|
Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo e cerca urbana
|
Descrição
|
Cerca muralhada com traçado rectangular, orientada no sentido SO.-NE., em grande parte integrada no espaço edificado da vila ou até mesmo interrompida, restando somente os paramentos O., SO., NE. e uma pequena secção a SE.. Abria-se a O. e a NE. através de duas portas - Porta de Estremoz e Porta do Celeiro -já desprovidas de arco, defendidas por cubelos semi-circulares, com o remate alinhado pelo adarve. No vértice SO. da cerca, ergue-se a torre de menagem. O segmento de muralha a O. é o mais comprido e encontra-se interrompido pela Porta de Estremoz e, mais a N., pela Rua da Misericórdia, perto da Junta de Freguesia da Matriz de Borba. Desde esta última interrupção até perto do cubelo N. da Porta de Estremoz, a muralha é rematada por grade de pedra com losangos. O restante remate é composto por merlões de secção rectangular. A Porta de Estremoz é flanqueada por dois cubelos de planta em U rematados por merlões. No cubelo a N., embeberam-se duas epígrafes: lápide fundadora e lápide de homenagem da época do Estado Novo no mesmo eixo horizontal, ambas em mármore. No vértice OSO. da cerca encontra-se a torre de menagem, de planta quadrada, também rematada por ameias e reforçada por silharia de mármore nos cunhais, apresentando uma fresta rectangular na face OSO. A torre de menagem faz a articulação deste troço com o paramento SO., que se encontram ainda ligados. Junto à torre de menagem, encontra-se ainda um volume cúbico na base do qual se podem discernir vestígios de um arco de volta perfeita entaipado, visível do interior das muralhas. Este volume é encimado por torre sineira caiada, apresentando um relógio circular na parede exterior. A zona mais a S. do paramento SO. possui uma altura menor do que a restante muralha, sendo este desnível marcado no remate em forma de degrau. O paramento NE. delimita a N. o Largo da Misericórdia. É composto por longo troço parcialmente reforçado na área N., apresentando na base um vão jacente gradeado, possivelmente vestígio de uma canhoneira. Articula-se com um pequeno troço orientado a N. que a ele se encontra ligado. Este paramento é interrompido pela Porta do Celeiro, flanqueada por um cubelo de planta quase circular, com ameias no topo. A SE., visível do exterior, existe pequeno troço de muralha com escassos metros, sem ameias. |
Acessos
|
Praça do Povo, Rua Maria de Borba (Porta de Estremoz), Rua Rodrigo da Cunha Ferreira (antiga Rua Direita; Porta do Celeiro), Rua Fernando Penteado, Rua Humberto da Silveira Fernandes (Torre do Relógio). |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 41 191, DG, 1.ª série, n.º 162 de 18 julho 1957 |
Enquadramento
|
Urbano, situado em planalto a 400m de altitude, sobre a vertente setentrional da Serra de Borba e a cerca de 5km para SO. da Ribeira de Borba. Encontra-se em grande parte integrado no espaço edificado do núcleo mais antigo da vila (v. IPA.00025382). No espaço urbano delimitado pela cerca, junto ao paramento de muralha N., encontra-se a Igreja e Hospital de Misericórdia de Borba (v. IPA.00017519), orientada a SO.-NE. Em torno da cerca encontram-se vários solares dos séculos 18 e 19, como o Palacete dos Morgados Cardoso (v. IPA.00026221), a Casa Pereira Trindade (v. IPA.00025334) o Palácio Silveira Fernandes (v. IPA.00029533) e os Paços do Concelho (IPA.00017532). De frente para a Torre de Menagem, encontra-se o Passo do Alto da Praça *1. Nas imediações, encontra-se ainda a Fonte das Bicas (v. IPA.00002765). |
Descrição Complementar
|
INSCRIÇÕES: 1. Inscrição em caracteres góticos separados por ponteado, acompanhada por brasão de armas e desenho em forma de peixe; leitura: E(RA) M CCC XXXX ANOS / FOI BORVA EXEMTA E / FEZE A O MVI NOBRE / REI DOM DENIS EV / R(ODR(IG)O FERNAM/DIZ / FIZ AS PORTAS DESTE C/ASTELO EV D(IOGO) SALUADORIZ/ FIZ EST (...); 2. Inscrição em lápide de orla ondulante; leitura: A HISTORIA / DESTE CASTELO / FOI RECORDADA / COM GRATIDÃO / PELOS / PORTVGVESES / DE / 1940. |
