Casa do Noviciado de Nossa Senhora da Assunção da Cotovia / Colégio dos Nobres / Escola Politécnica / Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa / Museu de História Natural e da Ciência
| IPA.00005059 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António |
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Arquitectura educativa, pombalina e neoclássica. Estabelecimento de ensino transformado em museu, de planta rectangular simples, desenvolvido em torno de amplo pátio interior, em torno do qual se desenvolvem vários corredores de acesso às salas de aula, gabinetes, auditórios e laboratórios vários. Apresenta fachada principal neoclássica, dividida em vários panos de disposição simétrica, os exteriores salientes e o principal marcado por átrio sustentado por colunas clássicas, e formado por amplo escadório, que leva a um patamar, onde se rasgam os acessos, rematado por frontão triangular. Os vãos são rectilíneos, com remates em cornija e rasgados uniformemente nas fachadas, destacando-se portas-janelas nas fachadas laterais, rematadas em pequenos frontões triangulares. Possui amplo vestíbulo, sustentado por colunas e pilares, que faz a distribuição do espaço. Antigo edifício destinado ao ensino, que reaproveita um colégio da Companhia de Jesus, de que mantém a estrutura da fachada principal, o acesso elevado, e o vestíbulo correspondente à primitiva nave com capelas colaterais intercomunicantes do colégio, ladeadas por corredores laterais, que permitiam a circulação por todo o colégio e que se mantêm funcionais. Do antigo colégio, persiste, ainda, o pátio interno, onde se situavam as duas cisternas de abastecimento de água, cuja marcação se mantém. No vestíbulo, surge o túmulo dos fundadores, D. Fernão Teles de Meneses e D. Maria de Noronha, encontrado durante obras efectuadas em meados do séc. 20. Integra um complexo de grandes dimensões que visava educar a nobreza portuguesa, integrando um jardim botânico e um picadeiro. |
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Número IPA Antigo: PT031106460332 |
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Registo visualizado 5388 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Educativo Colégio religioso Noviciado
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Descrição
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Planta rectangular simples, com o edifício a desenvolver-se em torno de um pátio interno rectangular, com coberturas diferenciadas em telhados de uma, duas e quatro águas. As fachadas evoluem em dois registos e são rebocadas e pintadas de branco, percorridas por alto soco de cantaria, com cunhais apilastrados e os panos divididos por pilastras da ordem toscana colossal e remates em friso e cornija. Todas as fachadas são simétricas. Fachada principal virada a S., marcada por cinco panos, o central e os extremos salientes, rasgada por janelas de peitoril rectilíneas, com molduras recortadas, prolongando-se em falsos brincos, e remate em cornija. O pano central é rematado por frontão triangular com o escudo de Portugal envolvido por acantos no tímpano, o qual assenta em friso dórico, de métopas simples e com triglifos. É marcado por átrio definido por duas colunas toscanas e ampla escadaria de treze degraus em cantaria, que acede a patamar elevado, para onde abrem cinco portas de verga recta, com molduras em cantaria e remates em friso e cornija, encimadas por janelas de peitoril. O átrio tem cobertura em caixotões de cantaria e é flanqueado por um estreito pano com duas janelas de peitoril em eixo. Os panos intermédios possuem cinco janelas de peitoril em cada registo, surgindo nos extremos três vãos semelhantes em cada registo. As fachadas laterais são semelhantes, divididas em cinco panos, os extremos rasgados por cinco janelas de peitoril em cada registo, surgindo no central oito janelas em cada. Os panos intermédios possuem, no registo inferior, três portas de verga recta, rematadas em frontões triangulares. INTERIOR com quatro pisos, acedidos por vestíbulo monumental, de onde se desenvolvem corredores rectilíneos de circulação, que levam a várias salas quadradas e rectangulares, desenvolvidas para as fachadas ou para o pátio interno, rectangular, com as alas E. e O. marcadas por nove arcadas de volta perfeita, de acesso a uma ala de circulação, encimadas por nove janelas de volta perfeita e protegidas por caixilharias e vidraças. As alas N. e S. apresentam três pisos de vãos rectilíneos, rasgados uniformemente. Ao longo da fachada principal, desenvolve-se os auditórios. Esta é prolongada por muro de cantaria rasgado por dois portões com pilares de cantaria, em silharia fendida, encimados por acantos e esferas metálicos, sendo encerrados por portões em metal, com elementos vazados e remates lanceolados. No lado esquerdo, desenvolve-se uma alameda de palmeiras, fechada, no lado esquerdo por um edifício rectilíneo, com o Picadeiro adossado, surgindo, no lado oposto, uma alameda com vegetação mais profusa e de acesso ao Jardim Botânico. |
Acessos
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Rua da Escola Politécnica, n.º 52. |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 287/2013, DR, 2.ª série, n.º 92 de 14 maio 2013 / Incluído na Zona de Proteção do Jardim Botânico (v. PT031106460435) / Incluído na Zona Especial de Proteção Conjunta dos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente / Parcialmente incluído na Zona de Proteção no Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811) |
Enquadramento
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Urbano, integrado na malha urbana, mas isolado relativamente aos edifícios envolventes por jardim e pátios gradeados e murados. Surge no topo de uma colina, numa zona plana. No lado esquerdo, desenvolve-se o edifício do Picadeiro do Antigo Colégio dos Nobres (v. PT031106460108), surgindo, na fachada posterior o Jardim Botânico da Faculdade de Ciências (v. PT031106460435) e o Observatório Astronómico da Faculdade de Ciências (v. PT031106460209). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Educativa: colégio religioso |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: pessoa colectiva |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTOS: Baltasar Álvares (1607); Carlos Mardel (séc. 18); João Delgado (1603); Luís Caetano Pedro de Ávila (séc. 19). ENGENHEIRO: José Feliciano da Silva e Costa (1847 - 1879); Pedro José Pézerat (1800 - 1872). ESCULTOR: José de Almeida (1730-1740). MESTRE-DE-OBRAS: José António da Costa (1806). PEDREIRO: José Pereira (1695). PINTOR: Domingos da Cunha (séc. 17). |
Cronologia
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1587 - num Congregação Provincial é autorizado pelo Geral, Cláudio Aquaviva, a fundação de um noviciado separado das casas já existentes na cidade; 1589, 18 setembro - escritura celebrada em Lagos entre os Padres da Companhia de Jesus e Fernão Teles de Meneses, Regedor da Casa da Suplicação, e a esposa, D. Maria de Noronha, na qual estes se comprometem a fundar o Noviciado, tendo dado, para o efeito, 20 mil cruzados; o Geral envia a Fernão Teles de Meneses e a D. Maria de Noronha a patente de fundadores da Casa; 1597, 26 dezembro - escritura celebrada em Lisboa entre Fernão Teles, Maria de Noronha e o Padre Provincial de Portugal, onde este declara que recebeu a totalidade da verba para a fundação do Noviciado; o Padre Provincial ordena a vinda dos noviços de Coimbra e Évora para a Quinta de Campolide, onde chegaram 15 elementos; 1598, 18 Dezembro - dedicação do Noviciado a Nossa Senhora da Assunção, com missa solene celebrada pelo Padre Provincial, Cristóvão de Gouveia, estando presente o fundador; nomeação do Padre António de Mascarenhas como reitor do Colégio; os arquitectos tiveram dificuldade em achar um local para a implantação do edifício, tendo o Padre Provincial, João Correia, deliberado a sua construção no sítio do Monte Olivete ou Cotovia, numa terra doada por Fernão Teles de Meneses; 1603, 23 Abril - é lançada a primeira pedra para construção do edifício, sendo a obra dirigida pelo padre jesuíta João Delgado; regresso dos noviços para os colégios de Évora e Coimbra; 1605, 26 novembro - falecimento de Fernão Teles de Meneses; 1607 - é encarregado da obra o