ladeiam extensos corredores. De entre os elementos vivos são de destacar a Magnolia grandiflora e o Cupressus sempervirens sempervirens. |
Utilização Inicial
|
Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
|
Cultural e recreativa: biblioteca / Cultural e recreativa: galeria |
Propriedade
|
Pública: municipal |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
|
Cronologia
|
1649 - construção por ordem de Diogo Mendes de Vasconcelos, filho do poeta homónimo do séc. 16; 1732 - reconstrução; séc. 18 - colocação da pedra de armas sobre o portal; sécs. 19 / 20 - alterações / adaptações diversas; 1988 - compra do imóvel, pela Câmara Municipal, a Artur Telles Barradas de Carvalho. |
Dados Técnicos
|
Paredes autoportantes, pavimentos diversos sobre estrutura de abóbada. Tectos de abóbada de alvenaria ou de estuque. Cobertura com telhados assentes em estrutura de madeira |
Materiais
|
Molduras dos vãos: granito amarelado de grão fino; paredes: alvenaria de pedra e cal, rebocada; pavimentos de madeira e de tijoleira; tectos de abóbada de alvenaria ou de estuque; cobertura de telhas sobre estrutura de madeira; grades de ferro nas varandas; azulejos. Materiais vivos (jardim) |
Bibliografia
|
KEIL, Luís, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Portalegre, Lisboa, 1943; SILVA, António L. Pereira da, Nobres Casas de Portugal, Vol. 5. |
Documentação Gráfica
|
Câmara Municipal de Alter do Chão |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID; Câmara Municipal de Alter do Chão |
Documentação Administrativa
|
Câmara Municipal de Alter do Chão |
Intervenção Realizada
|
Câmara Municipal de Alter do Chão: 1985, desde - pequenas adaptações para a instalação de serviços culturais. |
Observações
|
*1 - DOF: Casa do Álamo, incluindo os jardins. *1 - as edificações a que se adossa são hoje independentes mas pertenceram ao mesmo proprietário; *2 - em elaboração um projecto que visa uma melhor adequação do imóvel para funções culturais. |
Autor e Data
|
Domingos Bucho 1998 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |