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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Palacete
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Descrição
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De planta rectangular, volumetria paralelepipédica, sendo a cobertura efectuada por telhados a 4 águas e em trapeira (7 viradas a O.). A edificação, totalmente revestida com placagem de cantaria com aparelho em silharia fendida é constituída por 3 registos separados por friso - sendo um deles parcialmente enterrado e revestido a diferente cantaria aparelhada. Alçado principal a E., com pano de muro curvo no ângulo e compartimentado em 6 corpos separados por pilastras, que se distinguem pelo tipo de tratamento das almofadas, simulando o rusticado no piso térreo, e transformando-se em duplas pilastras no piso superior: com abertura de vãos a ritmo regular, os corpos diferenciam-se pelo diferente guarnecimento escultórico das fenestrações, apresentando genericamente janelas no piso térreo com avental relevado e delimitado por consolas, e ombreiras ladeadas por estípides que sustentam o remate das janelas em verga recta destacada, e janelas de sacada ao nível do 1º andar, com emolduramento análogo. Destes, distingue-se o corpo correspondente ao pano de muro curvo, que regista 3 janelas de peito encimadas por janelas de sacada: nas janelas do piso térreo distingue-se a janela a eixo, com remate em frontão triangular com cabeça de leão inscrita, e suportado por estípides guarnecidas com consolas zoomórficas. As janelas do 1º andar, são servidas por varandas com guarda em balaustrada de cantaria, suportadas por 2 mísulas cada, ornadas com folhas de acanto e inscritas por grinaldas, e apresentam um tipo de emolduramento análogo ao da janela central descrita: a janela a eixo regista consola antropomórfica a suportar frontão curvo, sendo ladeada por janelas com estípides simples e de frontão triangular. Nos 2 corpos a NE., identificam-se no piso térreo portas inscritas em arcos de volta perfeita com simulação de enjuntas, que ostentam nas chaves, cabeça de mulher com máscara de leão sobre a nuca e pedra de armas real de Espanha no corpo extremo a NE.; são encimadas respectivamente, por janela de sacada com remate em frontão curvo suportado por consolas antropomórficas, e servida por varanda em balaústre ritmada por plintos; no corpo extremo, a porta ladeada por 2 janelas de peito estreitas com verga destacada é coroada por 2 janelas de sacada com estípides nas ombreiras e verga recta destacada, com varandim em balaustrada. O alçado é sobrepujado por cornija suportada por mísulas ornadas com folhas de acanto, que precede remate em platibanda simples articulada com balaustrada, identificando-se ainda, plintos com bola nos eixos correspondentes às pilastras de compartimentação da fachada. A compartimentação interna organiza-se a partir de 2 escadas de lanços rectos (1 principal e outra de serviço), reconhecendo-se essencialmente compartimentos rectangulares directamente comunicantes. |
Acessos
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Rua do Salitre, n.º 1-3; Travessa do Salitre, n.º 37 |
Protecção
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Incluído na classificação da Avenida da Liberdade (v. IPA.00005972), na Zona Especial de Proteção do Jardim Botânico da Faculdade de Ciências (v. IPA.00007006) e na Zona Especial de Proteção Conjunta dos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente |
Enquadramento
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Urbano, destacado, flanqueado, fazendo gaveto. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa |
Utilização Actual
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Política e administrativa: consulado |
Propriedade
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Privada: estatal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Nicola Bigaglia (1899); António de Mesa Ruiz Mateos (1945). |
Cronologia
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1899 - projecto de Nicola Bigaglia para palacete de Adolfo de Lima Mayer e sua apresentação à Câmara Municipal de Lisboa e início da construção (aproveitando parcialmente fundações de imóvel pré-existente); 1902 - o edifício recebe o Prémio Valmor (pela primeira vez atribuído nesse ano), no montante de 1.802$850 reis, a dividir entre proprietário e arquitecto autor do projecto (tendo este último doado da sua metade 100$000 reis à Câmara Municipal de Lisboa para obras de beneficência); 1923 - estava instalado no edifício o Avenida Palace Club, do qual era proprietária a firma Júlio de Resende Lda.; 1930 - instalação no imóvel de serviços da Embaixada de Espanha, após a sua aquisição pelo Estado Espanhol; 1989, 22 de Dezembro - Despacho 104/89 da Secretária de Estado da Cultura, DR 293 de abertura do processo de classificação. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira |
Bibliografia
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COSTA, Mário, O Salitre e as suas Imediações, Lisboa, 1952; FERREIRA, Fátima e OUTROS, Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, 1987; PEDREIRINHO, José Manuel, História do Prémio Valmor, Lisboa, 1988; ALMEIDA, Fialho D', Barbear, Pentear ( jornal d' um vagabundo ), Lisboa, 1910 |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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CML: Arquivo de Obras, Pº Nº 23.767. |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1923 - obras de ampliação de terraço; 1927 - alteração de muro; 1929 - obras de conservação e limpeza; 1930 / 1931 - campanha de obras (alteração compartimentação interna), com vista à instalação do consulado; 1939 - obras de beneficiação geral; 1945 - alterações internas, segundo projecto do Arquitecto António de Mesa Ruiz Mateos; 1950 - obras de beneficiação geral; 1965 - obras de beneficiação geral; 1971 - obras de beneficiação geral; 1988 - obras de beneficiação geral. |
Observações
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Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1998 |
Actualização
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