arquiteto régio Baltasar Álvares, tendo sido feitos, de imediato, alguns cubículos, onde se recolheram alguns noviços; pressão de D. Maria de Noronha para a conclusão da capela-mor, permitindo o sepultamento de D. Fernão Teles de Meneses; 1613, junho - entrada na Companhia de um homem de negócios flamengo, que, perdendo quase toda a família, resolveu dedicar-se à religião, dando, para a construção do Noviciado, 30 mil cruzados; 1616 - celebrada a primeira missa na igreja, que se achava concluída, bem como a sacristia, claustro anexo, portaria, claustro da portaria, escadas e corredor do lado S.; trasladação das ossadas de Fernão Teles de Meneses da sacristia da Igreja de São Roque para a igreja; doação de uma lâmpada de prata e uma casula para o serviço da capela-mor, por D. Maria de Noronha; 1619, 13 junho - transferência do Noviciado para o local, estando concluídos o refeitório, cozinha e zonas de armazenamento; chega ao edifício o mestre dos noviços, António de Morais; benção da capela doméstica; 1623, 07 março - falecimento de D. Maria de Noronha; séc. 17, meados - pintura da nave e transepto pelo Padre Domingos da Cunha; fundação da capela do cruzeiro, dedicada a Nossa Senhora da Graça por Zacarias Agostinho da Rocha, para o que deixou 90$000 com a obrigação de três missas quotidianas; fundação da Capela do cruzeiro dedicada ao Cristo Crucificado por D. Paulo de Meneses, com obrigação de duas missas, para o que deixou 60$000 e 40$000 para a fábrica; fundação da Capela de São Luís Gonzaga por Luís Correia, com a obrigação de uma missa quotidiana; fundação da segunda capela do lado do Evangelho, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, por D. Maria Francisca de Sabóia; fundação da capela de São João Baptista por João Vieira Matoso, com a obrigação de uma missa quotidiana; 1679, 25 janeiro - contrato para a obra de talha do retábulo-mor (COUTINHO: 351); 1695, 21 Fevereiro - medição da obra da capela feita pelo pedreiro José Pereira no sítio da Cotovia para os Padres Jesuítas, levada a cabo por João Antunes e avaliada em 307$301; esta incluiu a feitura de um novo pavimento lajeado com pedras de várias tonalidades; 1730-1740 - feitura de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição pelo escultor José de Almeida, depois transferida para a Igreja de São Mamede; 1758 - ocorre a expulsão da Companhia de Jesus, tendo os bens dos mesmos revertido em favor da Coroa; encomenda de um cálice de prata à semelhança do existente no altar de São Francisco Xavier, no Colégio de Coimbra, ao ourives Manuel Roque Ferrão; 1758, 26 março - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco de Santa Isabel Felisberto Leitão de Carvalho, é referida a Casa como sendo da Companhia de Jesus; 1759, 5 fevereiro - inventário dos bens existentes na Casa do Noviciado de Nossa Senhora da Assunção da Cotovia *1; 1761 - instituição do Colégio dos Nobres, estabelecimento de ensino vocacionado para a formação da aristocracia, por iniciativa do secretário de Estado de D. José, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal; início da construção do colégio, conforme projecto de Carlos Mardel (c. 1695 - 1763); 1765 - início do funcionamento do Colégio dos Nobres no edifício; 1772 - reforma dos estudos do Colégio, cuja administração e direcção passa a ser confiada à Real Mesa Censória; 1806, 14 fevereiro - nomeação de José António da Costa como mestre-de-obras do edifício; 1837 - abolição do Colégio dos Nobres; 1837 - instalação no imóvel da Escola Politécnica, criada nesse ano com vista a habilitar alunos para os diferentes cursos das escolas do Exército e da Marinha; 1843 - um incêndio consome parte significativa do edifício; 1857 - aprovação governamental do projecto para a reconstrução do imóvel; Luís Caetano Pedro de Ávila constrói um anexo da Escola Politécnica; 1863 - uma gravura publicada no Archivo Pitoresco mostra a forma da fachada principal do Noviciado *2; 1847 - 1879 - obras de reconstrução da Escola Politécnica, dirigidas pelo general de Engenharia José Feliciano da Silva e Costa; 1911 - instalação da Faculdade de Ciências no edifício da antiga Escola