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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino (casa-mãe) Ordem dos Irmãos de Nossa Senhora do Monte do Carmo - Carmelitas
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Descrição
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De planta irregular vazada por 2 pátios quadrangulares, o edifício apresenta volumetria composta por paralelipípedos, sendo a cobertura efectuada por telhados a 2, 3 e 4 águas. O alçado principal, a O., organizado em 2 andares é animado pelo rasgamento de portas ao nível do piso térreo - destacando-se um portal de cantaria emoldurado por pilatras e encimado por frontão interrompido e pináculos - e janelas rectangulares de emolduramento simples no 1º andar. O alçado posterior a E., compartimentado em 7 corpos pela presença de pilastras de cantaria, vence o desnível com um alto embasamento vazado por janelas rectangulares. Separando os 2 andares superiores (vazados cada um por 20 janelas de emolduramento calcário simples) reconhece-se um friso de cantaria. No módulo central, recuado relativamente ao restante plano da fachada, abre-se uma janela de sacada encimada por óculo quadrilobado e ladeada por painéis azulejares monócromos recortados *1. |
Acessos
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Largo do Carmo; Calçada do Carmo |
Protecção
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Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) / Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811) |
Enquadramento
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Urbano, destacado, adossado |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
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Segurança: quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR) |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Ministério da Administração Interna |
Época Construção
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Séc. 14 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTOS: Afonso, Gonçalo e Rodrigo Eanes; Leonel Gaia (1911-1912). PEDREIROS: Lourenço Gonçalves, Estevão Vasques, Lourenço Afonso e João Lourenço e alguns operários de origem judaica Judas Acarron e Benjamim Zagas |
Cronologia
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1389 - fundação, por iniciativa do condestável D. Nuno Àlvares Pereira, de um convento carmelita em terrenos adquiridos à sua irmã Beatriz Pereira e ao almirante Pessanha; 1393 - início da construção; 1407 - estava concluída a capela-mor e absidíolos da igreja conventual, aí tendo lugar os primeiros actos litúrgicos; 1423 - encontrava-se concluída a parte residencial, passando os religiosos carmelitas a habitá-la nessa data; professa, com o nome de Fr. Nuno de Santa Maria, o Condestável D. Nuno Àlvares Pereira; 1551 - albergando 70 religiosos e 10 servidores, o convento possuía uma renda de 2500 cruzados; 1755 - o terramoto de 1 de Novembro danifica gravemente o convento, perecendo a biblioteca (constituída por 5000 volumes); os 126 religiosos tiveram que abandonar o edifício, deslocando-se inicialmente para a Cotovia, depois para o Campo Grande; 1800 - obras nos telhados da zona conventual; 1810 - as estruturas do Convento eram ocupadas pelo Quartel da Guarda Real de Polícia; 1814 - encontrava-se aquartelada no local o Batalhão de Atiradores; 1815 - pinturas na zona conventual; 1831 - parte do convento era ocupado por um regimento de milícias; 1834 - início de obras a cargo da Repartição de Obras Públicas, com vista à adaptação de parte do convento para receber o Tribunal do Juízo de Direito do 3º Distrito; 1835, Junho - o espaço conventual foi alugado e utilizado como oficina de serração; 1836 - após a expulsão das ordens religiosas e uma grande campanha de obras, é instalada nas antigas dependências conventuais a 1.ª e 2.ª Companhia de Infantaria da Guarda Municipal; 1845 - instalação no edifício do 1º Esquadrão de Cavalaria; 1902 - grande campanha de obras, responsável, designadamente, pela fachada que dá para o Lg. do Carmo; 1911-1912 - reconstrução da muralha do Carmo, com colocação de amplos arcos ritmados, da autoria do arquitecto Leonel Gaia; 1955 - autorização para a execução de obras de conservação e reparação das fachadas e cobertura do quartel pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias das Guardas Republicana e Fiscal e das Alfândegas; 1969, 28 Fevereiro - um abalo sísmico provocou danos nas estruturas da nave; 1974, 25 Abril - cercado pelos militares revoltosos, é no quartel do Carmo que se refugia o último Presidente do Conselho do Estado Novo, Prof. Marcelo Caetano. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista, paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria de pedra e mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, tijoleira, azulejos, madeira, ferro forjado e fundido |
