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Edifício e estrutura Edifício Militar Forte
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Descrição
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Planta em U, formada por três corpos, sendo dois orientados a S., entre os quais fica a esplanada da bateria, junto à arriba; o 3º corpo une por S. os dois primeiros. A partir do canto SO. da fortaleza, prolonga-se a construção com baluarte e torre de vigia. Sobre o núcleo principal da fortaleza, construções de habitação. Corre um fosso ao longo da cortina E., hoje entulhado. Tem três baluartes com casernas, um a NE., outro a SE. e outro a S.. Na muralha, canhoneiras. O corpo central da Torre Velha é de construção quadrangular, ampla, rebaixada, vendo-se apenas a parte inferior do piso térreo, com porta e janelão. Adossada vê-se a casa do governador. Perduram as seteiras e mata-cães na muralha. Vêem-se os encastramentos de vigas (de um possível sobrado em piso superior). Esta parte da torre é coberta em abóbada de berço e sobre ela fica um terraço (2), com escada exterior de acesso ao segundo piso, entre o térreo e o terraço, comunicando com ambos por porta. Cachorros (de balcões ou de mata-cães), provavelmente, de apoio a uma varanda ou cortina. Há um escudo de armas sobre a verga de porta, ao nível da antiga praça de artilharia, com as armas portuguesas. Construções acima do antigo parapeito, resultado da transformação em Lazareto. |
Acessos
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Lugar de Porto Brandão |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 11/2012, DR, 1.ª série, n.º 104 de 29 maio 2012 / ZEP, Portaria nº 934/2013, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30 dezembro 2013 |
Enquadramento
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Periurbano, num monte, na margem S. do Rio Tejo, entre duas pequenas enseadas a de Porto Brandão e a da Paulina, ergue-se frente à Torre de Belém. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: forte |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 15 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1488 - concluída a fortaleza que D. João II mandara edificar no lugar da bateria ao lume de água, chamado o Forte da Caparica, que D. João I mandara levantar; as gravuras de Garcia de Resende revelam que era formada por uma torre e um baluarte, sendo possível que se assemelhasse à Torre de Outão, sua contemporânea e à torre de Belém mais tardia (SOUSA, 1997); séc. 15 - época provável da porta que comunica para o terraço e janelão, e dos suportes de pau de bandeira (SOUSA); 1570 - D. Sebastião manda reedificar ou transformar a torre (1) (não se sabe qual teria sido a intervenção) passando a chamar-se Torre ou Fortaleza de São Sebastião da Caparica; 1580 / 1640 - fica na posse dos espanhóis e teve alterações durante a dinastia filipina, sendo conhecida, nesta altura, por Torre dos Castelhanos; 1640 - séc. 18 - Os Távoras da Caparica tiveram em Almada um importante morgadio sendo governadores perpétuos da Torre Velha; séc. 17 - sofre obras de melhoramento, transformando a torre; 1692 - as partes fundamentais traçadas na planta desta época subsistem nos nossos dias: a torre do séc. 15, as cortinas E. e S. e os três baluartes, o fosso a E. a casa do governador, a capela, consagrada a São Brás e São Sebastião, adossada à cortina da porta de armas e uma construção abrigando uma escada no ângulo SE. da praça de armas; séc. 18, 2ª metade - há indicação de preocupação quanto à consolidação do terreno anexo às edificações junto à riba; 1767 - informação de a Torre Velha ou de São Sebastião, sobre uma montanha, oposta à torre de Belém pelo lado N. e de as suas baterias altas e baixas cruzarem a de Belém; séc. 18 - a Torre teve obras (SOUSA, 1997); 1794, 9 de Setembro - relatório de Guilherme Luís António de Valleré, dirigido ao ministro da guerra, o duque de Lafões, (A.H.U.) onde se fala das obras na Torre; 1794 / 1796 - obras na Torre sob a direcção do coronel Francisco D'Alincourt; 1801 - desactivação das fortalezas da margem S., terminado o conflito da Guerra das Laranjas; 1811 - é sugerido que o depósito onde era armazenado o material acessório de