Politécnica, cujo corpo docente igualmente herdava; 1954 - aquisição de mobiliário para o Museu e Laboratório Zoológico a Raúl Azevedo e bancadas a Joaquim Gonçalves Moura, Lda.; séc. 20, meados - durante as obras é encontrado o túmulo do fundador, D. Fernão Teles de Meneses e da esposa D. Maria de Noronha; 1958 - a Comissão Administrativa dos Novos Edifícios Universitários procedeu à reorganização do programa da faculdade; 1963 - fornecimento de mobiliário para a aula de desenho; estudo para a colocação do túmulo de D. Fernão Teles de Meneses no lado direito do átrio; 1965 - fornecimento de assentos para os anfiteatros de Botânica e Mineralogia; está instalado no local o Museu Bocage 1966 - projecto de ampliação do edifício para instalação do Centro de Estudos de Rádioquímica; instalação de um ascensor no Instituto Geofísico Infante D. Luís; 1969 - aquisição de cadeiras e mesa de reuniões para o Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico à Fábrica Jerónimo Osório de Castro (Herdeiros), Lda.; armários a António Pereira da Costa e bancos rotativos metálicos a Dário Correia; 1978 - um incêndio destrói parcialmente o edifício, obrigando parte da Faculdade de Ciências a deslocar-se para outros espaços; 1999, 18 junho - por Despacho foi determinada a abertura do processo de classificação do imóvel; 2012, 19 novembro - publicação do projeto de decisão relativo à classificação do edifício como Monumento de Interesse Público, em Anúncio n.º 13710/2012, DR, 2.ª série, n.º 223. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria mista, de tijolo, pedra e, nas zonas mais recentes, de betão armado; fachadas rebocadas e pintadas; colunas, pavimentos, escadas, modinaturas, frisos, cornijas em cantaria de calcário; pavimentos em mármore; portões e guardas em ferro fundido; revestimento com azulejo industrial e estuque; caixilharias e portas de madeira, com as janelas e portadas integrando vidro simples; cobertura em telha. |
Bibliografia
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AGUILAR, Manuel Busquets, O Real Colégio dos Nobres (1711 - 1836), Lisboa, 1935; ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Vol. 3, Lisboa, s.d.; CARVALHO, Rómulo de, História da Fundação do Real Colégio dos Nobres de Lisboa (1761 - 1772), Coimbra, 1959; COUTINHO, Maria João Fontes Pereira, A produção portuguesa de obras de embutidos de pedraria policroma (1670-1720). Lisboa, Dissertação de Doutoramento em História da Arte apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa, 2010, 3 vols.; Documentos para a História da Arte em Portugal - Arquivo do Tribunal de Contas - Noviciado da Cotovia, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1969, vol. 4; Escola Politécnica de Lisboa. 1º Centenário (1837 - 1937), Lisboa, 1937; FRANÇA, José-Augusto, Lisboa Pombalina e o Iluminismo, Lisboa, 1977; História dos Conventos, Mosteiros e Casas Religiosas de Lisboa, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1972, vol. II (original de 1704); JANEIRA, Ana Luísa, (dir. de), Ciências e Técnicas nas Instituições do Rato, Lisboa, 1984; LINK, Voyage en Portugal depuis 1797 jusqu'en 1799, Vol. 1, Paris, 1803; MACHADO, Cirilo Wolkmar, Colecção de Memórias, Lisboa, 1823; MATOS, Alfredo, PORTUGAL, Fernando, Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1974; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1954, Lisboa, 1955; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, Lisboa, 1959, 2.º vol.; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, Lisboa, 1960, 1.º vol.; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1961, Lisboa, 1962, 1.º vol.; PEREIRA, Luís Gonzaga, Monumentos Sacros de Lisboa em 1833, Lisboa, 1924; PEDREIRINHO, José Manuel, Dicionário de arquitectos activos em Portugal do Séc. I à actualidade, Porto, Edições Afrontamento, 1994; RIBEIRO, José Silvestre, História dos Estabelecimentos Científicos, Literários e Artísticos de Portugal, Lisboa, 1878, vols. 6-7; RIBEIRO, José Lopes, O Edifício da Faculdade de Ciências, Lisboa, 1987; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Depois do Terramoto. Subsídios Para a História dos Bairros Ocidentais, Lisboa, 1967, vol. I; VALE, Teresa Leonor M., Um português em Roma Um italiano em Lisboa. Os escultores setecentistas José de Almeida e João António Bellini, Lisboa, Livros Horizonte, 2008; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, 3 vols.. