Castelo de Mós

IPA.00000474
Portugal, Bragança, Torre de Moncorvo, Mós
 
Castelo medieval, implantado num cabeço pouco elevado, constituído por uma pequena cerca de planta ovalada, deixando no seu perimetro exterior próximo a única igreja existente, delimitando-se junto da porta principal um largo de onde arrancam os principais eixos de saída da vila que estruturam a formação do primeiro arrabalde no exterior e depois a continuação da expansão urbana. O tipo de implantação e de organização do povoado revela um padrão semelhante aos de Freixo de Espada à Cinta (v. PT010404020002), Urros e Alva (v. PT010404060006). Relativamente aos castelos de Freixo de Espada à Cinta, Urros e Alva, com os quais possui afinidades, o de Mós é o único a possuir a Igreja de Santa Maria implantada no lado oposto ao largo desenvolvido fronteiro à porta principal da cerca.
Número IPA Antigo: PT010409130005
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo    

Descrição

Do antigo castelo, conservam-se panos de muralha da pequena cerca que possuia, de planta com contorno ovalado, com paramentos de alvenaria de xisto miúdo, e porta aberta a S.. O estado de abandono do lugar dificulta a caracterização do urbanismo intra-muros, no entanto, distingue-se um eixo estruturador de sentido N. / S., a que chamam rua direita. Extra-muros, desenvolveu-se o arrabalde em torno do largo onde se localizavam a Casa da Câmara e o pelourinho, o qual cresceu ao longo dos principais caminhos de saída em direcção a Freixo de Espada à Cinta, Barca d'Alva, a Torre de Moncorvo ou Miranda.

Acessos

Rua do Castelo. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,160344; long.: -6,908439

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 40 361, DG, 1.ª série, n.º 228 de 20 outubro 1955

Enquadramento

Rural, num cabeço pouco elevado, coberto por vegetação e árvores, possuindo extra-muros a N. a Igreja de Santa Maria (v. PT010409130045) e desenvolvendo-se a S. a povoação actual, onde se ergue o pelourinho (v. PT010409130032). Adossadas aos vestígios das muralhas, algumas casas de habitação.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: castelo

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Época medieval

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1162 - D. Afonso Henriques concede foral a Mós; 1200, Maio - D. Sancho I, vindo de Trancoso em direcção a Bragança, e encontrando-se em Chacim, não muito longe de Mós, doa o Reguengo de Cilhade aos seus povoadores afirmando que o fazia "por Deus e pelo bom serviço que havia recebido e esperava continuar a receber do seu castelo de Mós"; 1258 - refere-se nas Inquirições que o concelho guardava a terça das dízimas da Igreja de Santa Maria de Mós que se destinava à reparação e manutenção do castelo da vila; 1335 - carta de D. Afonso IV declarando que concedia a "terça da (...) Egreja de Móos a Pedro Dias, seu procurador na terra de Bragança, se o muro do dito Lugar de Móos he acabado, e que de futuro quando comprir de se adubar esse muro en alguma cousa, que el o adube pela renda da dita Eigreja"; Época medieval, final - acelera-se o processo de decadência e despovoamento do castelo ao mesmo tempo que se desenvolvia uma outra aldeia do termo de Carviçais; 1372 - D. Fernando concede a Torre de Moncorvo, por termo, os lugares de Mós e de Vilarinho da Castanheira, visto que "non som taes que se defendam nem possam defender por ssy"; 1450, antes de - aqui é instituido um couto de homiziados, pedindo o concelho à coroa novos privilégios com ele relacionados porque a vila estava muito "desffalecida de jentes que em ella soiam dauer por as guerras e grandes pestelencias que sse sseguyrom"; 1527 - 1532 - o Numeramento refere que a vila era cercada, mas a cerca encontrava-se em algumas partes "derribada"; nesta data contava com 43 habitantes e a aldeia de Carviçais, no termo, tinha quase o mesmo número - 54; séc. 17, finais - Pe. Carvalho da Costa regista a mesma situação de decadência, informando que "nesta villa se vè quasi hum aruinado castello com sua cisterna dentro delle, que mostra ser a villa antigamente povoação de mais conta"; por esta altura, havia no castelo apenas 90 focos, enquanto que na aldeia de Carviçais, o único lugar do termo, tinha já 250; séc. 19 - supressão do concelho e sua integração no de Torre de Moncorvo; séc. 20, década de 60 - parte da muralha ruiu; construção particular sobre o troço muralhado.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura de xisto.

Bibliografia

ALVES, Francisco Manuel, Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança, 11 vol., Bragança, 1981 - 1982; LOPES, Coord. Flávio, Património Arquitectóncio e Arqueológico Classificado. Distrito de Bragança, Lisboa, 1993; Guia de Portugal, vol. 5, tomo II, Lisboa, 1995; LIMA, Alexandra Cerveira Pinto S. [coord.], Terras do Coa / da Malcata ao Reboredo. Os Valores do Côa, Maia, 1998.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

DGEMN: 1963 - reconstrução de um troço de muralha; obras na zona envolvente;

Observações

Esta edificação deve ser entendida tendo em conta a Calçada de Mós que seria um eixo viário da época.

Autor e Data

Ernesto Jana 1994 / Marisa Costa 2001

Actualização

 
 
 
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