artilharia fosse destinado à instalação de prisioneiros; 1814, 13 de Agosto - parecer favorável à ocupação dos edificações para lazareto provisório, destinado às quarentenas de passageiros e tripulantes suspeitos de serem portadores de epidemia a bordo; 1815, 29 de Maio - o forte foi dissolvido por ordem do governo, conservando uma parte das edificações para alojar a guarnição que fazia guarda aos quarentenários; 1832 - a torre é remodelada e de novo reactivada; pensa-se que o muro que divide a praça alta que dá para a porta de armas está relacionado com a coexistência do lazareto; séc. 19, meados - a Torre Velha é declarada sem interesse como fortificação e passa a ser considerada praça de guerra de 2ª classe; 1894 - deixou de integrar a lista das praças, tendo permanecido como depósito e alojamento, anexo ao depósito de munições do Porto Brandão; 1859 - extinção do lazareto, mas continua a alojar uma guarnição militar de guarda ao novo lazareto, construído perto; 1982, 10 setembro - proposta de classificação do imóvel pela Câmara Municipal de Almada; 1991, 15 setembro - proposta de abertura do processo de classificação do IPPC; 05 dezembro - despacho de abertura do processo de classificação do Presidente do IPPC; 1994, 16 dezembro - proposta de classificação da DRLisboa; 1995, 24 janeiro - parecer do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como Monumento Nacional; 1996, 12 abril - despacho de homologação do Ministro da Cultura; 2007, 23 fevereiro - proposta de fixação de Zona Especial de Proteção da DRLisboa; 19 março - parecer favorável à proposta de classificação e fixação de Zona Especial de Proteção do Conselho Consultivo do IPPAR; 2013, 7 junho - publicação do projeto de decisão relativo à fixação da zona especial de proteção da fortaleza da Torre Velha, em Anúncio n.º 208/2013, DR n.º 110, 2.ª série. |
Dados Técnicos
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Estrutura autónoma, paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria, cantaria |
Bibliografia
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BARBOSA, I. de Vilhena, Novo Lazareto da Torre Velha, Archivo Pittoresco, vol. 12, Lisboa, 1864; VIEIRA, Duarte Joaquim Júnior, Villa e Termo de Almada, Lisboa, 1984; SOUSA, Raul, H. Pereira de, Fortalezas de Almada e Seu Termo, Almada, 1981; IDEM, Pequena História da Torre Velha, Almada, 1997; À Descoberta das Sentinelas: Roteiro de Castelos e Fortalezas da Região de Lisboa e Vale do Tejo, CCRLVT, Lisboa, 1998. |
Documentação Gráfica
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DGEMN: DSID; IANTT: Colecção de documentos da Casa Cadaval, 1692 - Planta da Torre Velha; I.G.C.: Mapoteca - Carta topográfica Militar do Terreno da Península de Setúbal, 1813; CMA - Planta actual, levantamento aero-fotogramético do concelho de Almada, escala 1:2000, 1974. |
Documentação Fotográfica
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CMA: edifício 69, foto 13, rolo 118 |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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2013, 09 dezembro - Anúncio de procedimento n.º 6153/2013, DR n.º 238, 2.ª série, relativo à reabilitação do reservatório de farol da Azeda, com reparação, tratamento e impermeabilização das superfícies interiores do reservatório que se encontram em contacto com a água; tendo a empreitada o preço base 199686.87 euros. |
Observações
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Esta torre compreenderia dois pisos, acima do solo: o piso térreo e o sobradado. Porque o terreno fronteiro à torre desapareceu, não é possível fazer-se aí pesquisa arqueológica. Tomou o nome de velha por ser mais antiga que a de Belém; (1) - Pensa-se que anteriormente a D. Sebastião, teria o nome de São Brás, patrono dos artilheiros (SOUSA, 1997); (2) - Este terraço seria, possivelmente, o piso ao nível do varandim ou grupos de mata-cães, em cima do qual se erguia um corpo de menor área rematado por um telhado de quatro águas. Com grande semelhança se veio a erguer, mais tarde, a Torre de Belém. |
Autor e Data
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Albertina Belo 1998 |
Actualização
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