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRELisboa/DEM/DRC, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DSEP, DGEMN/DSPI/CAM; AHMOP: Desenho n.º 294; BNP: Secção de Iconografia, Desenho n.º 559 (D.25R.) |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH, SIPA |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH, DGEMN/REE- 0096/07, DGEMN/CAM-0281/23, 0281/33, 0359/02, DGEMN/DSCSV-001-0076/0399, DGEMN/DREL-3501/02, 3502/01, 3502/02, 3505/01; DGARQ/TT: Ministério do Reino, Colégio dos Nobres (vários livros), Juizo da Inconfidência - Jesuítas e Távoras (Maço 1, Doc. 25); BNP: Secção de Reservados - Fundo Geral (Cod. 145, Cap. XV), Fundo Geral (Cod. 429), Colecção Pombalina (Cod. 651); BPÉvora: Ms.CXXIX/2-6 |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1965 - beneficiação dos Laboratórios da Secção de Física, com demolição de divisória, substituição de pavimento em betonilha por ladrilhos, substituição de canalizações de água e esgoto; construção de bancadas fixas e tanques; arranjo da instalação eléctrica, por José Manuel & Gomes dos Santos; 1955 - obras no edifício da faculdade pela Direcção dos Serviços de Construção e Conservação; 1956 - diversas obras executadas pelos Serviços de Construção e Conservação; 1959 - remodelação da cobertura do edifício principal, primeira fase, e conclusão das instalações do balneário do edifício do picadeiro, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1961 - início das obras de reparação e beneficiação do edifício principal, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1963 - beneficiação do anfiteatro de Química; arranjo da rede telefónica; obras de manutenção da instalação eléctrica; beneficiação das salas de aula; beneficiação das instalações sanitárias para os alunos; conservação do posto de transformação; remodelação das coberturas sobre as salas de aula; conservação dos corredores do 1.º andar e escadas; remodelação das instalações sanitárias dos professores; remodelação da rede de telefones internos; beneficiação da zona de direcção e biblioteca; conservação da zona de arquivo de desenhos; adaptação de uma sala da Secção de Botânica a Laboratório; reparação de equipamento e mobiliário fixo; 1965 - remodelação das paredes e pavimentos do anfiteatro da Secção de Mineralogia; obras nas coberturas, paredes do Instituto Infante D. Luís; arranjo da instalação eléctrica da Secção de Zoologia; 1966 - pinturas gerais e tratamento das cantarias e fornecimento de ombreiras de portas no edifício principal; 1967 - remodelação da instalação eléctrica do Centro de Estudos de Geologia, de Zoologia e nas residências dos funcionários; remodelações pontuais no interior do edifício principal; 1968 - obras de beneficiação dos laboratórios de Zoologia e Antropologia. |
Observações
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*1 - neste inventário, é efectuado uma descrição do templo do Noviciado, complementado pela obra dos Conventos e Casas Religiosas de Lisboa: a igreja tem a nave abobadada e pintada e capela-mor com retábulo, com amplo painel pintado representando a Assunção da Virgem, pintado por um religioso, ladeado pelas imagens de Santo Inácio e São Francisco de Borja (Evangelho) e São Francisco Xavier e São Estanislau (Epístola), tendo um sacrário, encimado por uma imagem de Nossa Senhora da Conceição e um Crucificado; na capela-mor, no lado do Evangelho, surge um arco de volta perfeita onde se inscreve um túmulo com inscrição, assente sobre dois elefantes; no lado oposto, uma tribuna; o arco triunfal está ladeado por dois retábulos colaterais, o do Evangelho dedicado a Nossa Senhora da Graça com a imagem do orago, de vulto, com o Menino e ambos com coroas de prata, a Senhora com vestido de seda bordado, surgindo, sobre a banqueta, as imagens de vulto estofadas de Santa Ana, São José e São Joaquim; no lado