Utilização Inicial
|
Militar: castelo e cerca urbana |
Utilização Actual
|
Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
|
Pública: estatal |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 14 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
MESTRES DE OBRA: Diogo Salvador e Rodrigo Fernandes (portas). |
Cronologia
|
1217 - 1223 - Conquista de Borba, no reinado de D. Afonso II (Anselmo, 1907); 1258 - carta de foral de Estremoz, com Borba incluída no seu termo; 1302 - registo epigráfico da fundação e elevação de Borba a município; 1512, 1 de Junho - foral novo concedido por D. Manuel I; 1645 - batalha entre soldados espanhóis e portugueses junto à ribeira da Alcaraviça, no termo de Borba; 1662, 13 de Maio - invasão da vila de Borba pelos soldados comandados por D. João da Áustria e ataque ao castelo, exigindo a rendição do alcaide Rodrigo da Cunha Ferreira; 1711 - passagem das tropas espanholas do general Ceo, no contexto da Guerra da Sucessão (Anselmo, 1907); séc.18 - ainda estava embebida no torreão O. a epígrafe honorífica; uma das torres foi reconvertida em prisão, sendo os presos assistidos por capela própria, que funcionava no actual Passo do Alto da Praça; 1808, 15 de Junho - estabelecimento de uma Junta de Defesa por parte do sargento-mor António Lobo Infante de Lacerda e do general espanhol Frederico Moretti, no contexto das exigências do general Junot aquando da fuga da família real para o Brasil; 1809 -1811 - permanência em Borba de uma brigada inglesa de general Beresford; 1829 - formação em Borba da terceira companhia de um Batalhão de Voluntários Realistas defensores da causa de D. Miguel; 1956 - a torre do relógio encontrava-se em risco de ruína; 1992, 01 Junho - o imóvel foi afecto ao Instituto Português do Património Arquitectónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2003 - o IPPAR/DRÉvora solicita elementos à CM de Borba para instrução do processo; 2006, 20 de setembro - a CM de Borba envia ao IPPAR documentação Borba para estudo da ZEP; 2009, 10 de dezembro - Proposta da DRCAlentejo para a ZEP dos imóveis classificados e em vias de classificação da Vila de Borba; 2010, 11 de fevereiro - Despacho do Director do IGESPAR de devolução à DRCAlentejo da proposta de ZEP para aplicação do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206 de 23-10-2009; 2010, 12 de novembro - Nova proposta de ZEP pela DRCAlentejo; 2011, 23 de fevereiro - Parecer favorável quanto à ZEP pela SPAA do Conselho Nacional de Cultura; 2016, 17 março - publicado no DR, 2.ª série, n.º 55, o Aviso n.º 3660/2016 relativo à Aprovação da Delimitação da Área de Reabilitação Urbana do Castelo. |
Dados Técnicos
|
Estrutura mista |
Materiais
|
Alvenaria de pedra. |
Bibliografia
|
ANSELMO, António Joaquim - O Concelho de Borba - Topografia e História. Borba: Câmara Municipal, 1907; CASTELO BRANCO, Fernando de - "A Freguesia da Matriz de Borba". Jogos Florais. Lisboa: Emissora Nacional, 1969. ESPANCA, Túlio - Inventário Artístico de Portugal: Distrito de Évora, Concelho de Borba, Lisboa:, SNBA, 1978, XIX; SIMÕES, João Miguel - Borba: património da vila branca. Borba: Câmara Municipal, 1976. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
|
DGEMN:1960 - 1974 - demolição de edifícios para desobstrução da muralha; 1961 - aplicação de reboco e pavimentos de tijoleira; 1963 - reconstrução de alvenarias na muralha; 1965 - reconstrução de coberturas e portas, e construção de alvenaria junto ao antigo mercado por demolição do mesmo; 1967 - reparo geral dos paramentos das muralhas: 1973 - demolição de coberturas; reparo geral dos paramentos de muralhas; arranjo na área envolvente; demolição dos edifícios da Rua General Carmona, n.ºs 19 a 25, para desobstrução da muralha; 1975 - reparo das muralhas e gatos nos paramentos; 1980 - reparos nas muralhas e demolição de edifícios para desobstrução. |
Observações
|
|
Autor e Data
|
Manuel Branco 1993 |
Actualização
|
Margarida Contreiras 2013 |
|
|
|
|
| |