Castelo de Belver

IPA.00004574
Portugal, Portalegre, Gavião, Belver
 
Arquitectura militar, medieval. Castelo de montanha de planta irregular com torre no interior e capela renascentista. A torre de menagem não maciça, com masmorra no piso térreo parece ser uma característica das construções da Ordem do Hospital em Portugal, já que a torre do Mosteiro de Leça do Balio (v. PT011308040001), construída antes do Castelo de Belver, e as Torres do Castelo de Amieira (v. PT041212020003), construídas depois, apresentam esta característica; isto acontece num tempo em que o castelo estratégico apresenta quase sempre as torres maciças até ao adarve.
Número IPA Antigo: PT041209020001
 
Registo visualizado 4716 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo    

Descrição

Planta composta por uma torre isolada, rectangular, rodeada por cerca de traçado arredondado. A torre apresenta a porta na face S., antecedida de escada de alvenaria de pedra adossada ao respectivo paramento. Ultrapassada a entrada da torre, de tripla porta em arcos redondos, acede-se ao primeiro piso, com a boca da masmorra no pavimento. Esta sala apresenta uma janela de moldura rectangular e uma escada que dá acesso ao segundo piso. A segunda sala possui janela semelhante à do piso inferior, uma porta em arco redondo a dar para uma varanda de que só existem vestígios, e uma outra porta também em arco redondo, que dá acesso à escada para o eirado. Este apresenta ameias pouco largas e adarve que rodeia a cobertura telhada da torre. Cerca com adarve, ameias e seteiras primitivas. Porta principal a S., em arco redondo, sendo a constituição do amuralhado a seguinte, a partir desta porta e no sentido dos ponteiros do relógio: torreão de secção rectangular com sala sob o eirado e porta em arco redondo; troço de muralha terminando em cubelo; na confluência, varanda com porta de arco redondo; cubelo; troço de muralha que apresenta uma sobrelargura junto a outro cubelo, a que se liga, escondendo a Porta da Traição; cubelo; troço de muralha; torreão de secção rectangular com sala sob o eirado e porta de arco redondo; troço de muralha com quatro seteiras primitivas na base e, nas ameias, abertas com peitoril redondo; torreão de secção rectangular; troço de muralha com sete seteiras de tipo primitivo na base e, nas ameias, as abertas apresentam peitoril redondo; torreão de secção rectangular com sala sob o eirado e porta de arco redondo; troço de muralha com a porta principal do castelo. Todos os torreões têm a gola aberta para o adarve. Vestígios dos edifícios da alcaidaria e da guarnição, a SE., S. e SO., entre os quais uma parede com três arcos frente à porta principal. A O., uma cisterna com duas bocas redondas. A N., a capela de São Brás (v. PT041209020006).

Acessos

Rua D. Sancho I com acesso a partir da EN 244 que atravessa a Vila. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,493831, long.: -7,960977

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 74 de 31 março 1947

Enquadramento

Periurbano, isolado no topo de um cabeço a O. da Vila, fronteiro ao Rio Tejo, na sua margem direita, junto à confluência do Ribeiro de Belver, desfrutando-se um magnífico panorama. A E. e SE. montado de olival.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: castelo

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DRCAlentejo, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009

Época Construção

Séc. 12 / 13 / 14 / 16 / 17 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1194 - D. Sancho I concede a região a N do Rio Tejo, denominada Guidintesta, ou Guidi in testa, ou ainda Costa, à Ordem do Hospital, para ali se construir o castelo, previamente chamado de Belver pelo monarca; 1210 - D. Sancho I dita o seu testamento, recebendo a Ordem do Hospital, cuja vanguarda se encontrava instalada no castelo de Belver, grosso quinhão da sua herança; 1212 - o castelo já estaria construído; 1336 - 1341 - Belver foi uma das Comendadorias mais importantes da Ordem do Hospital, mas não a Sede e a Casa Capitular, que terá permanecido em Leça do Balio; 1336 - 1341 - transferência da cabeça da Ordem do Hospital para Crato/Flor da Rosa, criando-se o Priorado do Crato; 1390 - D. Nuno Alvares Pereira ampliou e reabilitou o castelo; séc. 16, finais - construção da capela de São Brás; séc. 17 - há notícia de que Cosmander terá realizado algumas reabilitações no castelo; 1846 - o castelo passa a albergar o cemitério de Belver; 1909 - ocorrência de um terramoto que causa graves danos na fortificação; 1939 - 1946 - obras de reconstrução, com demolição e reconstrução de alguns elementos; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura do Alentejo, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245.

Dados Técnicos

Paredes autoportante. Muralhas e torres perpendiculares ao solo construídas com alvenaria de pedra disposta à fiada, ou com silharia, e argamassa de cal.

Materiais

Pedra (granito), cal e areia.

Bibliografia

KEIL, Luís, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Portalegre, Lisboa, 1943; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1946; DGEMN, Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº46, Lisboa, Dezembro de 1946; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; SOUSA, Tude Martins de e RASQUILHO, Francisco Vieira, Amieira do antigo Priorado do Crato, Lisboa, 1982.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DREMS; Câmara Municipal de Gavião

Intervenção Realizada

DGEMN: 1939 / 1940 / 1941 / 1942 / 1943 / 1944 / 1946 - reconstrução total do castelo; 1976 - conservação de muralhas, reparação de telhados, / reconstrução da porta da capela e conservação do seu altar; 1986 - conservação de um eirado, reparação da instalação eléctrica; 1987 - 1988 - conservação da torre de menagem (rebocos, cantarias, pavimentos) e instalação eléctrica; IPPAR: 2005 - obras de restauro e conservação no castelo (em curso)

Observações

Autor e Data

Rosário Gordalina 1992 / Domingos Bucho 1998

Actualização

 
 
 
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