oposto, a Capela de Santo Cristo, com a imagem do orago com 8 palmos e um sacrário com a imagem do Redentor na porta; nos nichos, as imagens de Nossa Senhora da Piedade, uma de São Tiago e uma Santa Escolástica; os topos dos braços do transepto possuem duas portas de acesso ao claustro da Portaria, encimadas por tribunas; a dividir o espaço, uma teia de pau-santo; em cada lado da nave, três capelas, as do lado do Evangelho dedicadas a São Luís Gonzaga, onde surge pintado o orago, mas surgindo, ainda, uma imagem de vulto, acompanhada pelas de Santo António e São Francisco Regis; a segunda é dedicada a São Francisco Xavier, com retábulo de mármore e com a imagem do orago com 8 palmos, surgindo na última os Santos Mártires do Japão, com grande retábulo com Nossa Senhora da Assunção e, sobre a banqueta, as imagens de São Paulo, São Diogo e São João; sobre as portas, duas pinturas grandes; as capelas do lado da Epístola são dedicadas a São João Baptista, com retábulo de talha dourada e painel pintado, surgindo, sobre a banqueta, dois relicários de madeira dourada; a segunda capela é dedicada a São Francisco Regis, com painéis pintados a representar São João Baptista e São João Evangelista, tendo, no meio, a figura do orago, de vulto; a terceira capela é dedicada a São Pedro e São Paulo, com retábulo de talha antigo e com os painéis de São Pedro e São Paulo e, sobre as portas, painéis pintados e emoldurados a talha; na sacristia, um arcaz com o espaldar pintado com cenas da vida da Virgem, interrompido por oratório com a imagem do Crucificado, encimado por um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Conceição; sobre o arcaz, as imagens de São Pedro e São Paulo, de vulto, e a imagem de barro de São João Baptista, com 3 palmos de altura; o inventário descreve, ainda, a paramentaria, prata e relíquias da Casa do Noviciado. A igreja é ladeada por corredores, que acedem a um dormitório, situado junto à capela-mor da igreja, que abre para um claustro com quatro lados e pilares de pedra, onde se situa um locutório e a portaria da casa; no piso superior, vários cubículos; encostado à sacristia, outro claustro, em torno do qual se situa o refeitório, várias oficinas e a portaria do carro; o refeitório possui 12 mesas sobre pilares de pedra, com assentos corridos sustentados por mísulas de cantaria e, nas paredes, 8 painéis com pinturas da vida de Cristo; junto à escadaria, a Capela doméstica, com tecto abobadado e pintado com brutesco, onde se contam vários passos das vidas de São Francisco Xavier e de Santo Inácio, envolvidos por molduras de talha; no corredor do andar inferior, uma capela mais pequena dedicada à Virgem, com tecto de abóbada e alguma pintura, surgindo, nas paredes painéis de azulejo a representar os Doutores da Igreja; fronteiro ao retábulo, uma porta abre para a enfermaria; entre os corredores da casa, surge um pátio com duas cisternas. *2 - a fachada principal é composta por cinco panos escalonados, o central correspondente à igreja e aos corredores laterais, com a zona central mais elevada, com dois registos, o superior com amplo janelão que ilumina o coro-alto e remate em frontão triangular; no registo inferior, o portal de volta perfeita, flanqueado por colunas que sustentam um frontão contracurvo, ladeado por dois pequenos óculos; é ladeado pro dois estreitos panos, flanqueados por pilastras de silharia fendida, contendo dois nichos de volta perfeita e encimados por painel rectangular. Os panos imediatos são semelhantes, marcados, ao centro, por porta alpendrada, sendo os alpendres sustentados por duas colunas, ladeados e encimados por janelas de peitoril com molduras recortadas e apresenta cobertura de quatro águas, integrando uma trapeira. Os panos extremos, salientes e mais elevados, possuem três pisos de janelas de verga recta e molduras recortadas, com coberturas do tipo amansardado. O acesso é feito por um adro artificial, elevado relativamente à via pública. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 / Paula Figueiredo 2011 (no âmbito da parceria IHRU / UL) |
Actualização
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