Bibliografia
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ANA, José Pereira de Santa (Frei), Chronica dos Carmelitas da Antiga e Regular Observância dos Reinos de Portugal, Algarve e Seus Domínios, Lisboa, 1745; ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Vol. 2, Lisboa, s.d.; BRANDÃO, Cunha, As Ruínas do Carmo, Lisboa, 1908; CAEIRO, Baltazar Matos, Os Conventos de Lisboa, Lisboa, 1989; História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas de Lisboa, Vol. I, Lisboa, 1950; MARTINS, João Paulo, Arquitectura contemporânea na Baixa de Pombal, in Monumentos, n.º 20, Lisboa, DGEMN, 2004, pp. 142-151; MESQUITA, Alfredo, Lisboa Illustrada, Lisboa, 1903; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º Volume, Lisboa, 1959; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; MOITA, Irisalva, O Chiado. Seu Contexto Urbanístico e Sociocultural, in Lisboa. Revista Municipal, Ano XLIX, 2ª Série, Nº 25, 3º Trimestre 1988; PEREIRA, Luis Gonzaga, Monumentos Sacros de Lisboa em 1833, Lisboa, 1924; PEREIRA, Paulo, O Portal do Capítulo Novo do Convento do Carmo, in Lisboa. Revista Municipal, Lisboa, Ano XLIX, 2ª Série, Nº 25, 3º Trimestre 1988; PORTUGAL, Fernando, MATOS, Alfredo, Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa, Lisboa, 1974; SEQUEIRA, Gustavo Matos, O Carmo e a Trindade, Vols. I e III, Lisboa, 1938 - 1941; VILELA, Sá, As Ruínas do Carmo. Breves Considerações, Lisboa, 1876; PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, Vol. I, Lisboa, 1924. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DRELisboa/DO/DIE, DGEMN/DRELisboa; AHMOP (Lisboa): Desenho Nº 352. |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DESA |
Documentação Administrativa
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Diário do Governo, 22 de Abril de 1836; Diário do Governo, 18 de Maio de 1836; Diário do Governo, 27 de Maio de 1836 |
Intervenção Realizada
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1800 - obras nos telhados da zona conventual; DGEMN: 1956 - inicio da empreitada das obras de reparação, conservação e beneficiação da instalação eléctrica, pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias das Guardas Republicana e Fiscal e das Alfândegas; cintagem das paredes junto ao Quartel com betão; consolidação de arcos e cunhais no mesmo local com betão armado; reparação de paramentos de alvenaria; restauro e pintura dos armários; 1957 - reparação e beneficiação das instalações eléctricas e da rede de distribuição de águas, pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias, das Guardas Republicanas e Fiscal e da Alfândegas; 1958 - trabalhos de montagem de um ascensor para o Comando geral, instalação de um posto de transformação privativo e central de recurso (início das obras), e beneficiação do vestíbulo da entrada e instalação de aquecimento central na residência do Comandante Geral, pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias, das Guardas Republicanas e Fiscal e da Alfândegas; 1959 - instalação do posto de transformação e central de recurso do quartel, pela Delegação nas Obras de Edifícios de Cadeias, das Guardas Republicana e Fiscal e das Alfândegas; consolidação das alvenarias de alguns arcos; 1961 - reparação das instalações sanitárias; 1970 - consolidação de painéis de azulejo existentes no claustro; beneficiação da zona das coberturas; 1973 - demolição de alvenaria hidráulica; construção de lintéis com vigas de ferro em portas e janelas na caserna da GNR; reboco das paredes e tectos e caiação dos mesmos; pintura nas paredes exteriores do quartel; substituição de vidros partidos no quartel; 1978 - fixação e reposição de pedras no arco existente, reforçadas com gatos; fechar a fenda do arco e do corpo do edifício; pintura da porta do arco; construção de pavimento em calçada sob o arco; colocação de ralo para escoamento de águas pluviais; colocação de balaústres de ferro na zona de acesso ao elevador, com pintura das grades; reconstrução dos muros que ladeiam as escadas de acesso ao templo. |
Observações
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Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 |
Actualização
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