Mosteiro de Moreira da Maia / Igreja Paroquial de Moreira da Maia / Igreja do Divino Salvador
| IPA.00004899 |
Portugal, Porto, Maia, Moreira |
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Arquitetura religiosa, maneirista. Convento de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, com igreja de planta longitudinal alongada, tecto em canhão formando caixotões e fachada com galilé aberta com três arcos rectos. Segue o mesmo modelo planimétrico e gosto estético desenvolvido no Mosteiro de Grijó e, de forma generalizada, por toda a arquitectura do Noroeste de Portugal. Caracteriza-se pela simplificação do modelo de Grijó. Segundo Carlos Ruão, o segundo corpo da fachada é anormalmente alteado em relação ao primeiro, contribuindo assim na eleição de um falso corpo intermédio, de pseudo plintos onde assenta a ordem superior. Tratamento da fachada como um enorme retábulo de grande verticalidade, geometricamente tripartida, mas contrariada por dois enormes entablamentos que, se marcam os dois registos, cortam essa mesma verticalidade. As torres localizam-se na transição entre a capela-mor e a nave. |
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Número IPA Antigo: PT011306090003 |
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Registo visualizado 7174 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro masculino Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho
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Descrição
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Planta composta, com igreja de nave única, precedida por galilé, transepto inscrito, capela-mor rectangular, torres sineiras quadradas flanqueando o extremo da nave, adossando-se ainda a N. capela, a S. a sacristia e corpo em granito aparente destinado a instalações sanitárias no prolongamento da fachada principal. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave e capela-mor e de três nos restantes corpos. Fachada principal orientada a O. com cunhais de cantaria sobrepujados por cruzes, e superfície ligeiramente destacada em cantaria ritmada por pilastras e várias cornijas; no registo inferior, de ordem toscana, galilé aberta por três vãos de verga recta e no superior, de ordem jónica, duas almofadas côncavas e ao centro vão de verga curva. A fachada termina em empena rebocada com relógio central e duas portas simples laterais dando acesso a um varandim corrido de balaustrada em granito. Torres com alçado de uma e duas sineiras com cobertura piramidal. A galilé com tecto em caixotões é fechada por portões de ferro. Portal da igreja de arco pleno ladeada por duplas colunas estriadas com o terço inferior decorado. No interior, coro-alto de grandes dimensões com cadeiral apoiado sobre extenso arco abatido e órgão de armário. Tecto em abóbada de canhão formando caixotões na nave e capela-mor. As duas capelas colaterais apresentam altares dourados e policromados. Capela-mor revestida a azulejos de padrão, azuis e amarelos. Retábulo em talha dourada. |
Acessos
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Rua Conselheiro Luís Magalhães e Alameda Padre Alcino Azevedo Barbosa |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 740-C/2012, DR, 2.ª série, n.º 248 de 24 dezembro 2012 *1 / ZEP, Portaria n.º 640/2014, DR, 2.ª série, n.º 147 de 01 agosto 2014 |
Enquadramento
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Urbano, adossada a S. ao Convento de São Salvador de Moreira da Maia. Em frente à igreja um amplo adro não vedado com um cruzeiro. Este adro e a Igreja situam-se na zona arborizada da estrada, nas proximidades do Padrão de Moreira. O adro encontra-se pavimentado a calcário e basalto. Deste tem-se acesso a um portal da Quinta do Mosteiro. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro masculino |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PEDREIRO: Gregório Lourenço. |
Cronologia
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862 - referência ao Mosteiro, talvez fundado por D. Ordonho; 1064 - mudança para o local do mosteiro, dedicado a São Jorge, passando a designar-se de São Salvador; é um mosteiro duplex; 1085, 01 maio - testamento de Soeiro Mendes da Maia, deixando várias herdades ao Mosteiro; constrói edifício próprio para as cónegas, que depois se mudaram para Rio Tinto; 1290, cerca - obras de reconstrução; 1510 - feitura de uma cruz relicário em prata; 1562, 22 julho - o último comendador D. Fulgêncio, filho de D. Jaime, passa o Mosteiro para os Crúzios; bula papal confirma a sua união ao mosteiro de Santa Cruz; 1584, 24 julho - o prior D. Jorge resolve iniciar obras de reconstrução, destinando-lhe 300 mil réis por ano; 1588, 03 maio - é lançada a primeira pedra de reconstrução da nova Igreja por D. Frei Marcos de Lisboa, bispo do Porto; o prior D. Jorge dispunha anualmente de 300 mil réis para pagamento das obras; 1591, 22 fevereiro - D. Filipe II decide patrocinar as obras; 1622 - conclusão das mesmas; na presença do bispo D. Rodrigo da Cunha e do prior do mosteiro D. Luís dos Anjos, faz-se a mudança do Santíssimo Sacramento da igreja velha para a nova; 1695 - construção das duas torres; 1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa o Convento de São Salvador é de Cónegos Regulares de Santo Agostinho, que foi construído, inicialmente, em local diferente e teve como invocação São Jorge; residem nele 20 cónegos e tem mais de 3000 cruzados de renda; o pároco é cura, nomeado anualmente, com a renda de 60$000, rendendo a paróquia 270$000; a freguesia tem 20 vizinhos; 1770, 24 setembro - o inventário refere a existência de um realejo que valia 14$400 e um órgão na parede; séc. 18, final - execução do órgão de armário; 1834 - é vendida a cerca do Mosteiro ao desembargador Luís Lopes Vieira de Castro; 2012, 25 janeiro - anúncio nº 1520/2012, DR, 2ª série, nº 18, com a publicação do projecto de decisão relativo à classificação como MIP e à fixação da respectiva ZEP; 2013, 21 junho - Projeto de decisão relativo à fixação da ZEP publicado no Anúncio n.º 224/2013, DR, 2ª série, n.º 118 de 21 de junho. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista. |
Materiais
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Paredes exteriores de alvenaria de granito rebocadas pelo interior e exterior; capela-mor revestida a azulejos; tecto em caixotões de granito; cobertura em estrutura de madeira revestida a telha de barro; pavimentos em soalho de madeira e lajeado de granito; grades de ferro pintado. |
Bibliografia
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COSTA, Padre António Carvalho da - Corografia Portuguesa... Lisboa: Valentim da Costa Deslandes, 1706, vol. I; LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1875; AZEVEDO, Manuel de, A Quinta do Mosteiro, Eva, Ano 42º, nº 1139, Dezembro 1966; Enciclopédia Luso-Brasileira, Lisboa, 1972; ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1985; Guia de Portugal, Vol I, IV, Coimbra, 1985; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990; AZEVEDO, José Correia de, Inventário Artístico Ilustrado de Portugal, Douro Litoral, Lisboa, 1991; RUÃO, Carlos, Arquitectura Maneirista no Noroeste de Portugal. Italianismo e Flamenguismo, Coimbra, 1996. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Séc. 20, década de 90 - obras de conservação; 1996 - restauro dos altares laterais e colaterais. |
Observações
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*1 - É classificada a igreja e casa do mosteiro, vulgarmente designada Quinta do Mosteiro que constitui a área do antigo mosteiro. Pertence a particulares, sendo utilizada como residência. |
Autor e Data
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Isabel Sereno 1996 |
Actualização
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Paula Noé 1998 |
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